Descendants 2 escrita por Meewy Wu


Capítulo 25
Twelve Beats A Heart


Notas iniciais do capítulo

Quando eu falei que o próximo cap seria de Natal... Eu juro que não pensei que seria tão perto do Natal, mas eu fui viajar, e tinham as últimas aulas (viver no RS meus queridos, não é fácil!) mas agora acabou e eu finalmente consegui fazer os looks para poder postar esse cap!



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Se eu pudesse ir para casa [...] Mesmo sendo minha casa onde é eu iria. [...] Acho que... Por que é o único lugar que posso chamar de lar.

—Carmim d'Copas

...

..

.

—Bom dia – Cherry sorriu sentada na sacada do quarto de Victor, que estava saindo do banho, e levou um susto ao ver a garota sentada ali.

—O que você quer aqui? – ele grunhiu, segurando mais firmemente a toalha em vota do quadril.

—Feliz Natal pra você também, pessoa simpática – grunhiu ela, cruzando as pernas preguiçosamente – Achei que ficaria feliz em me ver.

—O dia que isso acontecer, coisinha, eu me atiro no mar com uma pedra amarrada no pescoço – ele e encarou ferozmente – O que quer aqui?

—Meu pai esta conversando com vossa majestade – ela deu os ombros – E eu aproveitei para passar por aqui, e dizer que se quer enviar uma carta de Natal a Carmim é a ultima chance.

—Desde quando você é gato-correio de boa vontade? – perguntou ele, confuso – O que você está aprontando?

—Nada – ela garantiu, com um grande sorriso – Essa história está começando a ficar interessante, e, meu santo pires de leite, eu não quero perder nada.

—Interessante? O que isso quer dizer? – ele ergueu uma sobrancelha desconfiado.

—Nada – ela pulou da sacada, entrando quarto adentro – Onde está a carta.

—Em cima do criado mudo – ele bufou, vendo que não se livraria tão rapidamente da garota, quando ouviu uma gargalhada histérica – O que foi isso?

Cherry correu para a sacada, segurando a carta já, e olhando para baixo.

—Gancho – ela falou confusa – É Natal, ele não sairia da loja nem que o Tic-Tac chegasse a Ilha.

Victor sabia que Cherry estava certa. Gancho Hook tinha a maior loja de sapatos da ilha, confeccionados com couro de centenas de animais aquáticos.

—O que acha que ele está fazendo aqui? – perguntou Victor.

—Tem algo errado – falou Cherry – Ele parece... Feliz. Gancho nunca fica feliz! Eu vou ver o que está acontecendo...

—Não – Victor grunhiu – Você espera ai, eu vou me vestir.

—E a curiosidade matou o gato – Cherry murmurou, enquanto o garoto se trancava no banheiro.

Se vestir para Victor Valete, em situações como aquela Cherry descobriu poucos minutos depois que era simplesmente colocar uma calça. Não que ela estivesse reclamando.

—Vamos – ele falou, puxando ela pelo braço – Para onde você acha que eles foram?

—Pode parar de sussurrar, isso não é um filme de suspense – grunhiu Cherry – Deve estar com a rainha, na sala do trono.

Eles seguiram, espantados ao não ver ninguém por perto.

—Reunião particular – murmurou Cherry, encolhendo a forma de gato e encostando a orelha na porta. Victor fez o mesmo com sua orelha humana.

“Temos que tomar cuidado, Cheshire e a filha intrometida dele estão dando voltas pelo castelo” grunhiu a rainha de Copas, Victor lançou um olhar vitorioso a Cherry, que rosnou para ele “Mas então, você trouxe?”.

“É claro que sim” Gancho falou confiante “Olhe, aqui está ela”.

“Magnífico!” A rainha de Copas exclamou “Gaston e Úrsula já viram?”.

“Passei no bar de Gaston a caminho daqui, e ele estava desmaiado de bêbado” grunhiu Gancho “E seria impossível falar com Úrsula com aquelas desmioladas do salão dela... Adivinhe quem eu vi lá”.

“Quem?”

“Cruella de Vil”

“O Que?”

“A Própria!” ele falou com um sorriso nas palavras “Escondida atrás de uma revista. Acho que está nos espionando.”.

“Eles devem estar desconfiados” Murmurou a Rainha de Copas “Só espero que minha filha tola e apaixonada não ponha tudo a perder, tem muita coisa em jogo!”.

“Eu sei... Hannah me enviou um cartão de Natal, dizendo que os planos já estão em andamento” Gancho falou “Assim que eles destrancarem o portal usaremos nossa amiga aqui e estaremos livres!”

“E nossos queridos adolescentes petulantes saberão tudo o que passamos” Riu a Rainha de Copas.

—O que ela quer dizer com isso? – perguntou Victor para Cherry, mas ela á havia desaparecido, e apareceu pouco depois, na forma humana, puxando ele para longe – O que ouve?

—Eles têm uma fada. Cabelo vermelho, roupa de flor, presa em um pote de vidro – falou Cherry, com os olhos arregalados – Vão usa-la para fugir da Ilha quando as barreiras ruírem. E vão deixar os outros em Auradon para pagar por isso!

...

Mal acordou num dos milhares de quartos do palácio com o barulho de passos e mais passos apressados na madeira brilhante. Ouve um prato quebrado, e muitas vozes discutindo, antes que ela por fim se levantasse e saísse do quarto para ver o que havia acontecido.

—Ah senhorita – uma mulher magra e alta se assustou – Desculpe se lhe acordamos, é que...

—Odete é nova ainda no trabalho, muito atrapalhada – falou outra senhora, pequena e robusta, apontando para uma menina mais nova de cabelos cor de avelã.

—Desculpe – murmurou a menina, que deveria ser ainda mais nova que Mal.

—Está tudo bem, tudo bem – Mal fez um leve movimento com a mão, desfazendo do incidente – Mas por que tudo isso tão cedo, a festa não é só de noite?

—Ah, sim, é sim – a mulher mais alta falou alegremente – mas no Natal usamos as porcelanas chinesas, elas ficam guardadas o resto do ano inteiro.

—Nem mesmo no aniversário do rei a usamos – a mais gorda falou.

—E temos que preparar tudo, afinal de conta, não é nada fácil limpar quinze mil pratos – suspirou a mais alta – A Srta. Já deveria estar se arrumando também.

—Me arrumando?– Mal bocejou – Por quê?

—Bem, os convidados começaram a chegar logo, e... – a mulher encarou Mal, que estava dormindo em pé – Senhorita? Senhorita?

—OI! – Mal deu um pulo, encarando as três.

—Acho melhor à senhorita voltar a se deitar – a mulher mais gorda falou, enquanto Mal, sonolenta, concordava e entrava de novo dentro do quarto.

Um pouco antes de se deitar, algo na cabeça de Mal a lembrou. Era Natal. Natal.

Ela arregalou os olhos.

Natal.

Ela correu para a porta, encontrando a pequena Odete juntando os cacos do chão. A menina ergueu a cabeça, sem encontrar os olhos de Mal, como uma boa serviçal.

—Precisa de alguma coisa, Srta? – perguntou ela, nervosa.

—Ah, sim – Mal respirou fundo – Ah quanto tempo está aqui no castelo, Odete?

—Ah alguns meses, senhorita – falou a menina.

—Aconteceu algum baile nesse meio tempo? – Perguntou Mal.

—Alguns – Odete falou – O aniversário de casamento dos pais do rei, e o da madame também. Por quê?

—Preciso que me ajude a me arrumar para o baile.

...

Hannah ainda estava meio sonolenta quando Will entrou no quarto com uma enorme bandeja nas mãos.

—Porta? Conhece? – a outra perguntou, erguendo uma sobrancelha.

—Essa é a minha casa – ele deu os ombros.

—Não muda o fato que eu podia estar trocando de roupa – ela resmungou – O que é isso?

—Seu café da manhã, ingrata – ele largou a bandeja sobre as pernas dela.

—Desse jeito eu vou acabar ficando fresca como aquelas princesinhas da escola – Resmungou Hannah, tentando fazer uma careta.

—Então você não quer? – Will ameaçou pegar a bandeja de volta, e recebeu um tapa na mão.

—E claro que eu quero – ela resmungou, dando uma mordida em um pãozinho.

—Eu já desisti de tentar entender o que se passa na sua cabeça, sabia? – perguntou ele, erguendo uma sobrancelha.

—Provavelmente – Hannah começou, com a boca cheia de comida – Foi melhor coisa que você já fez na vida.

E então, com um aperto no peito, ela percebeu a verdade daquelas palavras. Por que quanto mais Will a entendesse, mais ele se aproximasse, mais doeria, nos dois, quando ela tivesse e partir.

...

Carmim nunca gostou realmente do Natal. Para alguém que sempre tomou tudo que queria, não parecia interessante ganhar presentes. Ela nunca foi a uma festa de Natal, nem nunca montou uma árvore.

O último Natal havia sido um dos piores. Foi alguns meses antes dela e Victor começarem a namorar. Ela passou a noite inteira sentada em um beco escuro desejando que fosse diferente no ano seguinte. E então quando ela e Victor começaram a sair, ela pensou que talvez esse Natal ela tivesse alguém que se importasse com ela.

Mas ela e Victor estavam longe demais agora. E qualquer sentimento que eles compartilhassem, ela sabia desde o início – e agora tinha mais certeza do que nunca – seria completamente falso e artificial.

Ela respirou cansadamente, olhando para o espelho. De repente se arrependendo de ter recusado a oferta de Gart e Hugo e ido para a cidade. Ela provavelmente perderia a chance de ver Hugo em uma balada, e teria que rir e concordar quando Gart lhe contasse as melhores histórias.

Ela havia recebido outros convites menos tentadores também, mas não parecia interessante passar o feriado junto com os White – mesmo que significasse ir à festa no palácio – ou dividir um quarto de hospedes com Hannah na cada dos Darling.

A verdade era que, no fundo, Carmim estava receosa com o feriado. O Natal era todo o retrato da bondade humana em Auradon – e ela, era o retrato contrário. O retrato daquilo que nem mesmo as melhores coisas poderiam mudar.

Ela suspirou, olhando no espelho. Havia perdido o café da manhã e o almoço, mas isso não era problema para o cetro das maravilhas. Mas ela também não estava com fome.

Os corredores de Auradon Prep. Nunca estiveram tão silenciosos, percebeu Carmim, enquanto andava por eles. E ela percebeu que não gostava tanto assim desse silêncio todo.

Foi então que ela o viu.

Era realmente lindo, hipnotizante. Pequeno, branco e com lindos olhos cor de rosa. Um coelho branco.

—Como você entrou aqui? – perguntou ela, se abaixando para toca-lo, mas ele saiu correndo e virou o corredor – Hein! Volta aqui!

Ela correu atrás dele, confusa, mas quando chegou ao pátio ele havia sumido.

—Só em Auradon mesmo – ela bufou – Um coelho temperamental!

—Vamos, vamos, vamos – uma voz de criança cantou ao longe – Você está atrasada.

—Está quase na hora, Carmim – outra voz falou de entre as árvores, ela viu o coelho entre os arbustos e correu até ele, mas não encontrou – Você tem que correr.

—Correr? Para onde eu tenho que correr?

...

—Correr? Para onde eu tenho que correr? – Carmim acordou murmurando, com o barulho de sua janela batendo, provavelmente por conta do vento.

Ela olhou em volta, confusa. Aquilo havia sido... Um sonho? Mas era tão real!

Ela se levantou da cama, olhando para sua roupa amarrotada no espelho. Ela fechou os olhos, respirou fundo, e imaginou.

—Copas – ela suspirou, e sentiu as roupas serem substituídas.

...

Mal alisou o vestido mais uma vez, enquanto Ben cumprimentava algumas pessoas. Ela via as pessoas sorrindo e acenando para ela, a aceitação naquele momento dava uma sensação estranha, quase como se estivesse fazendo a coisa certa.

Ninguém a olhava com medo nem a julgava quando parava para falar dos cachos em seu cabelo, das joias que a rainha Bela havia gentilmente lhe emprestado, ou do vestido que Odete havia ajudado a escolher.

Ela poderia rir por anos da cara de Audrey quando a viu, pensou, enquanto andava até seus futuros sogro e sogra.

—Vinho senhorita? – um garçom ofereceu. Mal queria fazer uma careta, mas em vez disso sorriu e aceitou uma taça, segurando ela. Ela viu Audrey dar alguns goles alternados ao longe, mas já havia tentado provar vinho branco algumas vezes e realmente não gostava. Ela olhou em volta, esperando que ninguém a estivesse olhando, e murmurou as palavras certas, e o vinha branco virou vinho tinto.

Um arrepio subiu pela espinha de Mal, e ela quase derramou o vinho, mas se recuperou rapidamente.

—Mal! – Ben chamou em algum lugar, mas ela não conseguiu se mexer. Ela sentiu uma mão em seu ombro e se virou, dando de cara com um Ben muito assustado. – Você está bem?

—Ótima – ela sorriu – Só todas essas luzes e fotos... Estou um pouco tonta.

...

Já era passado das onze quando Carmim finalmente saiu do quarto, após comer algumas frutas que o cetro lhe arranjará. Ela esperava encontrar alguém no castelo que fosse para o centro, talvez se juntar a algum grupo para ir a uma festinha, mas todos pareciam já ter saído. Ela suspirou ao chegar ao saguão, sentando-se nas escadas e olhando para o escuro.

—Deprimente, não? – Carmim deu um pulo, assustada, parado atrás dela estava Chris, usando um Jeans velho, camisa azul com uma mancha de chocolate na manga e sua habitual cartola. – Desculpe.

—Tudo bem – ela deu os ombros, dando espaço para ele se sentar – Não deveria ter uma árvore, luzes, e essas coisas?

—Deveria – ele sorriu – Mas ninguém se deu o trabalho de monta-los esse ano, geralmente os alunos do último ano passam o Natal na escola e fazem uma festa, mas...

—O que aconteceu esse ano? – perguntou Carmim.

—Ally, aconteceu – suspirou Chris – Ela deu um jeito de todos irem para casa, falou com pais, e tudo mais. Ela não gosta de tradições, eu acho...

—Por isso não foi pra casa? – perguntou Carmim, erguendo uma sobrancelha – Alison?

—Por isso e por que não aguento mais meu pai e Alice – ele deu os ombros.

—Se eu pudesse ir para casa – falou Carmim – Mesmo sendo minha casa onde é eu iria.

—Por quê? – ele ergueu uma sobrancelha, complexo e frustrado – Por causa do garoto que você falou?

—Não, não é por causa de Victor – ela sorriu triste – Acho que... Por que é o único lugar que posso chamar de lar.

Eles ficaram os dois em silencio, olhando para o nada, lado a lado. Até que Carmim fechou os olhos, colocando a cabeça entre as mãos.

—O que você... – Chris começou a perguntar, mas antes dele acabar Carmim levantou a cabeça bruscamente e olhando fixamente para algo que ele não conseguia ver no saguão.

—Copas – ela sussurrou, e antes que ele pudesse sequer assimilar o que iria acontecer, uma árvore começou a surgir cheia de enfeites dourados e vermelhos, havia fitas e luzes em volta das escadas, grandes vasos e flores e – ele se apavorou – um quarteto de cordas flutuando em um canto, tocando.

—Carmim, o que... Você... Isso... – ele parecia horrorizado – Desfaz isso agora!

—Por quê? – ela lhe encarou com os olhos perdendo o brilho, e o coração de Chris se apertou, não queria ter falado tão rudemente. 

— Por que se algum professor vir isso nós vamos nos encrencar?  – ele falou, gentil. - Bem, você pelo menos

—Eu não ligo em me encrencar! - ela riu, e ele fez uma carta - Está tudo errado né? – ela escondeu as mãos no rosto – Desculpe, eu nunca comemorei o Natal... Não sei como é!

—Não, não está muito bom, mesmo, mas eu já disse que... – ele parou de repente – Nunca?

Ela balançou a cabeça negativamente.

—Eu achei que pelo menos isso deveriam comemorar na Ilha – ele falou.

—Ah, sim, comemoram – ela sorriu de canto, enquanto as cordas paravam de tocar e as luzinhas se apagavam lentamente – Algumas famílias, pelo menos. Não a minha. Minha mãe... Ela diz que o Natal é besteira, por que no País das Maravilhas eles não comemoravam isso, e... DROGA!

A árvore de Natal havia começado a sumir de baixo para cima, e caiu com o maior estardalhaço entre eles. Carmim deu um grito de frustração. Chris riu.

—Qual a graça? – perguntou ela, claramente mal humorada – Eu sou um desastre, satisfeito?

—Não é não – ele falou de um jeito carinhoso – Me ajuda a levantar isso.

Eles levantaram a árvore e por fim sentaram-se de novo, olhando para ela.

—Queria fazer alguma coisa direito uma vez na vida – falou Carmim mais para si do que para Chris– Uma única coisa que eu não fosse me arrepender, quando estiver longe... Algo como... Copas!

—Você pode parar de fazer isso de repente? – ele pediu, respirando fundo – O que você... Wow!

A árvore estava cheia de presentes embaixo, cada um com uma etiqueta.

—Me ajuda a entregar? – perguntou Carmim, sorrindo de canto. Ele a olhou desconfiado – O que? Nunca tive um presente de Natal – ela falou se levantando – Então acho que está na hora de dar alguns.

—Sabe que isso não tem a menor lógica, não é? – ele perguntou com os olhos violeta brilhando, se levantando também – Vamos lá.

Carmim riu, pegando um punhado de caixas e Chris fez o mesmo.

Nenhum deles precisava de lógica. 

...

Entregar presentes não era nada fácil, constatou Carmim depois que acabaram, e voltaram para o saguão rindo ainda de algumas coisas bem estranhas que encontraram em alguns quartos. Os alunos que haviam ficado na escola teriam algumas surpresas logo.

—Hannah vai pirar quando souber – Carmim falou de repente.

—Por quê? – perguntou Chris.

—Por que... – Ela deu os ombros – Não sou o tipo de pessoa que faz essas coisas!

—Milagre de Natal – foi à explicação brilhante dele, enquanto eles chegavam ao saguão. As luzes ainda estavam no meio do percurso para se apagar, e o quarteto ainda estava tocando uma música lenta, a única que conseguiam com aquele pouco de energia mágica. Chris se curvou – Milady?

—Não está falando sério – Carmim riu, revirando os olhos – Está?

—Por que não? Não tem ninguém aqui – ele sorriu, e ela aceitou a mão dele, descendo pelas escadas. A mão de Chris encaixou na lateral de seu corpo, e ele tinha a altura perfeita para que ela alcançasse seu ombro com a dela. Ele esticou a mão para o cetro das maravilhas – Posso?

E então aconteceu. Quando a mão del e tocou o cetro, ele soltou faíscas vermelhas brilhantes banhando os dois. E então Chris estava em um deslumbrante smoking preto e Carmim em um incrível vestido vermelho.

—Imaginou isso? – ele perguntou confuso e maravilhado. Seus olhos violetas brilhando como uma criança no... Esquece.

—Não – Carmim suspirou, soltando o cetro enquanto se olhava no vidro de uma janela, admirando o poder da magia do cetro das maravilhas – Às vezes ele simplesmente... Faz essas coisas!

Havia algo no fundo dos olhos dele que ela não entendeu algo girando e martelando enquanto eles rodopiavam tentando não bater em nada. Carmim nunca havia dançado assim, era como deslizar no gelo, só que melhor.

—Meia noite – suspirou Carmim, quando o relógio na cidade começou a bater. Ela andou até o pé da árvore e pegou um pequeno embrulho – Feliz Natal Christian.

—Sério? – ele riu, abrindo o embrulho e pegando um pequeno broche, ele tirou a cartola e prendeu junto à meia dúzia de outros que tinha ao lado. – Obrigada. Mas não tenho nada para você.

—Não preciso de presentes de Natal – riu Carmim sentando-se na escada de novo – Vivi sem eles por dezesseis anos!

—Todos deveriam ganhar um presente no Natal – falou Chris, sentando ao lado dela, muito mais perto do que das outras vezes – Principalmente alguém que deu tantos presentes...

—Talvez alguns não mereçam presentes – falou Carmim – Geralmente, não sou uma menina muito boa...

—Mesmo que você fique repetindo esse tipo de coisa, eu ainda não consigo acreditar – ele se inclinou para frente, surpreendendo Carmim e a beijando.

Carmim sempre se perguntou por que beijar era tão sem graça, quando ouvia as outras garotas falando de corações acelerados e suor frio. Com Victor nunca foi assim. Com Christian era.

A boca dele parecia quente, e ela sentia toda sua pele queimar. Ela precisava tão desesperadamente de ar, mas ele era todo o oxigênio que ela nunca tinha respirado antes. Quando ela beijou Victor pela primeira vez foi como se afundasse em um lugar onde ninguém mais poderia encontra-la, só ele. Beijar Chris era o contrário. Ela submergir a superfície depois de muito tempo, onde ela se sentia viva pela primeira vez na vida, onde todos os sentimentos do mundo a atingiam de uma vez só.

E pela primeira vez em muito tempo, a princesa dos corações sentiu seu coração acelerar.

—Feliz Natal Carmim – sussurrou Christian, e então ele se levantou e subiu correndo as escadas em segundos. Carmim segurou uma das barras da escada, como se pudesse desmoronar. Ela conseguia sentir as marcas das barras em suas costas, onde haviam sido pressionadas.

No escuro, sozinha, Carmim sorriu enquanto o saguão se transformava de volta no que era antes, e ela dava as costas a ele, indo na direção contrária de Christian, para seu próprio quarto. Ela fechou a porta, e olhou no espelho.

Ela estava linda. Seus olhos brilhavam, e havia um tipo de sorriso no seu rosto que ela nunca vira antes, de alguma forma seus cabelos haviam se soltado da trança mágica. Ela fechou os olhos, segurando com força o cetro, e murmurou “Copas” a última vez naquela noite enquanto o vestido era substituído por uma camisola, seus cabelos se desembaraçavam depois de tantos rodopios e a maquiagem sumia. Ela se jogou na cama, e então viu. Sobre o criado mudo, uma carta que ela sabia que apenas uma pessoa poderia ter escrito.

Victor.

E o recém adquirido coração de Carmim arfou de dor, enquanto ela se encolhia e chorava, olhando para a carta daquele que não deixará de ama-la.

...

Victor estava na saca olhando para Auradon enquanto os fogos queimavam. Seria possível que Carmim estivesse em algum lugar lá pensando nele?

—Nenhuma resposta para você – falou Cherry, pulando de algum lugar até sua sacada, em forma de gato, e pousando em forma de garota.

—Talvez ainda não tenha lido – ele deu os ombros.

—Não tem como eu saber – Cherry deu os ombros – Ela estava chorando muito, preferi não incomodar.

—Chorando? Por que? – ele encarou a menina – O que aconteceu?

—Eu já não falei? – Cherry sorriu, pendurada na sacada – Essa história está cada vez mais interessante!

E dito isso ela se balançou e se jogou para trás.

—Cherry! – gritou Victor, mas soou mais preocupado do que irritado, como pretendia inicialmente. Ele apenas viu a gata branca se esgueirando entre os becos até sumir de vista.


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Notas finais do capítulo

Evie: Aquela ali é a Mal?
Jay: Não, não pode ser a...
Carlos:É sim!
Evie: Santa Fada Madrinha, o que tá acontecendo com nossa amiga?
Jay: Ela pirou de vez.
..
Me empolguei um pouco? É, me empolguei! Mas Charmim (decidi que vou chamar assim por que fica mais fofo!) ou Chrismim, como preferirem, merecia esse momento. Eu tenho um sério problema de escrever primeiro beijo no natal, mas beleza! Quem aqui tá reclamando né?
Hannah e Will... Só amor!
Mal, será que você não consegue ficar cinco minutos sem arranjar problemas?
Quem ai ficou com pena do Victor? Cherry também não ajuda hein, em falar nisso, o que nossa Lady C. terá a falar sobre essa linda noite de Natal?
No próximo capítulo segue a festa de Natal na casa dos White, e vamos ver como os meninos estão se saindo.

Ah, e quase esqueci... Os vilões não negam que são maus, né?
Comentem, e até o próximo capítulo.
Muitos beijinhos, Meewy Wu!



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