TEAM SHIELD

Não fazia sequer vinte quatro horas desde que Skye partira,mas o avião já havia tomado um ar fúnebre. Não era incomum encontrar alguém rindo de algo e em seguida suspirando tristemente,todos pareciam dispersos e aquilo era a última coisa que Coulson queria. Tinham uma missão para concluir e fariam com ou sem Skye,se bem que até ele teve que admitir que com Skye seria melhor.

Convocou todos para uma reunião,incluindo Katherine.

– Temos uma missão na qual nos focarmos e espero comprometimento total,de todos – iniciou de modo enérgico quando toda equipe chegou e frisou bem o “de todos”,olhando para cada um dos presentes. Todos concordaram com um aceno breve de cabeça. – Katherine nos ajudará,sendo assim,Fitz-Simmons,superem seu pavor com a presença dela – o homem prosseguiu e apesar da sentença cruel,ele não imprimiu um tom bravo,era mais um conselho do que uma bronca.

Os cientistas engoliram um seco e lançaram sorrisinhos amarelos na direção da morena – Claro,claro ... – falavam um por cima do outro,como sempre faziam quando estavam nervosos. Kate riu,da mesma forma que Skye sempre fazia e eles pareceram reconhecer aquele risinho nasalado e aquelas covinhas ao lado dos lábios.

– O que vocês têm para nós ? – Coulson prosseguiu,apontando para os cientistas que se precipitaram com os tablets em mãos.

– Bem,do laboratório fomos capazes de recuperar arquivos sobre uma empresa que trabalha com centopeias,rastreamos o endereço que nos levou para cá – ela falava enquanto punha no painel,atrás das suas costas,um mapa que apontava para Missouri e a planta de um prédio que ocupava todo um quarteirão,aquele detalhe não passou despercebido.

– Por que alguém que estuda centopeias precisa de tanta energia e tanto espaço ? – Ward questionou,os braços cruzados sobre o peito sugeria desconforto.

– Porque eles não estão estudando centopeias – Katherine,que até então manteve-se calada,enfim se pronunciou – É um pseudônimo para um programa de super soldados,eles estão tentando replicar o soro do capitão America – prosseguiu e prendeu os cabelos num rabo de cavalo frouxo. Ward perdeu-se por algum tempo na tatuagem que a mulher exibia no pescoço e notou que para seus quarenta anos,Kate estava excelente. Reprimiu esses pensamentos,focando-se no que ela falava.

– ... Eu já estive nesse local algumas vezes com Garrett,o soro não é estável,eles explodem – Kate prosseguiu,notou os olhares inquisitivos de Ward sobre ela mas se fez de desentendida.

– É o soro do Mike! – Fitz anunciou e sorriu,mas o sorriso não perdurou muito sobre seu rosto – Mas nós conseguimos estabilizar,eles também devem ter conseguido ... – divagou e levou ambas as mãos até a cabeça. Ainda lembrava-se de Mike no complexo,amassando o crânio de um dos soldados com apenas uma mão. Um exército de soldados inimigos iguais a Mike ? Engoliu um seco com aquela possibilidade,ele não foi o único. Ninguém àquela altura estava muito contente com o fato de terem que invadir o laboratório repleto de soldados com superforça.

– Também fomos capazes de rastrear outros laboratórios dessa mesma empresa,todos realizam pesquisas com insetos – Jemma falou e pontos vermelhos começaram a piscar pelo painel. Haviam cerca de doze pontos brilhantes,que iam da Argentina até a Tailândia,ver a dimensão do domínio da HYDRA era desconcertante.

– Vocês ainda têm o sangue do Mike,certo ? – Coulson questionou e os dois cientistas concordaram,já até sabiam qual seria o pedido seguinte – Façam um antídoto que os tornem soldados normais novamente e de preferência um antídoto que eles possam inalar,não estou exatamente interessado em ter que aplicar uma injeção no braço deles enquanto tento manter minha cabeça grudada ao pescoço – Coulson falou e encarou o mapa novamente. - Mande isso para agente Hand,ela coordenará os demais ataques – o homem finalizou e Fitz rapidamente atendeu.

Coulson olhou para seu mínimo grupo e se convenceu que mesmo com Katherine,seis pessoas,incluindo dois sem nenhuma habilidade em campo,não seriam o suficiente para conter supersoldados,todavia,não queria pôr agentes desconhecidos em seu avião e correr o risco de serem traídos novamente. Faria algumas ligações para resolver esse pequeno dilema. Dispensou a todos,pois tanto May quanto Ward já sabiam quais eram suas funções,achar vulnerabilidades que facilitassem suas respectivas entradas e saídas,Kate juntou-se a eles.

FITZ-SIMMONS

– Precisamos achar algum composto que iniba o soro – Jemma iniciou enquanto voltavam para o laboratório,já tendo mil e uma ideias sobre como poderiam impedir o soro de se ligar às células dos soldados.

– Eu preciso achar uma forma de propagação que só atinja aos soldados e que funcione rapidamente – Fitz completou,cada um partindo para sua bancada.

– Sim,um composto que só seja reativo quando em contato com o soro – Jemma completou e parou por um momento,avaliando que teriam que aplicar na corrente sanguínea dos soldados caso quisessem um efeito imediato. Se entreolharam pois lhes ocorreu a mesma ideia; aquilo seria como montar um touro por oito segundos. – Se eles foram estabilizados,assumamos que sim,a dendrotoxina apenas não será suficiente ... – a bioquímica divagava enquanto iniciava simulações com as células de Mike,isolando apenas o soro e testando a reatividade dele.

– Vamos dar um jeito – Fitz tentou animar a amiga e lhe lançou um sorriso de canto. Teriam que dar um jeito,refletiu,todos contavam com eles.

Apesar de não serem lá grandes agentes de campos,era inegável que todas as missões até então tiveram uma gigantesca ajuda dos dois gênios,eles fizeram uma bala que se dividia no tecido subcutâneo e que fora capaz de levar Mike a inconsciência,além de o impedir de explodir. Na missão de Atlanta,tanto as luvas quanto os dispositivos utilizados pela equipe foram criações deles,mas mesmo com tudo aquilo,eles ainda não se sentiam realmente parte da equipe.

– Simmons – Fitz a chamou,largando uma chave de fenda sobre a mesa.

– Sim ? - a britânica não ergueu a cabeça ao responder,estava muito absorta nos seus cálculos.

– Você já se arrependeu de ter vindo para o campo ? – ele questionou e passou a língua sobre os lábios. Desde a missão no complexo não era capaz de dormir,nunca vira tantos corpos e quando Ward atirou na cabeça daquele homem,sem ao menos refletir,sabia que nunca seria capaz de fazer algo do tipo. Considerava se era material para aquele tipo de vida e chegava a temida conclusão de que não,não era.

Jemma tirou os olhos dos seus cálculos e encarou as próprias mãos,ela também não dormia direito desde o incidente. Ver todos aqueles agentes mortos,caídos aos seus pés enquanto subiam pelo elevador,não conseguia tirar aquela imagem da sua cabeça,nem o fato de ter quase atirado na agente May,encarou Fitz e deu de ombros – Não dá para voltarmos atrás,não agora,Fitz – ela o respondeu,virando-se novamente para seus afazeres,mas era inegável,ela também estava indecisa.

– É,claro ... Somos agentes,nosso trabalho é tão importante quanto o dos outros – Fitz emendou,naquele ar otimista que Simmons tanto amava. Ela o lançou um sorriso de canto e uma piscadela cúmplice,que fazia Leo se desprender de qualquer força gravitacional. Como amava aquela garota,se convenceu que nunca se arrependeria de tê-la seguido naquela loucura,contanto que estivesse na companhia dela,tudo ficaria bem.

– Claro que é – a britânica concordou,completamente alheia ao interesse romântico que Fitz nutria por ela.

SKYE

Chegaram em L.A. naquela mesma noite e só então aproveitou para usar o celular de Mike,ligando para Miles a fim de lhe dar a grande notícia. Ele pareceu radiante,sensação compartilhada por Skye.

Mike os hospedou num hotel barato pelas imediações do quitinete de Miles,pois ele realmente levara a sério aquela missão de ser seu cão de guarda e não pretendia baixar a guarda,nem com Miles,mesmo que o conhecesse.

– Eu vou ficar bem,Mike,por favor,relaxe – falava enquanto era seguida pelo moreno pelas vielas desertas que levavam até o quitinete de Miles,ele realmente morava num pardieiro. Chutou um bêbado que dormia nos degraus,para ter passagem,o homem apenas resmungou coçando a barba imunda,nem abriu os olhos. Impediu Mike de arremessar o dito cujo escada abaixo – Esse é o Kevin,inofensivo – falou com a mão espalmada no peito de Mike e suspirou. – Você me leva até a porta,mas depois vai embora,certo ? – Skye falou e ele leu as entrelinhas daquela pergunta,o tom que ela empregou também sugeria que aquele reencontro seria bastante animado.

– Certo – ele concordou,mas não disfarçou o tom reprovador. Mike era do tipo tradicional,não concordava com sexo antes do casamento e achava os jovens da atualidade muito promíscuos,mesmo tendo apenas trinta e cinco anos,se considerava da velha guarda.

Skye dera aquele sorriso capaz de aquecer qualquer coração e finalizou com um beijo sobre a bochecha do mais velho. Subiram mais uns quinze lances antes de depararem-se com o apartamento de Miles,Mike se despediu e bagunçou-lhe os cabelos de modo fraternal antes de partir. Esperou até o grandalhão ter se distanciado o suficiente e só então apertou a campainha. Perdeu o fôlego com a visão que teve.

Miles estava com o torso desnudo,usava apenas uma bermuda que parecia ter posto as pressas,apenas para ir atender a porta. Os cabelos castanhos ainda estavam molhados e foram postos para trás de última hora,com um passar de dedos,e aquele cheiro ? Uma mistura de colônia masculina,sabonete e shampoo,ele realmente havia se esforçado para a recepção da jovem.

Jogou-se nos braços do homem,os lábios tinham pressa,o corpo necessitava daquele contato. Os hálitos se misturavam,o hortelã da pasta estava lá,tinham urgência em seus toques. Os dedos frios do homem deslizavam por suas costas,causando-lhe arrepios que a faziam arfar de prazer,ele a pegou no colo,fazendo-a passar as pernas pela sua cintura,enquanto iniciavam outro beijo,repleto de desejo,as línguas movimentavam-se com sincronismo,tudo sobre Miles parecia certo,eles se completavam,seus corpos encaixavam-se com perfeição. Ele finalizou o beijo,mordiscando o lábio da garota,vê-la gemer lhe aumentava o tesão. Não haviam falado nada,mas desde o momento que seus olhares se cruzaram,nada mais tinha importância. Tê-lo em seus braços,sentir seu cheiro,seu toque,era a única coisa na qual pensava.

Levou os lábios até o pescoço dele,beijando-o entre mordidas. Miles segurava seu cabelo com força,adorava quando ele agia tão possessivamente,dominando a situação. O moreno a chocou contra a parede enquanto a garota tirava a própria blusa e o sutiã,deixando-se a inteira disposição,ele intensificava os chupões em seus seios e a garota reprimia os gemidos,aquelas paredes eram finas feito papel e ela não era do tipo escandalosa na cama,mas estava sendo difícil se controlar e ao que tudo indicava,Miles pretendia vê-la grunhir pois lhe chupava com voracidade,comprimindo o outro seio com a mão livre. Deixou um gemido alto escapar,Miles sorriu sacana enquanto os guiava até o quarto,ele a jogou na cama de modo brusco e ela sorriu toda maliciosa,mordendo o lábio inferior em antecipação. Ele iniciou beijos por toda a extensão das pernas da garota,era possível notar seus tremores involuntários,ela já estava quase implorando,não aguentava toda aquela tortura. Ele adorava torturá-la daquela forma. Retirou o short que ela usava e dava beijos em seus contornos e sobre a calcinha,ele próprio estava enlouquecendo.

– Miles! – ela falou naquele tom manhoso que ele tanto amava e nem precisou passar os dedos na intimidade da garota para saber que ela já estava molhada.

– Miles o que ? – ele retorquiu,num tom rouco,beijando-lhe a barriga e abaixando a calcinha com uma calma que nem ele sentia.

– Por favor ... – ela respondeu com a voz falha e ele não resistiu,terminando de tirar o último item e passando a chupar-lhe com paixão. Skye se contorcia aos toques,ao hálito quente de Miles a lhe invadir,a sua língua a lhe preencher,comprimia o lençol entre os dedos e mordia o lábio para abafar seus gemidos,a respiração descompensada. Estava chegando ao seu clímax e ao sentir dois dedos de Miles a lhe estocarem num ritmo selvagem,gozou. Ele subira pelo corpo da garota,despejando-lhe beijos por toda sua extensão,parando ao notar a cicatriz na barriga da garota,a fitou e ela o recomendou a prosseguir,conversariam depois sobre aquilo. Skye ainda respirava com dificuldades mas isso não a impediu de jogar o corpo de Miles contra a cama e montar sobre ele,iniciando um beijo repleto de juras de amor não ditas,foi descendo os beijos por todo o torso delineado do homem,enquanto as mãos buscavam o botão da bermuda,a tirando com rapidez,as mãos escaparam por dentro da cueca do moreno,mantendo beijos quentes pela extensão do seu corpo. Sentiu a ereção com os dedos e brincou um pouco com ele,da mesma forma que ele fizera,roçava as unhas sobre o pênis e sorriu ao notar ele se render aos seus carinhos. Tirou sua cueca e ele se convenceu que não aguentava mais,pegou a garota pelos cabelos e guiou sua cabeça até seu membro ereto,ela não relutou e passou a chupá-lo no ritmo que ele imprimia,deslizando a língua por todo seu comprimento,segurava nas coxas do mesmo comprimindo-as quando ficava sem ar,só então ele afrouxava o aperto,o orgasmo não demorou e ele fizera tudo na boca da garota,que engoliu com uma cara maliciosa e ainda passou a língua sobre os lábios,volvendo até a última gota.

Como amava aquela garota! Miles pegou-se pensando,estavam insaciáveis. Chupava seus seios,enquanto ela o envolvia com os braços,comprimindo sua cabeça contra seu corpo,o cheiro dela era inebriante,era como estar em casa depois de um longo período perdido e seu órgão não demorou a entumecer novamente. Precisava de cada pedaço dela,precisava gravar seu cheiro,seu gosto,seu toque. Levou a mão até a intimidade da garota,que estava parcialmente deitada sobre seu corpo e com a outra guiou seu órgão,penetrando-a com urgência,a viu gemer e fechar os olhos,arranhando-lhe as costas,adorou a sensação. Iniciou movimentos ritmados dentro dela,deitando-se sobre seu corpo,enquanto ela envolvia as pernas em seu quadril,atingiram o orgasmo juntos. Saiu de cima da garota,que rapidamente aninhou a cabeça em seu peito,ambos estavam descabelados,suados e ofegavam,mas tê-la ali,em seus braços,era a melhor sensação do mundo. Ficaram em silêncio por mais algum tempo,não era o tipo de silêncio intimidador,era o silêncio que trazia paz e aquecia seus corações.

– Precisamos conversar,Miles – a garota sussurrou e ele a comprimiu mais naquele abraço,estava com medo de que ela fosse o deixar,não iria permitir.

– Contanto que você não me deixe novamente – ele falou e a fitou,seus olhos eram suplicantes. Sabia que aquele não era o tipo de ambiente para Skye,ele estava disposto a quebrar seu próprio código de ética e exigir dinheiro pelas informações que roubasse,apenas para comprar um apartamento decente e prover uma vida melhor para sua amada.

– Eu não quis deixar na primeira vez,eu ... tive que fazer algo – omitiu e abaixou os olhos,incapaz de encarar aqueles olhos acinzentados que a faziam perder toda compostura. Não queria mentir para ele,Deus sabia o quanto gostaria de dizer toda a verdade,mas e se ele nunca mais a olhasse da mesma forma ou pior,se ele a mandasse embora,se ele a chamasse de monstro ? Afastou todos esses pensamentos antes que começasse a chorar. – SHIELD me capturou – admitiu,pensando bem nas suas próximas palavras - Eles me fizeram trabalhar lá por um tempo e eu não quis que eles soubessem sobre você,por isso só liguei quando era seguro – finalizou e ergueu a cabeça novamente,lá estavam aqueles globos bondosos a lhe encararem.

– Você fugiu ? – ele questionou num ar protetor.

A menina balançou a cabeça negativamente e ele franziu o cenho,duvidava profundamente que SHIELD fosse libertar uma hacker da estirpe de Skye,com tanta facilidade – Eu os ajudei e eles decidiram me dar uma segunda chance – a garota respondeu,mas ele podia notar que aquilo não era tudo,não a pressionou.

– Eles a balearam ? – prosseguiu,deslizando os dedos pelos cabelos da garota. Condenando-se por não tê-la protegido como deveria.

Novamente ela balançou a cabeça numa negativa – Foi numa das missões e foi de raspão – falou,dando um sorrisinho de canto com a preocupação dele,se ele pelo menos soubesse toda a verdade ... Será que ainda se preocuparia ? Refletia com pesar.

O carinho que ele fazia sobre seus cabelos estava tornando difícil a missão de manter-se acordada,cedeu ao sono,sendo embalada pelo bater do coração de Miles. Finalmente teve um sono tranquilo,sem sonhos,mas acima de tudo,sem pesadelos.

Deixariam para terminar aquela conversa no dia seguinte.