My Old Man escrita por WeekendWarrior


Capítulo 24
I'll Love You 'til The End of Time


Notas iniciais do capítulo

Mais sadness.



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Eu ainda me lembro quando o conheci, quando o vi pela primeira vez, foi tão claro que ele seria o único pra mim e assim foi.

Ele era brilhante, viciante, enigmático, carismático. Foi tão claro que ele seria meu, nós dois sabíamos.

Perdi as contas de quantas vezes meu coração, por ele, foi quebrado. Porém, por ele mesmo, foi concertado.

Por ele fui deixada, por ele fui resgatada.

Meu homem rude. Meu único amor. Como poderia eu, não amá-lo? Que tipo de amor é esse que nem a morte pode separar? Meu único e verdadeiro amor.

Ele não era bom pra mim, mas eu o amava.

Nos meus dias de tormenta sempre o indagava:

— Jim, você acha que vamos ficar apaixonados pra sempre? – ele sorria-me e me abraçava apertado contra si.

— Enquanto eu viver, Lana, eu te amarei.

E assim ele fez, ele me amou, ele me amou, ele me amou… Me amou enquanto pôde.

E sim, eu o amei, eu o amei, eu o amei, eu ainda o amo, eu o amo.

Eu tenho feito tudo que posso, tenho ido ao inferno e voltado nos últimos tempos sem meu homem.

Daria qualquer coisa, faria qualquer coisa para tê-lo de volta comigo. Voltar aos dias em que saíamos e dançávamos a noite toda.

Virei totalmente dependente dessa droga. Esse meu vício nunca me deixaria.

Vou até a beirada do poço e lá no fundo, encaro meu futuro. Nada mais pode ser feito, não há regresso.

Rezo para que eu o veja rapidamente, para que eu possa senti-lo novamente. Apenas mais uma vez, apenas isso.

Não se preocupe Jim, meu amor, eu te amo.

Você nunca será uma memória embaçada em meus pensamentos, você será nítido como a água. O avistarei do outro lado e em sua direção correrei.

Saia do lado escuro da estrada para que eu possa vê-lo, meu amor. Venha pra mim.

Quantas vezes mais terei que dizer que meu amor por você é eterno? Eu lhe amo.

— -

 

— Elizabeth! – gritou Paul pela milionésima vez no dia.

— Só um minuto, querido! – gritei de volta, no andar de cima. Voltei minha atenção para minha pequenina filha de cinco anos – Prontinho, amor! – coloquei-lhe o sapatinho e sorri – Agora um beijo – a ofereci minha bochecha, qual a mesma beijou.

— Elizabeth! – gritou Paul novamente, virei os olhos e me levantei.

— Ele grita muito – se queixou Mary, minha pequenina, formou um biquinho com seus lábios pequenos.

— Aposto que ele é pior que seus amiguinhos – fiz graça, ela riu – Mas é melhor irmos ver o que ele quer, antes que grite novamente – estendi meus braços para que Mary viesse em meu colo.

Desci as escadas da grande casa com Mary em meu colo. Fui em direção a sala, aonde Paul sempre ficava depois de chegar do trabalho.

O avistei esparramado no sofá encarando fixamente a Tv de plasma que passava uma partida de Rugby. Nem teve o trabalho de me encarar de pé ao seu lado.

— Me traz uma cerveja – nem pediu, mandou! 

Franzi o cenho.

— Me chamou aqui pra isso? – coloquei Mary no chão e ela correu em direção aos seus brinquedos.

Ele me olhou de relance.

— Não queria perder a partida e você já está de pé – ele desfrouxou mais a gravata, ainda olhava para o aparelho televisivo.

Fiquei parada a observá-lo.

— Vai ficar aí parada ou vai fazer o que te mandei? – num sobressalto fui em direção a cozinha e peguei a maldita cerveja. Voltei e lhe estendi a cerveja gelada.

— Obrigado, coelhinha – chamou-me ele, pelo meu apelido do colegial, idiota. Engoli minha revolta.

— De nada, querido – sorri.

O telefone tocou, corri atender. Paul não gostava de barulhos enquanto assistia aos jogos.

Atendi o telefone e era minha mãe, enchendo meu saco como de costume. Enchia-me de questões sobre meu casamento “perfeito” com Paul. Depois de seis anos aprendi a amá-lo novamente, porém o meu amor verdadeiro sempre viveria em mim.

Suspirei forte, tentava não pensar mais em Jim. Isso era extremamente difícil, pois via um pedaço dele todo santo dia. Mary.

Voltei pra sala com a intenção de me juntar a Paul no sofá e formarmos o “casal perfeito”. Os pais sentados em frente a Tv, enquanto o filho brinca… Não tão simples assim!

— Elizabeth, peça pra sua filha fazer menos barulho – sempre me magoava quando ele dizia “sua filha” – Não consigo me concentrar no jogo – eu não faço a mínima ideia no que ele se concentra vendo esse jogo estúpido, um bando de marmanjos com os rostos pintados correndo com uma bola de um lado pro outro.

— Ela está brincando, Paul. Deixe-a – protestei.

— Leve ela pra brincar em outro lugar – deu de ombros – A casa é grande, você a escolheu.

Eu já nem batia boca com Paul mais, somente acatava os seus pedidos.

Fui até Mary e a peguei no colo.

Andei desolada até os fundos da casa e a soltei no extenso jardim. Mary saiu correndo em direção ao pequeno balanço vermelho que ali tinha.

Se balançava e sorria.

— Vem, mamãe! – chamava por mim – Me empurra! Lá no alto!

Enquanto eu caminhava em direção a Mary, eu observava seus cabelos castanhos e olhos verdes, iguais aos de Jim.

Oh, Jim… Jim…

Uma porta foi batida com força.

Sobressaltei na cama, estava suando. Havia sido um sonho. Um sonho? Olhei ao redor. Sim, um sonho. Respirei aliviada.

Eu andava tendo pesadelos nos últimos dias, mas esse havia superado a todos. Pareceu-me tão real, tão errado…

Seria a vida me avisando de algum modo? Só poderia ser isso!

Procurei pelo relógio, ali estava as horas, final da tarde, havia cochilado.

Levantei e fui em busca dum copo d'água, enquanto tomava a água o telefone residencial tocou, só havia eu em casa, Stefani e Taylor estavam trabalhando, e Lisa na creche. Atendi o aparelho:

— Alô?

— Alô, boa tarde. É da residência da Senhora Kinney? – uma voz masculina soou do outro lado da linha.

— Sim. Pois não?

— É a Senhora Kinney?

— Não, ela não está no momento. Algo importante? Gostaria de deixar recado?

— Bom, sim… Eu liguei agora pouco no escritório dela e ninguém atendeu.

— Ah, sim! Esse horário ela já saiu do trabalho.

— Mas enfim, era sobre um cliente dela que está preso, hum... James Morrison – quando ouvi o nome de Jim, meu coração logo já se acelerou, o sentia bater.

— Meu Deus! O que foi? Aconteceu algo?

— Você o conhece? É a Senhora Kinney agora? – perguntou confuso o homem.

— Não! Sou eu! A mesma pessoa! Sou a esposa de James Morrison! O que aconteceu?

Um segundo de silêncio logo se fez, estava o homem ponderando em falar?

— Bom, é que ocorreu um acidente na cadeia com seu marido.

— Que tipo de acidente? Fale logo! – minhas pernas estavam bambas, me apoiei na cômoda onde o telefone estava.

— Vou ser direto dona! Ele foi esfaqueado pelo seu parceiro de cela.

Meus joelhos se dobraram e meus olhos se encheram de lágrimas. O quê? Esfaqueado?

Quando me vi estava sentada no chão chorando, aos prantos.

— Moça? Moça? Está tudo bem? – ouvia a voz do homem, parecia preocupado.

— E-ele m-morreu? – o soluço quase não me permitia falar, apertava minha garganta.

— Que susto, dona! Achei que tinha desmaiado aí.

— Diga! Ele morreu? – quase gritei.

— Acalme-se! Não, não! Ele não morreu, por um milagre. Eu sou o médico aqui da penitenciária, estou cuidando dele, às vezes quando ele acorda chama por um nome: Lana, por acaso é você?

Sorri fraco enquanto as lágrimas caiam.

— Sim, sou eu – minha voz saiu embargada.

— Se você pudesse vir vê-lo, não sei… Seria bom. Os dias de visitas são…

— Eu sei quais são – o interrompi – Vou desligar, avisarei a Stefani que ligou, a direi tudo – se eu conseguir, pensei.

— Ok – desliguei o aparelho.

O silêncio infernal voltou, somente minha respiração era ouvida. Ainda abaixada e encolhida, abracei meus joelhos e me pus a chorar.

Coisas más nos seguem, só pode ser. O mal nos segue, mesmo estando juntos ou não.

E se ele tivesse morrido? Não, não. Nem pense nisso, minha alma não aguentaria, tudo perderia o sentido. O que seria de mim sem ele?

Escutei a porta de entrada ser aberta e fechada, passos foram dados, Stefani me avistou desemparada no chão, correu em minha direção.

Se abaixou a minha frente.

— Amiga, o que aconteceu? Está chorando e…

— Preciso voltar a Las Vegas, preciso vê-lo – segurei um soluço – Ver Jim.

**

Eu andava naquele corredor da enfermaria do presídio, o silêncio assombrava.

Um oficial me guiava, então ele parou em frente a uma porta e abriu. Um homem de jaleco branco estava dentro do aposento, ele me chamou para entrar com um aceno de mão.

Entrei logo olhando para os lados e lá estava Jim, o único “enfermo” no local, ele estava acordado encostado na cabeceira da cama, todo cheio de curativos no peito.

— Jim – sussurrei e parti em sua direção, o abracei forte, eu sorria, pois estava o tocando, era o paraíso.

— Ai – queixou-se Jim num gemido de dor.

— Oh! Me desculpe, eu… Jim, eu nem acredito! Estou te tocando – toquei sua face, agora sem barba, depois toquei seus braços. Sorri e o beijei nos lábios – Sinto sua falta.

— E eu a sua, todos os dias, todo momento eu penso em você – tocou minha face, coloquei minha mão sobre a sua.

— Diga-me, como você está? Eu quase morri Jim… quando soube – toquei alguns de seus curativos levemente.

— Eu estou bem, logo me recuperarei – ele tentou sorrir, mas não saiu – Mas e nosso filho? – tocou-me o ventre – Temos de pensar num nome.

 Sorri e toquei sua mão ainda em meu ventre.

— Temos tempo, temos todo tempo do mundo. Esperarei por você.

O homem sorriu fracamente como se não tivesse forças para fazê-lo.

— Te amo – sussurrou – Perdoe-me por tê-la colocado nessa situação.

— Não se desculpe por nada, Jim – toquei-lhe o peito – Eu te amo e no fim tudo ficará bem. Confio em você, pois você é o chefe.

Pela primeira vez ele sorriu verdadeiramente, puxou-me para um beijo voluptuoso. Teria de pegar o máximo desse tempo e guardá-lo em minha memória para sempre.

— Espere por mim – sussurrou e assenti de olhos marejados.

Não havia o que falar, nossos olhares falavam tudo, traduziam as palavras não ditas.

O abracei quantas vezes pude e disse que o amava mais de quinhentas vezes. Sempre dizendo que esperaria por ele, que nunca o deixaria. Porém, chegou o momento da despedida, seria assim agora, eu o deixando, não mais ele…

— Senhora Morrison, o horário de visitas acabou – avisava-me o Doutor.

— Jim, eu te amo – o abraçava e ele a mim, o beijei nos lábios – Preciso de você – dizia na despedida.

— Moça, a senhora tem que ir… – o ignorei.

— Te amo, Lana – sussurrou-me Jim, ele mais uma vez me suplicava algo nos olhos – Mas agora vá, meu amor.

Assenti e me afastei lentamente dele, meu corpo não queria se afastar. Jim era como uma droga pra mim.

— Preciso de você – chorei.

O doutor me segurava agora pra sair da sala, praticamente me empurrava em direção a porta.

— Eu preciso de você – e a porta foi fechada.

As lágrimas escorreram e junto com elas foram meu fôlego.

O último suspiro foi dado, o último passo.

Coloquei minha mão sobre meu ventre e caminhei até a saída, agora teria de lutar… Lutar por mim, por essa vida que dentro de mim está e por Jim.

Eu poderia esperar um milhão de anos somente para termos de volta o que tínhamos no começo, nunca nos esqueceríamos.

Jim, eu preciso de você.


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