Pretending escrita por Aline Song


Capítulo 13
Bônus: Último dia, primeira noite


Notas iniciais do capítulo

Olha quem voltei! Gente, vocês ainda lembram de mim e da minha fic? Digam que sim, por favor!
Então, primeiro eu quero dizer que eu super vou entender se vocês quiserem me xingar, me odiar, brigar comigo por ter sumido, afinal isso não se faz né? Mas eu vou tentar me explicar:
Acontece que como vocês sabem, eu já tinha encerrado essa fic e escrito até o epílogo, mas eu acabei tendo a brilhante ideia de fazer um capítulo bônus, só que eu não tinha a menor ideia de como seria esse capítulo. Então, eu fiquei um bom tempo tentando achar inspiração pra escrever, e nesse meio tempo a greve dos professores universitários acabou e minhas aulas começaram, e ai fica quase impossível escrever. Agora, finalmente to tendo um breve recesso de fim de ano e pude me dedicar mais. Sei que nada justifica abandonar a fic assim por tanto tempo, só quero que vocês saibam que não foi pouco caso com vocês e com a história. Espero que possam me desculpar e que gostem do capítulo! E, se não for pedir muito, porque sei que não to podendo, comentem!



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POV Luke

– Se precisar de algo de dentro da casa você sabe onde escondemos a chave, não é, querido? – minha avó pergunta pela terceira vez, agora sentada no banco do carona do carro de meu avô. Acho que é a idade chegando. Os dois e meu irmão Tommy estão indo passar algumas semanas do verão com meu pai e a nova família dele em Los Angeles. Geralmente eu os acompanho nessas viagens, mas dessa vez abri mão disso para viajar com a família de Tracey. Meu pai não pareceu se importar muito quando eu disse que não iria. – Pode usar o que quiser e fique a vontade, a casa também é sua. Mas tenha juízo! – ela completa e dá uma risadinha engraçada, se despedindo de mim.

Meu avô acena de dentro do carro e dá a partida. Tommy ainda está me ignorando porque não entende o motivo pelo qual eu preferi ficar com Tracey ao invés de ir com eles para a Califórnia. Eu tentei explicar a ele que Tracey e eu passamos muito tempo separados e que agora tudo o que queremos é ficar juntos, mas ele ainda é muito novo para entender isso. Sorrio uma última vez para ele, que continua com a cara fechada, porém eu não me importo muito, sei que assim que chegar em LA meu irmão nem se lembrará mais disso.

Conforme o carro de meus avós se afasta, eu me viro e passo pelo portão, indo em direção aos fundos da casa. Meus avós moram aqui desde que nasci, e meu pai cresceu aqui também. A casa é enorme e o quintal é maior ainda. Depois que meu pai partiu, eu passei a vir muito para cá, e fui muito feliz aqui. Acho que meus avós se sentiram um pouco culpados por meu pai ter abandonado sua família, e acabaram pegando para eles a tarefa de suprir a falta que ele fazia para Tommy e eu. Muitas vezes a maneira que eles encontraram para fazer isso foi nos mimando ao máximo e nos dando tudo que pedíamos. Um exemplo disso é a enorme casa da árvore que eles construíram para mim quando eu ainda era um garotinho. Estou olhando para ela agora, aqui de baixo, no jardim. É uma sensação estranha, me sinto muito pequeno, como era quando costumava brincar lá em cima, e uma nostalgia toma conta de mim. Afasto esse pensamento e me preparo para subir as escadas improvisadas no tronco da grande árvore que sustenta a casa de madeira.

Assim que entro estranho um pouco estar aqui, faz muito tempo desde a última vez, essa casa agora pertence mais a Tommy que a mim, porém, em alguns minutos já me sinto familiarizado de novo e começo a encher o local com as coisas que estavam em meu carro.

Hoje é um dia importante, eu, meus amigos e Tracey vamos oficialmente nos formar. O baile de formatura acontece mais tarde e enquanto Tracey está com Mollie e Vicky se preparando, eu estou aqui, tentando fazer com que tudo seja inesquecível para ela. Quero fazer uma surpresa para Tracey, quero fazê-la se sentir especial. Sei que ela está nervosa e preocupada com o fim do ensino médio, a ida para a faculdade e principalmente com a separação de Mollie, por isso, quero fazer algo que a deixe feliz. Pra isso, pensei muito bem em tudo antes de vir para cá. Comprei as comidas preferidas de Tracey, escolhi as músicas que ela mais gosta e agora preciso arrumar todo o lugar para que ela se sinta bem aqui.

Infelizmente teremos que comer sentados no chão, pois a pequena mesa que eu costumava usar é ótima para crianças como Tommy, mas para Tracey e eu não é bem assim. Resolvo o problema espalhando várias almofadas no chão e uma grande manta de lã que vai nos deixar confortáveis e quentes durante a madrugada. Pensei na possibilidade de trazer um colchão, mas não quero que Tracey pense que estou sugerindo algo, portanto, as almofadas e a manta terão que servir. Por último eu me encarrego de colocar luminárias nos quatro cantos da casa para iluminar a noite, e finalmente termino o trabalho.

Enquanto volto para a casa imagino qual será a reação de Tracey quando a trouxer aqui depois do baile, e torço para que tudo dê certo.

POV Tracey

Durante toda a minha adolescência eu imaginei como seria meu baile de formatura. Eu e Mollie costumávamos assistir aos filmes de high school e nos colocar no lugar da protagonista, pensando em como seria escolher o vestido perfeito e em quem seria nosso par. Naquela época, se alguém me dissesse que seria Luke, eu provavelmente teria rido, mas hoje, não me imagino estando aqui com outra pessoa que não seja ele.

Estar no baile é muito diferente do que eu imaginei, e muito mais incrível. A decoração está perfeita, as pessoas estão extremamente felizes, porém, o que mais me entorpece e me anima é a sensação de dever cumprido que eu sinto bem dentro de mim. É como se uma voz dissesse o tempo todo “nós conseguimos”, e essa sensação é maravilhosa. Tudo está exatamente do jeito que imaginei que seria, realizei o meu sonho de ir para uma grande universidade, e ganhei de presente o namorado dos sonhos. É isso que Luke tem sido para mim nessas últimas semanas. Parece que o tempo em que ficamos separados, remoendo todas as escolhas erradas que fizemos, nos fez perceber o quanto é importante aproveitar todo o tempo que temos juntos, e Luke tem feito o possível para que cada minuto desse tempo seja maravilhoso.

Ele sorri para mim enquanto volto para nossa mesa depois de dançar com Mollie nossa música preferida. Minha amiga ficou na pista com Peter, amigo de Luke e seu par para o baile. Se eu a conheço bem, algo mais ainda vai rolar entre os dois essa noite. Vicky e Mason já foram embora há algum tempo, assim, estamos só eu e Luke agora.

– Você está linda hoje Tracey. Mais linda.

– Obrigada, mas você já disse isso umas quinze vezes, Luke. – respondo enquanto bebo um gole de seu copo que está em cima da mesa. Sinto o gosto forte do álcool queimando minha garganta, mas não me importo porque estou com muita sede.

– Só estou querendo deixar bem claro, caso você se esqueça. – ele sorri e pisca pra mim. – Acho que nunca te vi tão feliz assim.

– Acho que esse é um dos dias mais felizes da minha vida, pena que não aguento mais ficar em pé nesses saltos. – meus pés estão implorando para que eu os deixe livres novamente e eu realmente estou começando a ficar cansada. – É uma pena porque eu não queria que essa noite acabasse.

– E se eu te disser que ainda não acabou? – Luke pergunta com o ar misterioso e eu estreito meus olhos para ele como se estivesse perguntando o que ele andou aprontando. Meu namorado também estreita seus olhos azuis para mim, claramente brincando comigo. – Tenho uma surpresa. Você vai ter que vir comigo para descobrir. – ele se levanta e imediatamente eu o sigo, porque sou curiosa demais para fazer qualquer jogo agora.

Entramos no carro de Luke e pegamos um caminho não muito conhecido para mim, mas pelo modo como ele parece tranquilo imagino que seja comum para ele. O observo em silêncio enquanto ele dirige e agradeço mentalmente por ter tido coragem de procurá-lo aquele dia no vestiário. Aquela conversa foi decisiva para nós, e se não fosse por isso talvez nem estivéssemos aqui hoje.

Apenas alguns minutos depois, Luke estaciona na garagem de uma casa grande e linda num bairro próximo de nossa escola. Fico me perguntando porque Luke me trouxe aqui, mas não quero perguntar a ele pois o conheço o suficiente para saber que ele não vai dizer agora.

– Onde estamos, Luke?

– Na casa dos meus avós, os pais do meu pai.

– Vai me apresentar a seus avós? – pergunto com a voz um pouco elevada porque não estava esperando por isso. – Não acha que já é tarde para fazermos isso hoje?

– Tracey – Luke para de caminhar e me puxa para mais perto, me segurando pela cintura – por que você insiste em tirar conclusões precipitadas? Você nunca acerta. – ele ri da cara de contrariada que faço e aproxima seu rosto do meu, penso que ele vai me beijar mas Luke me surpreende mordendo de leve minha bochecha. – Meus avós estão viajando com Tommy, lembra?

– Então o que nós viemos fazer aqui? – me afasto dele mesmo sem querer, apenas porque a curiosidade está me corroendo.

– Você já vai ver.

Continuamos caminhando e Luke me puxa pela mão até os fundos da casa. O quintal é ainda maior que a entrada e por um momento eu imagino como os avós de Luke devem ser ricos. Presto atenção em cada detalhe até que avisto uma árvore enorme bem no centro do jardim e me surpreendo ao notar a casa de madeira iluminada lá em cima.

– É pra lá que estamos indo?

– Você vai precisar tirar os sapatos.

Não respondo nada, apenas me abaixo para tirar os saltos e meus pés agradecem quando finalmente tocam a grama macia. Também agradeço mentalmente mais uma vez por não estar usando um vestido longo e sigo Luke até a escada no tronco da árvore. Ele me ajuda a subir e o ouço rindo atrás de mim toda a vez que estremeço com medo de cair. Porém quando estou dentro da casa a atmosfera muda completamente. Sinto meu coração se aquecendo gradativamente e quase não acredito que Luke preparou isso tudo só pra mim. Atrás de mim ele se move e liga um aparelho de som, escuto You and Me tocando baixinho e imediatamente volto ao dia em que dançamos no restaurante preferido de minha tia Quinn. Luke pensou em tudo.

– Você não existe, Luke! – digo enquanto giro em meus pés ficando de frente para ele. – Por que fez tudo isso?

– Você não gostou? – ele pergunta apreensivo.

– É claro que gostei. Na verdade, eu amei. Só estou tentando descobrir se há algum motivo especial para isso.

– Mais especial do que estarmos juntos hoje? – Luke então se aproxima de mim eliminando toda a distância que nos separa. Ele segura minhas mãos e entrelaça nossos dedos, olhando bem dentro dos meus olhos. – Eu sei como você está tensa nos últimos dias, e sei como todos os últimos acontecimentos são importantes pra você. Eu só quero que você relaxe um pouco, e que a gente tenha um momento só nosso para nos lembrarmos quando estivermos na universidade.

Não sei o que dizer a Luke, nem como agradecer, então só aproximo nossos rostos e encosto meus lábios no dele. Logo ele está com as mãos em minha cintura e intensifica o beijo. Deixo que Luke tenha o controle sobre esse momento e desejo silenciosamente que ele não pare. Mas ele para, me levando para sentar em uma das almofadas próxima a uma mesa baixa também feita de madeira. Só então reparo que Luke trouxe todas as coisas que eu gosto de comer e muito, muito chocolate. Logo penso em comer tudo mas não estou com fome alguma depois da festa, então Luke e eu apenas saboreamos alguns chocolates e conversamos um pouco.

Ele me conta sorrindo sobre como convenceu seus avós a construírem essa casa na árvore e sobre todas as lembranças que tem daqui. Quando fala deles o azul de seus olhos se intensifica, demonstrando o quanto se importa com os dois. Isso faz com que eu consiga ver o Luke sensível que geralmente se esconde, mas que me deixa ainda mais apaixonada por ele e, aqui, sob a luz fraca que vem das luminárias, Luke consegue ficar ainda mais bonito do que costuma ser. Com um impulso eu interrompo sua fala e o beijo novamente. Ele se surpreende no começo, mas um segundo depois está me beijando de volta e dessa vez ele não para. A cada beijo Luke fica mais intenso e eu me agarro mais a ele. Diferentemente dos outros momentos em que isso aconteceu, eu paro de me preocupar com o que pode vir depois dos beijos e simplesmente relaxo enquanto Luke me beija. É bem melhor assim.

Sinto as mãos de Luke passeando pela pele nua das minhas costas e apertando minha cintura cada vez mais forte. É como se cada centímetro da minha pele começasse a queimar ao entrar em contato com a sua. Me sinto um pouco assustada e ao mesmo tempo maravilhada com a sensação.

Luke então força seu corpo delicadamente contra o meu e me deita sobre a manta de lã grossa. Ele para por um segundo, analisando meu rosto a procura de algum sinal que o diga para parar, mas não o encontra. Eu não quero que ele pare, estou decidida a ir a diante. Ele se ajeita sobre mim, tirando meu cabelo do rosto e voltando a me beijar. Dessa vez ele não se demora em meus lábios, logo sinto seus beijos em meu pescoço, bem atrás da orelha e começo a perder a noção da gravidade. É como se a qualquer momento eu pudesse flutuar.

Nós já estamos próximos demais, grudados um no outro, mas de alguma forma, é como se não fosse suficiente. Não quero mais espaço algum entre nossos corpos, nenhuma luz, nenhum ar. É então que sinto as mãos de Luke se arrastando pela lateral do meu corpo, passando pela minha cintura até alcançar a barra de meu vestido e tocar a pele da minha coxa. No momento em que as mãos de Luke estão finalmente por baixo vestido, tocando minha pele, eu ofego, me dando conta do quanto isso é real. Luke se afasta minimamente para olhar para mim.

– Tracey... – ele começa a falar com a respiração tão ofegante quanto a minha. – você precisa me avisar... quando quiser que eu pare. – Luke diz olhando em meus olhos, esperando que eu responda. Paro de pensar para observar seu rosto, ele está ruborizado, as pupilas estão dilatadas, suas íris são pequenas bolas azuis.

– Tudo bem, Luke. – eu respondo reunindo toda a coragem que tenho – Você não precisa parar. Eu quero.

Luke fica surpreso por um instante, como se em nenhum momento estivesse esperando por isso, e assim eu confio ainda mais nele. Porque sei que Luke não fez isso tudo apenas para transar comigo. Depois ele volta a me beijar, e mesmo parecendo impossível, os beijos ficam cada vez mais intensos. Suas mãos estão em toda parte do meu corpo e eu deixo que as minhas passeiem pelo dele também, sentindo seus músculos se contraírem sob meu toque, puxando seu cabelo toda vez que seus lábios alcançam meu pescoço.

Luke para a todo instante, como se estivesse pedindo permissão para continuar. Ele começa tirando suas roupas, e quando toca de novo na barra de meu vestido, pronto para tirá-lo, me encara com cautela, como se quisesse dizer que a escolha é minha.

– Continue. – é só o que consigo dizer.

Agora não há mais nada entre Luke e eu, estamos tão próximos quanto podemos. As mãos de Luke continuam a me tocar, mas agora estão trêmulas e ele se segura em mim como se estivesse a ponto de perder o equilíbrio. Ele me pergunta baixinho se está tudo bem, por um momento parecendo mais inseguro que eu. Luke é mais experiente, mas sei que o que estamos fazendo é diferente do que ele já fez com qualquer outra garota.

Não consigo mais manter meus olhos abertos enquanto sinto Luke estremecer sobre mim. O ouço sussurrar meu nome em meu ouvido e sinto como se o mundo inteiro tivesse desaparecido e só existimos eu e Luke. Finalmente.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Comentem! Xx.



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