1916

Nos mudamos para uma pequena cidade próxima à Columbus chamada Toledo. Assim eu poderia ver meus pais. Principalmente minha mãe, a quem eu era muito próxima, talvez por sermos as únicas mulheres da casa, depois que a vovó morreu. Sou apenas eu, ela, meu pai e meus dois irmãos mais novos. Meus irmãos vão herdar a fazenda enquanto eu deveria me casar, obrigação que meu pai já realizou. Ao me dar para Carlisle meus sonhos foram todos realizados, bem, exceto a família grande com que sempre sonhei. Queria que houvesse uma maneira de eu poder ter um filho, ou filha, com meu noivo-quase-marido.

Carlisle finalmente decidiu que nos casaríamos no próximo ano antes que ele tivesse de servir na guerra. Como médico ele seria muito útil no campo de batalha. Quer dizer, ele me explicou quando viu que eu fiquei muito preocupada em perdê-lo, que ele vai apenas cuidar de feridos em combate e não participar diretamente da batalha em si.

Mesmo se ele fosse atingido não morreria, ele é praticamente indestrutível. Mas sem duvida isso chamaria muito a atenção de quem visse ele sobreviver a um ferimento mortal a outros soldados, ou nem sequer ter a pele perfurada por uma granada que explodiu ao seu lado. Para mim isso é maravilhoso e me deixa mais tranquila.

Aprendi nesses anos de convivência que o que deixa Carlisle mais realizado na profissão é poder com seus conhecimentos em medicina cuidar das pessoas, salvar vidas em vez de tirá-las. Faz com que ele se sinta menos mal por ser um vampiro. O faz se sentir realizado em ter uma utilidade, não ser uma vida inútil. Ou pior. Tirar vidas é algo que o deixaria profundamente desgostoso consigo mesmo.

Somente dessa maneira ele aceita que pode coexistir com as pessoas. Se não tivesse alternativa ao sangue humano ele preferia ter morrido. O sangue animal, ele disse, que o deixa mais calmo, é suficiente para sobreviver. É muito mais humano matar animais do que seres humanos.

...XXX...