She Looks So Perfect escrita por Rocker


Capítulo 3
Capítulo 3 - We have a sexy neighbor


Notas iniciais do capítulo

Aqui está mais um capítulo! Espero que gostem



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Capítulo 3 – We have a sexy neighbor

— Ahn... Obrigada. – disse por fim, dando espaço para ele pegar o elefante, digo, mala.

Ele sorriu. – Chegou há quanto tempo aqui? – perguntou, enquanto levava aquele mamute de mala para dentro sem dificuldade alguma.

Respira, inspira, respira, inspira, respira, inspira.

Se acalme, Charlie, não vai adiantar de nada ele saber que você o conhece. Até porque esse não era o plano. O plano era viver durante um ano em Sydney até poder fugir para Londres. Mas nada que eu pudesse contornar. Eu poderia fazer um bom ano aqui. Imagine o quão legal seria ser amiga de Luke Hemmings, um dos meus maiores ídolos. Eu poderia dizer a ele que sou fã dele e de quem sou filha. Mas meu pai me ensinou a não confiar em qualquer um. Ele mesmo nunca revelou publicamente quem era a filha bastarda dele. Além de que eu conheço Luke Hemmings apenas por sua parte pública na mídia.

— Não tem nem cinco minutos. – eu disse, sorrindo timidamente, mas pulando alegremente por dentro.

— Pergunta idiota a minha. – ele disse, rindo e colocando a mala atrás do sofá. – O que você carrega nessa mala?!

Eu ri, tentando disfarçar o nervosismo de estar na presença dele e o fato de que minhas coisas do 5 Seconds Of Summer estão logo acima na mala.

— Algumas coisas de garotas, você não vai querer ver. – respondi a primeira coisa que me veio à mente.

O que prova que minha mente não anda com suas melhores ideias atualmente.

Luke olhou em volta, analisando cada detalhe da casa com um ar maravilhado que eu achei estranho. O que que tinha demais nessa casa?

— Eu nunca tinha visto essa casa por dentro. – ele murmurou, mas consegui ouvir.

— O que tem ela? – perguntei, confusa e meio receosa.

— Sabia que ela era a casa de Angus Young, o guitarrista e fundador do AC/DC?! – ele indagou, abrindo um sorriso com covinhas no rosto.

E que covinhas!

Espera... Ele disse Angus Young?! E o que eu faria agora? E se ele desconfiasse de alguma coisa?

— Sério?! – arregalei os olhos, usando a minha surpresa de vê-lo a meu favor.

— Aham. – ele começou a andar em volta da sala, admirando os detalhes ao seu redor enquanto eu usava sua distração para observá-lo, tentando decorar cada detalhe seu ao vivo. – Eu não sabia que ele tinha posto a casa a venda. Pensei que soubesse, já que pelo visto é fã. – apontou para a blusa da banda que eu usava.

Engoli em seco, pensando rapidamente no que poderia dizer. Abri a boca, pronta para dizer qualquer coisa que me tirasse dessa enrascada, mas nem foi preciso. Porque, nesse instante, Allison desceu as escadas gritando de excitação, dizendo que precisava de ajuda para redecorar seu quarto, e estancou nos últimos degraus, quase tropeçando nos próprios pés, arregalando tanto os olhos que pensei que eles sairiam de órbita. Luke a olhou, meio surpreso, e eu vi o olhar de Allie oscilar entre ele e eu.

— V-você...

Arregalei os olhos à possibilidade de sermos descobertas e fiz um movimento de cortar o pescoço, esperando que ela entendesse. Pulei silenciosamente, balancei as mãos acima da minha cabeça e movi os lábios formando a palavra "não". E, graças a todos os deuses do rock, ela finalmente entendeu.

— Desculpe. – ela disse, assumindo o controle de seu tom de voz e evitando pular do pescoço de Luke Hemmings igual eu quase tinha feito. – Pensei que fosse outra pessoa. Não achei que receberíamos visitas tão cedo.

Luke sorriu, mas eu não sabia se era um sorriso aliviado ou tenso. Eu estava mais preocupada em afundar meu olhar naquela covinha linda na bochecha dele.

— Vocês não são daqui, são? – ele observou, enquanto Allie se aproximava e se sentava num dos bancos altos em frente à bancada que separava a sala de estar da cozinha. Provavelmente para evitar um pouco o surto ou o desmaio. – O sotaque é meio...

— Não. Ah, nem nos apresentamos! – eu disse, me aproximando e estendendo a mão. – Sou Charlotte... – droga, terei que usar meu nome do meio já que ele reconheceria o sobrenome. – "Chalie" Mckinnon.

— Luke Hemmings. – ele se apresentou e, se não tivesse demorado meio segundo a mais para soltar minha mão, eu o teria feito.

— Allison Benson. – Allie acenou para ele. – Somos brasileiras.

— Nunca tinha conhecido brasileiras. – Luke sorriu, mostrando mais uma vez suas covinhas que me deixaram doida. – Mas seus nomes não parecem serem de lá.

— Ah, isso. – cocei a nuca, tentando esconder o nervosismo. – Somos de lá, mas parte da nossa família veio de fora.

— Ah, sim. – ele, comentou. Seu celular apitou e ele olhou rapidamente a mensagem recebida. – Preciso ir agora. Qualquer coisa que precisarem por aqui, é só me procurarem na casa da frente.

Acenamos em despedida, sem qualquer palavra dita, e ele mandou-nos uma piscadela antes de sair pela porta. Allie olhou para mim, com os olhos brilhando apesar de seu preferido nunca ter sido o Luke. Já estava prevendo o grito que sairia por sua boca, mas sabia que qualquer pessoa daqui até os Estados Unidos iria ouvir, então eu tapei sua boca antes de qualquer coisa. Fiz sinal de silêncio sobre meus próprios lábios e a puxei pelo pulso até o segundo andar da casa de meu pai, onde ficava meu quarto.

Levei-a até a janela e a fiz abaixar atrás do parapeito, para evitarmos sermos vistas. E lá estava, na casa à frente, Luke Hemmings tirando um molho de chaves do bolso e passando pela porta para fechá-la em seguida.

Isso realmente acontecera.

Era real.

Não consegui me segurar e fui a primeira a gritar.

Seguida logo depois por Allison, que me abraçou forte.

— Luke Hemmings! – ela preferiu gritar palavras. – Luke Hemmings estava na nossa casa!

Eu ri, fazendo sinal para que ela gritasse mais baixo.

— Shiu, sua louca! Você quer mesmo que ele nos escute?!

Allie me puxou do chão, de onde ela tinha me jogado quando me abraçou, e nos sentamos na minha cama de casal de fronhas negras.

— Mas, Charlie, por quê pediu que eu não surtasse? – ela perguntou, encarando-me com aqueles grandes olhos. – Você não queria que ele soubesse que éramos fãs ou não queria falar de seu pai?

Suspirei, como se sentisse todo o cansaço da viagem caindo de repente sobre meus ombros. – Eu não podia, Allie. Não quero que ele pense que quero me aproveitar de nada disso. Além do mais, talvez ser Charlotte Mckinnon possa me fazer esquecer tudo aquilo. Essa meio que é a razão pela qual saímos do Rio.

— Você tem razão. – ela entortou a boca, sabendo bem o que passo, por ter vivido tudo aquilo ao meu lado. – Estarei aqui pra te ajudar a esquecer. Além disso, se seu pai nunca falou de você na mídia é para manter sua privacidade. Mas sabe que na escola será um pouco difícil esconder seu sobrenome, não sabe?

Suspirei. – É, eu sei. Mas eu posso inventar alguma coisa. Dizer que é coincidência.

Permanecemos alguns minutos em silêncio, como se absorvêssemos tudo o que nos aconteceu nas últimas trinta e seis horas e ainda o que estava por vir. Eu ainda estava em choque pós-traumático e viemos justamente para a cidade onde a banda do meu pai se formou e onde ainda é bastante conhecido. Seria difícil tudo o que ainda enfrentaríamos, mas eu sei que enquanto tivesse Allie do meu lado, eu conseguiria superar.

— Charlie, precisamos ver o lado bom disso. – olhei para Allie. Ela então levantou seu olhar malicioso para mim. – Meu sonho foi realizado!

— Que sonho? – perguntei, mesmo sabendo que me arrependeria logo em seguida.

— Temos um vizinho sexy! – ela gritou numa voz fina e forçada.

Não pude fazer nada a não ser rir.

 

 


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