"- Preciso que chegue o mais cedo possível na degustação! Por favor! Estou num engarrafamento voltando de Hoboken." - Hayley implorou à Caroline na linha telefônica.
E lá foi ela. Estava acabando de almoçar quando a amiga havia ligado. Colocou uma blusa preta básica que continha a palavra "Loyal" escrita em maiúsculas e em tom branco, um shorts jeans escuro não tão curto e uma sapatilha também preta. Caçou a chave do carro em meio a vários papeis em cima da mesa de seu quarto e seguiu viagem até a loja onde havia conseguido o buffet. Haviam algumas mesas, as quais estavam ocupadas por casais que faziam o mesmo que Hayley e Elijah fariam daqui a alguns minutos, distribuídas em um grande salão retangular com mesas de vidro e cadeiras forradas com tecido vermelho. As janelas do ambiente apontavam para um lago ao lado do ambiente, onde pequenos animais transitavam emitindo sons não tão altos.
– Está noiva e eu não sei? - uma voz familiar ecoou em seus ouvidos perto o suficiente para ser reconhecida. Klaus.
– O que está fazendo aqui? - cumprimentou-o com um abraço.
– Elijah me pediu para que viesse por que está enrolado no trabalho e não podia deixar de fazer a contabilidade de alguns produtos. - explicou. - E você, o que faz aqui?
– Hayley deixou uma mensagem desesperada dizendo que estava voltando de um engarrafamento em Hoboken. Pediu para que eu viesse para não comprometer o horário, mas creio que já esteja chegando.
– Não respondeu a minha primeira pergunta. - sorriu divertido. - Eu respondi a sua.
– Se eu vou casar? - ela arregalou os olhos.- Mas é claro que não! Não tenho nem namorado pra isso, quanto mais um noivo.
– Pensei que estivesse namorando o cara que não evitou que ficasse bêbada naquele vídeo. - cruzou os braços, esperando uma resposta cheia de desculpas.
– Não, não estamos. - ela sorriu confusa. - Estamos em um relacionamento que não sei explicar, mas não estamos namorando. Não fui tão rápida quando você, Mikaelson! - deu um leve soco em seu braço, que não deve nem ter chegado a doer.
– Seu pai disse que estava namorando.
– Não... Ele já sabe no que vai dar, estamos caminhando pra isso. - disse sem tirar os olhos dos olhos do britânico, que a encarava com certa dúvida. - Para meus pais, estamos namorando. Por mais que eu tenha explicado que não.
– Você explicando alguma coisa? - riu debochado. - Caroline Forbes e sua linda dificuldade de falar demais e fazer confusão. - a fez rir.
– Que bom que o casal chegou no horário! Meu nome é Michelle. - uma mulher que aparentava ter seus quarenta e poucos anos. - Por favor, me sigam.
– Não, não somos um casal. - Caroline fez questão de deixar claro, espantando a. - Sou amiga dos dois e ele é irmão do noivo. - esclareceu. - Estamos aqui para caso não consigam chegar a tempo.
– Klaus. - apertou a mão dela. - Essa é Caroline, a redatora do jornal que contatou você há um tempo. - a loira saudou Michelle da mesma forma. - Podemos agilizar as coisas para não perdermos tempo?
Klaus era perfeito em lhe dar com pessoas, mas não quando elas o deixavam aos nervos. Com toda sua experiência na empresa e do pai e do restaurante, o fato ali se tornou de tremenda facilidade para ele, já que era mais desenrolado que Caroline. Michelle sorriu, guiando-os até o salão. Sentaram-se numa mesa e ganharam cada um, um cardápio para escolherem o que queriam para a festa assim que iam degustando cada item dele.
Caroline não parava de tentar contato com Hayley, que dizia estar perto. Klaus fazia o mesmo com Elijah, mas o irmão não poderia ir. Rolou os olhos com a resposta negativa e avisou à loira que estava ao seu lado.
– Nossa, vou sair daqui rolando. - ela comentou ao comer uma torta de frango.
– Você precisa de uns mil quilos dessa torta pra engordar, sabe disso.
– Não estou em academia, não caminho mais, só como e trabalho... Sou magra de ruim mesmo. - riu junto com ele. - Frango ou camarão?
– Camarão. - nem pensou para responder.
– Eu sabia que ia querer camarão, mas só quis perguntar. - deu de ombros. - E sobre o canapé... Ricota ou azeitona? Já sei! - exclamou. - Azeitona por que ama azeite.
– Não. Ricota por que sei que se for de azeitona não vai sobrar nenhum pra mim, não é verdade?
Ela deu um sorriso sem graça e voltou seus olhos para alguns pratos que a rodeavam, fazendo-o fazer o mesmo. Passar esse tempo com Klaus estava sendo um tanto diferente do que eram acostumados a fazer desde que se conheceram. Comentavam sobre as comidas um com o outro a fim de fecharam o cardápio e seguirem para seus compromissos.
– Meu Deus, mil desculpas pelo atraso. - Hayley chegou com Michelle, pedindo desculpas a cada cinco segundos. - O que já decidiram? - sentou-se ao lado de Caroline.
– Quase tudo. - Klaus soou provocativo. - Você deve ter ido realmente a um lugar muito importante.
– Fui até a Carlo's Bakery, acreditam? Ele vai fazer meu bolo de casamento!- ela quase gritou.
– Sério? - Caroline a abraçou - Ela tinha um bom motivo para ir, realmente. - encarou Klaus, que comia outra torta. - E Klaus não para de comer desde que sentamos aqui.
– Vim aqui pra isso, não? - ele falou de boca cheia. - Preciso aproveitar por que a comida da Ingrid não é lá essas coisas...
– Vou falar isso pra ela. - a morena cerrou os olhos.
– Pode apostar que quando eu tiver a chance também vou falar. - piscou para a amiga. - Já que chegou, estou indo. Tenho compromisso daqui a pouco e não posso me atrasar.
– Vai sair com o bonitão? - Hayley deu um tapinha na bunda da loira.
– Se isso quer dizer ir para a empresa terminar a matéria de domingo, é isso que vou fazer. - mostrou a língua.
Seguiu caminho até a sede da empresa, onde ficou por um longo tempo. Encarava suas quinhentas palavras escritas milimetricamente na grande tela que preenchia parte de sua mesa quase toda organizada, se não fosse seu estojo de maquiagem recém tirado da bolsa. Relia cada trecho para verificar se havia algo errado e assim mandar para a segunda parte da edição.
– Ocupada? - Alison apareceu de surpresa na porta de sua sala.
– Depois que eu terminar daqui acho que não. - sorriu - Tem planos?
– Casa do Travis. Bebidas, comida e uma grande festa de aniversário.
– O aniversário dele é hoje? - arregalou os olhos, levando as mãos à cabeça. - Diga que não, por favor.
– É hoje. - sentou-se na cadeira em frente a ela. - E você vai. Enzo vai estar lá, ele não te falou?
– Não... - ela esfregou o rosto. - Ele deve ter mandado mensagem, mas nem olhei para o celular. Fui na degustação do buffet do casamento da minha amiga e foi uma correria.
– Te espero lá às 20h. - sorriu ao sair da sala, jogando um beijo no ar para a colega de trabalho.
Assim que ela saiu, checou o celular para ver se havia alguma mensagem de Enzo. Sete mensagens e três chamadas. Xingou mentalmente e foi o mais rápido que pode até a sala dele, ignorando alguns murmúrios como "boa tarde" e "olá". Não bateu na porta e apenas entrou, deparando-se com ele e um homem de estatura mediana que dava um largo sorriso em direção a Enzo. Assustaram-se com a indelicadeza de Caroline, que ficou corada e queria um lugar para esconder seu rosto.
– Desculpe minha falta de educação. - ia fechando a porta quando Enzo lhe permitiu que ficasse.
– Esse é Anthony, um dos sócios do jornal. - apresentou-os. - Anthony, Caroline. Ela é a responsável pela coluna de moda de todos os domingos.
– Muito prazer. - sorriu tímida, querendo esquecer a gafe que havia cometido há poucos segundos.
– O prazer é todo meu! - sorriu de volta. - Saiba que minha mulher adora a sua coluna.
– Obrigada. - foi tudo que conseguiu dizer.
– Então aguardo sua resposta. - deu sua palavra final para Enzo, que assentiu positivamente. - Continue com esse brilhante trabalho, garota. - saudou-a com um aceno.
O homem saiu, deixando os dois em um silêncio um tanto embaraçoso. Caroline não conseguia decifrar pelo semblante de Enzo se ele estaria ou não chateado com o fato dela não ter retornado suas ligações ou respondido as suas mensagens. Aproximou-se com certa cautela, repousando suas mãos um pouco geladas nas dele, sorrindo fraco.
– Desculpe por não responder as chamadas e as mensagens. - foi o que conseguiu dizer.
– Eu fiquei preocupado. - levou uma das mãos até a barba recém-crescida com certa irritação. - Podia pelo menos lembrar do aniversário do Travis.
– Enzo, não foi minha intenção. - fechou a cara e cruzou os braços. - Hayley precisou de mim e fui até o buffet. Acabei encontrando com Klaus, ela demorou pra chegar e fui obrigada a ficar lá quase até o fim porque chegou aos quarenta e cinco do segundo tempo.
– Não estou dizendo nada. - levantou os braços.
– Mas sua expressão disse tudo. - alterou a voz. - Não quero discutir, nunca fizemos isso antes. Se o trabalho está estressante, por favor não desconte em mim.
Ele não falou nada, apenas sentou-se em sua cadeira e começou a organizar uns papeis. Sabia que estava sob o olhar dela, mas não subia seus olhos e nem ameaçava a dizer uma palavra.
– Quando quiser falar comigo, sabe que estarei por perto. - não esperou um contato visual e saiu da sala dele. Não sabia o que havia acontecido para que Enzo a tratasse daquele jeito tão rude e tão incomum até agora.
Recolheu seus pertences da sala e foi até Travis parabenizá-lo pelo aniversário. Pediu desculpas pelo fato de não poder ir à sua festa, já que não estava com cabeça e ânimo para música alta e bebidas. Pegou as chaves do carro e se encaminhou até o estacionamento, onde viu que Enzo abria a porta de seu carro. Sua vontade era de ir até ele, mas qualquer impulso agora poderia trazer maiores consequências para um relacionamento que mal havia começado. Resolveu deixá-lo partir. Entrou no carro e logo mandou uma mensagem para ele.
"Não posso continuar desse jeito com você. Por favor, deixe-me saber quando chegar em casa. Preciso ao menos saber se chegou em casa. Care."
Ficou preocupada pelo resto do dia com o paradeiro de Enzo. Não tinha a certeza de que ia para a festa de Travis ou se ia para qualquer outro lugar devido ao ocorrido. Tentou ligar apenas uma vez para ele, que não atendeu. Perdeu seu ânimo para fazer suas tarefas, deitando-se no pequeno sofá de seu quarto e querendo esquecer a parte final de seu dia. Passar o dia com Klaus havia sido melhor do que aqueles poucos minutos sufocantes com Enzo.
Acordou num pulo. Havia dormido no mesmo lugar onde suas preocupações estavam mais cedo. Tateou o assento até encontrar seu aparelho celular, que estava do jeito que ela havia deixado: sem ligações ou mensagens perdidas. Ligou novamente para Enzo, que atendeu no quarto toque.
– Enzo, por favor, me escuta... - correu até a porta do quarto e abriu-a, dando de cara com ele. - Oi. - deixou escapar um sorriso bobo.
– Oi. - desligou a ligação.
– Que bom que está aqui. - pulou nele, prendendo suas pernas na cintura dele. - Não queria que nada disso tivesse acontecido. - segurava seu rosto com as duas mãos.
– Eu também não. Estava meio estressado, preocupado com você e depois da visita do Anthony...
– Não... - ela o cortou. - Não fale mais nada.
Ela colou seus lábios nos dele, dando início a um beijo caloroso. Entraram no quarto ainda aos beijos quando ele a colocou em cima da cama, passando as mãos levemente por dentro de sua blusa. Ela subiu a camisa pólo que ele usava, deixando a mostra seu corpo definido e intensificando ainda mais as carícias a medida que ele desabotoava o short dela e ela o jeans dele. Caroline soltou um gemido baixo quando as mãos de Enzo encontraram a parte interna de suas coxas. Passou com a boca na barriga da loira, dando leves beijos perto de sua intimidade e fazendo-a soltar outro gemido. Aos poucos, foi tirando o sutiã dela e ela sua boxer preta. Bastou meio segundo até Caroline pegar uma camisinha em uma de suas gavetas e voltar para a cama para que ele a penetrasse, dando leves investidas dentro dela. Jogou sua cabeça para trás, cravando suas unhas pelas costas dele e desejando cada vez mais seu toque por todo o corpo. Ele arfava incontrolavelmente, aumentando as investidas e soltando gemidos involuntários. Caroline clamava por mais enquanto ele dava leves puxadas em seus fios loiros e depositava alguns beijos e algumas mordidas no pescoço dela.
– Enzo... - uma fraca súplica saiu em meio as fortes investidas dele.
Chegaram ao clímax juntos pouco tempo depois, fazendo com que ele caísse sobre o corpo dela. Pequenas gotas de suor se espalhavam pelo corpo deles, fazendo com que se levantassem para tomar um banho.
– Posso te fazer uma pergunta? - Caroline virou-se para ele.
– Claro. - enrolou-se numa toalha, secando os cabelos com outra.
– Por que o homem que estava com você disse algo sobre querer uma resposta? Tem algo que eu não sei nesse meio? Se quiser me falar, pode ir em frente.
– Ele me ofereceu um emprego melhor em Los Angeles. Pediu que desse a resposta até semana que vem. - foi direto - E não estou cogitando aceitar, antes que diga algo do tipo.
– Tem bons motivos? - perguntou abraçando-o por trás, acariciando seus braços.
– Com certeza tenho. Não pretendo abandonar Nova York tão cedo.