31 de Dezembro de 2013

Kol estourou a champanhe, os fogos coloriram o céu de Nova Orleans, ele caminhou até a morena e tocou seus lábios nos dela.

— Feliz ano novo Cassie — girou-a no ar.

A campainha do apartamento de Kol tocou e Freya abriu a porta, Cami vestia um vestido branco de renda e estava ao lado de Melissa, uma estudante de medicina que agora morava com Bonnie e ela.

— Kol essa é Melissa Wars , a moça de quem lhe falei — Bonnie apresentou.

— Prazer em conhecê-la — Kol beijou a mão da menina e olhou encantado com tamanha beleza angelical.

— Melissa esse é o meu namorado Kol.

— O prazer é meu — sorriu, ela parecia uma boneca de porcelana vestindo uma blusa de renda e saia rodada branca.

Novamente a campainha tocou e dessa vez Klaus entrou acompanhado por sua nova namorada, Caroline Forbes, Cami sentiu seu coração sangrar.

— Você disse que ele não viria — disse para Bonnie.

— Kol me disse que ele estaria na cidade de Caroline.

— Mystic Falls — Kol lembrou o nome da cidade — Eu te disse que me lembraria do nome.

"Mystic Falls"

O nome ecoou na mente de Bonnie, a dor de cabeça voltou com tudo e ela derrubou a taça no chão chamando a atenção de todos.

— Quer ir para casa Cassie? — Cami perguntou preocupada.

— Você se importa? — perguntou a Kol.

— Claro que não, faça o que for melhor para você — sorriu.

— Você leva a Mel em casa quando terminar? — Bonnie pediu.

— É claro que sim — Kol sorriu para Melissa.

Bonnie não sabia, mas não deveria ter pedido aquilo ao namorado, pois naquela mesma noite Kol havia bebido todas assim como Melissa e acabaram dormindo juntos.

*

14 de Julho de 2014

Bonnie e Kol haviam terminado o namoro no dia seguinte ao réveillon, Klaus e Caroline haviam rompido o noivado e agora ele queria Cami de volta, mas a jovem psicologia — embora ainda o amasse — havia decidido não ser o prêmio de consolação.

Naquela tarde Bonnie havia tido um encontro com um jovem chamado Jeremy, eles haviam se conhecido um dia antes na apresentação de um grande circo famoso do qual ele fazia parte.

*

16 de Agosto de 2014

Damon andava de um lado para o outro, o relógio marcava duas e sete da madrugada, Elena dormia tranquilamente e nada de Elizabeth voltar de uma festa que Damon a havia proibido de ir.

A porta se abriu e Damon ligou a luz da sala.

— Você sabe que horas são? — gritou na direção da menina.

— Duas e... — Elizabeth olhou no relógio — nove.

— Você entendeu o que eu quis dizer — olhou a filha dos pés a cabeça, ela usava um short jeans preto curto, uma camisa transparente, meia toda furada e uma bota de salto alto — E que roupa é essa?

— Você é tão chato — cruzou os braços.

— Se eu soubesse que você iria crescer assim...

— O que você teria feito? Pedido para Elena me abortar? Ah, melhor, você teria pedido para que a minha verdadeira mãe tivesse me matado.

Damon ficou sem saber o que dizer, apenas assistiu Elizabeth bufar contrariada e subir correndo as escadas.

— Ela puxou a mãe — Lily ajeitou o roupão.

— Eu deveria saber.

— Você deveria ter me ouvido e escondido que a mãe dela não era Elena, mas você tinha que dar uma de bom pai e mostrar a ela onde Bonnie está enterrada — revirou os olhos — Deu nisso, a garota virou uma rebelde sem causa.

— Eu já falei para colocar essa peste em um internato — Elena apareceu na sala.

— Lave a boca para falar da minha neta — Lily vociferou — Você não é nada aqui Elena, não manda em nada.

— A filha é minha e eu decido o que fazer com ela.

— Então ligue para o Parker e mande-o colocar o filho dele longe da sua filha — Elena destilou veneno — Você sabe Damon, incesto é pecado, você quer que seu anjo vá para o inferno?

— O que o filho dele quer com a minha Liz? — Damon questionou irado.

— Nate puxou a Kath, ele faz de tudo para irritar Kai e Elizabeth é uma Salvatore... Isso diz tudo? — Elena sorriu vitoriosa — Boa noite maridinho, boa noite sogrinha — subiu as escadas.

— Mais essa agora — Damon levou a mão à cabeça.

*

31 de Dezembro de 2014

Damon estava na festa de réveillon que Elena havia planejado o ano inteiro quando telefone tocou, era a polícia pedindo para que Damon fosse buscar a filha pichadora na delegacia.

Quando Elizabeth entrou no carro ela esperava uma grande bronca, mas tudo o que Damon fez foi dirigir até o cemitério e largar a menina dentro do carro e se embrenhar entre os túmulos.

Damon segurava uma garrafa de uísque quando entrou na lápide da família Salvatore e acariciou a placa que dizia “AQUI JAZ BONNIE BENNETT”.

— Ela era tão importante para você? — Elizabeth se encostou ao portãozinho.

— Ela é — corrigiu.

— De que ela morreu? — questionou.

Damon permaneceu em silêncio, não podia contar a ela toda a verdade, isso estragaria ainda mais a relação dos dois.

— Ela era bonita?

— Linda — sorriu ao relembrar a beleza dócil de sua bela Bonnie.

— Eu me pareço com ela?

Damon puxou a carteira do bolso e tirou uma foto de Bonnie sorrindo segurando um urso de pelúcia que ele havia lhe dado em Las Vegas como presente de casamento junto a um colar com uma pedra de diamante rosa.

— Ela era linda demais — Elizabeth alisou o retrato — Gostaria de tê-la conhecido.

— Ela era incrível, cantava, dançava, atuava, lia, escrevia e amava como ninguém.

— Você ainda a ama?

— Sempre a amarei de alguma forma — sorriu ao relembrar de algo que havia dito a ela e então repetiu a frase — Sempre será Bonnie a dona do meu coração.

Elizabeth sentiu os olhos arderem, caminhou até o pai e abraçou-o sentindo o soluçar do choro do homem que sempre se mostrava tão forte.

— Me perdoe pai — abraçou-o ainda mais forte — Eu te amo.

— Eu também te amo minha filha — “minha filha” sua mente deu ênfase.

*

27 de Março de 2015

Bonnie estava de folga naquele dia, ela andava distraída pela cidade quando de longe viu um homem lindo, de olhos extremamente azuis, ele encarou como se a conhecesse, estava assustado, pálido.

Isaa... Damon.

Ela o reconheceu, colocou o capacete e acelerou para longe dele, mas até que sumisse ela assistiu a imagem de Damon pelo retrovisor da moto.

Damon estava em Nova Orleans para assinar um contrato com a Indústria Mikaelson, e aquela mulher parecia muito com Bonnie, a diferença entre as duas era que Bonnie era mais magra, não usava roupas tão apertadas e extremamente sexys e tinha cabelos compridos, já a mulher que ele vira tinha o cabelo cortado um pouco acima dos ombros.

Ao chegar em casa Bonnie abriu o notebook e procurou tudo sobre a vida de Damon Salvatore e então de repente suas lembranças vieram com tudo.

Risos, choros, casamento, separação, gravidez, parto, Damon, Elizabeth, Kai, Katherine, Lily, Stefan e... E Elena.

Bonnie sentiu sua cabeça rodar e caiu desmaiada no chão.

Alguns minutos depois Cami chegou e a encontrou desacordada, jogou um copo de água no rosto da morena que acordou assustada.

— Eu me lembrei de tudo Cami... De tudo.

— Conte-me então.

— Para começar eu me chamo Bonnie Bennett Salvatore, sou casada com Damon Salvatore e tenho uma filha que agora deve ter uns quinze anos, moro em Mystic Falls e Damon não é o pai da minha filha e minha sogra é uma cobra.

— Ai caramba, é muita coisa para processar — Cami se jogou de costas no sofá — O que você vai fazer?

— Me vingar de todos os que me machucaram — Bonnie se levantou.

— Cassie você vai embora? Quer dizer, Bonnie.

— Nós vamos — corrigiu — Nós.

— Mas eu não posso largar tudo.

— Pode e vai, eu te dou um consultório novinho e só para você.

— E eu posso saber como você vai arrumar todo esse dinheiro?

— Eu sou esposa do herdeiro da Empresa Salvatore, posso nadar em uma piscina de notas.

— Bom argumento — a loira sorriu — E Jeremy?

— Eu sou uma mulher casada agora, lembra-se? Jer não é nada mais meu, no entanto lembro-me de seu sobrenome ser Gilbert, o que nos leva a Elena... E o que nos leva ao seu ponto fraco — sorriu maldosa — Jeremy será um bom peão no jogo.

— Caramba, eu queria falar tantos palavrões.

— Não se esqueça que você é tipo certinha Cami, preciso de você perto de mim para eu não exagerar. Se prepare Cami, em mais ou menos três meses nós partiremos Nova Orleans, estamos prestes a entrar em uma vingança.

— Tipo Revenge?

— Mais ou menos — Bonnie quase riu da comparação.

— Isso parece uma novela mexicana que eu assisti pela internet.

— Daqui na pouco você vai citar Harry Potter — Bonnie revirou os olhos — Foca Camille, foca.

— Ok, vou focar — levantou os braços fingindo rendimento.

— Agora quem comanda esse jogo sou eu.

— Xeque-mate — Cami segurava uma peça de jogo de xadrez — A Rainha sempre vence.

— Se preparem famílias Salvatore, Parker e Gilbert, estou chegando aí para destruir vocês — Bonnie olhou para o nada — E que comece o jogo...