Descendants 2 escrita por Meewy Wu


Capítulo 36
Cruella is Dead


Notas iniciais do capítulo

E TEMOS UMA VENCEDORA: America Jackson Potter!

Isso mesmo meus amigos, antes dos vilões serem enviados para a Ilha, Chapeuzinho Vermelho e o Lobo Mal se casaram, e tiveram os gêmeos Charlotte e Luan Red Wolf, que foram separados com menos de um ano após a proclamação. Será que essa família vai se reencontrar? Não deixe de acompanhar todos os caps para não perder nada!

E em falar em Caps, fiquem com o de hoje!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/640274/chapter/36

Achei que era você que gostava de revelar segredos e deixar tudo as claras

—Victor Valette

...

..

.

Carmim sorriu quando viu Jay e Carlos sentados em uma das mesas de piquenique em volta da escola, e se aproximou.

—Meninos – ela sorriu, sentando-se em frente a eles – Boa noite.

—Carmim – falaram eles.

—O que é isso? – perguntou ela, arrancando os papeis nos quais os dois pareciam tão concentrados – Ah, o relatório... Estamos nos saindo bem, não acham? E vocês então... De ladrões da Ilha dos Perdidos a olhos e ouvidos do rei, quem diria!

Os dois coraram enquanto Carmim devolvia o papel deles.

—Sabe, eu estava olhando... Não existem mulheres na guarda de Auradon? – perguntou Carmim – Quer dizer, por todo o lado só tem homens de uniforme, não que eu esteja reclamando, mas... Enfim.

—Não, acho que não – falou Jay – Agora que você falou, não tem mesmo.

—Que pena – ela murmurou, fazendo-se de infeliz se apoiando no braço.

—Por quê? – perguntou Carlos.

—Ah, Hannah e eu estávamos discutindo mais cedo o que íamos fazer depois de acabar a escola – ela deu os ombros – Nem todos podem trabalhar diretamente para o rei, mas eu pensei em tentar me envolver em algo tipo segurança... Bobagem, eu sei... Mas imaginem como seria incrível passar de “filha da tirânica rainha de copas” a... Chefe de segurança de Auradon!

—E desde quando você entende de segurança? – perguntou Jay, rindo. – Eu roubei metade dos seus colares quando estávamos na escola.

— Ah, cala a boca... Fui eu quem arrumou seu primeiro beijo com Hannah, lembra? – ele corou e ela riu – De qualquer forma, é verdade, eu não sei nada de segurança... Nem de Auradon... Por exemplo, eu não faço ideia do que seria um posto de alto calão. Onde os guardas trabalham além de andar pela cidade e no castelo? Fomos a Neverland mais cedo e não vi nenhum por lá!

—Neverland é segura, e de qualquer forma Pan não ia querer um monte de engravatados na ilha dele – riu Carlos – Mas é isso, a maioria dos guardas passa do dia em um salão no palácio jogando, às vezes salvam alguns gatinhos em árvores, menos os da fort... Ai Jay!

—Não podemos falar sobre isso – falou Jay, encarando o outro – Desculpe Carmim, confidencial.

—Eu entendo – ela ergueu as mãos – É que... Não tem muita coisa para mim em Auradon entende? Eu gosto de diversão, e aqui é tudo parado... Melhor deixar vocês trabalharem.

—Espera – falou Jay – Senta ai, mas se você contar para alguém sobre isso.

—Hein, eu sei guardar segredos como a Queenie sabe fazer as unhas – ela exclamou.

—Tudo bem, tem um lugar em Auradon onde os guardas mais bem treinados ficam – Falou Jay – A fortaleza de Malévola!

—O que? – Carmim perguntou extasiada – Mas eu pensei que tinha...

—Sido destruída? Quase foi, mas a fada madrinha a transformou em uma grande central de segurança, para mostrar que para tudo há esperança, ou algo assim – Carlos falou – Fica além da floresta, então muitos guardas preferem não ir para lá.

—Espera... Mas Malévola não voltaria para sua própria fortaleza, perante estando em Auradon? – perguntou ela.

—É o que Ben... Rei Ben achava, mas estão mantendo contato com os guardas de lá, até agora ela não deu as caras – falou Jay – Acho que a morcega velha não é tão burra assim.

—Pois é... – Carmim respirou fundo – Acho melhor eu ir, já está ficando escuro e não vi Chris o dia inteiro. Tchau rapazes.

—Tchau... – eles suspiraram diante o melhor sorriso dela.

A princesa dos corações.

A ladra de corações.

Afinal, como dizem, ladrão que rouba ladrão...

...

Na manhã seguinte, Victor acordou em choque. A única coisa que ele conseguia ouvir era sua mente gritando “NÃO” enquanto se recusava abrir os olhos.

Mas ele abriu, apenas para ver Cherry jogada ao seu lado na cama, dormindo como... Um gato é claro, seu ronronar era a única coisa que quebrava o silêncio da casa, os cabelos rosa enrolados em volta dela. O lençol rosa tão claro que parecia branco se enrolava nas pernas dela. Nas pernas nuas dela.

Victor aceitou a dura realidade. Havia dormido com Cherry.

Cherry. Que ele sempre viu como uma criança tola. Que sempre havia sido a pedra que nunca conseguirá tirar do sapato. Como era possível que tivesse chegado aquele ponto? Estava tão abalado e bêbado...

Sim, ele podia mentir para si mesmo, mas no fundo sabia que não era verdade. A verdade era clara, ele se deixou levar pelas palavras consoladoras e enroladas dela, estava tão desesperado por qualquer afeto que quando encontrou – e, Hades, na pessoa mais improvável – agarrou isso com todas as suas forças. Literalmente.

—Miau – murmurou Cherry, se mexendo e seguindo a dormir. Ele se perguntou se estaria bêbada o suficiente para esquecer a noite anterior, e, se ele queria ou não que assim fosse.

Ele se perdeu olhando para ela. Não podia negar que Cherry era bonita, na verdade, linda, do seu jeito um pouco fantasioso para uma garota da ilha. Com aquele cabelo rosa brilhante, os azuis olhos atentos com ocasionais fendas felinas e o sorriso perturbador que não sumia nem quando ela dormia. Ela dormia com as duas pernas por metade para fora da cama, como se pudesse ser acordada o susto e se levantar a qualquer hora.

Por fim, ele decidiu que tinha que sair dali. Vestiu-se e saiu da casa de Cheshire com a garota ainda dormindo, e correu o mais rápido que pode para o castelo. Precisava ficar sozinho, precisava pensar. Mas tudo o que conseguiu foi sentir as marcas da legitimas garras de Cherry nas costas enquanto corria.

—Hey garoto, onde esteve a noite inteira? – perguntou seu pai, quando se cruzaram em um corredor.

—Não quero falar sobre isso – falou ele, perturbado, lembrando-se do que havia visto no dia anterior.

—Hein, Victor, está bem? – Valette perguntou.

—Você a matou – falou Victor – Cruella...

—Ah – ele suspirou – Aquilo...

—Vai negar? Eu te vi com o corpo! – falou Victor.

—Era necessário, certo? – grunhiu Valette em voz baixa – Ela estava bisbilhotando, podia acabar com tudo! Não faz ideia da magnitude do plano da nossa rainha, e quando ele tiver sucesso, estaremos livres dessa Ilha!

—Tanto faz – Victor deu os ombros – Eu vou para o meu quarto.

Valette não protestou, apenas deixou o filho ir. Victor trancou a porta e se jogou na cama, esperando que assim que acordasse suas ideias clareassem. Mas tudo que conseguiu ouvir eram os gemidos, ou melhor, dizendo, miados, de Cherry na noite anterior.

E no fundo de sua mente, havia algo que ele não conseguia entender, mas ainda estava lá.

...

Mais tarde em Auradon, Mal dormia profundamente no fim de uma das suas poucas noites sem sono quando Evie entrou no seu quarto* agitadíssima.

—Mal, Mal... Vamos Mal, acorda, é sério – a outra a balançava.

—Ahn, o que foi? – perguntou à loira – Quem morreu?

—Cruella – falou Evie.

—Ah, tá – Mal jogou a cabeça de volta no travesseiro.

—Não Mal, é sério, Cruella está morta – falou Evie – Jay acabou de me ligar, Carlos está tendo um negócio na escola, e... Ele quer que a gente vá para lá.

—Vamos logo – falou Mal, se levantando e correndo para o armário, pegando a primeira roupa que encontrava.

...

—Hein, que bagunça toda é essa? Lottie acabou de dizer que a primeira aula de todas as turmas foi cancelada – falou Carmim, sentando-se à mesa onde os outros quatro estavam. Era quase com nos velhos tempos, com Queenie e seu espelho e Hugo com seus livros.

—Cruella foi morta, na Ilha – falou Hannah— Carlos e Jay sumiram, todos estão preocupados que o baixinho faça alguma loucura.

—Ah, Copas – grunhiu Carmim, apavorada – Isso é... – ela piscou então, entendendo as coisas, e falando para os outros três – Isso é coisa da minha mãe!

—Você acha? – perguntou Gart.

—É, eu acho... Ela nunca suportou Cruella – Carmim murmurou – Então, acho melhor a gente ir... Quero me saber exatamente o que está acontecendo. Tchau pessoal.

— Tchau – Queenie e Hugo, ocupados em seus afazeres, responderam.

—Descobri a última sala – falou Carmim – Mas vocês não vão gostar nada.

—Onde é? – perguntou Hannah, pesarosa.

—Na Fortaleza Proibida – falou Carmim – Além das florestas de Auradon, os meninos me contaram ontem.

—Acho que vou aproveitar e dar um pulo na biblioteca, vou tentar achar isso em algum mapa – falou Hannah.

—Na verdade, ela combinou de se encontrar com Will lá mais cedo – falou Gart baixinho para Carmim – Acho que eu também vou encontrar a Becky, tchau Cacá.

—Cala a boca, idiota – riu Carmim, enquanto ele seguia por outro corredor. Ela ficou parada em frente às escadas, sozinha, como uma idiota, enquanto uma multidão de pessoas entrava e saia fazendo teorias sobre a morte de Cruella.

—Perdida, vossa majestade? – perguntou uma voz ao lado dela, onde Chris descia as escadas.

—Mais ou menos, que confusão, não é? – perguntou Carmim – É sempre assim quando morre alguém?

—Isso por que era um vilão, quando o avô de Will morreu foram três dias de choro – ele fez uma careta – Nem quero imaginar como vai ser quando o rei Tritão se for...

—Só aquelas seis filhas dele irão alagar a cidade – riu Carmim – Mas estou mal pelo Carlos, nunca nos demos bem de verdade, mas quando a gente tinha uns quatro anos ele me  deu uma joaninha de aniversário... Eu pedi para ele engolir, mas ele colocou o bicho na boca e ela começou a voar na boca dele.

—Nossa, isso é que é uma história de vida – riu Chris – Já tomou café?

—Na verdade não, fui até a cantina, mas saí de lá para falar com Hannah e Gart – ela fez uma careta quando o estômago roncou – Desculpe por isso, não comi nada ontem o dia inteiro.

—Vem, vamos pegar uma mesa – falou ele, mas ela fez uma careta – O que foi?

—Não aguento mais tanta gente, parece que a quantidade de alunos dobrou desde sexta – falou ela.

—Ah, deve ser as turmas mais novas de Arcádia que estão nos visitando essa semana – falou Chris sorrindo – Então, nada de cantina... Que tal a gente ir para o terraço?

—É, pode ser – ela sorriu – Quero tentar fazer Cookies de chocolate, há dias estou treinando, mas não consigo fazer o chocolate derreter... e eles não ficam bons de verdade se o chocolate não derrete!

Ela balançou o cetro, e os dois riram, subindo correndo as escadas.

...

—Ah, Carlos – Evie bagunçou os cabelos dele – Eu sinto muito.

—Eu... Eu sei que ela era má... E cruel... E indiferente... E que não me amava... Mas ela era minha mãe – ele choramingou – Minha mãe.

—Eu sei, eu sei – ela falou – Eu também ficaria assim se minha mãe morresse, e ela passou a vida me ameaçando com uma pinça.

—Será que... Que ela pensou em mim... Antes? – perguntou ele – Ou só... Neles?

—Com certeza ela pensou em você – falou Mal, quando viu que Jay ia falar alguma bobagem – Quer dizer, claro que sua mãe te amava, Carlos. Ela só não sabia como demonstrar isso, por isso era daquele jeito. Na visão dela, cuidar das coisas que ela amava faria você ama-las também, e compartilhar esse amor com ela. O único amor que ela conhecia. A Fada Madrinha disse que era assim comigo e minha mãe em busca do poder!

—Você acha? – perguntou Carlos, esperançoso.

Algo estranho acertou Mal, uma vontade de dizer o que realmente pensava, de rir do garoto chorão em sua frente e falar a verdade: Não. Na verdade, ela só ligava para os casacos mesmo.

Ela lutou contra aquela parte, e por fim disso.

—É claro que sim, idiota – ela grunhiu – Por que eu falaria isso se não achasse?

—Sabe o que eu acho? – perguntou Jay, e Mal e Evie o encararam tipo “Não queremos saber”, mas ele continuou – A gente devia fazer alguma coisa, ficar aqui chorando não vai nos levar a nada... Além do mais, pensa no que a sua mãe diria se ela te visse assim!

—Carlos! O que está fazendo choramingando, vai molhar todos meus casacos! – ele imitou ainda com a voz chorona.

—Carlos, por que não usa toda essa energia que você está desperdiçando e vem fazer minhas unhas? – Evie riu.

—Carlos, que tal pegar a suas lágrimas e ir lavar o carro?  - Mal riu. De repente todos estavam gargalhando, Mal sabia que no fundo todos ainda sentiam o peso da perda de Cruella, ela nunca fora gentil com ninguém (exceto, em alguns momentos, mesmo que por medo, com Mal) ou lhes dera algo para que levar, mas pelo menos eles podiam rir dela e fingir que estava tudo bem.

Mesmo que Mal soubesse que todos teriam pesadelos naquela noite.

Mesmo que ela sentisse no próprio coração a fúria de sua mãe naquele momento.

Naquele momento, pelo menos, tudo ficaria bem.

...

No fim da tarde, Cherry entrou pela janela do quarto de Victor, que estava concentrado em algumas dezenas de folhas de papel sobre sua escrivaninha.

—Precisamos conversar – ela anunciou, os saltos ressoando com força enquanto ela caminhava pelo cômodo.

Victor engoliu em seco, fingindo estar muito mais interessado nos papeis do que realmente estava, de repente os arranhões em suas costas começaram a arder de novo. Ele se perguntou se deveria se fazer de bobo ou bancar o arrogante. Escolheu a segunda opção.

—Não acho que temos – ele falou, sem se virar para ela, os saltos voltaram a bater.

—Eu disse, Valette – ela grunhiu, girando a cadeira dele, a travando com o pé, e lhe fulminando com os olhos – Que nós precisamos conversar.

Ele piscou duas vezes, surpreso. Não deveria estar tão surpreso, ele já sabia o quanto ela era forte... Foi à determinação nos seus olhos que lhe assustou, não havia nenhum pingo de divertimento e sarcasmo que ela geralmente emanava.

—O que você quer? – perguntou ele por fim, e ela respirou fundo.

—Só para deixar claro – ela falou – O que aconteceu ontem foi um grande...

—Erro – ele completou antes que ela pudesse acabar de falar, se levantando.

—É – ela concordou – Aquilo, não deveria ter acontecido... Acho que estou certa quando digo que nenhum de nos se orgulha disso... Então, podemos fingir que isso nunca aconteceu? Nada?

—Achei que era você que gostava de revelar segredos e deixar tudo as claras – ele riu, sem humor. – Sabe, eu não acho que você possa fingir que ainda é virgem, quando...

Cherry piscou.

—O que infernos... Quem disse que eu... – ela revirou os olhos. – Olha, se isso alivia o peso na sua consciência, não foi minha primeira vez, certo?

—Não? Mas...  Você é só uma criança – ele falou, contrariado.

Agora sim ela parecia prestes a explodir – Podemos voltar ao que importa? Só... Fingir que nada aconteceu?

—Se é o que você quer, por mim tudo bem – ele deu os ombros – Era só isso? Eu realmente tenho muito que fazer...

Ela revirou os olhos e o imitou – Eu realmente tenho muito que fazer.

—Depois você não quer que eu te chame de criança – falou ele – Tem mais alguma coisa para falar?

—Na verdade, sim – ela falou, sentando na cama dele e cruzando as pernas – Quem seu pai matou mesmo?

—Está brincando...

—Responda Victor – ela o encarou – Quem seu pai matou?

—Não é da sua conta – ele falou, segurando o braço dela e a forçando a se levantar – Já esta na hora de você ir embora.

—Foi Cruella, não foi? – ela perguntou, enquanto ele a rebocava em direção à janela – Ele que matou Cruella, não é? Ah, isso é muito ruim...

—Por quê? – ele perguntou, e foi quando um raio explodiu no céu o deixando branco e a chuva caiu pesada sobre os dois, fazendo Victor saltar para trás batendo as costas contra parede e puxando Cherry com ele, que bateu contra seu peito.

—Por isso – ela falou, respondendo a pergunta que ele já havia esquecido – Ela está furiosa...

Ela olhou por cima do ombro o céu de repente negro como a alma de Úrsula, e começou a rir.

—O que...

—Nada – ela mexeu a cabeça de forma negativa, o cabelo rosa tapava a visão que ele tinha dela, mas ele tinha certeza que sua voz estava tremida. Não havia nada engraçado ali, Cherry ria por que estava com medo.

—O que foi? – perguntou ele, da forma mais natural possível.

—O que foi o que? – perguntou ela, ainda sem se virar.

—Cherry, eu se que está chorando.

—Olha só como ele anda observador ultimamente – ela brincou, se virando de novo para ele. O traço da falsa graça sumiu, e os olhos dela encheram de água de novo, mas em vez de chorar ela apenas tagarelou – Quero meu pai, Victor. Quero-o em casa, seguro, se preocupando comigo, e não por ai com ela a solta. Quero que ele me diga o que fazer, por que estou fazendo tudo errado. Eu nem deveria estar aqui!

—Hein, calma – ele sorriu, puxando ela para dentro e fechando a porta para que o ar cada vez mais gelado não entrasse – O que está falando?

—Eu deveria estar em Auradon agora. Deveria ter feito o que tinha que fazer e ido direto para lá. Mas... – ela pareceu perdida, andando de um lado para o outro, enfiando as mãos entre os cabelos, ele sentiu uma vontade estranha de abraça-la.

—Mas?

—Eu tinha que ver você – ela falou, ainda andando de um lado para o outro – Achei que era por causa... Do que aconteceu noite passada, mas...

—Você gosta muito dessa palavra não é? – ele riu – Mas...

Ele esperou que ela risse, mas ela apenas seguiu do mesmo jeito, sem parar um minuto, murmurando incansavelmente “O que eu faço?” enquanto andava de um lado ao outro.

—Por que não pode ir para Auradon agora? – perguntou ele por fim.

—Com uma tempestade dessas? Eu poderia ir parar em qualquer lugar do mundo – ela balançou a cabeça, se seguiu andando. Aquilo já o estava deixando apreensivo, ele puxou o braço dela por fim, a forçando a parar.

—Se desesperar não vai ajudar a parar a tempestade – ele falou, e se preparou para a volta, mas ela não falou nada, apenas lhe encarou com os grandes olhos azuis e perdidos, ela estava tremendo e ofegante, como se pudesse entrar em combustão instantânea a qualquer minuto.

Os olhos dela gritavam socorro, ela estava perdida, ele percebeu. Perdida de verdade, como nunca havia imaginado que Cherry pudesse chegar. Estava enlouquecendo. Ele a chamou algumas vezes, mas era como se ela estivesse fora de sintonia.

—Cherry? – ele a balançou, ela piscou algumas vezes o encarando novamente. – O que foi?

—Só queria que tudo isso sumisse – ela falou, olhando para fora – Tudo. Por cinco minutos, e então talvez eu soubesse o que fazer.

—Posso fazer isso sumir – ele falou, tirando os cabelos dela, agora molhados de suor, do rosto.

—Como? – perguntou ela, cética.

—Assim – ele a beijou. Era apenas para ser um beijo simples, apenas para de fato, tirar a cabeça dela de toda aquela confusão. Mas de alguma forma ele acabou com as mãos na cintura nua dela, a jogando sobre a cama.

Ele começou a se afastar, percebendo quão longe aquilo estava indo, mas a mão dela na sua nuca o puxou de volta.

Ele a encarou.

—É isso que você quer? – perguntou ele, encarando ela.

—Desde que não vá se arrepender depois – Cherry falou, a voz não passava de um sussurro.

—Não tem do que se arrepender – ele falou – Não aconteceu nada, não é mesmo?

Ela sorriu fracamente – Nada. – E voltou a beija-lo.

...

Quando Victor acordou de manhã, Cherry já estava vestida, exatamente como no dia anterior, com exceção de seu casaco que ainda estava no chão. Ela amarrava uma bolsinha ao cinto.

—O que é isso? – perguntou ele, confuso.

—Acho que posso chamar de... Suvenir? – ela deu um cutucão na bolsinha.

—Vai para Auradon, não é? – perguntou ele.

—É, vou sim – ela assentiu – Algo grande vai acontecer, precisam de mim lá... Sabe como é, alguém tem que espalhas as fofocas e manter tudo sobre controle.

Ele revirou os olhos, mas não pode deixar de sorrir. Pelo menos ela parecia ela mesma agora.

—Bem, acho que então é tchau! – Ela acenou e seguiu até a janela, mas uma mão a segurou antes que ela pudesse pular.

—Cherry – falou ele, quando ela se virou, seus olhos escuros brilhavam como ônix. Cherry sempre quis ter olhos escuros. - Feliz aniversário.

Ela revirou os olhos – Nem acredito que você lembrou.

—Foi você quem disse que garotas gostavam de aniversários – ele acusou.

—Eu não retiro o que eu disse – ela deu um sorriso enorme e maligno – Agora, Valette, sugiro que saia da sacada, se não quer ninguém vendo o que não deve.

E dito isso, ela se pulou para trás... E em pleno ar, Cherry sumiu.

Victor riu, entrando de novo para a privacidade de seu quarto apenas para ouvir a rainha gritar em algum lugar do palácio. O que quer que Cherry tivesse levado consigo, era muito mais do que um simples suvenir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E depois desse capítulo super trabalhoso - sério gente, oh trabalho deu montar a cena do Victor e da Cherry, esses dois são complicados que só! - eis a deixa de Chictor por enquanto. Agora não terão momentos deles por uns bons caps, na verdade ambos vão sumir bastante.
Alguém diz entendeu a pista, por favor. Vocês tem que ter entendido a pista.

Ok, agora, horado jogo!

Alguns matam a facadas, outros usam magia como meio, mas nenhuma morte é mais sofrida e confusa, do que aquela por veneno: Há um personagem que sempre carrega um pouquinho de veneno consigo, será que vocês descobrem quem é e onde essa pessoa leva o veneno?
Boa sorte!

Ah, Úrsula... Sabem, quando pensei a Úrsula do meu Cast eu pensei, tinha que ser alguém de muita presença. E quem melhor para interpretar a quase rainha dos mares do que a magnífica Adele, que assim como a nossa vilã aceita e ama a si mesma do jeito que é? Confiram todo o estilo da nossa bruxa do mar fora d'água aqui:

Ah, e só para avisar, embora eu ainda não esteja postando em nenhum dos dois ainda, Meewy Wu agora tem Página no Facebook e Blog, para ficar ainda mais pertinho de vocês! Não deixem de curtir a página, hein?
https://www.facebook.com/MeewyWu/
E o Blog está aqui também, embora eu ainda não tenha começado a postar:
http://meewywu.blogspot.com.br/

Hashtag's de hoje:

#ChoraNãoCarlos #CookiesDaCacá #CruellaIsDead #Chictor
Por isso é tudo gente, até o próximo cap, e não esqueçam de comentar e participar do jogo!
Bjs, Meewy!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Descendants 2" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.