My Old Man escrita por WeekendWarrior


Capítulo 23
I Don't Need You


Notas iniciais do capítulo

PAUL WALKER. SOCORROOO ♥



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— Colocando quatro pratos na mesa, amiga? – indaguei Stefani.

— Sim. Taylor disse que trará alguém para jantar conosco – a loira falava enquanto arrumava a louça sobre a mesa – E não me pergunte quem é! Ele desligou antes que eu pudesse perguntar qualquer coisa. Olha, odeio quando Taylor faz isso – bufou.

Eu estava parada perto da mesa com a filha de minha amiga – Lisa – no colo.

— Vai que seja algo bom, não? – sorri para minha amiga.

— Duvido muito – estendeu os braços para a filha ir com ela, qual foi.

Dei de ombros e me afastei, vi Stefani ir para a cozinha com a filha no colo.

Estava na casa de Stefani há uma semana, a mesma mora em Nova York... E meus pais também. Quem disse que eu tive coragem de visitá-los? Com certeza eles já deveriam saber que eu estava por aqui, pois é, minha covardia foi maior, não consegui encará-los até o momento.

Subi as escadas pro andar de cima e entrei no quarto, qual eu estava dormindo. Me mirei no grande espelho da penteadeira que ali tinha. Até que minha face agora tinha um pouco mais de vida, estava a reconquistando novamente, porém era difícil tomar decisões sem Jim ao meu lado.

Enquanto divagava entre meus pensamentos, escutei vozes masculinas vindo do andar de baixo, Taylor havia chegado e o convidado surpresa também.

Desci as escadas calmamente, mas estaquei aos pés da escada ao mirar tal figura a minha frente.

— O que ele está fazendo aqui? – indaguei.

Encarei o visitante indesejado e depois busquei pelos olhares de Stefani e Taylor. Minha amiga parecia sem reação, igual a mim, porém Taylor ria.

— É Taylor! O que ele faz aqui? – indagou Stefani apontando o dedo em riste em direção ao indivíduo em questão.

— Acalmem-se, senhoras! – exclamou Paul, o visitante debochado – Percebi que não sou bem vindo, desculpe pela confusão... É que bem – Paul coçou o queixo, o qual tinha barba loira rala – Eu infernizei a vida de Taylor no trabalho essa semana.

— Para ver Lizzy? – quase gritou Stefani, ela cruzou os braços.

— Você é muito cara de pau mesmo! – proferi me aproximando de Paul. O inútil! O mais imbecil de todos nesse mundo! O qual tinha me deixado por outra e tive que ir sozinha àquela viagem com Taylor e Stefani, quer saber, o agradeço muito por tê-lo feito, pois assim, conheci Jim – Depois de todo esse tempo, o quê quer?

Estava próxima a ele e eu tinha esquecido como ele era alto... E convencido!

— Isso eu prefiro falar em particular – falou com a voz pastosa próximo ao meu ouvido, rolei os olhos desgostosa e me afastei.

Taylor pigarreou:

— Bom, acho melhor nos servirmos do jantar, não?

Pra falar a verdade eu já tinha é perdido a fome. O que esse idiota faz aqui? Aposto que Stefani esganará Taylor e eu esganarei Paul.

Eu não sinto mágoa pelo que ele me fez, por ter me trocado por uma qualquer, uma autoritária mandona pelo que fiquei sabendo na época – e sim, muito gostosa. Mas ele foi ridículo na época, fazia questão de ir nos locais em que eu estava e claro, ele aparecia com a outra, a qual nem ligava para ele. Pra falar a verdade, tenho que agradecê-lo pelo que fez, pois assim, acabei indo sozinha naquela viagem e conhecendo Jim.

Nem um pio foi dado enquanto jantávamos, às vezes Lisa fazia alguma graça e acabávamos rindo, só.

Sentia o olhar de Paul sobre mim, porém eu me fazia de cega e ignorava seus olhares. Tenho certeza que ele não veio aqui apenas para me ver comer, ele queria algo... E teria! O colocaria em seu lugar.

Terminei minha refeição e eu já estava mais que pronta para escapar de Paul, poderíamos conversar outro dia, no dia de São Nunca.

— Bom, vou subir e me deitar. Boa noite – sei que era cedo demais para dormir, mas quando queremos fugir de alguém inventamos desculpas estúpidas.

— Não tão rápido, Elizabeth – estaquei. Há quanto tempo ninguém me chamava de Elizabeth – Não vai fugir de mim assim tão fácil – ele se levantou pedindo licença e veio em minha direção, segurou em meu braço esquerdo levemente e me guiou para fora da casa. Fiquei sem reação.

Já na varanda, fora da casa me distanciei dele saindo de meu estupor.

— Fala logo o que você quer!

— Você, quero você, Elizabeth – ele se aproximou e eu me afastei. Eu ri dele, balançava negativamente a cabeça.

— Paul, entenda! Eu estou...

— Grávida, eu sei – ele me interrompeu. Como ele sabia? Taylor filho da mãe! Engoli em seco.

— Sou casada, não sei se você sabe – joguei essa rapidamente.

— Sim, eu sei. Mas divórcios são fáceis de se consumarem, ainda mais quando se tem o marido preso – cambaleei pra trás e o ar me faltou nos pulmões. Meu Deus! Só faltava ele tirar de algum lugar um dossiê sobre tudo que fiz nos últimos três anos – Te quero de volta. Fui imbecil, eu sei... Sei que parece tarde, mas acredite em mim. Não faço isso, você sabe. Não corro atrás de ninguém, mas você...

— Não pedi que viesse, não queria nem ver a sua cara! – o interrompi, ele era muito ridículo mesmo – Olha, você não mudou nada mesmo. Nada!

O loiro tomou uma respiração longa, parecia ter contado até dez.

— Estou disposto a assumir esse filho que espera, posso te fazer a mulher mais feliz desse mundo. Aposto que seus pais soltariam fogos se soubessem que voltamos e também aposto que não apoiam você e aquele bandidinho – riu sínico.

A raiva me subiu.

— Você lava essa sua boca pra falar do Jim, seu canalha! – apontei o dedo em sua face – Você não sabe de exatamente nada! Ele é muito, mas muito melhor que você!

Ele riu alto, fazendo meu coração se quebrar em pedaços.

— Claro que sim! Em roubar, não? Mas espere aí, ele não é tão bom assim, pois foi preso.

Fiquei alguns segundos o encarando, depois fitei o chão e me afastei dele. Lembrar que Jim estava preso era um martírio pra mim. Eu queria chorar, mas não o faria na frente dele, não o deixaria saber que estava me ferindo.

Virei de costas para Paul.

— Elizabeth... Me desculpe – o senti se aproximar – É que parece que você só consegue tirar o pior de mim, você tem um ímã que puxa a maldade das pessoas, puxa pra você – ele me virou para mirá-lo.

— Vá embora e nunca mais volte.

 Arrisquei o olhar nos olhos, aqueles olhos azuis, quais um dia amei observar, aquela boca um tanto fina que um dia já adorei beijar, parecia que um abismo havia se aberto entre meu passado e o agora.

Ele me beijou. Sim, ele me beijou. Eu deixei. Não sei o porquê, mas fiquei de olhos abertos e quando os fechei por uma fração de segundos, Jim veio em minha mente, me afastei imediatamente. Me senti estranha, me senti pesada, franzi o cenho ao encarar Paul.

— Não Paul – saí de perto de seu corpo.

— Sim, Elizabeth. Você tem um futuro comigo, sou o homem perfeito pra você, não ele!

— Você não entende, Paul – sorri fracamente, sorri triste – Você nunca amou.

— Quem disse que não? Você sabe que a amei e você me amou – ele apontou para mim e depois para si mesmo.

— Eu era tão, tão... manipulável que caí na sua lábia e depois o que é que deu? Isso mesmo, você me deixou por outra. Não que isso me afete agora!

— Sim, eu sei, fui idiota – ele ficou em silêncio, talvez ponderando ir embora? Tomara! – Enfim, espero que me perdoe pelo que fiz e pense no que conversamos – se aproximou para se despedir, ia beijar-me nos lábios, virei o rosto – Até mais, Elizabeth – o homem já se afastava.

— Adeus, Paul! – entrei na casa e bati a porta com força.

Nem Stefani e nem Taylor estavam mais no aposento, deviam ter subido para o quarto. Ah, mais Taylor ouviria poucas e boas hoje, mas como de costume Taylor domaria Stefani.

Subi triste as escadas. Droga! O que Paul havia feito comigo? Havia colocado mais uma porção de tristeza em meu íntimo.

Me deitei na cama e milhões de coisas começaram a passar na minha mente, que no momento se encontrava distorcida.

E se eu ficasse com Paul? Se deixasse Jim? Não, não, não...

Eu teria uma vida sossegada, normal e boa com ele. A vida dos sonhos, mas a que custo? Da infelicidade. Eu não queria isso ou queria?

Não preciso da aceitação de ninguém!

Não posso ser essa vadia, não mesmo! Amo Jim, o amo. Nunca o deixaria. Jim não seria capaz de me deixar se os papéis fossem invertidos, não é? Seria ele capaz? Eu não sei a resposta.

Agarrei o travesseiro forte e pensei em Jim, naquela cela fria, sozinho. Será que sentia minha falta como eu sentia a dele? Ter somente lembranças de nossos momentos felizes parece tão pouco.

Sinto que o traí, sinto que o matei um pouco dentro de mim.

— Me perdoe, meu amor – sussurrei para o nada.

 


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Notas finais do capítulo

Obrigada a quem lê.



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