She Looks So Perfect escrita por Rocker


Capítulo 13
Capítulo 13 - Night of insomnia results in music




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/625718/chapter/13

Capítulo 13 - Night of insomnia results in music

Eram cinco e meia da manhã, e eu ainda estava acordada. Não sei o que me deu, mas eu deitei na cama e não preguei o olho como eu esperava. E eu realmente esperava descansar, mesmo não sendo tanto quanto os garotos. Ah, os garotos... Talvez seja por isso que eu não esteja conseguindo dormir. Pensar que eu tenho os garotos do 5 Seconds Of Summer dormindo na minha casa não é bem o estímulo necessário para o sono. Na verdade, isso só deixava meu coração mais acelerado e minha mente mais desperta.

A única coisa que eu tinha certeza era que pouco mais de uma hora depois de deitar, eu me levantei e acendi a luz. Fiquei na minha escrivaninha de cabeceira, traduzindo o que eu podia do livro. Eu não sabia o que acontecia comigo, mas eu sentia uma necessidade desesperadora de fazer isso por Luke. A ligação que eu sentira entre nós dois no escritório do primeiro andar fora algo tão inédito e reconfortante, que eu queria que não acabasse nunca. Depois de quase mais vinte páginas traduzidas em folhas de caderno, algo se acendeu em minha mente.

Uma ideia. Uma ideia de algo que eu não fazia desde o início do meu relacionamento com Pedro. Estremeci apenas em me lembrar dele. Ele me apoiava em algo que acabava com minha saúde, mas nunca me apoiou em algo que realmente me fazia bem: música.

Levantei-me da escrivaninha, guardando as folhas da tradução na primeira gaveta e fui até o guarda-roupa. Olhei para a porta, percebendo que estava realmente fechada, e peguei a caixa da prateleira de cima. Levei-a até o pé da cama e a deixei ali, enquanto me abaixava e pegava o violão embaixo da cama. Era meu primeiro violão, e o que mais trazia valores sentimentais, sendo um presente do meu pai aos oito anos.

Quando abri a caixa, paralisei.

Não era nada facilmente notável, mas eu tinha o pressentimento de que algo naquela caixa estava errado. Eu não sabia explicar, mas sentia que houve algum tipo de invasão ali. Balancei a cabeça, ignorando essa linha de pensamento, e peguei o que realmente importava: a palheta e meu caderno de cifras. Sentei-me na cama e comecei o meu trabalho.

I need you love to light up this house

I wanna feel you feel you tonight

I need to tell you that its all right

We'll never be as young as we are now

Its time to leave this black & white town

Lets seize the day, lets run away

Don't let the colours fade to gray

We won't wait for tomorrow

Its too late we don't follow

Everybody say, but I don't believe

I cry when I remember your blue eyes

Don't forget, I do this little thing

For you, I repeat I think

Fire & ice, we're like black & white

Change your ways, lets run away

I'm feeling die without your voice

Its time to give your choice

When I'm with you we are like

Black & white

Anybody knows, anyone go

My heart as feeling as soul

Consegui apenas alguns pedaços, mas não achava que combinariam. Depois de alguns acordes, versos soltos e duas melodias diferentes, mas semelhantes, acabei por decidir que formariam duas músicas. Estava organizando os papéis na cama, ajoelhada no chão, quando ouvi um barulho na porta do quarto. Tive tempo apenas de colocar a tampa na caixa das perucas e materiais do 5 Seconds Of Summer e empurrá-las para debaixo da cama antes de ver um ser moreno e neozelandês enfiando a cabeça pela porta.

– Calum? - perguntei, surpresa. - O que faz aqui?!

Ele entrou timidamente e eu abri espaço na cama para ele se sentar.

– Acordei me perguntando onde estava, se fui sequestrado e eles foram gentis em me deixar uma coberta. - ele disse e nós rimos. - Até que ouvi uma música vinda do seu quarto.

– Sobre isso... - comecei, meio envergonhada. Já não bastava uma vergonha dessas com Luke e Ashton, agora me vem Calum. - Eu vi você e Michael dormindo no sofá e fiquei com pena de acordar vocês. Então sugeri que eles ficassem e dormissem aqui também. - corei ao ver sua expressão e ver o quanto foi impensado.

Calum riu do meu envergonhamento. Filho da mãe.

Depois olhou em volta, como se esperasse ver algo ali.

– E onde eles estão?

Claro, Calum, eu deixaria eles no meu quarto!, pensei, apenas para aliviar o nervosismo. Até que não seria má ideia colocá-los na minha cama. Credo, pareço até a Allison!

– Nos quartos de hóspedes. - respondi rapidamente, ao vê-lo ainda olhando em volta e temendo que visse as músicas.

Não que eu fosse fresca ou algo assim, mas isso era algo tão meu, como uma parte de mim - e eu ficava com os dois pés atrás quando Pedro dissera que música não me levaria a nada -, que eu ficava nervosa e receosa que qualquer outra pessoa visse. Ainda mais essa pessoa sendo Calum Hood, um dos meus maiores ídolos musicais. Eu não queria que ele visse, mas era meio tarde demais.

– Isso aqui é seu? - perguntou ele, pegando algumas folhas e analisando. Eu não respondi, até porque a resposta era óbvia. - Charlie! - ele exclamou, meio surpreso. E parecia até mesmo encantado. Pegou outras folhas e leu outros versos soltos. - Isso aqui está muito bom! Não sabia que você compunha.

Suspirei, e abri um sorriso meio amargo.

– É, já tem um tempo que não o faço.

Calum percebeu a mudança no meu humor, mas não me forçou a nada. E eu o agradeci eternamente por isso.

– Não deveria ter parado. - ele disse, sentando ao meu lado no chão e espalhando as folhas no formato original em cima da cama. - Isso é um dom, Charlie.

Sorri minimamente e comecei a organizar as folhas.

– Estou pensando em transformar os rascunhos em duas músicas, pode me ajudar? - perguntei timidamente e corei, envergonhada com minha audácia.

Mas ele não pareceu achar audácia da minha parte, pois sorriu-me de forma espontânea, e assentiu. Virou-se para a cama e analisou mais profissionalmente os versos.

– Poderia colocar esses duas estrofes como o refrão. - ele sugeriu. - Como são as melodias, já tem alguma ideia?

Assenti. - Sim, elas são bem parecidas, na verdade. Começaria num violão, nuns acordes mais lentos, até que o refrão pegasse uma nota mais alta.

Calum parou por um instante, provavelmente imaginando o ritmo. Até que resolvi pegar o violão da cama e tocar.

– Uau, é uma boa melodia. - ele disse, após eu tocar as duas, e pegou o rascunho dos refrões. - Podemos pegar algumas frases do refrão e repeti-las logo depois. E usando sempre algumas palavras-chaves, que poderiam ser o título das músicas.

Sorri, concordando. - O que acha de repetirmos "We'll never be as young as we are now/ As young as we are now" em um e "Fire & ice, we're like black & white/ When I'm with you we are like/ Fire & ice" em outra?

– Perfeito! - aprovou Calum. Algum tempo depois, depois de quase tudo pronto, ele perguntou. - E os nomes?

– Qual você sugere? - perguntei, analisando que já tínhamos as duas músicas praticamente finalizadas.

Calum sorriu. - O que acha de "Never Be" para a primeira, e "Fire & Ice" para a segunda?

Analisei mais uma vez toda a música.

– "Never Be" está perfeito, mas "Black & White" não seria melhor do que "Fire & Ice"? - sugeri.

– Impressionante, Charlie, você parece até uma compositora profissional! - Calum exclamou, deslumbrado.

Sorri tímida e fracamente, recordando-me do tempo antes de Pedro, quando eu ajudava meu pai a compôr algumas músicas para a banda.

– Ahn, obrigada, eu acho. - agradeci, escondendo minhas bochechas coradas. - Eu só... Eu só peço que não conte aos meninos, tudo bem? - pedi.

Calum arqueou uma sobrancelha, meio surpreso e duvidoso.

Mas eu tinha dito a Allie: não queria que eles descobrissem muito sobre mim. Eu tinha medo da reação que teriam. E se eles pensassem que por eu ser fã, me aproveitei da aproximação para ganhar fama? Eu não saberia lidar com isso, mesmo sabendo que minha fama por ser filha de Angus Young - e ex-compositora do AC/DC - é maior que a deles. Allison já checou o Twitter e riu quando viu que meu número de seguidores eram quase duas vezes maior que o deles.

– Por favor, Calum. - pedi. - Isso é importante para mim. Não quero que saibam pois ninguém nunca soube e eu não planejo levar nenhuma música para os estúdios.

Calum franziu o cenho, não sei se pensando mais a fundo ou se desconfiando de algo que não é necessário. Ele, por fim, suspirou, concordando.

– Okay, eu não digo nada. Mas se algum dia levar para a gravação, quero ser o primeiro a saber!

Eu ri, levantando-me, e o abracei forte. Ele ficou tenso em um primeiro momento, mas por fim me abraçou de volta, envolvendo minha cintura.

– Charlie, mas por quê é tão importante para você? Eles não saberem... Podemos te ajudar. - ele insistiu e logo depois mordeu o lábio inferior, com a típica expressão de ter falado mais do que devia.

Eu já sabia que eles não queriam que eu e Allie soubéssemos de sua fama, então decidi fingir ignorância.

– É mais uma coisa minha, quem sabe um dia eu não diga!

Calum sorriu. - E para quem são as músicas? São interligadas, não são?

Sorri levemente, lembrando de como pensara em Luke enquanto as compunha. Peguei as duas músicas e coloquei os rascunhos na primeira gaveta da cabeceira, talvez adiando a resposta ou evitando o lugar onde sempre guardo as músicas. Na caixa.

– É para alguém muito especial. - respondi.

A porta se abriu de repente e ouvi a voz do alguém especial.

– O que Calum faz aqui a essa hora?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!