Descendants 2 escrita por Meewy Wu


Capítulo 41
Army Cards


Notas iniciais do capítulo

E para começar bem a semana, depois do maravilho anúncio da renovação de Shadowhunters, que tal um capítulo novo? Este está bombástico!



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Acho que sempre tem uma víbora no fim da história

—Jay

...

..

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—ATENÇÃO, ALERTA MAXIMO, TODOS OS PRESENTES SIGAM PARA O TEATRO DA ESCOLA IMEDIATAMENTE – a voz o rei fera ecoou nos corredores – REPITO, TODOS SIGAM PARA O TEATRO DA ESCOLA IMEDIATAMENTE!

Todos se entreolharam confusos, enquanto os pais puxavam seus filhos em direção a onde ficava o teatro de Auradon Prep. Só em um lugar como Auradon, Carmim pensou, os pais saberiam onde ficava cada parte da escola.

Já estava lotado quando chegaram, Carmim pegou um lugar ao lado de Hugo na última fileira de cadeiras, perto da porta, e Chris se sentou a sua frente ao lado de Will.

—O que vocês acham que está acontecendo? – perguntou Gart, a três cadeiras dela, parecendo realmente preocupado. Ela entendia isso, se tivessem descoberto sobre eles três...

—Não deve ser nada, provavelmente só um susto – Falou Will, sorrindo, mas não parecia tão convencido assim.

—Por favor, silêncio – Bela pediu, sobre o palco. Todos se calaram imediatamente. Carmim suspirou mentalmente, admirando a mãe do rei. Quando Rainha, Bela deveria ter sido aquela mesma mulher confiante e gentil que fazia todos se calarem facilmente, e não como sua mãe fora, cruel e exagerada. – Sinto muito acabarmos com as festividades, mas acabamos de receber uma noticia...

—Desastrosa! – grunhiu Adam, interrompendo a esposa.

—Querido, por favor – falou Bela, colocando a mão no braço do esposo – Ben, a palavra é sua.

—Foi informado a nós – o rei sinalizou a família real e Bertha – ah poucos minutos que, na última madrugada, o museu de Auradon foi invadido. Peço que mantenham a calma para o que vou falar, mas o guarda em turno foi fisicamente agredido e o cajado de Malévola, foi levado.

Todos exclamaram.

—Auradon está em estado máximo todos serão escoltados por nossos guardas para casa e o policiamento nas ruas será reforçado. A Fada Madrinha também pede que, qualquer um que queira retomar o acesso a seus velhos itens de magia defensiva fale com ela – ele falou seriamente – Se souberem algo sobre esse ocorrido, seria de grande ajuda, e peço que tratem pessoalmente com a família real.

Carmim revirou os olhos, por que, tipo assim, dois terços de Auradon era formado de famílias reais!

—Peço que todos os alunos se levantem e se dirijam imediatamente a seus dormitórios – falou a Fada Madrinha – Estaremos colocando proteção em volta da escola, então não saiam de dentro do castelo em hipótese algu...

—Com licença – falou Adam, enquanto todos se amontoavam perto das portas – Esperem um minuto, acabamos de receber um vídeo das câmeras de segurança do museu. Peço que assistam...

Todos pararam, se virando para o telão ao fundo. Nas primeiras imagens, apenas uma sombra de garota aparecia, e em seguida, a luz de uma janela pegou a saia dela... Ela conhecia aquela saia.

E então, de outro ângulo, apareceu mais nitidamente a garota de costas, alta, magra, cabelos longos e ruivos. Varias exclamações surgiram, e Carmim piscou.

—Saia daqui – foi a voz de Hugo quem falou em seu ouvido, lhe empurrando contra a porta do teatro e lhe jogando para o lado de fora, onde um guarda lhe encarou. Ela lhe lançou um olhar assustado, que já não sabia o quanto era falso, e caminhou até virar o corredor. Ela não sabia exatamente o momento em que começara a chorar ou correr, mas quando chegou até lá estava acabada.

Ela se pergunto por que tinha ido até ali. De todos os lugares. Ela esperou o medo ou a dor, mas outra lembrança lhe preencheu. A lembrança de uma garotinha de cinco anos, com tranças vermelhas vibrantes raspando o fundo de uma travessa de massa de bolo. A lembrança de duas meninas e um menino fazendo uma guerra de farinha. A lembrança de uma vela de aniversário. E, como quem sopra a vela, ela empurrou a porta e cruzou os limites da cozinha de Auradon Prep.

...

—Mas aquela é... – Ally gritou em algum lugar.

E então varias vozes se seguiram. Pareciam um zumbindo no ouvido de Chris, ele não fazia ideia do que estavam falando, apenas ouviu enquanto uma mão lhe puxava para fora enquanto a multidão lhe empurrava.

—Vocês ouviram a diretora pessoal, todos para o seu quarto – falou Rebecca, batendo palmas ao lado do rosto dele e o fazendo sair de transe – Você também Hatter. Will, leve ele! Ally, fique com Charlotte e Bia, não quero que fique sozinha. Daqui a pouco eu passo lá.

—Mas onde você... REBECCA! – gritou ela, mas Becky á tinha saído dali em passos acelerados.

—Não foi ela – falou Gart, que andava facilmente ao lado dela.

—Gart, você deveria ir para seu quarto também – falou ela, seriamente.

—Rebecca... – ele segurou o braço dela – Não fomos nós!

—Gart, vá para o seu quarto – ela pediu, lhe encarando, e depois o abraçando. – Conversamos depois...

...

—Ainda não consigo acreditar – falou Will, se sentando na própria cama, e chutando os sapatos – Naquele vídeo, estou dizendo.

Christian não falou nada, apenas andou pelo quarto e começou a revirar os armários e gavetas enlouquecidamente.

—O que está procurando? – perguntou Will, erguendo uma sobrancelha.

Mas ele não respondeu, seguiu apenas abrindo gavetas e batendo portas até que parou em frente a uma porta do armário, olhando o interior vazio, apenas com um livro de capa escura dentro. Will sabia que era lá que ele guardava a cartola quando não a usava, mas tinha outra coisa ali além do livro.

—Acho que e vou tomar um banho – falou Will – Esfria a cabeça, cara.

...

Becky entrou na cozinha. Precisava de uma xícara de chá depois de tudo aquilo.

E em vez disso ela encontrou a última pessoa que imaginava. Carmim d’Copas estava sentada sobre alguns caixotes de madeira, com uma travessa nas mãos batendo furiosamente.

—O que está fazendo aqui? – perguntou ela, surpresa.

—Lugar estranho para se esconder, não? – perguntou ela em um tom estranho. Becky conhecia aquele tom, era o mesmo que Chris usava quando estava tendo um dos seus ataques internos depois que encontrou as cartas de sua falecida mãe quando estavam na sexta série.

—Principalmente para você – falou Becky, colocando uma chaleira a esquentar – Fico feliz que esteja superando isso.

—Pelo menos uma de nós – falou Carmim – Achei que todos deveriam ir para seus quartos.

—Deveriam – Becky assentiu – Mas, eu precisava de algo quente. O que está fazendo?

—Humm... – Carmim pulou de onde estava e desligou um forno, colocando as luvas de cozinha e largando a forma de bolo em forma de coração sobre a bancada – Veludo vermelho...

—Que surpresa – riu Becky – Olha, é melhor não comer ainda, deve estar...

Mas Carmim já tinha comido o primeiro pedaço.

—Tem gosto de casa – falou Carmim, suspirando, e seus olhos encheram de lágrimas – Casa...

—Hein, você está bem? – perguntou Rebecca.

—Copas... – ela suspirou, secando as lágrimas – Por que essa vida é assim? Por que é tudo tão... Confuso? Copas! Eu só queria poder ir para casa...

O cetro das maravilhas brilhou nas mãos de Carmim por um instante e depois parou.

—Estranho – falou Carmim, surpresa – O que será que...

—Quer mesmo voltar para a Ilha? – perguntou Becky, cortando um pedaço do bolo.

—Não – ela contradisse – Esse é o problema, não vê? Eu não tenho uma casa para voltar. Eu nunca tive, e agora... Eles vão me separar da única pessoa que me fazia sentir como se tivesse.

—Chris – falou Becky.

—Como ele está?

—Não sei ao certo, Christian tem um jeito diferente de ver as coisas, bem, diferente da maioria das pessoas em geral, não diferente como garotos e garotas tem geralmente – ela deu um sorrisinho triste.

—É, acho que é assim com nós do país das maravilhas... – ela riu desdenhosa – Até mesmo com o projeto de loira que você chama de colega de quarto...

—Ally... – Becky fez uma careta – Ela anda estranha ultimamente...

—Ou talvez você esteja – falou Carmim, com um sorrisinho – Gart com certeza está. Vocês foram mesmo feitos uma para o outro. É como dizia a lagarta, alguns de nós simplesmente nasceram prontos para amar.

As duas sorriram, e voltaram a comer bolo e tomar chá, e, por um minuto, todo estava bem, e ninguém havia falado em cajado, Malévola, ou nada perturbador. E então alguém gritou.

...

Mal e Evie sentaram em frente aos garotos em uma das mesas de pique nique nos jardins. Haviam duplas de guardas a certos espaços de distância, mas o suficiente para que tivessem pelo menos a menor das privacidades.

Os quatro se enganaram.

—Acho que sempre tem uma víbora no fim da história – Jay suspirou, brincando com os próprios dedos – Não achei que Carmim seria capaz de ficar ao lado da sua mãe.

—Ela não ficou – falou Evie – Isso tem que ser armação, Carmim odeia Malévola... Bem, todo mundo odeia, mas enfim... Eles não podem culpar ela sem ver seu rosto, não é Mal?

Mal deu os ombros, sem ter vontade de falar nada. Carlos estava igualmente calado, porém parecia pensativo demais para parecer preocupado. E eram poucas as vezes que Carlos ficava qualquer coisa mais do que preocupado.

—Mal... – Evie falou de novo – Acha que vão manda-la para a Ilha?

—Ela tem direito a um julgamento – falou Mal – Depende muito do humor dos nossos monarcas no momento, e, sinceramente? Parecem todos assustados.

—Você não deveria estar lá dentro? – perguntou Jay – Quer dizer, futura rainha, e afins...

—Ben disse que eu poderia sair se quisesse – falou ela – Sabe, apesar de tudo, é a minha mãe... Ele acha que deve ser um grande choque, ou algo assim.

—E é? – perguntou Evie.

—Vai ser – ela suspirou – Quando a ficha cair quero dizer... Por enquanto está tudo girando.

—Mas, eu não sei, quem mais você acha que poderia estar ajudando a sua mãe? – perguntou Jay – Quer dizer, a Carmim é realmente cruel, mas, os outros.

—Olha só, eu não sei – falou Mal – E não quero pensar nisso agora, certo?

—Gente... O que é isso? – perguntou Evie, olhando em volta.

—Isso o que? – perguntou Jay.

—Isso – apontou Carlos, para a coisa que saia de trás da floresta. Mal conseguiu distingui-los um segundo antes de Evie gritar. E então eles atacaram.

...

—Não acho que devamos ser tão severos – falou Bela – Ela é só uma menina...

—É uma ameaça! – falou Alice. – Uma ameaça para todos.

—Sinto ser obrigada a concordar com essa senhorita – falou a Rainha Leah – Desculpe, quem é você mesmo?

—Alice, majestade – falou a outra, tentando disfarçar seu tom ultrajado.

—Exato, Alice aqui tem razão – falou Leah novamente – Apesar dos incidentes do ano passado, aquelas crianças provaram ser boas, Bela querida, mas, sejamos razoáveis, não se pode salvar  a todos.

—Eu sei por experiência própria – falou Branca de neve, que, por ser uma das mais jovens, recebeu olhares desaprovadores da maioria – Que é sempre melhor tirar a maçã podre do cesto o quanto antes!

—Oh, não, lá vamos nós com as maçãs de volta – suspirou Ariel, apoiando a cabeça no ombro de Melody, agora uma garota adulta ao seu lado. Varias das mulheres começaram a fazer comentários.

—Porém – Rapunzel interviu – Não temos prova de que foi a garota. Não podemos condenar alguém pela cor de cabelo e o tecido de uma saia. O que o guarda de serviço disse?

—Ainda está desacordado – falou Eric, quando ninguém mais se manifestou. Aparentemente, os homens do reino não estavam tão dispostos a se intrometer na discussão de suas esposas. É nesse tipo de situação que descobrimos quem manda de verdade nos castelos...

—Então acho que o mais razoável seria esperar até que o homem acordasse e depois decidirmos o que fazer – falou Cinderela, decididamente – Seria o mais justo, visto que não temos nenhuma prova de peso.

—Mas até então, o que faremos com a garota? – perguntou Aurora – Minha mãe tem razão, ela pode ser perigosa! Não podemos simplesmente deixa-la solta!

—Eu ofereço nossos calabouços para mantê-la sobre vigilância – falou Chad Charming, claramente adorando a oportunidade de poder lembrar a todos de seu novo titulo de rei.

—Obrigada Chad, é muito gentil de sua parte – falou a Fada Madrinha – Mas Carmim ficará na escola e será mantida em seu quarto até que seja provado que ela de fato fez algo. Sobre a minha vigilância pessoal, é claro!

Nesse momento, quando tudo parecia estar tomando rumo, um guarda entrou correndo no salão.

—Meus reis, precisamos de sua ajuda – falou ele, rapidamente -Senhoras, por favor, peço que permaneçam aqui.

—Mas o que está acontecendo? – perguntou Ben, surpreso. Ele havia tentado pensar em algo para falar durante toda a discussão, mas só conseguia pensar em Mal.

—Eles estão nos atacando. Vieram da floresta, milhares e milhares dele. Dizem que estão atrás de sua senhora – falou o guarda – é um exército!

—Adam – Bela arregalou os olhos.

—Vai ficar tudo bem – ele falou – As suas ordens, meu filho.

...

Carmim e Rebecca chegaram ao terraço da escola a tempo de ver os últimos deles saindo da floresta. Carmim arregalou os olhos. O que ela havia feito?

O exército de Cartas atacou antes que ela pudesse entender o que estava acontecendo.

—Não... – ela arfou – Vocês, não...

A voz de seu ai, as histórias de criança voltaram a sua cabeça. Eles se reagrupariam a esperariam o chamado da rainha. Como lobos famintos, o exército de Copas destruiriam aqueles que se colocassem em seu caminho.

—Parem... Parem, parem... – ela murmurou – PAREM!

Tudo parou. As Cartas, os guardas, os reis com suas espadas, todos pararam e encararam a garota no terraço.

—PRENDAM-NA! – gritou Adam, apontando sua espada para onde Carmim estava, ela fechou os olhos, vendo a Ilha ao longe.

—Saia daqui – falou ela para Rebecca – Não precisa se envolver nisso, diga a meus amigos que está tudo bem.

Carmim sentiu, no fundo de seu peito, que ela queria ficar. Nunca pensou que encontraria uma boa amiga em Auradon, mas Becky era mais do que isso. Era leal e confiável, e faria o que ela estaa pedindo. Era o que ela precisava agora.

Ela ouviu os passos de Rebecca sumindo na escada, e caiu de joelhos no chão, com o cetro das maravilhas entre as duas mãos. Em seguida, os guardas chegaram e ela fez a única coisa que lhe veio a cabeça, desfazendo tudo que aquela magia cruel e louca criará, sumindo com o exército de cartas, quebrando ao meio seu único vinculo com o lar que nunca teve.


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Notas finais do capítulo

Bem... Pessoal, entendam que... Tchau! (#CorrendoParaAsMontanhas)
Comentem, amo vocês!
Até mais!
Bjs, Meewy!



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