É a sua noite, nada é exagero. Por hora, exclua essa palavra do seu vocabulário!

— Fá Lonnie

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—Você não acha que... Sei lá... Está muito exagerado? – perguntou Mal, se olhando no grande espelho do quarto de Lonnie. Era surpreendente como um quarto podia falar sobre uma pessoa.

O de Lonnie tinha paredes verde menta, e piso e teto de madeira escura. Um grande guarda-roupas ocupava uma parede, e as outras eram preenchidas por quadros pintados a mão, e prateleiras cheias de livros. Mas o que mais chamou a atenção de Mal foi uma espada pendurada na lateral do armário.

—Ah Mal, para – gemeu a outra, sentada na grande cama de casal – É a sua noite, nada é exagero. Por hora, exclua essa palavra do seu vocabulário!

—Eu não sei... Eu não parece um pouco...

—Majestosa? Madura? Sexy? – a outra tentou.

—Estranha, eu ia dizer – Mal suspirou.

—Você só não está acostumada – riu Lonnie – A gente teve sorte de ter quase o mesmo tamanho, quando eu disse pra minha avó que precisava de um vestido para festa ela pediu metade de Auradon. Sorte que eu ainda não tinha devolvido nada.

—Eu sei, eu sei, você foi muito legal me ajudando mas...

—Mas se você seguir reclamando eu juro que vou te acertar com aquilo ali – ela apontou para a espada no armário, fez Mal erguer uma sobrancelha – O que foi?

—Você por acaso sabe usar aquilo? – perguntou a de cabelos roxos.

—Claro que eu sei – a outra sorriu – Eu ainda sou a filha da Mullan, lembra?

—Embora, tenha um gosto para roupas muito melhor que ela – riu uma mulher oriental, com cabelos negros presos em um coque alto e bem arrumada – Ainda não estão prontas? Sei pai está dizendo que se não sairmos em dez minutos ele desiste de nos esperar.

—Quase mãe, só temos que escolher os sapatos da Mal – falou Lonnie – A senhora está bonita.

—Você também – Mullan apertou a bochecha da filha – E você também Mal, parece até uma princesa.

—Eu falei – Lonnie sorriu orgulhosa – Nós já estamos descendo mãe.

—Só uma coisa – Mal falou, encarando os sapatos de Lonnie – Eu não uso salto com esse negócio que você chama de vestido.

Mullan riu antes de sair – Boa sorte querida, pelo visto ela é pior do que eu com essa idade. Cinco minutos meninas!

...

—Obrigada a todos que vieram hoje para a festa de aniversário de anos de Auradon! – Ben sorriu em cima do palco – Estou certo que todos estão loucos para desfrutar das maravilhosas atrações e da comida grátis, então tentarei maneirar nas palavras.

Todos caíram na gargalhada instantaneamente.

—Mas, é difícil para um homem poupar palavras num momento como esse. Um rei, deve ser sábio e corajoso, para poder defender seu reino nas horas difíceis – ele falou, sorrindo – Porém, o que é um rei sem uma rainha? Alguém para apoia-lo quando as coisas ficarem difíceis, uma mulher justa, mas ao mesmo tempo misericordiosa, para abrir seus olhos quando estiver cego? Por isso, hoje divido com vocês minha felicidade ao anunciar que Mal, a quem todos vocês devem conhecer, aceitou meu pedido de noivado e em breve, será a nossa rainha!

Salvas de palmas, gritinhos e assobios ecoaram pelo jardim quando Ben beijou a noiva.

—Ben – Mal riu, surpresa, com o rosto corando.

—Que a festa comece – falou Ben para todos, erguendo a taça enquanto todos aplaudiam e descendo do palco com Mal.

—Por favor, por favor, um minuto da atenção de todos – Bela pediu, assumindo o lugar do filho – Muitas noticias boas hoje, não? Aproveitando a oportunidade deixada por meu filho, eu e meu marido, que vocês poderão ver se virando em direção a mesa de salgadinhos... Gostaríamos de anunciar que em breve o rei Bem ganhará um irmãozinho, ou irmãzinha!

Bem engasgou, fazendo Mal dar pequenos tapinhas em suas costas.

—Calma – ela riu – Está tudo bem, respira.

—Minha mãe... Está... Grávida...

—Isso mesmo, ela está grávida – riu Mal, segurando o braço dele.

—Er... Acho que eu vou falar com ela – ele falou, retomando a compostura.

—Isso vai lá – Mal sorriu, se segurando para não gargalhar enquanto Ben ia para junto aos pais.

—Eu não acredito que você vai se casar – falou Jay, aparecendo de repente e passando o braço pelos ombros dela – Tipo... Você?

—Não parece que foi ontem que nós encontramos ela chorando em baio da escada da escola por que a Evie e a Carmim tinham jogado sorvete no cabelo dela? – riu Carlos, parando do outro lado de Mal. – Bons tempos aqueles!

—Ela ainda era loira naquela época não? – perguntou Jay – Foi o que? Na sexta série? Sétima?

—Por ai, a Queenie ainda não tinha fugido de casa nessa época – falou Jay, pensativos – Lembra como ela estava horrível toda suja de sorvete e terra?

—Parecia um cachorro encolhida daquele jeito. Sério, me deu medo – riu Carlos.

—Tá legal, tá lega, parem vocês dois – riu Mal, dando tapas nos amigos – Esses foram tempos passados, isso aqui é nossa vida agora!

—Tempos passados é? – perguntou Jay, sorrindo – Garanto que papai consegue as câmeras de segurança da escola!

—Uh, a gente podia fazer um vídeo pra passar durante o casamento – Falou Carlos, e antes que Mal pudesse protestar ou falar qualquer coisa os dois já tinham sumido de vista.

Mal seguiu andando pelo jardim, onde a multidão havia se dissipado. Adultos, jovens e crianças socializando naquela noite. Haviam milhares de possibilidades, barraquinhas de jogos e comidas; atrações; musica e shows de dança; Haveria até mesmo um jogo de criquet entre os reis mais tarde, e ninguém parecia querer perder.

—Mal – falou uma voz atrás dela, ela se virou dando-se de cara com Hannah — Parabéns pelo noivado!

—Obrigada – sorriu Mal, sem ficar tão surpresa assim. Hannah nunca havia sido realmente cruel com ela, em vez disso preferia competir com aqueles que julgava a sua altura – Onde estão os outros?

—Gart e Hugo estão jogando por ai, sabe como é, garotos – riu Hannah – A Queenie está com os gêmeos White na barraca de maçã do amor, irônico não é?

—Com certeza – riu Mal – e a Carmim? Não aguentou que eu ia virar rainha antes dela?

—Ah não, não é isso, embora ela tenha ficado bem mal humorada – riu Hannah – A diretora colocou ela de castigo, sabe como é... Supostamente ela atirou Alison da escada.

—Supostamente?

—É, ela nos disse que não atirou, mas mesmo assim assumiu a culpa – Hannah deu os ombros – Sabe como é Carmim, de um jeito ou de outro ela ia ser culpada por isso. Só que ela fez isso nos próprios termos.

—Copas – riu Mal – Uh, acho que alguém está te esperando.

—O que? – Hannah olhou sobre o ombro, encontrando Will parada a alguns metros – Eu vou falar com ele. Tchau Mal!

—Tchau – Mal acenou, enquanto a outra se afastava. Todos pareciam felizes e contentes, jogando e se divertindo. “Todos menos Carmim” uma vozinha falou na cabeça de Mal. Mas por que ela se importava? Carmim era má.

“Isso mesmo. Carmim foi má pra você. Deixe-a de fora e viva sua noite, minha garotinha malvada” A voz de sua mãe ecoou na cabeça dela.

—Que dorga é essa? – se perguntou Mal, esbarrando em alguém – Ai, desculpe.

—Tudo bem, vossa Majestade – sorriu Chris, tirando a cartola e fazendo uma reverência.

—Só depois do casamento – ela riu – Onde está Ally?

—Uh, ela ficou na barraca de flores este ano – ele riu – Segundo ela, isso é muita bagunça pra sua cabeça.

—Sempre a mesma – riu Mal – Na verdade, eu queria falar com você sem ela por perto. É verdade que Carmim empurrou ela da escada?

—Humm... Na verdade não – riu Chris – Embora eu não saiba por que ela admitiu isso.

—Certo... Ah, eu vou me arrepender disso... Você pode ir buscar Carmim, por favor? – pediu Mal – Acho que, nem mesmo ela merece ficar de castigo hoje.

—Ah, certo – o outro deu os ombros – Mas a diretora fala com ela.

—Eu cuido da Fada Madrinha – sorriu Mal – E por favor, faça com que ela prometa se comportar!

—Certo!