Inescapable escrita por Rayh Bennett


Capítulo 2
Incomplete


Notas iniciais do capítulo

Mais uma drabller Bamon. Essa foi inspirada na música Incomplete dos Backstreet boys.


Desculpe os erros ortográficos.


Boa leitura.



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Espaços vazios me enchem de buracos


Rostos distantes sem nenhum destino


Sem você em mim não posso encontrar descanso


Aonde vou ninguém pode adivinhar





Ele deveria sorrir, ser feliz ao lado de Elena. Por muito tempo foi o que ele mais desejou, até contava as horas e os dias para voltar a vê-la, assim como piadas mesquinhas e cruéis. Uma vez havia dito a bruxinha, que se a perdesse, seria o mesmo que perder sua sanidade, e estava coberto de razão. Naquela época ainda não havia percebido, que ela era mais que sua melhor amiga, mas sabia que seria difícil viver sabendo que jamais voltaria a vê-la, mesmo que certas atitudes e palavras demonstrassem exatamente o contrário.




Você poderia se jogar na frente de um trem, seria uma morte rápida e indolor... ou então morrer enquanto dorme. Sabia que três entre dez pessoas morrem dormindo?”




Você é insuportável, Bennett! Se arrependimento matasse... Se eu pudesse voltar no tempo, jamais teria escolhido você. Deveria morrer, ninguém sentiria sua falta mesmo. Nem sua mãe a suporta. Pobre Bonnie, jamais será amada de verdade.”




E cada vez que fazia alguma dessas idiotices, sabia que quebrava um pouco do coração de Bonnie e o dele mesmo no processo, pois, cada vez que via o olhar ferido e cheios de lágrimas, que ela se recusava a derramar em sua frente, ele se amaldiçoava. Ela seria muito mais feliz longe dele, mas ele era orgulhoso e egoísta demais para se permitir não tê-la ao seu lado. Depois de cada palavra e ação ferinas, ele pedia perdão e Bonnie, por ser tão boa e altruísta o perdoava e ele respirava aliviado por isso.




E agora ele não a tinha mais.




Tentei continuar como se nunca tivesse te conhecido


Estou acordado, mas meu mundo está metade adormecido


Eu rezo para que meu coração seja inquebrável


Mas sem você tudo que eu serei é... incompleto




Mesmo depois de quase nove décadas, a dor não diminuía nenhum pouco, pelo contrário, em cada canto que olhava, sentia sua presença, embora, fisicamente ela não estivesse em lugar nenhum. Ele tenta aparentar que está tudo bem, mas sabe que falha miseravelmente a cada vez que todos o olham com pena. Ele gostaria de gritar para que o deixassem em paz, porém, não possui mais forças para tal. Sabe que ela jamais o abandonaria por vontade própria, e isso só faz com que a amargura em seu coração se alastre como uma doença por todo o organismo, como um câncer que toma conta de cada órgão de seu corpo. E cada vez que pensa nisso, ri amargamente, por saber que é tão desgraçado, que nem mesmo uma doença mortal para um reles humano é capaz de matá-lo.




Ele gostaria de odiá-la por torná-lo um imbecil com sentimentos tão humanos, por quebrar as barreias impenetráveis, que revestiam seu coração e sua alma. Ela deveria ter continuado apenas sendo sua melhor amiga, aquela que o entendia, que era a luz na escuridão e a salvação de todos ao seu redor. Ela se tornou sua fortaleza, mas também sua maior fraqueza, assim como ele era a dela.




Tudo que ele queria era tê-la ao seu lado, ouvir sua voz e seu riso, sentir e gravar o seu cheiro, ver os brilhantes olhos verdes e o sorriso sincero que somente Bonnie possuía. Ele gostaria de ter tido a oportunidade de ter um último momento ao lado dela e fazê-la entender que a amava mais que um dia chegou a pensar se possível amar alguém. O que sentira por Elena não chegava nem perto do sentimento puro, inquebrável e indescritível, que nutria pela bruxinha. No entanto, jamais teria essa oportunidade, Bonnie não voltaria nunca mais, desta vez ela se foi para sempre.




Eles estavam construindo uma vida juntos, tinham até mesmo uma casa, que pela primeira vez na vida sentia como se fosse um lar. Ele a acordava todos os dias com suas famosas panquecas com desenhos de vampiros e uma xícara de café meio amargo, e ela o presenteava com sorrisos e beijos singelos, a noite, sempre conversavam após fazerem amor e ela dormia entre seus braços, antes mesmo da conversa chegar ao fim.




Mas, a morte veio de forma inesperada, sem avisos e despedidas. Bonnie foi arrancada de seus braços e nada pôde fazer para salvá-la. Ele ainda tinha esperanças de tê-la de volta, no entanto, ela se foi quando Elena apareceu no meio do funeral, aquela era a sentença que faltava para mostrar que nada mais seria como antes. Ele não conseguia olhar para Elena, pois, cada vez que a mirava, o rosto de Bonnie vinha a sua mente, os momentos que viveram juntos e os que não tiveram a chance de compartilhar. Não que ele culpasse a Gilbert, apenas não conseguia mais ficar ao lado dela.



Vozes me dizem que eu devo seguir em frente


Mas estou nadando num oceano totalmente só


Amor, meu amor, está escrito em seu rosto


Você ainda pergunta se cometemos um grande erro




Gostaria de acreditar quando dizem que tudo ficará bem, todavia, já vivera o bastante para saber que o tempo não é o melhor remédio, pelo contrário, somente faz a dor e a saudade aumentarem, tornando-se quase insuportável de sentir.




Ele se sente incompleto, perdido dentro de si mesmo. Nada mais chama a sua atenção. Apenas sobrevive dia após dia. Ele sabe que é ridículo se sentir assim e que ela não gostaria de vê-lo daquela forma. Mas o que fazer quando a única que poderia devolver sua vontade de viver, havia sido levado desse mundo para sempre?




Observa o sol se por e respira fundo antes de levantar. Fica petrificado ao sentir o cheiro de rosas e lavanda que somente Bonnie possuía. Balança a cabeça e sorri melancólico ao imaginar que estava finalmente enlouquecendo; com o olhar perdido, começa a caminhar em direção a saída do parque quando alguém colide nele, por reflexo segura o pequeno corpo e fica petrificado ao sentir outra vez – com mais força - aquela essência.




— Desculpe-me, senhor.




A voz doce e infantil o desperta de seus pensamentos, está pronto para dar uma bronca na menininha ruiva, mas, fica petrificado quando ela levanta o rosto e ele vê os tão conhecidos olhos verdes brilhantes e o sorriso sem os dois dentes inferiores da garota. Ela é idêntica a Bennett quando criança, menos os cabelos cacheados e ruivos que emolduram o rosto em formato de coração.




Sem perceber, ele se abaixa em frente a garota e a olha maravilhado. Seu coração morto volta a bater no peito, fazendo-o sentir um carinho que há tempos não sabia o que era.




— Qual o seu nome? - Ela exita em responder, olhando-o com curiosidade. — Não precisa ter medo, não vou machucá-la. - Levanta as mãos e sorri para a menina, que retribui. — Meu nome é Damon. E o seu?




— Bonnie Charlotte McCullough. - Ela abre ainda mais o sorriso.





Tentei continuar como se nunca tivesse te conhecido


Estou acordado, mas meu mundo está metade adormecido


Eu rezo para que meu coração seja inquebrável


Mas sem você tudo que eu serei é... incompleto


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