O Nosso Amor escrita por ElaineBDQ


Capítulo 27
Uma Viagem Inesquecível ! - Parte II




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Apesar de ter pedido calma, ele estava muito agitado, pois não sabia o que fazer em situações como aquela. Tudo o que mais queria era ir embora daquele lugar e estar novamente no aconchego de sua casa!

Eles começaram a caminhar e tudo o que viam pela frente eram intermináveis árvores e não encontraram nenhuma residência ou estrada naquelas proximidades. Rafael olhou para o tempo e como eles haviam caminhado já por algumas horas a temperatura começava a esfriar, pois estavam chegando próximo ao Outono e sabia que teriam muitos problemas. Ao olhar para Helena viu que ela parecia cansada e ele também estava exausto, e com muita sede. Mas onde conseguiriam água? Precisavam pensar rápido!

_ Vamos parar um pouco Helena, estamos cansado e você esta quase morrendo com esse sapato.

Ela sentou na pedra e levou às duas mãos a cabeça em sinal de preocupação, mas ao sentir a mão de Rafael tocando seu pé ela olhou-o com surpresa.

_ Olha para isso! Está só bolhas e você não vai conseguir andar com esse sapato.

O modo como ele tocava em seus pés era tão delicado. Era como se com aqueles gestos ele pudesse remover cada machucado e aquilo causou uma emoção tão grande. Ela não sabia dizer se era por seu emocional abalado ou se de fato ainda amava sentir o toque dele, mas não conseguiu conter o choro.

Ao ver que ela soluçava Rafael tocou de leve em sua face e pressionou seus lábios contra o dela na tentativa de lhe transmitir segurança e afeto. Pois ele também precisava disso porque estava com receios e insegurança.

_ Eu tenho medo de Rafael... E se a gente...

_ Por favor, não pensa isso! Eu preciso ver se encontro água pra gente.

_ Não! _ ela segurou o braço dele com força _ Por favor, não me deixa sozinha aqui.

_ Eu não vou deixar você, mas eu preciso encontrar água ou nos não vamos aguentar. _ Ele segurou o queixo dela e fez com que ela olhasse para ele _ Você não vai dar conta de ir comigo, mas eu vou voltar. Eu juro!

_ Tudo bem.

Helena observou quando ele seguiu rumo a uma trilha na mata e se encolheu no canto abraçando seu corpo estava tremulo demais e devido a queda de temperatura começava a sentir o corpo febril.

Ficar doente era tudo o que ela menos precisava naquele momento! Suplicou em pensamento olhando para o céu na esperança de ser atendida. Como queria voltar a ver Rebeca e sentir o cheirinho de sua filha.

Por favor, Deus, permita que eu possa ver minha filha novamente!

Não soube dizer exatamente quanto tempo passou, mas havia passado muito tempo e já começava a sentir aflição por estar sozinha ali, então ouviu passo e pôde ver que era Rafael retornando. Abriu um largo sorriso de alivio e foi de encontro a ele e o abraçou fortemente não ligando a mínima para o que ele poderia pensar.

_ Calma, eu não disse que ia voltar.

Percebendo seu estado ela se recompôs e perguntou:

_ Encontrou água?

_ Sim, aqui perto tem um rio. Aproveitei para ver e tem um local onde a gente pode se abrigar enquanto descansa. Vamos!

Caminhando com um pouco de dificuldade eles chegaram ao local onde poderiam se abrigar e beber água. Tudo o que ela mais desejava era se saciar a sede e descansar, pois sentia que seu pé latejando. E assim o fez! Quando saciou a sede ela sentou ao lado de Rafael mostrava sinais de cansaço.

_ Você acha que eles vão demorar a encontrar a gente?

_ Espero que não... Esse lugar não é agradável.

Ela assentiu concordando e sentindo calafrio no corpo espirrou.

_ Você esta resfriada?

_ Acho que foi o tempo frio.

Com a costa das mãos mediu a temperatura dela em comparação com a dele e o resultado era obvio demais!

_ Helena, você está com febre!

_ Eu estou bem! Preciso apenas descansar um pouco.

Apesar de dizer que precisava descansar um pouco, seu corpo emitia outra ordem e o repouso acabou por se tornar um sono profundo devido a elevação de sua temperatura e a situação piorou quando ela começou a ter enjoos .

Diante daquela situação não havia muito que fazer devido aos poucos recursos e o que ele pedia era que alguém os encontrasse logo, ou a vida de Helena estaria em risco.

_ Eu estou com frio _ sussurrou ela sentindo o corpo arrepiar.

Rafael retirou sua jaqueta e colocou sobre ela e a manteve junto a seu corpo para lhe passar calor. Helena tremia muito e o fato de não poder fazer nada o desesperava de tal modo, pois não conseguia nem imaginar a possibilidade de algo pior acontecer a ela.

O rosto dela estava pálido pela alta temperatura e ela fazia menção de dormir. Mas ela não poderia fazer isso agora, pois precisava que ficasse acordada então tocando em sua face sussurrou próximo seu ouvido:

_ Por favor, meu amor não durma, eu preciso que você fique acordada! Helena, eu amo você. Por favor, acorde!

Mas ela não acordou! E à medida que ia passando os minutos a febre dela parecia aumentar cada vez mais até o ponto em que ela começou a delirar chamando pela filha dizendo que sentia saudades e outras coisas desconexas.

_ Rebeca... Rebeca... Rafael... Nossa filha...

Ele a apertou mais forte contra seu corpo e pediu a Deus que alguma equipe aparecesse logo antes que algo pior acontecesse e não suportaria perder o único e verdadeiro amor de sua vida.

Ainda entre delírios ela insistia em falar da filha e Rafael parou para ouvi-la. “_ Rebeca... Rebeca... Rafael... Nossa filha...”

Rebeca era sua filha? Seria isso real ou delírio? Ele não tinha como saber a não ser que ela confirmasse, mas suspeitava que talvez não fosse ouvir isso dos lábios dela. Só que ele sabia que essa possibilidade realmente existia.

Rafael também estava muito cansado e sentia a fadiga no corpo a medida que os minutos passaram . No desespero por se salvarem ele acabou ignorando os sinais que seu corpo emitia e pego pelo cansaço fechou os olhos. Não soube dizer o tempo que passou, mas se espantou com a presença de mais pessoas no local e agradeceu a Deus por ter ouvido seu pedido de socorro.

Lisboa - Portugal, 2015

Helena quando finalmente pôde recobrar a consciência olhou em volta e viu que estava em um hospital, não era de estranhar que estivesse sentindo um cheiro de álcool. Levantou a mão para esconder seus olhos da forte claridade e viu o fio de soro em seu braço e aos poucos relembrou do acidente que tinha acontecido.

_ Bom dia, bela adormecida.

Ela levantou o olhar e viu que Armando entrava no quarto e sentou ao lado de sua cama em uma das poltronas.

_ Onde eu estou?

_ Em Lisboa... Helena, você esteve dormindo o dia todo e confesso que já estava assustado, mas o médico disse que você está bem e que não teve nenhuma sequela , a não ser os arranhões.

O alivio no rosto dela foi visível e então de repente veio a sua mente “Como estaria Rafael?”. Ele esteve com ela em todos os momentos tentando animá-la para que ficasse acordada. Se algo tivesse acontecido a ele... Mas então o viu entrar no quarto e sentiu uma imensa alegria ao vê-lo bem e saudável.

_Oi Rafael _ disse Armando levantando e parando de frente para o irmão _ Tudo bem ai?

_ Tudo certo! Já recebi alta

Ele virou de frente para Helena e perguntou:

_ E você como está? Melhor?

_ Creio que sim.

_ A médica disse que ela ficará de observação hoje por causa do baque na cabeça, mas amanhã já pode ir para casa.

_ Que bom _ ele disse sentindo de fato um alivio, pois durante as horas em que esteve lutando para mantê-la aquecida pensou que talvez não conseguissem sair dali com vida.

_ E a Rebeca como está?

Estava morta de saudade de sua filha e não via a hora de poder beijar e abraçá-la bem apertado e dizer o quanto a amava!

_ Não se preocupe Helena, sua filha esta ótima sob os cuidados da Melissa. Ela mandou avisar que te manda os “super beijos da Rebeca”!

Helena riu para Armando, pois estava muito feliz de ter saído daquele lugar viva e poder novamente ver sua filha.

_ Bem, eu preciso ir . A hora de visita acabou e ainda preciso resolver a questão da Espanha...

Ao ouvir falar de Espanha imediatamente recordou de viagem e no seu olhar ficou evidente suas inseguranças com relação a voo.

_ Não se preocupe, eu vou ficar bem!

Ele se aproximou da cama e tocou de leve na face dela

_ Eu vou deixar você sob os cuidados do teu salvador!

Armando tocou os lábios em um beijo suave e rápido, mas que não passou despercebido aos olhos de Rafael o amor que seu irmão sentia por ela. Apesar de ter sido um toque apenas, já foi o suficiente para despertar nele aquela inquietação que sentia toda vez que os via juntos. Não queria que nenhum homem tocasse os lábios que eram somente seu!

Quando ele saiu Rafael se aproximou dela e fitou-a para ter certeza de que realmente ela estava bem.

_ Eu estou bem! _ disse ela percebendo sua preocupação _ Obrigada por ter ficado comigo... Se não fosse...

_ Fiquei tão aliviado quando entrei nessa porta e vi teu sorriso, confesso que me sentir tão feliz! Enquanto estivemos ali meu maior medo foi que algo pior acontecesse a você.

Era visível a sinceridade de suas palavras e aquilo era tocante por isso ela segurou a mão dele e pressionou com firmeza.

_ Você salvou minha vida Rafael, apesar de tudo...

_ Por favor, não fala isso Helena! Eu não quero mais àqueles sentimentos. Para mim todos aqueles pensamentos ruins ficaram para traz!

Seria possível que ele estivesse finalmente crendo nela?

Quando ela pensou em responder algo à enfermeira entrou no quarto dizendo que a hora de visita tinha se encerrado , então ele apenas se despediu dizendo:

_ Nos temos algo que conversar, não é mocinha? _ ele sorriu ao ver o rosto confuso dela _ Mas não se preocupe, teremos tempo depois que você sair. Por isso aguardarei com paciência.

O que ele queria dizer com aquilo?

Não tinha essa resposta por enquanto! Rafael se aproximou da cama e beijou sua testa com imenso carinho e logo em seguida saiu do quarto.

***


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Notas finais do capítulo

Estou realmente feliz pelo carinho de cada leitor com a historia. Muito obrigada por todos os comentários :)



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