Recomeçando - Peeta e Katniss escrita por Zoey


Capítulo 17
O fim é apenas um novo começo.


Notas iniciais do capítulo

Ola! :)

Bem, é com esse capitulo que venho me despedi de vocês. Quero dizer que foi maravilhoso esta aqui e amei compartilhar isso com vcs. Essa foi a minha primeira fanfic e adorei escrever cada letra dela. Espero que eu tenha correspondido as expectativas de vcs e também espero não ter saído muito das características reais dos personagens verdadeiros.( ai, vou chorar!) Pq essa foi a minha intenção desde o inicio. E qualquer coisa que não tenham gostado, eu peço desculpas.
Enfim...
Olha, ainda postarei a outra fic que comentei no capitulo anterior, mas não sei que dia. (Olha que vergonha! O capitulo já esta pronto so faltando revisar e eu nessa enrolação). Mas agora que terminei essa aqui, vou me dedicar a outra(prometo!).
Eu tamb tava com outra ideia na cabeça (só uma ideia). Caso eu fizesse uma fic sobre o primeiro livros de jogos vorazes, mas na versão de Peeta, vcs leriam? (É só uma ideia.)
Bem, então vamos para o nosso ultimo capitulo antes que eu alague o meu quarto. T_T

"Que os jogos comecem" _lll_



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Os meus primeiros dias em casa acabaram sendo um pouco mais complicados do que imaginei. A pior parte, era a minha insegurança, o medo que eu sentia a todo instante de acabar fazendo alguma coisa errada. Eu não queria errar com Willow, mas tudo era tão novo que a minha falta de experiência me deixava em desespero.
Mas, eu tinha Peeta. E mesmo tudo sendo tão novo para ambos, ele nunca deixava de me apoiar. A sua confiança e a sua segurança eram mais do que revigorantes para mim, e definitivamente eu não poderia ter dado um pai melhor para a minha filha.


Também percebi logo nos primeiros dias que Willow se acalmava quando me escutava cantar, e acabou adotando isso como um habito diario para as suas sonecas. E preciso admitir que nunca sentir tanto prazer em cantar, como sinto agora que canto para Willow. Quando ela completou quatro meses de vida, a minha filha ja tinha ganhado o triplo do seu peso. Willow parecia uma bolinha roliça, e crescia saudável, enchendo os nossos dias de alegria.
Ainda deitada nos meus braços depois de um cochilo, ela tremeu levemente o seu corpinho rechonchudo. Olhei para ela e sorrir.
A minha garotinha levantou as pálpebras que eram contornadas com finas veias azuladas e olhou fixamente para mim.
—O que foi, amor? Você teve um pesadelo? - Abaixei a minha cabeça e esfreguei levemente o meu nariz no dela. Ela sorrio em resposta. Um sorriso banguela que fez o meu coração vibrar por um sentimento que não parava de crescer. -Eu vou te contar um segredo, também tenho pesadelos e um dia te contarei o porque deles nunca irem embora. - Willow riu novamente e eu retribuir. -Eu te amo tanto, minha menina linda.
Escutei passos vindo do corredor e olhei para porta assim que Peeta entrou no quarto. Ele parou um momento nos observando e depois continuou caminhando na minha direção.
Peeta parou na minha frente e se inclinou deixando o beijo suave nos meus lábios.
—Katniss...é. -Peeta começou a falar e parou de repente, colocando as mãos no bolso da calça.
—O que?
Ele fez uma linha fina com os lábios e se balançou nos pés, me intrigando.
— É que...Tem alguém la em baixo que quer ver você. - Ele disse e eu não deixei de notar a ansiedade na sua voz.
— Como assim? Quem quer me ver? -Perguntei confusa.
Ele deu de ombros e se curvou beijando a barriga de Willow. Ela esticou o bracinho gordo e agarrou a ponta do nariz de Peeta. Ele gargalhou.
— O que você está aprontando dessa vez? - Ergui uma sobrancelha e ele levantou as palmas esparramadas na minha frente, em um gesto de defesa.
—Saiba logo de agora, que sou completamente inocente! -Sorrio.
—Você inocente? - Rir alto da ironia de Peeta. Mas não foi um riso de divertimento e sim um riso de contrariedade. -Conte outra, Peeta. -Ele continuou rindo. -Peeta, eu detesto surpresas e você sabe disso melhor do que ninguém.
Ele fechou os braços envolta de mim e de Willow.
—Essa surpresa é diferente, você vai gostar. Confie em mim. -Peeta murmurou. - Vamos descer e depois você me diz o que acha.
Suspirei cansada.
Ainda contrariada e sem muita alternativa de escolha, desci as escadas segurando Willow contra o meu peito, enquanto Peeta também descia logo atrás de mim. Quando terminou os degraus, olhei em volta da sala que estava vazia e me virei para Peeta sem entender.
—Cade a sua visita surpresa?
Ele sorrio torto.
—A nossa visita, esta a li. - Me corrigiu e apontou na direção da cozinha.
Me dirigir ate a cozinha e na entrada mesmo eu parei, porque as minhas pernas não quiseram mais me obedecer. A visita estava sentada na mesa, e levantou rapidamente quando me viu.
—Mãe?
—Oi, filha. - Ela olhava de mim para Willow com os olhos marejados de lagrimas.
Um nó se formou na minha garganta e troquei um olhar com Peeta, que estava em pé do meu lado. Ele sorrio.
—Eu não disse a você que ela viria. - Peeta sussurrou para mim, enquanto brincava com a mãozinha da nossa bebê.
Balancei a cabeça concordando sem saber direito o que dizer. Virei o meu rosto e voltei a olhar para a minha mãe.
Ela nos olhava cautelosamente com o seu par de olhos azuis, tão azuis como os de Prim foram um dia. E em um gesto nervoso passou a mão no rosto, colocando alguns fios de cabelos brancos atrás da orelha.
De repente, ela caminhou rápido na minha direção acabando com a curta distância que ainda existia entre nos duas e me abraçou. Me sentir aturdida, mas com o meu braço livre passei em volta do seu corpo franzino e comecei a chorar também, enquanto ela soluçava no meu ombro.
—Perdoe a sua mãe, minha querida. Não tem sido nada fácil para mim ficar todos esses anos longe de você, mas a lembrança da sua irmã é tão viva aqui, nessa casa, nesse lugar. -Ela soluçava ainda mais forte. - A sensação é tão esmagadora,Katniss. Eu não tenho forças para suportar. Não tenho. Sou fraca, Katniss. Eu sou covarde.
Eu a abracei ainda mais apertado.
—Tudo bem. Não precisa chorar, mãe. - Murmurei.
—Oh, Katniss ...
—Tudo bem, mãe. Não precisa ficar assim. Eu sei o quanto a falta de Prim machuca.
Ela soluçou mais algumas vezes e depois se afastou, olhando para a Willow.
—Ela se parece tanto com você e com o seu pai. - Minha mãe disse e acariciou a bochecha de Willow. - A foto dela que você mandou, esta do lado da minha cama. -Ela enxugou as lagrimas com a mão e riu. -Tão linda.
Sorrir.
Minha mãe esticou as mãos e eu entendi o que ela queria.
—Eu posso? -Ela perguntou.
—Claro. -Coloquei Willow nos seus braços e me afastei um pouco, dando espaço para ela andar. Minha mãe começou a sacudir os braços ninando Willow, que a observava curiosa.
A minha filha não costumava estranhar ninguém, mas os seus olhos astutos sempre estavam ávidos a informações. Ela nunca tinha visto a avó, então a minha mãe era uma completa novidade pra ela.
Peeta chegou por trás, colocando os braços em volta da minha cintura e ficamos nos dois em silêncio. Apenas observando aquela cena, que demorou anos para enfim acontecer.
A noite, depois que Willow adormeceu, nós duas sentamos frente a frente e conversamos realmente como mãe e filha pela primeira vez. Conversamos sobre tudo, principalmente sobre Prim. A falta que ela nos fazia, a saudade enlouquecedora que fazia questão de nunca ir embora, e nos duas choramos. Choramos porque era a única coisa que poderíamos fazer para aliviar a saudade.
Depois de quatro dias a minha mãe voltou para o distrito 4. A nossa despedida foi mais dolorosa do que esperei que fosse, mas ela partiu prometendo retornar em breve. E dessa vez eu conseguir acreditei nela, porque assim como o resto de nós, a minha mãe conseguiria ficar muito tempo longe de Willow.
O tempo foi passando depressa. E quando Willow completou 11 meses de idade, ela conseguiu dizer a sua primeira palavrinha que não fosse os seus burburinhos de bebê.
—Emiti.
Escutei a voz de Willow e parei de dobrar as roupinhas dentro do cesto. Me virei e olhei boquiaberta para Haymitch e Peeta que estavam sentados no chão, brincando junto com ela.
— O que ela disse? - Perguntei aos dois custando a acreditar, mas foi a própria Willow quem respondeu.
—Emiti! -Ela gritou alto, sacudindo o seu gatinho de pelúcia na mão. -Emiti!
Pisquei aturdida, a minha filha chamava por Haymitch.
Eu deixei tudo sobre a mesa e me agachei na frente dela. Ela me olhou e esticou os bracinhos para que eu a carregasse.
— Foi o meu nome? Escutei certo? - A voz de Haymitch veio logo atrás de mim. -Vocês escutaram o meu nome? Eu não estou ficando louco, estou?
—Emiti. - Willow continuava repetindo e depois de morder a orelha do gato de pelúcia começou a sacudi o bicho no ar.
—Viram isso! - Haymitch gritava e ria como um louco.
Coloquei a minha bebê encachada no meu quadril e olhei para o seu rostinho de anjo, ainda custando a acreditar no que tinha ouvido.
—Repete pra mamãe, o que você acabou de dizer.
Willow franziu um pouco o nariz mostrando o seu sorriso janelado, com dois dentes em cima em dois dentes em baixo e bateu palmas gritando.
— Emiti!
Haymitch gargalhou junto com Peeta. E eu também acabei acompanhados os dois.
Preciso admitir que sentir um pouco de ciúmes por não ter sido o meu nome, mas em compensação a felicidade que me tomou diante aquela situação era inexplicável. Eu fechei os meus olhos e fiz questão de gravar cada detalhe daquela momento na minha memoria.
Presenciar cada evolução diária de Willow, não tinha preço. O seu primeiro sorriso, os seus primeiros passos, e agora a sua primeira palavra quase completa. Nunca pensei passar por momentos tão perfeitos.
—Amor da minha vida. - Sussurrei e beijei a minha pequena no pescoço e ela gargalhou alto. E eu continuei me perguntando ate que ponto o meu coração aguentaria guardar tanto amor por aquela menina. Mas no fundo eu sabia a resposta. Não existia nenhum tipo de limites quando o assunto era amar Willow.
O meu passarinho crescia cada vez mais linda. Com dois anos e meio, Willow ja falava praticamente tudo. E era engraçado como eu conseguia ver nitidamente nela, uma mistura de mim, de Peeta e de Prim. E não falo de características físicas, falo realmente da personalidade dela.
Willow, mesmo pequena, já tinha a minha força e a minha coragem. A garotinha não tinha medo de nada, era incrível a determinação que tinha. Mesmo que alguma coisa a assustasse pra valer, ela fazia de tudo para não demonstrar a ninguém.
Mas a minha menina também era doce e adorável, igualmente a Prim. Se qualquer um de nos se machucasse ela tratava de nos da carinho imediatamente, tentando nos confortar da maneira que podia. Sem falar nos insetos que ela sempre achava na porta de casa e escondia no quarto para cuidar do seu suposto machucado.
Já de Peeta, Willow tinha a inteligência e a astúcia. Ela tinha uma imaginação tao fértil, que se você não a conhecesse, acreditaria imediatamente em qualquer coisa que ela contasse. Ela é muito boa nisso, muito habilidosa com as palavras. Por enquanto so perdia para o pai, mas isso só era questão de tempo para ser mudado.
Quando ela fez três anos, a sua doçura com os animas quase me fez ter um infarto fulminante. Era uma manhã de primavera quando Willow tratou de me assustar ate a morte.
Naquele mesmo dia, acordamos bem cedo e coloquei o meu plano de passarmos o dia inteiro no Meadow em pratica. Arrumei uma cesta de piquenique com bolos e biscoitos que Peeta sempre deixava prontos em casa e enchi uma garrafa térmica com o suco preferido de Willow. Suco de amoras roxas.
Quando chegamos na cidade, dei uma rápida passada na padaria para Willow ver o pai. Ela amava ver Peeta confeitando os bolos, e logico que sempre aproveitava a oportunidade para enfiar os dedos gorduchos e lamber todo o doce que desse bandeira na frente dela.
E Peeta como sempre, só fazia rir.
Quando os dois estavam juntos, eu não sabia diferenciar qual deles aprontavam mais. Eram duas crianças ao invés de uma. E esses momentos apesar de sempre acabarem com muita sujeira, eram momentos únicos de felicidade que eu fazia questão de presenciar todos eles. Não queria perder nenhuma fase de Willow, e dividir tudo isso com Peeta, era mais do que eu poderia querer.
De lá, fomos direto para o nosso principal destino. Nossa manhã no Meadow foi bem agradável, comemos muito, cantamos, corremos e Willow aproveitou todo o espaço para fazer o que mais gostava. Dançar.
Ela erguia os bracinhos e rodopiava junto ao vento que fazia ondas com o seu vestido e seus cabelos longos e negros. E ela ria alto, pulando entre as arvores, me fazendo rir igualmente a uma mãe boba e apaixonada. Porque é isso o que sou, uma mãe perdidamente apaixonada pela filha.
No meio da tarde o tempo começou a esfriar de repente. O vento frio estava agradável, mas como Willow estava usando apenas um vestido de tecido fino, achei melhor voltarmos para casa o quanto antes. Deixei ela sentada, brincando em uma árvore próxima a mim, e me virei rapidamente para arrumar a bagunça que tínhamos feito sobre a grama. E quando voltei a olhar para a arvore, Willow não estava mais sentada lá.
Olhei em volta e nada.
Acho que naquele instante eu morri umas cem mil vezes seguidas. A única coisa que eu conseguia escutar, era o meu sangue pulsando forte na cabeça.
—Willow! Willow! - Gritei e nada. Me desesperei ainda mais e comecei a chorar. -Willow! Cade você? -Nada, ela não respondia. Sentir espasmos atravessando o meu corpo e comecei a soluçar alto. - WILLOW! - Gritei colocando pra fora todo o ar que tinha de reserva nos meus pulmões.
— Mamãe? - A voz dela veio do meu lado esquerdo e quando olhei, Willow estava dos pés a cabeça melada de lama e me olhava assustada.
Sem pensar duas vezes, eu corri ate ela e joguei os meus joelhos no chão, apertando ela fortemente contra o meu peito. Beijei varias vezes o seu rostinho e comecei a olhar se tinha algum machucado no corpo. Ela continuava me olhando sem entender.
—Aonde você esteve, garota? -Gritei entre as lagrimas. Quer matar a sua mãe do coração? - Chorei ainda mais forte e o meu corpo não parava de tremer.
— O gatinho,mamãe. -Ela me respondeu ainda seria.
—Que gatinho?
Ela levantou o vestido duro de lama e tirou de baixo dele uma miniatura de gato. O segundo gato mais feio que eu já tinha visto em toda a minha vida.
—Onde você encontrou esse gato?
Ela finalmente sorrio.
—No buraquinho, mamãe. - Ela pegou a minha mão e me levou, mostrando o tal buraquinho. Era uma toca vazia de algum animal pequeno, bem próxima da arvore onde ela brincava ate agora a pouco.
— Você pegou o gato, ai dentro? - Perguntei e ela balançou a cabeça rindo. Fiquei abismada -Bem, isso explica toda essa lama. - Eu me abaixei na altura dos olhos dela e segurei o seu pequeno rostinho nas mãos. -Willow, escute a mamãe. Nunca mais faca isso. Na próxima vez fale comigo que eu te ajudo, mas nunca mais tente fazer qualquer aventura sozinha. É perigoso. Você me entende? Você promete?
— Prometo. -Balançou a cabeça concordando mais uma vez e me abraçou, aumentando ainda mais a minha vontade de chorar.
Quando se viu imprensado entre nos duas, o segundo gato mais feio do mundo miou. Soltei a minha filha e encarei o bendito gato. Ele me olhou com os seu par de olhos vesgos e coloridos. Sim, coloridos, porque um era verde e o outro amarelo.
Ele miava alto, e Willow começou a afagar a pelagem mariscada. O gato era tão seco, que so de olhar, eu conseguia contar todas as costelas.
Deveria esta com fome o gato horroroso. Alias era obvio que estava faminto.
—Você que esse gato feio? - Perguntei fazendo uma careta.
Ela balançou a cabeça com os olhos pidão para mim, e não tive como dizer não. E imediatamente lembrei de Prim e Buttercup. O primeiro gato mais feio do mundo, mas que foi o meu companheiro ate o seu ultimo momento de vida, quando a velhice lhe pesou alem do limite.
—Tudo bem. Dessa vez eu deixo.
Willow riu, pulando com o gato sobre o ombro e me beijou. Em seguida ela colocou o gato monstruoso na cesta vazia e pulou nos meus braços para carrega-la. Eu encaixei a minha monstrinha de lama no quadril e voltamos os três juntos para a vila.
A noite, sentir o meu corpo inteiro pesar, estava completamente exausta. Foi a primeira vez em três anos que Willow tinha me feito passar por um susto tão grande e tudo por causa de um gato feio. E algo no meu intimo dizia que aquela não seria a ultima encrenca que a minha filha aprontaria.
Para o meu desespero.
Depois de tomarmos o nosso ultimo banho do dia juntas, lhe dei um beijo de boa noite e deixei ela no quarto com Peeta. Hoje era a vez dele de coloca-la para dormir e geralmente ele tinha que contar umas ou duas historias seguidas. Willow, nunca se contentava somente com uma, e quando era a minha vez, ela optava pelas canções. Ficávamos nos duas cantando baixinho ate o sono dela chegar e ganhar a batalha.
Quando eu já estava quase pegando no sono, Peeta entrou no nosso quarto e o barulho da porta fechando me fez despertar.
—Ela não desgrudou um segundo do gato. - Disse rindo . - Ainda me obrigou a pegar uma das toalhas dela para enrolar o bicho. Ela disse que assim ele não sentiria frio. -Peeta sentou na cama puxando as cobertas.
Balancei a cabeça e acabei rindo também.
—Quando ela faz essas coisas, eu só consigo lembrar de Prim. - Comentei.
—Verdade. Eu também observei isso. -Peeta falou e começou a engatinhar na cama ate ficar pairando sobre mim. - Willow, é uma criança maravilhosa. Eu tenho tanto orgulho dela. Cada palavrinha que sai da boca dela, cada gesto, cada atitude. Ela é tão especial, e eu a amo tanto.
Sorrir.
Peeta se abaixou e beijou a minha boca de leve. Ele afastou a cabeça um pouco e me observou por alguns segundos antes de se abaixar e me beijar novamente. E eu retribuir de bom agrado.
Quando finalmente ficamos sem ar, ele separou os nossos lábios um pouco e sussurrou:
—Katniss... O que você acha da ideia de darmos um irmãozinho a Willow? - Ele disse sorrindo e com os lábios ainda pressionados aos meus.
Eu rir.
—O que? Que historia louca é essa agora?
Ele começou a beijar o meu queixo, descendo lentamente ate a curva do meu pescoço. E todos os pelos dos meus braços ficaram eriçados.
—Uma ideia... - Ele continuava com a trilha de beijos e riu com os lábios encostado na minha pele. - Uma ideia maravilhosa.
Sacudir a cabeça sem acreditar no que tinha escutado e apoie as minhas mãos no ombros de Peeta, afastado só o suficiente para olhar o seus olhos.
—Você esta ficando louco?
Ele riu.
—Louco por você e pela nossa filha. E quem sabe, ficar ainda mais louco por uma outra pessoinha daqui a alguns meses... -Disse rindo.
Franzi as minhas sobrancelhas, e me bateu uma vontade louca de acertar Peeta com alguma coisa, só pra ver se o juízo voltava.
—Eu não vou ter outro filho. Já temos Willow. -Tentei falar seria. -Esqueça essa sua ideia.
—Ela esta crescendo sozinha, Katniss. E um irmão só faria bem para Willow.
—Não, Peeta. Willow tem a nos dois e tem Haymitch também. Então ela não está sozinha.
—Você sabe que não é a mesma coisa. Somos adultos, estou me referindo a uma outra criança para fazer companhia a ela.
—Não, não e não. -Falei alto para ele sentir a chateação na minha voz. -Willow não precisa de um irmão.
—Eu não entendo o porque de tanta resistência. Você é uma mãe tão maravilhosa e eu sei que você ama isso. Eu observo cada atitude sua com a nossa filha, vejo o quanto você esta feliz, vejo como você se dedica a ela. Então, qual é o problema de termos mais um filho? Eles vão crescer juntos e você sabe que eu sempre te ajudo em tudo.
—Não. -Sacudi a cabeça decidida.
Ele riu. Estreitou os olhos e de repente voltou a me beijar, me surpreendendo.
—Peeta, espere...estávamos conversando. E você n...
—Pense em como será bom. Pense na felicidade que Willow sentira se dermos esse irmão a ela. Por favor,Katniss. Por favor, meu amor. - Ele murmurava e ainda sim não parava de me beijar, fazendo um jogo muito baixo comigo. E cabei gemendo quando a sua boca encontrou novamente o meu pescoço. -Diga que sim. -Ele insistia.
As mãos de Peeta desceram sorrateiramente ate a minha cintura e logo passaram pelo o meu quadril, apertando a minha coxa com força. E eu só conseguia escutar as nossas respirações ofegantes tomando conta do ambiente.
—Peeta... -Em um segundo de lucidez tentei argumentar de novo, mas ele não parava e eu não conseguia dizer mais nada.
E em um gesto lento e gracioso, Peeta esfregou o quadril contra o meu, fazendo todo o meu corpo reagir em resposta. Ele parou novamente e sentou na cama me olhando.
Ainda sem tirar os olhos de mim, puxou a camiseta pela cabeça e logo voltou a cobrir o meu corpo com o dele. Aproveitei fechando os meus braços em volta do seu tronco e arranhei lentamente as suas costas com as minhas unhas. Ele se contorceu sobre o meu toque e começou a gemer baixinho o meu nome.
—Há... Eu te amo tanto, Katniss. -Peeta sussurrou em um gemido rouco no meu ouvido, e naquele momento todos os meus argumentos imaginados para afastar aquela nova ideia, foram completamente por água abaixo. Eu já estava perdida, e não tinha mais jeito.
E foi assim que nove meses depois o meu Rye, veio ao mundo.
Carrega-lo no meu ventre foi um pouco mais fácil do que carregar a menina, mas não muito. A gravidez foi saudável, então resolvi te-lo em casa, com Greasy sae fazendo o meu parto. Afinal, ate eu mesma vim ao mundo através de suas mãos experientes.
—Força, Katniss! A cabeça ja esta coroando. - Greasy sae gritava entre as minhas pernas que estavam arqueadas na cama.
Agarrei os lençóis enrolados entre os meus dedos e continuei fazendo força. O suor do meu rosto pingava no meu ombro e escorria pelo o meu peito.
—Estou cansada, Greasy Sae. -Gemi entre os dentes.
—Não podemos pensar em cansaço agora, Katniss. Empurre, ja esta quase saindo!
—Certo! -Gritei. Apertei os meus olhos com força e empurrei ainda mais o meu bebê para fora.
E quando senti o alívio tomando conta do meu corpo, o choro do meu bebê explodiu no quarto.
Conseguir mais uma vez. Conseguir trazer mais um filho meu ao mundo.
Greasy Sae enrolou o meu bebe em uma manta e o colocou nos meus braços.
—É um menino, Katniss. - Greasy Sae disse sorrindo.
Eu também sorrir.
Afastei a manta do seu rostinho e beijei o centro da sua testa. O rostinho ainda estava melado com a gosminha branca, mas eu não me importei. Beijei ele mais algumas vezes e comecei a chorar emocionada. E aquele mesmo sentimento que me invadiu quando carreguei Willow nos meus braços pela primeira vez, me tomou mais uma vez quando sentir o corpo quentinho do meu garotinho.
Greasy Sae saiu do quarto e imediatamente Peeta entrou. Ele ja estava chorando antes mesmo de sentar do meu lado.
—É um menino, Peeta. -Sussurrei pra ele. -Ele é tão lindo.
Peeta correu o dedo pela bochecha do nosso menino, sem conseguir se decidir se sorria ou se chorava.
— Sim, ele é lindo. Um menino. -Ele riu ainda mais alto. - O nosso menino. - Peeta passou a mão no rosto enxugando as lagrimas e beijou demoradamente a cabecinha do nosso bebê.
***
Olhei para o céu azul. O calor da tarde ensolarada aquecia deliciosamente a minha pele. Me sentir completamente relaxada naquele momento, afinal eram poucas as ocasiões que eu conseguia me sentir tão tranquila.
Abaixei o meu rosto e observei a minha turminha se divertindo. Willow estava dançando no meio das flores, enquanto Peeta estava com Rye, encostado em uma árvore. Ele fazia cócegas na sua barriga, e ele ria alto, soltando a sua gargalhada gostosa de bebê.
O meu garotinho em breve faria dois anos. Era inacreditável como o tempo passava tão rápido. Me lembro como se fosse hoje o momento do seu nascimento.
Peeta me olhou e colocou Rye no pescoço, caminhando ate onde eu estava.
—Mamãe! - Rye gritou.
Estiquei o meu braço e peguei o meu menininho bagunceiro. Peeta riu e sentou do meu lado, me abraçando.
—Mamãe, Lilo? -Rye perguntou e eu afaguei os seus cachos louros com a mão.
Rye era a miniatura perfeita de Peeta. A única diferença era os olhos. Que ao invés de azuis, eram cinzentos como os meus.
Acariciei a bochecha vermelhinha e apontei na direção das flores.
—Willow, esta ali. -Ele riu com os seus dentes branquinhos e correu com um pouco de esforço nas suas perninhas gorduchas de bebê na direção da irmã. Willow viu o irmão se aproximando e o agarrou fazendo ele gritar com uma gargalhada.
Eu e Peeta rimos de onde estávamos sentados.
Fiquei um bom tempo olhando para eles dois correndo e se jogando no chão. Os filhos de Peeta que brincam tranquilamente no Meadow. Os meus filhos, que não sabem que brincam em um cemitério.
Willow esta crescendo e as perguntas só estão começando. Na escola, os professores dão aula sobre a época dos jogos vorazes e ela sabe que fizemos parte desses eventos. Rye, saberá também daqui a alguns anos, mas quero encontrar uma maneira de contar tudo a eles sobre aquele mundo sem deixa-los mortos de medo. Só que ainda não sei como.
Peeta diz que encontraremos uma maneira, e que os faremos compreender tudo o que aconteceu de uma maneira que os torne ainda mais corajosos. Também terei que contar sobre os meus pesadelos. Por que eles acontecem e por que eles jamais vão embora.
Contarei a eles como sobrevivo a tudo isso. Direi que tem manhãs que é impossível sentir prazer em qualquer coisa que seja, porque temo que tudo o que eu conquistei de bom na minha vida seja tirado de mim algum dia.
E mesmo depois de já ter se passado mais de vinte anos, quase nada mudou. A crueldade das pessoas continuam as mesmas, a única diferença é a ausência dos jogos. E quando faço uma lista de atos de bondade que ja vi alguém realizando, é decepcionante.
—Esta tão pensativa, o que houve? - A voz de Peeta me tirou dos meus devaneios.
—Nada, só estava observando os meninos. - Olhei mais uma vez para os meus filhos brincando na campina e depois sorrir para Peeta. -Eu te amo, Peeta.
Ele franziu a testa, mas riu satisfeito. Chegando ainda mais perto, me apertou nos braços e suspirei aliviada por esta no melhor lugar que eu poderia existir. Os seus braços.
—Eu também te amo, Katniss. E vou te amar para sempre.
Sorrir e beijei os labios do meu dente- de- leão da primavera. Só mesmo Peeta e os meus filhos para conseguir renovar a cada dia os meus votos de esperança. Porque, no fundo eu sei, que passe o tempo que passar, a vida vai sempre continuar assim, como um jogo cruel e repetitivo.
Mas ainda sim, eu sei que a outros jogos muito piores do que esse para se enfrentar.


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Notas finais do capítulo

Então foi isso, chegamos ao fim! :'(
Gente, a autora louca queria fazer um ultimo pedido a vcs. Queria pedir a todos que acompanharam a fic, que deixassem o seu ultimo comentário. Digam o que acharam, essa vai ser a ultima vez que vamos falar sobre Recomeçando. Atendam ao último pedido da chorona aqui! Por favor, amores meus. Meus amores, amores da minha vida. (Please) E os leitores que chegarem depois, comentem também. Eu vou ficar super feliz em conversar com todos.
Bem, acho melhor dizer logo o meu adeus. Se não vou começar a soluçar. (E ninguém merece os meus soluços kkkkkkk).
Adeus meus queridos, e
que a sorte esteja sempre a seu favor!
Beijo no coração!! ;)

Gabrielle.