My Old Man escrita por WeekendWarrior


Capítulo 12
Big Jail Break


Notas iniciais do capítulo

Novo personagem!!! Logo entenderão tudo!
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/639421/chapter/12

— Tudo graças a Lana! – disse Mike rindo com um copo de cerveja na mão.

— Claro que não! – rebati – Ryan fez quase tudo enquanto estávamos lá e depois vocês claro.

— Você nos ajudou muito, gatinha – falou Jim que estava do meu lado e me beijou rapidamente. Sorri.

Eles falavam alto e animados. Estávamos no bar Riviera, um de beira de estrada. Todos animadíssimos, comemorando a façanha, o ocorrido no Cassino. As vozes se misturavam com a voz do garoto que fazia um cover de Hey Joe do Jimi Hendrix.

Eu tentava assimilar tudo, ainda estava meio em choque por ter atirado em uma pessoa na noite passada. Vamos tentar não focar nisso... Enfim, todos estavam juntos, bom, nem todos... Deborah e Ryan conversavam perto do balcão e às vezes direcionavam-me olhares. Desde que chegamos senti que Ryan me encarava de maneira diferente, ficava me agradecendo a todo momento pelo que fiz.

— Tudo bem, Lana? – Jim pergunta próximo ao meu rosto e posso sentir o licor em seu hálito – Parece a quilômetros daqui...

— Estou bem, é só que... Ah, você sabe! – Havia contado a ele o que aconteceu naquela noite. O tiro e tudo mais.

— Tente não pensar nisso, ok? – acariciou minha bochecha.

— Tá bom – dei um sorriso não convincente – Vou no banheiro, já volto, tá? – ele assentiu.

Me encaminhei em direção ao banheiro, chegando lá me apoiei na pia e olhei fixamente para a minha imagem refletida no espelho. Mirei-me por segundos. A porta do banheiro foi aberta e a ruiva amargurada/enciumada entra... Deborah. Ela cruza os braços e me encara.

— Fiquei sabendo o que fez...

— O quê? – pensei por um segundo, só podia ser o acontecido que eu mais queria esquecer – Oh, sim, o tiro...

— Foi muito corajosa – disse a ruiva se aproximando de mim – Ryan está muito grato.

— Percebi, ele me agradece sempre que pode – impressão minha ou Deborah está sendo agradável? Um alerta piscou!

— Mas lá no Cassino, enquanto Ryan jogava contra Drake Dalls, eu vi vocês dois. Eu estava observando tudo de longe... – deu uma pausa e comprimiu os lábios – Você se aproveitou pra se esfregar em Ryan como uma vadia! Acha que eu não sei que se sente atraída por ele? Não tem consideração pelo Jim?

Meus olhos arregalaram com aquela afirmação! Só podia estar louca!

— Você está louca Deborah? Ele que é um aproveitador! Não acredito! O que ele falou pra você? Ryan é um mentiroso estúpido!

— Ele não precisou me falar nada, pois vi tudo, sua vadia!

Meu sangue já estava fervendo e minhas mãos em forma de punho e não pensaria dois segundos antes de pegá-la pelos cabelos e rodá-la dentro desse banheiro feminino. Ela com certeza é mais forte do que eu, mas a deixaria algumas marcas.

— Escuta aqui Deborah, eu não faço a mínima ideia do que te fiz pra me odiar tanto! Você...

— Você roubou o que era meu! Meu homem! – interrompeu-me.

— Teu homem uma vírgula! – gritei apontando o dedo indicador no nariz dela – Cala essa sua boca! Ele não quer você, isso está bem claro! Jim é meu! Só meu! Ao contrário de você não me contento com o resto.

No momento que pensei que ela pularia em cima de mim uma senhora na faixa dos setenta anos com uma camisa do AC/DC entra no banheiro e nos encara com reprovação.

— Duas moças tão lindas! – exclama a senhora meneando negativamente a cabeça – Deveriam ser amigas...

— Não sou amiga de vadias oportunistas! – exclama Deborah me encarando, mas isso é o bastante pra mim.

Saio do banheiro a empurrando, vou ao encontro de Jim.

— Vou lá fora um pouco... – digo muito rápido.

— Vou com você – ele franziu o cenho – Aconteceu algo?

Pensei em contar do ocorrido no banheiro, achei melhor não. Não gosto de intrigas.

— Não! – abri a palma da mão em seu peito – Não... Só quero ficar um pouco sozinha, bom, nada demais! Ah... É que eu quero ficar sozinha só um tiquinho.

Ele pareceu intrigado, porém mesmo assim assentiu.

— Se demorar demais vou lá me certificar de que não fugiu – brincou.

— Nunca! – o beijei rápido e saí para fora do bar.

Cheguei perto do carro de Jim e me apoiei nele. Droga! Nunca fui boa com brigas, sempre me sentia culpada como se tudo fosse minha culpa. É uma merda. Suspirei por um tempo e fechei os olhos... Escutei passos em minha direção, devia ser Jim.

— Jim, eu disse que queria ficar sozinha, eu...

— Não é Jim – foi a voz de Ryan.

— Oh, Ryan... Bom, desculpe a indelicadeza, mas gostaria de ficar sozinha.

— Eu só queria te agradecer – ele se aproximou até demais de mim. Afastei meu corpo.

— Agradecer mais do que já agradeceu? – dei um sorriso amarelo. Ele me encarava de uma maneira diferente, com... Desejo?

— Sim, agradeci... – se aproximou mais, agora eu estava prensada contra o carro.

— Ryan, com licença!... Sai! – tentei o empurrar.

— Agradeci, mas não da maneira certa – ele segurou meu rosto com a mão direita enquanto seu corpo me prensava no carro.

Mas que porra Ryan! O que está tentando fazer? Pensei.

Senti seu beijo sobre meus lábios, ele estava de olhos fechados e sua língua pedia passagem... Eu tentava empurrá-lo... Será que tentava o bastante?

— Sai Ryan – disse com o rosto virado, ele beijou meu pescoço. Eu me contorcia tentando fugir.

— Sei que você gosta! Lana, você gosta!

— Não Ryan! – gritei.

Mas o resto todo só foi um borrão, vi Jim acertar um soco em Ryan que depois de se levantar do chão partiu pra cima dele... Aí Mike aparece e Ronald(o careca tatuado) e o anão com dentes de ouro chamado Billy vem se meter também, é tudo uma bagunça. Tentam separar Jim e Ryan. As pessoas do bar saem e no final conseguem apartá-los, por fim Jim grita:

— Não toque na minha garota de novo, seu trombadinha!

Jim vem em minha direção e vejo que o canto de seus lábios esta sangrando. Mas Ryan parece bem pior...

— Ai meu Deus! Tudo culpa minha... – digo baixo.

Eu e esse sentimento estúpido de culpa. Me sinto numa peça de teatro, todos observando o casal coadjuvante.

— Vamos embora! – exclama Jim ríspido. Me agarra pelo braço e me leva em direção ao carro.

— Não vai ficar assim, Morrison! Não mesmo! – grita Ryan enquanto Deborah o ampara.

Jim sai tão rápido do estacionamento do bar que pensei que o carro iria voar, ele não diz uma palavra sequer. Não aguento esse silêncio.

— Está doendo? – arrisco uma conversa, tento tocar o canto de sua boca que sangra, ele se afasta passando a língua no pequeno corte.

— Doeu mais ver aquele idiota te beijando! – ele nem me encarava.

— Jim, você sabe que...

— Sim, eu sei! Eu confio em você. Mas nele... – bufou – Não posso te deixar sozinha um segundo sequer, é um inferno!

Passei a mão pelo meu rosto e fitei o céu escuro por um momento.

— Me perdoa... – falei baixinho.

— Te perdoar pelo quê? – era a primeira vez que ele me encarava.

— Não sei, sinto que te fiz algo... É horrível me sentir assim – faço cara de choro, tento não chorar.

— Vamos esquecer isso... – diz passando a mão no canto dos lábios limpando o mínimo sangue.

— Tudo bem.

Ele sorriu e eu devolvi.

— Você acabou com o Ryan, coitado! – ri por fim.

— Ele estava precisando – rimos da situação.

Me aproximei sorrateiramente dele e o beijei na nuca enquanto dirigia.

(...)

Tomávamos o café da manhã na pequenina cozinha do trailer, nos servíamos enquanto o noticiário dava as notícias do dia, porém uma em especial chamou a atenção de Jim.

“Grande Escapada Da Cadeia”. Essa era a tira que passava na tela enquanto o repórter nos dava mais detalhes, mas Jim estava vidrado no aparelho. Assim, o nome dos fugitivos com suas respectivas fotos começaram a passar na tela também, mas quando um tal de John Simon(Sid) apareceu na tela com sua foto de detento Jim deu um pulo.

— Jim, o que foi? Tudo bem? – o olhei intrigada. Tinha algo aí!

— Nada demais... É só que... Nada! – me deu um sorriso amarelo e passou a mão na barba.

Escutamos batidas na porta do trailer... Era Ronald. Parecia do mesmo jeito que Jim.

— Você viu? O noticiário? – indagou Ronald.

— Vi. Mas que merda! – exclamou antes de sair pela porta com Ronald.

Eu estava alheia ao assunto, não entendia nada, só pra variar né!

Sid

— Cala boca, mãe! – gritei com a mulher que praticamente arruinou a minha vida, juntamente com meu pai – Você é uma drogada que drogou o próprio filho! Doente!

— Não vou te esconder aqui, seu ingrato! – dizia pra mim enquanto eu estava de costas pra ela.

— Não estou de pedindo nada! Só vim pegar minhas coisas! – amontoei mais roupas dentro da mochila.

— Não vou refugiar um assassino! Matou a mulher que dizia amar! Imagine o que não faria comigo, alguém que nunca disse uma única palavra referente à ‘’amor’’ – me virei e a encarei fundo nos olhos, minha vontade era de esganá-la. Ela arregalou os olhos medo.

— Eu não matei Nancy, porra! Será que ninguém acredita em mim? Caralho! – me virei novamente, fui até o guarda-roupa e peguei mais algumas coisas.

— Não é isso o que a justiça acha, Sid!

— Se você não sair da porra desse quarto agora, você será a primeira pessoa que vou matar. Pode ter certeza! – vi ela arregalar os olhos e virar nos calcanhares – E nem pense em ligar pra polícia! – gritei em tom ameaçador.

A minha vida tá toda fodida! Me acusaram de um crime que não cometi, eu estava preso injustamente... Bom, eu estava drogado nesse dia, eu não lembro de nada... Eu nem quero pensar nisso. Só lembro de ter saído do hotel de meia tigela que estávamos, eu e Nancy, depois ao voltar a achar morta. Eu a amava, eu a amo incondicionalmente. Nós tínhamos um trato de suicídio, mas ela teria me deixado uma carta com um aviso, não deixou nada, só a encontrei morta a facadas na banheira. Foi o dia mais miserável da minha vidabe pior é que eu realmente não sei se a matei. Me odeio. Mas ainda não é hora, primeiro tenho que resolver uns assuntos pendentes. Muitas pontas soltas, muitos nós não dados e estou mais furioso do que nunca.

Peguei a mala com as poucas roupas e o pouco de dinheiro que tinha e também que tirei da minha mãe – daria um jeito e arrumaria mais.

Desci as escadas apressados, peguei a jaqueta de couro e coloquei a mochila no ombro direito. A velha me encarava sentada no sofá.

— Se a polícia aparecer, você nunca me viu.

— Nunca te entregaria, meu filho! – revirei os olhos.

— Nem vem com esse papinho, se você ver uma nota de cinquenta dólares já abre essa matraca! Mas espero que não seja assim dessa vez – afasto a jaqueta de couro na cintura pra que ela veja minha 32.

Ela arregala os olhos pela milésima vez no dia e põe a mão na boca.

— Você não seria capaz...

— É melhor não duvidar – dei a ela minhas costas e saí pela porta da frente.

Agora seria eu, minha vida e minha arma. Além de fugir de mim mesmo, agora teria que fugir da polícia e os caralho a quatro! Isso era o de menos.

Estou sozinho e no lado escuro da estrada e com um coração cheio de ódio.

Senti a garoa fina em meu rosto, coloquei meu capuz e continuei com passos largos na calçada, em direção à vingança.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada a quem lê.
xx



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "My Old Man" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.