Como recuperar o tempo perdido? escrita por bells


Capítulo 24
CAPÍTULO 23


Notas iniciais do capítulo

O ponto de vista do Christian,, agora vocês sabem porque ele sumiu durante a semana. Espero que gostem! Quero saber a opinião de vocês. Proximo capitulo vamos ter a conversa definitiva entre o Christian e a Ana!!



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CHRISTIAN POV

Não consegui dormir direito aquela noite, ainda estava nervoso com o que tinha acontecido, o acidente de Ana e meus filhos, descobrir que tinha sido uma tentativa de assassinado e, finalmente, minha confissão à Ana. Eu sei que ela estava inconsciente, mas os médicos dizem que pessoas em coma podem ouvir e sentir. Eu realmente espero que Ana tenha escutado tudo o que eu falei, a pesar de achar pouco provável.

Acordei com vontade de correr ao hospital, mas tinha outras coisas para fazer. Emma e Noah precisavam ir à creche, precisavam continuar com sua vida normalmente. Levantei da cama e fui ao banheiro tomar meu banho, assim que saí botei meu terno e terminei de me arrumar. Ainda era cedo, então desci até a cozinha, Gail já estava acordada.

_Bom dia Gail.

_Bom dia, senhor Grey.

_Pode preparar um café da manhã reforçado para os meninos, vou leva-los a creche. Sofia vai ficar aqui, não tive tempo de procurar uma babá. Me desculpe, sei que tem muito trabalho aqui. – Estava em sentindo mal por sobrecarregar a Gail, eu já deveria ter conseguido uma babá ou pelo menos uma empregada nova.

_Não tem porque se desculpar, senhor. A pequena Sofia não dá trabalho.

_Obrigado, Gail, não sei o que faria sem você. – Disse sincero, Gail sempre foi de grande ajuda, está comigo desde que saí da casa dos meus pais. _Vou acordar os meninos, algo me diz que não vai ser muito fácil convence-los a ir para a creche. – Disse subindo as escadas em direção ao quarto dos meus filhos.

Entrei no quarto sem fazer barulho, Emma e Noah estavam esticados, cada um eu sua cama, – já que eles queriam dormir no mesmo quarto, achei melhor colocar duas camas no quarto do Noah – decidi acordar o Noah primeiro, ele era o que dava mais trabalho.

_Noah? Filho, está na hora de acordar. – Disse balançando ele devagar. Ele se remexeu na cama, mas não acordou. _Vamos, Noah, você precisa acordar. – Disse tirando o cobertor e passando as mãos em seus cabelos. Ele abriu os olhos aos poucos e ficou me encarando. _Bom dia, filho.

_Bom dia. – Disse ainda sonolento, na verdade eu não acreditava que ele tivesse acordado por completo.

_Está na hora de levantar, filho, vocês tem que ir para a creche.

_Não quelo, eu quelo a mamãe. – Disse com os olhinhos molhados. Eu o peguei no colo e encostei sua cabeça em meu peito. _Eu sei filho, eu também quero a mamãe de vocês, mas ela precisa ficar no hospital mais um pouco. – Disse tentando reconforta-lo, mas não pareceu dar certo.

_Papai? – Perguntou Emma se sentando na cama. Me levantei com Noah em meu colo e fui me sentar ao lado dela.

_Bom dia, amorzinho. – Emma não respondeu apenas engatinhou até mim e deitou no meu colo, ao lado do irmão.

_Quelo a mamão, papai. – Disse esfregando seu rosto no meu peito.

_Hey... eu sei que estão com saudades, eu também estou, mas a mãe de vocês tem que ficar um tempinho no hospital para ficar boa. Vocês querem que ela fique bem, não? – Perguntei e os dois balançaram a cabeça em afirmação.

_A gente pode visatá a mamãe? – Perguntou Noah.

_Não sei, filho. Não acho que o hospital seja um bom lugar para crianças, não quero que vocês fiquem doentes. Porque não esperamos que a mãe de vocês fique boa? Assim podem passar o tempo todo grudados nela.

_Vai demolá muito? – Perguntou Emma.

_Só um pouco, talvez uma semana. – Respondei.

_Uma semana é muito tempo. – Reclamou minha pequena.

_Não é tanto tempo assim, você vai var. Daqui a pouco a mãe de vocês vai estar aqui com vocês.

_A mamãe vai ficá aqui? – Perguntou Noah. Sim ela iria. O médico disse que ela precisaria de cuidados e permanecer em repouso e serei eu a lhe proporcionar isso.

_Sim, ela vai. – Respondi confiado. Ainda não tinha falado com ela, mas eu daria um jeito dela aceitar.

_Plomete? – Perguntou Emma.

_Sim, eu prometo, mas vocês tem que me prometer que vão para a creche e vão se comportar.

_Sim! – Disseram os dois ao mesmo tempo.

_Bom então vamos tomar banho, Gail está fazendo o café da manhã de vocês. – Peguei os dois no colo e os levei até o banheiro.

Dar banho neles foi mais fácil do normal, acho que eles ainda estavam abalados com o acontecido. Assim que terminamos com o banho, os vesti e descemos até a cozinha.

_Fiquem aqui e tomem seu café da manhã, vou acordar a Sofia. – Os dois acentiram e se sentaram em suas cadeiras.

Subi novamente até o segundo andar para acordar minha caçula. Sofia já estava acordada de pé em seu berço.

_Bom dia, princesinha. Acordou cedo. – Sofia me olhou com cara de sono e coçou o olhinho. _Vamos tomar café da manhã? Seus irmãos já estão lá embaixo. – Assim que terminei de falar, Sofia esticou seus braços para que a pegasse no colo. _Vamos!

Eu queria dar banho na Sofia, mas acho que não teria tempo pra isso, vou pedir para Gail dar uma banho nela mais tarde. Cheguei na cozinha com a Sofia no colo. Emma e Noah já estavam comendo. Na mesa tinha salada de frutas, torradas com manteiga e geleia, suco de laranja e ovos mexidos. Gail tinha caprichado como eu pedi. Coloquei Sofia em sua cadeira e servi seu café da manhã.

_Papai, a gente tem que ir mesmo pla cleche? – Perguntou Noah manhosos.

_Tem, a mãe de vocês não vai gostar se vocês ficarem faltando.

_Mas polque a Sofia não vai? – Rebateu Noah.

_Porque ela ainda é pequena, mas quando ela for grande que nem vocês, ela também vai. – Noah apenas balançou a cabeça e continuou comendo.

Deixar os meninos na creche é uma coisa que me incomodava um pouco, se dependesse de mim eles ficavam em casa, assim como a Sofia, mas Ana dizia que eles precisavam conviver com outras crianças. Eu não quis brigar com ela no momento, por isso faço o que ela mandou, mas acho que posso convence-la de deixar os meninos em casa. Antes não era possível por que ela trabalhava e não podia contratar uma babá, mas agora eu posso fornecer isso a eles e só precisariam ir pra escolinha quando tivessem a idade certa.

Terminamos de tomar café e terminei de arrumar os meninos. Antes de sair pedi para Gail que desse banho na Sofia e que ligasse para uma agencia de babás, precisava resolver isso logo. Eu confiava em Gail, sabia que ela escolheria uma boa babá para os meninos. Deixei os meninos na creche, mesmo não querendo e me dirigi ao hospital, queria ver a Ana antes de ir ao trabalho, caso contrário não conseguiria me concentrar em nada.

Cheguei ao hospital e uma enfermeira me informou que Ana já tinha acordado, fiquei feliz pela notícia e corri até o quarto. Assim que entrei as coisas aconteceram muito rápido, rápido demais. Ana tinha ouvido tudo, e lembrava de cada palavra. No começo fiquei feliz, principalmente quando ela disse que acreditada em mim. Estava quase gritando de alegria, mas ela durou pouco. Apesar de acreditar em mim e ter admitido que ainda me amava, o imbecil do Leo ainda estava no caminho. Eu sabia que ela sentia algo muito forte com ele, mas não imaginei que fosse realmente amor. Não podia culpa-la, ele esteve ao lado dela este tempo todo que eu estive longe. Fiquei frustrado no começo, uma parte de mim acreditava que tudo iria se resolver assim que ela soubesse a verdade, mas eu estava sendo ingênuo. Mas tentei me acalmar, eu sabia que ela faria a escolha certa, eu sabia que, a pesar de amar o Leo, ela me amava mais. Nosso amor é antigo e eterno, tinha certeza disso, nada poderia derrota-lo.

Saí do hospital me sentindo, ainda, um pouco decepcionado, mas tentei manter a esperança, daria a ela o tempo que fosse necessário para pensar e tomar sua decisão. Fui ao trabalho, precisava resolver algumas coisas, que tinha adiado por causa dos últimos acontecimentos. Meus empregados deveriam estar me odiando, já que eles tiveram que resolver tudo durante a minha ausência.

Assim que entrei na empresa fui recebido por Andreia, minha secretaria, que carregava minha agenda e um monte de papeis.

_Bom dia, Senhor Grey.

_Bom dia, Andreia. Vejo que temos muitas coisas pra hoje. – Disse já me sentindo cansado. Eu estava acostumado a essa vida, correndo de reunião em reunião, assinando papeis e fechando contratos. Mas ultimamente está se tornando cada vez mais cansativo.

_Sim, senhor. Temos quatro reuniões hoje, aquelas que tivemos que remarcar. – Explicou. _O supervisor de contabilidades quer falar com o senhor e ainda temos alguns contratos pare rever. – Disse finalmente.

_Nesse caso, vamos começar logo, quero terminar o antes possível.

E foi assim, passei o dia inteiro correndo de um lado ao outro, fechando acordos, resolvendo problemas da contabilidade, disputando ações... e assim por diante. Estava cansado e morrendo de vontade ir pra casa ver meus filhos, eles precisavam de mim, ainda mais agora. Também queria ir visitar a Ana, mas eu prometi lhe dar um tempo, pelo menos até o dia seguinte, não sei se consegui ficar muito tempo longe dela.

Cheguei em casa e encontrei os meninos brincando no chão da sala. Quando me viram, Emma e Noah correram na minha direção gritando, enquanto Sofia ficou sentada batendo palminhas e fazendo barulhos com a boca, ela ainda não se sentia segura para andar sozinha.

_Papai! – Os dois pularam no meu colo.

_Boa noite, meus amores. Como foi o dia de vocês? – Perguntei e os dois começaram a falar ao mesmo tempo. Eu ri de seu entusiasmo. _Boa noite, princesinha. – Disse pegando Sofia no colo, já que quase estava começando a chorar pela falta de atenção. Não quero que ela se sinta rejeitada por que tem dois irmãos agora.

Me sentei no sofá com os três em meu colo, era difícil de equilibrar, mas eu dei um jeito. Emma e Noah me contaram como foi o dia dele, Sofia intervia de vez em quando com um grito ou com aqueles barulhos, adoráveis, de bebê. Ficamos na sala conversando e brincando até que Gail nos chamou para jantar. Deixei os meninos com Gail e fui tomar meu banho. Tentei ser o mais rápido possível para não deixar os meninos esperando por muito tempo. Desci as escadas e os três já estavam sentados em suas cadeirinhas me esperando. Noah estava jogado sobre a mesa, como se estivesse morrendo de fome, o que me fez rir, Emma estava sentada brincando com alguma boneca e Sofia estava fazendo a bagunça de sempre.

_Bom, acho que podemos jantar. – Disse entrando na cozinha.

_Oba! – Gritou Noah, se levantando rapidamente. _Tô molendo de fome, papai. – Disse meu filho, me fazendo rir de novo. Esse menino estava sempre com fome.

Durante o jantar Emma e Noah perguntaram sobre a mãe. Eu respondi a todas as suas perguntas e disse que ela tinha mandando muitos beijos pra eles. Os dois ficaram felizes ouvindo isso, estavam com muita saudade da mãe e eu esperava que as coisas se resolvessem logo, mal podia espera que Ana estivesse aqui comigo, baixo o mesmo teto, sobre minha proteção.

_Senhor. – Interrompeu Gail durante o jantar. _Liguei para a agencia, eles vão mandar uma babá a manhã de manhã, ela tem ótimas recomendações, mas se o senhor quiser entrevista-la posso pedir que chegue mais cedo. – Disse educadamente.

_Não será necessário, eu confio em você. Fique de olho nela e explique o que ela tem que fazer. Se houver algum problema desejo ser informado. É importante que os meninos gostem dela também. – Não adianta ter uma babá que os meninos não gostem, não queria que ele se sentissem desconfortáveis.

_Pode deixar, senhor. Ficarei de olho nela e lhe informarei de tudo. – Disse se retirando da sala.

_O que é uma babá, papai? – Perguntou Emma.

_Uma babá é uma pessoa que é contratada para cuidar de crianças. – Respondi da forma mais clara possível.

_Que nem as tias da cleche?

_Mais ou menos. A diferença é que ela vai ficar aqui em casa enquanto eu estiver trabalhando.

_Mas a tia Gail cuida da gente aqui. – Respondeu Noah.

_Eu sei filho, mas a senhora Gail já tem muito trabalho e ela precisa de ajuda, por isso o papai contratou uma babá.

_Tudo bem. – Disse Noah terminando com o assunto.

Terminamos de jantar e ficamos brincando mais um pouco na sala, até ser a hora de dormir. Gail já tinha dado banho neles, então só tive que os colocar na cama. Emma e Noah não deram trabalho essa noite, os dois pareciam estar cansados, se deitaram e dormira rapidamente enquanto eu contava uma história. Sofia dormiu ainda em meu colo, enquanto lia a história, só precisei coloca-la no berço.

Fui deitar, mais uma vez, com a cabeça cheia de coisas, a diferença era que hoje eu me sentia mias confiado no que iria acontecer. Eu sentia que as coisas iriam se resolver. Fiquei sonhando com a nossa vida, com nossa família. Imaginei nós cinco morando em uma casa, talvez eu devesse comprar uma, um apartamento no meio da cidade não era o melhor lugar para que as crianças crescessem, eu queria que eles tivessem um ambiente mais aberto e livre. E foi assim que eu dormi, planejando nosso futuro juntos.

[...]

Acordei cedo como todos os dias, estava ansioso, mais uma vez eu queria correr pro hospital e ver a minha Ana, não iria força-la a nada nem falar sobre o assunto, só queria vê-la e saber como ela estava. Assim como no dia anterior, fiz minha higiene matinal, me troquei e fui acordar os meninos. Tomamos café da manhã juntos e os deixei na creche. Taylor dirigiu até o hospital e pedi que me esperasse, não iria demorar muito, ainda tinha muitas coisas para resolver na empresa.

Entrei no hospital e, praticamente, corri até o quarto da Ana, mas me detive na porta ao escutar vozes, ela estava acompanhada. Eu sei que é errado, mas eu fiquei escutando.

_Você e os meninos, vocês sempre estão lá, do meu lado. – Pude reconhecer a voz do Leo, Droga, ele tinha chegado antes. _Eu imagino a gente em uma casa, não muito grande, mas o bastante para ser confortável, com um jardim enorme para que as crianças possam brincar, talvez ter uma casinha na arvore, botar um piscina no verão para que elas possa se refrescar e fazer churrascos no final de semana para nossos amigos. – De que diabos ele estava falando? _E um cachorro é claro! Eu andei pesquisando, tem uma raça que não solta pelos, seria perfeito para Emma.

_Vejo que você pensou em tudo. – Desta vez era a Ana falando.

_Claro que sim, tive muito tempo pra isso. E ainda tem mais, eu imagino você gravida. – O que? Esse filho da puta acho que vai engravidar minha Ana?

_Gravida? – Perguntou Ana. A voz dela pareceu um pouco alarmada, talvez ela não gostou da ideia.

_Sim, eu considero Emma e Noah como meus filhos, mas eu gosto de imaginar uma casa cheia de crianças, de ver você gravida e estar com você a cada etapa, ver nosso bebê nascendo... – Que merda! Será que eu deveria entrar e interromper? Acho que no fundo queria ouvir a resposta da Ana. _Amor, você está bem? Ta doendo alguma coisa? Quer que eu chame o médico? – Perguntou Leo parecendo preocupado, quase entrei pela porta, mas a voz de Ana me deteve.

_Não, eu estou bem, só fiquei emocionada, é lindo que você pense assim. – Respondeu chorosa, isso me deixou tenso, mas o que veio depois me destruiu por dentro. _Eu te amo, Leo e nada me deixaria mais feliz do que formar uma família com você, ter uma casa, um cachorro e mais filhos. – Disse entre soluços e me jogando em seus braços.

Eu congelei na porta, não estava acreditando nas palavras que acabava de ouvir, queria que fosse mentira, tentei encontrar alguma outra explicação, mas não consegui. Ana tinha tomada sua decisão e eu não tinha sido escolhido. Assim que cheguei nessa conclusão a dor me tomou por completo. Tive que me segurar para não cair no chão. Eu queria chorar, gritar ou até bater em alguém, – de preferência no Leo- mas eu não podia. Eu apenas tinha que aceitar a decisão da Ana e deixar que seja feliz, mesmo que sua felicidade esteja do lado dele e não do meu. Juntei as forças que me restavam e fui andando até o carro, entrei nele sem dizer uma palavra, Taylor sabia para onde ir.

Na empresa tentei agir de forma normal, mas foi impossível, estava irritado e destruído por dentro, então descarreguei tudo nos empregados, até mesmo em Andreia. Eu queria que o mundo explodisse e não me importava o que os outros pensariam de mim. Comecei a trabalhar de forma metódica, apenas fazia o que tinha que fazer e falava com quem fosse necessário. O único lugar em que me sentia melhor e me esforçava ser uma pessoa melhor era em casa, meus filhos não mereciam me ver daquele jeito, eles mereciam um pai de verdade, que os amasse e cuidasse deles.

A semana se passou desse jeito, fica preso em minha sala resolvendo meus assuntos e voltava para casa para ficar com meus filhos. Não voltei ao hospital, não tinha coragem de encara a Ana, não queria ouvir suas desculpas nem ver sua rejeição pessoalmente. Kate passava no apartamento para ver os meninos de tarde, por isso nunca nos encontrávamos, era ela que informava para Ana a situação dos meninos, me livrando dessa responsabilidade.

Elliot e Mia tentavam falar comigo na empresa ou em casa, mas eu sempre os mandava embora, não queria falar com ninguém nem ver a pena em seus olhos. No final de semana me tranquei no meu apartamento com os meninos, eles estranharam um pouco, mas não reclamaram, pedi que todos os empregados se fossem, ficamos apenas eu e meus três filhos.

Já tinha se passado quase uma semana desde que não via a Ana, desde que ela tomou sua decisão. Toda vez que eu pensava nela meu coração se sentia apertado. Me distrair no final de semana foi fácil, tendo meus filhos em casa, mas na segunda tudo voltou ao normal.

_Mas que merda! Já falei que quero esses papeis na minha mesa! – Gritei no telefone com Andreia.

_Desculpe, senhor. Vou leva-los assim que estiverem prontos.

_Mande chamar o Josh também! Aquele inútil fez um relatório ridículo!

_Sim, senhor. Chamarei agora mesmo. – Disse e desliguei o telefone.

Voltei a olhar para meus papeis, tentando me concentrar, mas aqueles lindos olhos azuis sempre voltavam à minha mente.

_Droga! – Gritei derrubando as coisas da minha mesa. Me sentei novamente e apoie os cotovelos na mesa deixando minha cabeça entre minhas mãos. Ouvi a porta se abrir e respirei fundo. _Espero que você tenha uma boa desculpa para este relatório. – Disse sem olhar pra frente.

_Desculpa te decepcionar, mas não sei de que relatório você está falando. – Levantei o olhar e me deparei com Elliot, Mia e Andreia, que parecia nervosa.

_Me desculpe senhor, eu disse que não podiam entra, mas eles não me ouvira. – Disse Andreia quase tremendo. Eu devia estar sendo um ogro mesmo.

_Pode se retirar Andreia. – Disse friamente. Ela apenas assentiu e saiu. _Posso saber quem lhes deu o direito de entrar na minha sala sem minha autorização.

_Ninguém, a gente só entrou. – Respondei Mia sentando em uma cadeira. Ela era muito folgada mesmo. _Agora você pode nos dizer o que está acontecendo?

_Nada que seja da sua conta, Mia. – Respondi sem humor.

_Para de criancice, Christian! Você não fala com mais ninguém além de seus filhos e quando fala é só pra gritar ou xingar alguém.

_Já disse, Mia, não é da sua conta. Agora vocês dois podem sair da minha sala?

_Não vamos a lugar nenhum até saber o que está acontecendo. – Disse Mia se levantando e batendo as mãos na minha mesa. Quem ela achava que era? Em quanto isso, Elliot continuava de pé apoiado na parede, sem dizer nada.

_Não me provoca, Mia, não estou de humor para aguentar suas idiotices, ainda sou seu chefe.

_Você tem razão, é meu chefe, mas antes disso você é meu primo, minha família, e eu me preocupo com você. Nem deixar eu visitar os meninos você deixou, está se isolando e levando eles com você.

_Chega! – Disse tentando me conter.

_Não, não vou parar. Você precisa disso, precisa que alguém te diga a verdade. Você está agindo como um ogro com todo mundo, todo mundo foge de você na empresa com medo de receber uma bronca sem motivo. – Mia continuou falando e eu estava prestes a explodir. Porque ela não podia simplesmente se calar? _Você tem que voltar ao normal e... – Não a deixei terminar.

_CHEGA! – Gritei desta vez. _Ela escolheu o Leo. Era isso que você queria ouvir? Eu fui rejeitado, contei a verdade, como você disse, e mesmo assim ela o escolheu! – Disse desabando em minha cadeira. Abaixei a cabeça e deixei as lagrimas, que vinha segurando, saírem. Fiquei assim alguns segundos até que senti dois braços me rodeando.

_Eu sinto muito, Christian. – Disse Mia comovida. _De verdade, sinto muito, eu não sabia. Imaginei que fosse algo com a Ana, mas nunca pensei que ela já tivesse tomado uma decisão.

_Mas ela tomou e não fui eu. – Disse e Mia e abraçou com mais força.

_E você vai ficar ai chorando? – Perguntou Elliot, que tinha ficado em silencio até agora.

_Você quer que eu faça o quê? Ela já tomou uma decisão, não tenho mais o que fazer.

_Tem sim, seu idiota! Lutar pela pessoa que você ama. Até agora o único que você tem feito é dar espaço pra ele, dar um tempo pra esperar, deixar ela tomar sua decisão. Mas e você?

_Não posso força-la a nada, Elliot!

_ Não, mas pode insistir, pode lutar até o último minuto, até ela olhar na sua cara e dizer que não te ama e que não quer ficar com você. Larga de ser idiota e de ter pena de você mesmo, não vai ganhar nada se trancando aqui e chorando, um dia você vai ter que enfrentar a realidade!

_Elliot. – Mia disse o reprendendo.

_Você mesma disse, Mia. Ele precisa ouvir a verdade. E a verdade é que ela ainda te ama, se ela escolheu o outro cara é porque ela acha mais seguro. Ana já passou muitas coisas, não a culpo por procurar segurança. Mostre a ela que você pode oferecer isso pra ela e pros seus filhos! Se escondendo aqui, você só mostra que ainda é um adolescente covarde. – Disse gritando a última parte. Não respondi nada, apenas peguei minhas coisas e saí correndo.

_Christian! Pra onde você está indo? – Gritou Mia indo atrás de mim.

_Deixe-o ir, Mia! – Disse Elliot segurando seu braço.

Peguei o elevador privado e desci até o estacionamento, liguei para Taylor enquanto estava no elevador, então ele já me esperava com a porta aberta.

_Vamos ao hospital, Taylor!

_Sim, senhor.

Elliot estava certo, estou sendo um maldito imbecil, eu deveria lutar por ela. Estive me escondendo este tempo todo por que não tinha coragem de olha-la na cara enquanto ela me rejeitava. Mas talvez ainda haja uma pequena esperança, eu sabia que ela me amava é isso não era algo fácil de esquecer, enquanto eu tivesse um pedaço do coração dela, não iria desistir.

Taylor dirigiu o mais rápido possível e chegamos ao hospital em pouco minutos, eu desci correndo e andei até o corredor da Ana. Estava entrando no corredor quando me encontrei com Leo. Ele estava com os olhos vermelhos e parecia destruído, pude ver dor nela, a mesma dor que senti semana passada. Mas porquê?

Ele se aproximou de mim e parou bem na minha frente.

_Espero que saiba que você não à merece. – Disse sem olhar pra mim. Não estava entendendo nada. _E mesmo assim ela te escolheu... – O quê? _Mas saiba que se você a machucar de novo, eu acabo com você, sem pensar duas vezes. – Leo levantou o olhar e olhou diretamente pra mim. Seu olhar parecia, agora, uma mistura de dor e de raiva. Logo em seguida ele se foi sem dizer mais nada, me deixou sozinho no corredor, sem entender o que estava acontecendo.

Depois do choque inicial voltei a andar em direção ao quarto da Ana. Quando cheguei na porta ouvi a Ana chorando e senti um aperto no coração. Porque ela está chorando? Abri a porta e a cena que vi me deixou preocupado, Ana estava debruçada na cama, tentando conter os soluços contra a almofada. Fiquei com medo de me aproximar dela, não sabia qual seria sua reação, mas quando ouvi um soluço saindo de seus lábios, não me contive. Corri até a cama e a coloquei em meu colo. Ela não olhou pra mim e nem disse nada, apenas se agarro em mim e continuou chorando.

Eu estava confuso, não sabia o que tinha acontecido, nem o motivo do choro, mas não era o momento de fazer perguntas. Ana precisava de mim e eu estaria do lado dela.


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