My Old Man escrita por WeekendWarrior


Capítulo 27
Jim and I (Always on The Road)


Notas iniciais do capítulo

Fim ♥



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— Venha, George! – chamei meu pequenino que se encontrava brincando em seu balanço – O almoço está servido!

George veio correndo em direção a mesa de madeira extensa que se encontrava no jardim dos fundos.

— Quero sentar do lado do papai – disse um George eufórico.

— Claro, sente-se aqui garotão – falou Jim sorridente.

Parecia uma cena surreal, eu e meus dois maiores amores. Eu não poderia pedir algo melhor, nada poderia me tirar deles agora. Nada, nunca.

Eu estava ali sentada com eles, os admirando, perdida em mim mesma. É como se eu recapitulasse tudo pelo que passei. Por tudo que eu e Jim passamos. No meio de toda aquela tormenta em que eu vivia, sempre encontrava paz em Jim. Eu sempre sonhei com esse momento… de paz.

— E eu quero ir na roda gigante também – dizia George, sempre olhando firme para Jim, sorrindo para ele. Jim retribuía o olhar terno. Meu coração se desmanchava – Ahh, e eu quero um sorvete, bem gradão assim – meu pequeno esticou os braços exageradamente.

— Já andou prometendo algo a ele, Jim? – sorri ao perguntar.

— Prometi que vamos ao parque hoje, não é mesmo filhão? – Jim o abraçou, George sorriu de boca cheia.

— Siiim! – ele deu um gritinho. 

Dei uma risada.

— E eu? Não vou? – fingi tristeza, fazendo um bico exagerado com os lábios.

George franziu o cenho e abriu a boca. Jim sorria.

— Claro que vai, mamãe! Vamos nós três – ele fez sinal de três com os dedos. George estava aprendendo os números.

Todos sorrimos com a cena.

— Vamos nos divertir muito! Muito mesmo! – exclamava George sorrindo.

Nunca havia o visto tão eufórico, tão alegre.

Ao acordar de manhã e ao saber que seu pai estava em casa, não largou mais de Jim. Fez questão de mostrá-lo todos seus brinquedos e contar todas suas novidades, até mesmo disse que esteve cuidando de mim enquanto o mesmo esteve fora.

Porém agora, eu sentia uma paz que há muito não sentia. Seria por Jim estar de volta e uma certa segurança abater meu corpo? Eu não sei. Somente sei que o que eu sinto é real. Amor e paz.

— Foi um dia e tanto pra ele – disse para Jim ao meu lado, enquanto eu fechava a porta do quarto de George.

— Para todos nós.

— Sim, para todos nós – sorri e o abracei. Soltei um suspiro, mas não de cansaço, sim de paz.

Jim desfez o abraço e se afastou de mim, foi em direção ao nosso quarto, parou em frente a uma poltrona, ali estava sua jaqueta de couro, a pegou. Franzi o cenho.

— Pretende…? – ele me interrompeu calmo.

— Preciso resolver algo – disse Jim baixo, ainda de costas.

Suspirei exasperada. Estava demorando!

— Jim, não… – mordi o lábio inferior. Ele se virou, veio em minha direção – Por favor, fique, não vá.

Eu olhava pra baixo, ele levantou meu rosto gentilmente.

— Volto logo, meu amor – meu semblante triste ainda estava ali.

Eu odiava essas “coisas” que o Jim tinha que “resolver”. Simplesmente odiava. Era como se uma angústia me abatesse, um tipo de medo. Difícil de explicar, eu só sentia.

— Promete? – me aproximei de Jim. Poderia usar de minhas artimanhas femininas para que ele ficasse, não?

Passei meus braços ao redor de seu pescoço e encostei meus quadris nos dele. Aproximei nossos lábios. Ele sorriu ao perceber meu verdadeiro intuito.

— Prometo, volto o mais rápido que puder – entresteci com sua resposta, porém assenti.

Jim deu-me um beijo rápido nos lábios e rumou em direção a saída. Quando ouvi a porta da frente batendo senti uma lágrima solitária escorrer.

Será que seria sempre assim? 

Sim, sempre seria.

 

Jim

Cheguei logo arrombando a porta da casa do velho. Filho da puta! Odiava esse homem com todas minhas forças, então o vilão nunca foi meu pai, mas sim ele. Meu avô. Jackson Morrison. Agora tudo faz sentido, o motivo pelo qual as coisas ruins sempre pareciam seguir eu e Lana. Meu avô sempre soube de nosso paradeiro.

— O que é isso? – gritou o velho.

Peguei minha arma, apontei pra ele.

— Cala boca e senta aí! – ele arregalou os olhos – E se tentar fazer algo estouro seus miolos!

O velho sentou na sua costumeira poltrona, a face agora passiva.

— O que você quer agora, Jim? Fez o que te pedi?

O encarei firme nos olhos.

— Você sabia, não? – abaixei a arma – Que esse tal de Bill, na verdade era…

Meu vô nem se mexeu na poltrona.

— Na verdade era? – as sobrancelhas erguidas.

— Na verdade ele era meu pai, o seu filho! – quase gritei – Ele está vivo! Muito bem vivo!

Ele se levantou repentinamente da poltrona, os olhos bem abertos.

— Impossível! Meu filho vivo? Não, não, não. Eu com certeza saberia… Não! – eu até tive vontade de rir do pequeno desespero do velho. 

Ergui o queixo.

— Como se sente sabendo que te passaram a perna, velho? – um sorriso pequeno se formava no canto da minha boca. Ele ainda estava ali chocado.

— Não brinque comigo, James! Está mesmo seu pai vivo? O meu filho? Ele não seria capaz… Ele jurou-me lealdade.

Dei de ombros não dando a mínima.

— Parece que ninguém te aguenta. Ninguém mesmo. Olhe ao seu redor, o que você tem? Um “império” arruinado. Desista velho, sua lógica é ultrapassada.

Ele sentou-se pensativo na poltrona. Devia estar pensando na traição de seu filho amado. Ri internamente.

— Não acredito em você – falou-me com um misto de raiva e apreensão.

— Pois acredite – dei uma pausa – Quer saber, não dou a mínima para o que você pensa ou não. Não mais.

— Pois devia dar! Deve-me respeito! Depois que seu pai morreu… – ele me encarou – Depois que seu pai se foi, quando você precisou de dinheiro para salvar sua irmã morta, você veio pedir ajuda a quem? A mim! Isso mesmo! Eu praticamente te ensinei tudo desse ramo.

A raiva se apossou de mim. A quanto tempo não falava sobre Anna. Minha falecida irmã.

— Cale a sua boca! – me aproximei dele, porém me contive – Você que se dane. Estou indo embora. Espero nunca mais saber de você.

Dei as costas para ele, caminhava em direção a porta. Era o fim. O desfecho.

— Nunca acabará, Jim! Nunca! Não enquanto estiver com ela – disse meu avô. 

Eu nunca entenderia essa birra dele contra Lana, mas ele não é nem louco de chegar perto dela. Não o temo mais.

— Essa mulher não te serve, Jim. É perfeita demais. Quando ela vir sua verdadeira face te deixará.

Estaquei, a porta aberta.

— Ela nunca me deixará, nem eu a ela.

 Saí dali batendo a porta.

 

—-----

“Maldito seja o dia em que Jim cruzou o caminho daquela mulherzinha. Ela o desviou dos meus planos para com ele. Tirou-o do foco do jogo. O amor o desnorteou, o tirou de meus planos. Eu já o ofereci quantias absurdas para deixá-la. Tempo perdido. Ela o tem preso, ela o tem pelo coração.

O preciso nos meus negócios. Depois de tantas coisas, ele é o único em que posso piamente confiar. Ele é sangue de meu sangue. É bom no que faz.

Preciso livrar-me dela, e vou! Se for preciso tirar tudo de Jim, como tirei tudo de meu filho, para mantê-lo nos negócios, o farei. Tirarei tudo de Jim. E assim um dia, como o pai dele me obedeceu, ele me obedecerá. Pois não terá mais sua amada”.

—----

 

Lana

— Tudo certo? – perguntou-me Jim.

— Tudo maravilhosamente ótimo! – o abracei e o beijei rapidamente – Agora vamos, George já está dentro do carro faz vinte minutos – rimos – Ele está muito ansioso.

Andamos em direção ao carro e adentramos o veículo.

— Pronto para a mudança, George? – indagou Jim ao volante.

— Sim, sim! Eu quero morar logo na Flórida! – sorrimos – Eu vi na Tv que lá tem uma praia enorme! – George gesticulava exageradamente.

— Sim, tem. Logo, logo você a verá, meu amor – falei para meu pequenino ansioso no banco de trás do automóvel.

Jim já havia dado partida no carro, estávamos em nosso caminho novamente, agora nós três.

Sim, estávamos indo embora, nos mudando do Estado de Nevada. Nada mais nos segurava lá. Resolvemos tudo que havíamos para resolver e partimos.

E agora, aqui, no recomeço novamente, pude ver meu passado nitidamente. Olhei para Jim ao meu lado, essa cena nunca parava de se repetir, eu e ele, sempre fugindo, sempre indo atrás de algo, vivendo intensamente, agora com nosso pequenino.

A vida me tramou lindas confusões, me derrubou para mais uma vez erguer. Ainda consigo ver o nosso começo, o meu e de Jim. Naquele Hotel nas Canárias. Eu nunca poderia imaginar que chegaríamos aqui. O nosso amor nos trouxe até aqui.

Todas as pessoas que conheci, todas situações que vivi através de Jim. Tudo que vi, senti, presenciei. Tudo proporcionado por ele. As coisas ruins que nos aconteceram, viram agora somente uma sombra, pois as coisas boas as sobrepõem.

O amo infinitamente. E eu realmente não me veria em algum outro lugar agora, a não ser com ele. A vida é feita de perdas e caídas, e não posso contar quantas vezes caí e achei que não levantaria mais. Mas Jim estava lá, ele me erguia.

Sacrifiquei coisas por ele, mas em troca ele me deu outras mil. Não me arrependo de simplesmente nada. Nenhum ato.

Sinto-me completa por saber que ele me ama na mesma intensidade. Esse nosso tipo de amor só se vive uma vez, outros poderiam dizer que esse tipo de amor é amaldiçoado desde o começo. Eu simplesmente acho isso uma dádiva.

Vivo para amá-lo e eu amo amá-lo.

— Eu te amo – proferi serena. 

O fitava solene.

— Te amo – respondeu-me sorrindo, entrelaçamos os dedos.

Não faço ideia de como será de agora em diante, mas de uma coisa eu sei, terei Jim comigo, terei meu filho, uma parte de nós dois.

E de todas as coisas que por ele eu fiz, não me arrependo de nenhuma. Sei que ele também não se arrepende de nada, pois ele me tem e ele sabe. Ele me tem por completo. Sempre fui uma tola quando se tratava de Jim. Sim, fui submissa, o amor me cegou. Jim me cegou.

Não acredito que a paz, para sempre conosco estará, sei que dias de tormenta virão, mas estaremos juntos, sim, estaremos. Até lá, seremos mais fortes.

Jim, te amo pela primeira vez, te amo pela última vez, te amo pra sempre. Você sempre estará no comando, pois você é o chefe. O melhor dos melhores. O Rei dos Gangsters. O Rei do meu reino. Meu Rei. E eu sou sua pequena Rainha.

Jim, diga que você me quer também, diga que me quer também.

Jim, você é um túnel forrado com luzes brilhantes numa noite escura.

Jim, você me deixa louca, você me deixa selvagem.

Jim, não há nada que eu queira tirar de você, eu só quero ser como você. Ser livre.

Jim, você é o pior tipo que existe, mas eu te amo, você sempre sabe, você sempre soube.

Meu homem, eu não estaria nem ao menos aqui, se não fosse por você. Não consigo me ver sem você, não mais.

Jim, meu homem, eu não te mudaria por nada, pois, você é o quê você é.

Jimmy, eu te amo para sempre.

Jim, nunca pensei que um dia seguraria uma arma. Nunca pensei que um dia atiraria em alguém. Nunca pensei que amaria tão forte assim. Realmente não sei se foi uma dádiva do destino ou mais uma de suas peripécias. Não me arrependo de nada, pois agora tenho você, meu homem.

Até o fim dos tempos, eu e meu homem.

 


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Notas finais do capítulo

Obrigada a todos que leram. Espero que tenham se apaixonado por esse casal. ♥



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