1915

Algum tempo depois Carlisle decidiu se mudar e pediu para meu pai para me levar com ele. O que papai aceitou. Só pediu para que ele cuidasse de mim, o que tem certeza que ele fará. Pediu também para se possível me levar para vê-lo e também conhecer os netos. Quando ele falou em netos eu revirei os olhos, meu pai foi muito rude comigo e eu não daria esse gostinho para ele. Não quero ter filhos, terei apenas para fazer meu marido feliz. Não vou deixar que meu pai se aproxime das minhas crianças.

Eu já tenho quase 20 anos e Carlisle ainda não casou comigo. Não que eu tenha pressa, mas eu quero me casar com ele. Cada vez tenho mais certeza disso. Carlisle não aceita que eu o chame de anjo, ele prefere pensar em si como um renegado, um vampiro. – que seja, um anjo caído. Mas, ele diz, um demônio. Não, ele não é. Mas ele sempre será meu anjo protetor. Deus que me perdoe, mas valeu a pena ter caído daquela árvore só para conhecer o amor da minha vida. Eu o amo com todas as minhas forças. Com todo meu coração. De toda minha alma. Aliás, se ele soubesse o quanto eu o amo; discutimos isso outro dia e eu acho que ele tem uma alma sim, eu posso ver no fundo dos seus olhos sempre que ele me beija, nossos rostos ficam tão perto, nossos olhares se cruzam... Mas eu queria poder me entregar de corpo e alma para ele. Assim, sinto que alguma coisa está faltando.

Quando voltamos para casa conversamos, eu decido confrontá-lo para que ele tome logo uma decisão. Não queria pressioná-lo:

— Carlisle, meu amor, vai parecer que eu estou sendo atrevida, mas...

— Esme, você nunca pode parecer atrevida aos meus olhos.

— Carlisle...

— Sim, Honey.

— Carlisle, querido, preciso saber por que ainda não nos casamos?

— Ah, é isso querida? – Carlisle fez uma expressão de alívio, como se tivesse imaginado algo pior como eu dizer que não o amava mais. Como se isso fosse possível. Como ele pode pensar sequer nessa hipótese? Poderia, mas não vou ficar zangada com ele por essa coisa à toa.

— Sim; por que não somos casados ainda?

— Por que bem... eu sei como você quer ter uma família grande... mas eu... eu não posso ter – a voz dele ficou quase inaudível como se ele estivesse soluçando. – filhos. Sou estéril, Esme.

—O quê? – falei tão baixinho quanto ele. Ele fez uma expressão de quem havia se sentido péssimo pelo que fez. Eu o tranquilizei. – Oh! Não se preocupe querido, podemos adotar.

— Adotar, Esme?

— Sim, eu só quero ver você feliz. Não fique assim meu bem! – Meus braços envolvem a cabeça dele encostada em meu peito. Ele é mais alto que eu uns 20 centímetros, mas eu pude abraçá-lo assim por que ele estava arrumando as caixas para nossa mudança.

— Oh, Esme.

— Promete que vamos nos casar logo?

— Prometo, não quero que pense que eu não quero. eu quero muito viver com você para sempre. Mas...

— Eu preciso me tornar vampira para isso?

— Eu jamais pediria isso para você.

— Você não me quer?

— Claro que eu quero Esme?

— Então, se eu tenho que fazer isso eu posso fazer por você.

— É muito doloroso. Não quero ter que submetê-la a isso. Você não merece sofrer.

— Eu mereço continuar humana e morrer um dia?

— Não. Se tivesse uma maneira de transformá-la sem ter que sentir dor eu faria.

— Eu posso suportar por você.

— Esme, é muito difícil. Depois você vai ficar estéril como eu. Não quero privá-la de nada, eu lhe daria o mundo.

— Eu não quero ter filhos. só teria se fosse seu. Mas como você não pode, eu não me importo de ficar estéril também. Só quero viver com você para sempre. Isso você pode me dar.

— Poderia, mas...

— Carlisle, por favor - imploro.

— Esme, não me olhe assim, não é justo... Eu amo você, não quero viver sem você, mas...

— Eu não quero morrer e perder você e você me perder para sempre.

— Eu vou pensar nisso, prometo.

Ele segurou meu queixo e logo estávamos trocando um beijo envolvente capaz de incendiar a casa e eu nem teria percebido.

...XXX...