O outro lado da moeda : Skye escrita por Blake


Capítulo 16
Capítulo 16




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FITZ-SIMMONS

Trabalharam madrugada a dentro,Jemma foi capaz de desenvolver uma forma mais concentrada da dendrotoxina e estava radiante pois ela se ligava ao soro com perfeição,inibindo suas funções sem matar o indivíduo. O único problema estava no modo de propagação. Não conseguiram desenvolver um gás e para total eficiência da droga o mais recomendado seria uma injeção intravenosa. Fitz trabalhava nessa parte da equação,moldando algum dispositivo capaz de propagar o antídoto sem pôr em risco a integridade da equipe.

Nem se deram conta de quantas horas já haviam passado ali,quando encontravam algum enigma,era como se todo o resto fosse irrelevante. Foram tirados dos seus transes pelo pigarrear de Katherine,ela trazia duas xícaras de café.

– Vocês estão aqui a tanto tempo,vim checar se ainda respiravam – ela brincou e ambos sorriram,cada um pegando uma das xícaras do café fumegante.

– Obrigada – Jemma foi a primeira a agradecer,bebericando com cuidado para não se queimar.

– É,obrigado e desculpa por antes – Fitz emendou,dando-se cinco minutos de descanso. Estava realmente exausto.

– Sim,sim,fomos extremamente indelicados – Jemma completou,olhando para Fitz em busca de suporte,como sempre,encontrou.

Katherine apenas ria daquela situação,eles eram telepaticamente conectados – Não tem problema,vocês se preocupam com a Skye,isso é o suficiente para mim – a mulher falou e lançou um sorriso sincero para ambos. Só então aproximou-se da mesa de Jemma,vendo o concentrado de dendrotoxina que ela produzira – Você já conseguiu inibir o soro ?! Fantástico – exclamou com admiração,fato que não passou batido por Jemma.

– Sim,sim – iniciou toda orgulhosa por enfim receber algum elogio dos demais integrantes da equipe,mas o sorriso rapidamente lhe abandonou os lábios – Mas ainda estamos trabalhando na parte da disseminação – assumiu e suspirou.

Katherine notou o desânimo dos dois,já pareciam ter usado todo tipo de dispositivo na simulação – Ei,vocês já fizeram um trabalho magnífico – falou de forma sincera,passando os olhos rapidamente pela pesquisa da garota,entendia boa parte do que estava ali e realmente parecia impossível propagar aquilo pelo ar – Coulson terá que se manter fora dessa missão caso esteja com medo de perder a cabeça,simples assim,vocês não precisam ter medo de falar quando algo é impossível de ser feito – ela os aconselhou e eles pareceram considerar muito seriamente aquele conselho. Haviam descoberto um antídoto eficaz e Fitz criara projéteis igualmente eficazes,seus projéteis eram acoplados com agulhas que ao chocar-se com material biológico disseminava o antídoto, era bem genial na realidade. Só precisavam de um bom atirador e tudo daria certo.

A mulher os deixou e eles passaram mais algum tempo em silêncio,pareciam conversar telepaticamente.

– Essa foi a melhor ideia que me ocorreu – Fitz admitiu,dando-se por vencido.

– Fizemos o possível – Jemma completou.

– Pedra,papel e tesoura para decidir quem vai falar com ele ? – Fitz a desafiou e a britânica sorriu.

– Você sempre perde,Fitz – ela anunciou e foi até ele. Enquanto ele pôs pedra,ela pôs papel.

– Eu disse – ela cantarolou,saindo do laboratório e deixando para Fitz a missão de explicar para Coulson.

PHIL

Passara longas horas ao telefone,já sentia sua orelha dormente àquela altura. Fora capaz de localizar dois dos agentes que queria convocar e eles prontamente aceitaram,agora o terceiro era um mistério. Possivelmente estivesse numa praia,tomando coquetéis afrodisíacos e passando golpes,sim,ele pretendia trazer um golpista de caráter duvidoso dentre os agentes que havia escolhido. Conhecia Hunter a quase dez anos e mesmo o rapaz sendo como era,Phil o considerava uma das pessoas mais honestas,pelo simples fato dele não mentir sobre quem realmente era. Podia até ser um ladrão,golpista e mercenário,mas acima de tudo,era o melhor atirador que Coulson tivera a honra de conhecer,precisariam de alguém com aquela habilidade em especial,principalmente após a conversa que tivera com Fitz.

Se perguntava como Hunter conseguia seus contratos se era tão difícil de ser localizado,fora tirado dos seus devaneios por uma voz conhecida,meio embriagada – Não,obrigado,uma pessoa que liga a essa hora não merece minha atenção – o britânico resmungou num ar irritadiço.

– Nem para um velho amigo ? – Coulson retrucou,finalmente relaxando na cadeira,enfim havia encontrado-o e pelo visto,ele não mudara nada.

– Ora,ora,se não é o agente Phil C. – Hunter falou num ar jovial,e não havia mais o tom de antes,parecia feliz na realidade. – Ao que devo a honra ? – ele prosseguiu,enérgico.

– Já se aposentou ? – Coulson questionou,girando uma caneta entre os dedos.

– Uma lenda não tem direito a aposentadoria – o outro retrucou,num tom jocoso e cheio de prepotência – Isso é uma proposta de emprego ? – ele questionou,demonstrando interesse.

– E se for,o que você diria ? – Phil indagou,enigmático.

– Diria que meu preço aumentou – Hunter respondeu e Phil apenas riu da ousadia,mas já esperava por aquela reação.

– Estou disposto a pagar,você tem doze horas para chegar aqui – Coulson o orientou e fora surpreendido pela gargalhada do britânico.

– Até parece que você não me conhece,Phil C.,estarei aí em seis – e dito isso ele desligou.

Realmente ele não mudara nada,mas aquele apelido,como odiava aquele apelido. Balançou a cabeça negativamente mas se permitiu um sorriso,estava confiante nas suas novas adições,embora outro assunto ainda martelasse na sua cabeça.

Tinha que admitir,estava com medo de pedir um teste de DNA,se Skye fosse realmente sua filha,nunca se perdoaria pelo que fizera com ela. Pelos deuses! Pusera uma pulseira que seria capaz de eletrocutar a própria filha ?! Quem é o psicopata que faz isso ? Mas a dúvida,definitivamente,era pior.

MAY

Desde que Skye fora embora mantinha a despedida que tiveram em mente,odiando-se por não ter dito nada. Socava o saco de pancada com mais força do que deveria,estava zangada pela frieza com a qual a tratara. Ainda imaginava a garota atravessando a arena e a surpreendendo ao pular em suas costas,apenas por gostar de vê-la bufar e todas as piadinhas que Skye soltava que a faziam rir na solidão da sua cabine. Dentre todos ela era a que menos aparentava sentir falta da menina,mas internamente talvez fosse a que mais sentisse.

– Se importa ? – Katherine a tirou daquelas lembranças ao se aproximar. Não haviam conversado propriamente ainda,ambas pareciam querer manter uma distância respeitosa.

May negou com a cabeça enquanto continuava a socar o objeto.

Katherine mordeu o lábio inferior,iniciar uma conversa com May definitivamente não seria uma missão fácil,mas tentava coletar o máximo de informações sobre a filha,Coulson era sempre evasivo quando Kate o questionava sobre,estava ficando impaciente com todo aquele mistério. Ela era a mãe,tinha direito de saber! – Por que a Skye estava no complexo May ? – indagou sem rodeios e viu a chinesa parar bater no saco. Coulson apenas a contou que Skye era uma hacker,que fora presa ao invadir o sistema da SHIELD e que eles a mantiveram sobre custódia desde então.

– Porque ela cresceu lá – May respondeu sem delongas e sem tentar amenizar a situação – Red room,ela era uma daquelas crianças – completou,tirando as luvas.

Katherine a olhava com pavor,incapaz de formular alguma frase. Sabia os horrores pelos quais aquelas crianças eram submetidas,não queria imaginar que sua Daisy fora uma delas. O pavor foi substituído por ódio,um ódio que seria capaz de incendiar toda aquela sala,John Garrett fizera aquilo,era tudo culpa dele e Katherine estava mais determinada do que nunca a matá-lo,iria arrancar o seu coração enquanto ele ainda estivesse pulsando em seu peito e o esmagaria diante dos olhos do desgraçado.

– Ela não pode ficar só,se eu soubesse não a teria deixado ir – Katherine sussurrou,o olhar perdido em algum lugar que só ela podia alcançar.

– Pode sim,ela é uma garota forte – May retrucou e não pôde evitar de sorrir com a lembrança subsequente – Tive diversas provas disso – ela comentou e Katherine ergueu os olhos,fitando-a,como se ansiasse por mais.

May não era tola,sabia que Katherine era guiada por vingança e mesmo que amasse Skye,a vingança viria primeiro. De certa forma a entendia,se tivesse passado pelo o que ela passara,também se sentiria da mesma forma,mas se Katherine tivesse tido a chance de conhecer a Skye que ela conhecia,duvidava que ela pensasse igual. Skye era muito mais valiosa que qualquer vingança.

– Ela estará melhor longe daqui,ela merece muito mais do que isso – May finalizou e já ia deixando a sala de treino.

– Quando tudo terminar,irei passar o resto dos meus dias tentando compensá-la – Kate afirmou.

May parou antes de atravessar a porta – Quando tudo terminar,você se perderá para sempre,consumida pela escuridão que se apoderará de você – sibilou,ela acima de qualquer um sabia a verdade daquelas palavras – Skye merecerá mais do que você terá a lhe oferecer – concluiu,enfim deixando o local.

TEAM SHIELD

O dia enfim despontara e com ele trouxe três novos convidados: Lance Hunter,Barbara Morse e Antoine Triplett. Os dois primeiros foram estrategicamente separados por Tripp que durante todo o trajeto até ali fora obrigado a escutar a interminável briga entre os dois. Já não aguentava mais ser o intermediador daquela DR infinita.

– Prefiro você loira – Hunter sibilou,crispando os lábios e Bobbi o respondeu erguendo o dedo médio no ar. Aquilo pelo menos séria divertido.

– Vejo que o reencontro foi como esperado – Coulson iniciou num ar irônico,ainda pegando a cena de infantilidade de ambos,o homem estava na companhia do restante da equipe que mantinham-se distantes,esperando serem introduzidos à conversa. O homem sorriu pois sabia aonde aquilo tudo iria findar,nos dois transando em algum buraco daquele avião. Hunter e Barbara simplesmente foram moldados um para o outro,apenas eles não notavam isso. – Espero que não tenhamos algum problema,Hunter – Coulson repreendeu o britânico que bufou em descrença.

– Ela que começou! – exclamou de forma exasperada e Tripp apenas sorriu,ouvira bastante aquela frase nas últimas duas horas. Aproximou-se para apertar a mão do líder.

– É uma honra,Sr. – o moreno afirmou.

– A recíproca é a mesma,agente Triplett – Coulson disse sinceramente – Esses são agente Fitz e Simmons,agente Pryde,agente Ward e agente May,creio que essa você já conheça – o homem apontou para o grupo e só então esses aproximaram-se,trocando cumprimentos respeitosos, embora Simmons tenha sido um pouco efusiva demais. Com Trip não era difícil ter-se aquele tipo de reação,o afrodescendente tinha um ar aristocrático,olhos brilhantes e inteligentes que eram capazes de esquadrilhar sua alma e o sorriso ? Sensual mas ao mesmo tempo havia uma certa inocência por detrás daqueles lábios carnudos. Era alto e a regata que usava revelava seus bíceps bem definidos,parecia uma espécie de deus Grego que descera a terra.

Fitz não gostou nada da reação dela.

Agente May fora a última a se aproximar do moreno e esse a abraçou,o que causou certa confusão em todos ali presentes – Minha C.O preferida – ele brincou e a mulher o socou no braço,num ar brincalhão.

– A única que você teve – ela retrucou num ar de falsa ofensa e olhou para Coulson,sorrindo de canto. Adorou a surpresa de ter um ex-aluno integrando sua equipe.

Hunter e Bobbi continuavam a discutir num tom mais baixo,mas igualmente irritado quando Coulson os chamou de volta para a realidade,só então eles cumprimentaram o restante do grupo. Assim como Trip,Barbara e Hunter já conheciam May,mas Hunter preferiu manter distância da chinesa,da última vez que se encontraram as coisas não correram muito bem e ele temia o revide que ela teria preparado para ele.

– Agora que todos já se conhecem,vamos ao trabalho – Coulson anunciou,guiando o trio para os dormitórios vagos,enquanto May punha o avião no ar,a caminho de Missouri.


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo,nem que tenha cinco mil palavras,vai rolar essa missão,fé em Merlin pequenos padawan's. Aliás,vou parar de enrolar tanto,tentarei ser mais contida nesse sentido,ouvi um amém ? Possivelmente.



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