Choices escrita por Kaah, Luh Chris


Capítulo 13
Diversão


Notas iniciais do capítulo

Oláá amores!!

Estamos de volta! Desculpem a demora.

Esse capítulo ficou grande, por isso decidimos cortar em dois. Essa parte ficou maior. E tem continuação...

Esperamos que gostem!!

Beijoos! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/625542/chapter/13

 

— Jensen, onde estamos indo? – Pergunto enquanto ele me arrasta por uma área da Audácia que eu nunca vi. Tenho medo que isso seja proibido e nos traga problemas, mas no fundo estou animada.

— Fazer algo divertido, perigoso e secreto... Você vai ver – ele diz. Eu sorrio com a super explicação, mas continuo seguindo ele.

Nos juntamos a um grupo e logo vejo Uriah, Lynn, Marlene e mais algumas pessoas que eu não conheço. Alguns eram iniciados, como nós, mas somente os nascidos na Audácia, não havia ninguém do meu grupo de treinamento. No entanto, a maioria deles eram membros mais velhos. E eu gelei quando vi os amigos do Tobias com o grupo.

— Eles não vão nos delatar? – Sussurrei para os meus amigos.

— Relaxa, eles podem até tentar, mas matamos eles antes disso acontecer – cochichou Uriah. E com uma voz mais alta ele acrescentou: – E a propósito, esse cara amedrontador aqui é meu irmão, Zeke – ele abraçou o cara mais alto que eu sempre vejo com o Tobias, depois apontou uma menina alta e morena ao lado dele e disse: – E essa é Shauna, irmã da Lynn e também prima do conquistador ali – ele apontou para o Jensen, que sorriu e empurrou o ombro de Uriah.

— Ei, eu não sou nada amedrontador – retrucou Zeke, entre gargalhadas. E em um tom um pouco sombrio e baixo, disse: – E o que faremos aqui é altamente sigiloso, vocês têm que ficar de bico fechado e não falar nada com o Quatro – Zeke gargalhou novamente. Percebi que ele parecia estar um pouco alterado.

— Ele não vem? – Perguntei antes de conseguir segurar minha língua.

— Ele não vai onde estamos indo, nunca! – Falou a Shauna, com um olhar curioso em minha direção. E continuou a andar. Todos seguiram na mesma direção. Jensen aproximou os lábios do meu ouvido e cochichou:

— A Shauna parece não ser amigável, mas não se engane, ela é um amor de pessoa, igual a irmã. – Sorri, e decidi não comentar o quanto o olhar dela me assustou. E o quanto eu acho a Lynn pouco amigável, na maioria das vezes.

Passamos por corredores e mais corredores, dos quais provavelmente não me lembrarei mais tarde. Descemos e subimos por ladeiras muito íngremes, e quando pensei que não chegaríamos nunca, todos pararam de repente, e o escuro dos túneis deram lugar a uma abertura não tão grande quanto no fosso. Eu poderia dizer que estávamos em um lugar muito alto.

Olhei para onde as pessoas estavam se concentrando e vi restos do que um dia foi uma ponte. E atrelado a ela, alguns equipamentos.

— Eu te apresento nossa plataforma de bungee jumping – Disse Uriah, em um gesto afetado. Erguendo os braços em volta.

— Ok! – Limpei a garganta. – O que é bungee jumping? E o porquê dessa animação toda?

Todos me olharam como se tivessem nascido chifres na minha cabeça.

— Você nunca soube o que é diversão mesmo né? – Disse Lynn balançando a cabeça e rindo. – Bungee Jumping é tipo um das melhores atividades que praticamos aqui na Audácia.

— E não vamos te explicar o resto, mostrar é muito mais interessante – Jensen acrescentou estendendo o braço para pegar minha mão e me posicionar em sua frente, empurrando minhas costas como se eu fosse tentar fugir dele. À nossa frente, próximo aos equipamentos presos à ponte, uma fila já se formava.

Zeke, Shauna e alguns audaciosos mais velhos estavam preparando um cara, amarrando-o a cintos de proteção e a uma corda, que por sua vez estava presa a ponte.

Não ousei piscar um olho, quando sem nenhum traço de medo, o garoto se lançou para o abismo a seus pés.

Um som estrangulado atingiu meus ouvidos e senti meu sangue gelar. Estiquei o pescoço tentando ver além da escuridão do buraco. Puxei o ar com força e me desesperei até perceber que os gritos que ele dava eram de diversão, e que a corda era elástica, dando a ele puxões, até se estabilizar e ele se perder de vez na escuridão do abismo.

Isso me lembrou do dia que chegamos aqui, quando pulamos do telhado. Apesar de que, algo com essa brincadeira me fez pensar que a sensação seria mais intensa, além de aparentar ser muito mais alto.

A partir desse momento, meu coração acelerou, não de medo, mas de ansiedade. Queria experimentar isso também.

Alguns minutos depois, os gritos cessaram e eu vi quando Zeke puxou a corda elástica. Olhei para o buraco, mas não vi nada. É muito escuro. Fiquei me perguntando como e onde ele se soltou.

Pouco a pouco, a fila foi andando, e eu ansiosa, vi os meus novos amigos pulando, um a um. De frente, de costas, dando cambalhotas no ar.

— Quer ir primeiro? Eu posso ir depois de você – Jensen me tirou do transe. – É compreensível que você fique com medo, por ser sua primeira vez – ele me deu um sorriso de canto, mas não percebi malícia em seu comentário.

— Medo? Não estou nem um pouco com medo – zombei. - Estou ansiosa pela minha vez, muito ansiosa, diga-se de passagem. – Eu estava rindo feito uma idiota. – Mas quero que você vá primeiro, quero ter todos lá embaixo quando eu pular.

E então, de frente para mim, com um sorriso travesso e uma piscadinha. Jensen se lançou de costas. Eu ri. Uma gargalhada autêntica atravessou minha garganta. Nunca pensei que poderia me divertir tanto com essas pessoas malucas, viciados em adrenalina.

Minha vez chegou e fui amarrada aos equipamentos. Zeke seria o último, e antes de eu saltar, ele me deu algumas instruções, e enfim estava à beira daquele abismo. A adrenalina estava correndo forte em minhas veias e ao mesmo tempo em que eu queria pular e sentir mais daquilo, eu também queria ficar e prolongar a sensação.

Por fim, abri os braços e soltei o corpo pra frente. Minha barriga gelou e meu ar ficou preso em minha garganta. Foi diferente de quando eu cheguei a Audácia. Naquele momento eu estava com medo do que ia encontrar lá embaixo. Agora eu estava me divertindo, muito, e eu pude aproveitar cada segundo daquilo. Rindo e sentindo a adrenalina correr nas minhas veias, eu fiquei balançando até o elástico estabilizar.

Quando o elástico que me sustentava parou de me balançar, eu pude prestar atenção no que tinha ao meu redor. A primeira coisa que eu vi, foi água. Parecia um lago, cheio de pedras grandes ao redor. Que só foi possível enxergar, por causa de pequenas luzes que estavam a minha esquerda. Eram lamparinas, iluminando os rostos das pessoas que pularam antes de mim. Todos rindo e gritando sua aprovação.

—Tris! – Uriah gritou. – Solte as suas pernas. É simples, você só tem que soltar as presilhas. – Olhei para meus pés. Ok, agora entendo por que essa maluquice só poderia ser feita aqui. Dá um trabalho danado e exige muita força física, se dobrar -estando de cabeça para baixo- e soltar essas presilhas.

Quando consigi, nem tive tempo de respirar fundo, pois cai na água e engoli um bocado dela. Para a minha surpresa, a água não estava fria, estava morna e isso é reconfortante. Quando emerjo, encontro o sorriso brilhante de Uriah, me olhando de uma pedra próxima.

—E ai? Você gostou tanto que pretende ficar aí o dia todo? – Perguntou, me estendendo a mão. Eu solto uma risada enquanto nado até ele e seguro sua mão.

Um dos membros antigos assovia e Zeke começa a puxar o elástico para cima. Assim que piso em terra firme sinto minhas pernas tremerem.

— E ai, como se sente? – Pergunta Jensen. Seu sorriso de expectativa me fez sorrir também.

— Me sinto ótima – Olho para minhas roupas molhadas. Ele ri e ele me abraça de lado, me ajudando a ficar de pé.

— Bom – ele disse. – Por que pretendo te trazer aqui muitas vezes. – Eu sorrio e olho para cima a tempo de ver Zeke pular. Ele fez muito drama, gritando e rindo. Todos se divertiram com sua graça.

Após todos terem pulado. Um rapaz de eu ainda não tinha visto, chega com uma bolsa e todos gritam e correm para ele. Abrem a bolsa e retiram várias garrafas de dentro. Uriah pega uma garrafa e me entrega.

— É cerveja, pode beber boneca – diz Lynn chegando ao meu lado, segurando sua própria garrafa. Tomo um gole da minha cerveja e observo os caras conversando. Todos retirando sapatos e torcendo as roupas, não se importando por estarem molhados. Alguns ainda estão saltando na água, fazendo graça. Eles parecem se conhecerem há muito tempo. E não fazem diferença com os iniciados. Vejo Uriah e Jensen conversar com eles e participar das brincadeiras e empurrões deles.

—Então... – Uma voz chega pelo meu lado esquerdo. – Você já está se arrependendo de tudo isso? – Me viro e vejo Shauna em pé ao meu lado. Olho para ela sem entender o que ela quis dizer e ela faz um gesto com a mão, mostrando o lugar. – Isso aqui é bem diferente do que você está acostumada, não é? – Ela parece não gostar de mim. Olho de novo para as pessoas que eu nunca pensei que fosse conviver e gostar. Depois bebo mais um pouco da minha cerveja e penso na minha resposta. Eu poderia perguntar logo qual o problema dela comigo, mas não quero construir inimizades. Então respondo:

—Muito diferente... Mas então, o diferente é bom, às vezes – olho para ela e sorrio, mas ela não devolve o sorriso.

—Ei, não beba muito hein – diz Jensen. Ele chega ao meu lado e passa o braço pelos meus ombros. – Daqui a pouco vamos subir e saltar de novo – ele aponta para o alto e eu ergo minhas sobrancelhas para ele, mas Uriah chega ao lado e diz:

—Isso – ele diz. – E não queremos outra chuva de vomito.

Todos riem e olham para o rapaz que trouxe as bebidas.

—Foi só uma vez cara, meu estômago estava ruim nesse dia – o rapaz diz.

—Jack, pare de mentir – Zeke bate no ombro dele, depois olha para mim. – Por isso, o nosso grande amigo aqui, é o primeiro a pular, depois ele corre para pegar as bebidas, é o castigo eterno dele – Jack revira os olhos e responde:

—Isso e por que eu trabalho vigiando os portões perto da cozinha – ele diz rindo para Zeke. – Sem mim não haveria cervejas.

—Ahh deixe de se achar – Zeke o empurra de novo e eles saem rindo.

—Eles são sempre tão amigáveis? – Pergunto. Jensen ri e se senta no chão, batendo a mão ao seu lado para que eu me sente também.

—Às vezes eles são piores – ele responde. – Mas Zeke e Jack são amigos há muitos anos, desde a época de escola... – Olho para frente e observo todos conversando e bebendo. Lynn, Marlene e Shauna conversam e me olham de vez em quando. Tento não pensar o que estarão falando de mim. – Até o Quatro chegar aqui, era só os dois – continua Jensen. E ouvir falar no Tobias me despertou curiosidade.

—Quatro não parece gostar muito de socializar – digo. – Quero dizer, ele não participa dessas brincadeiras e quase sempre está quieto.

—Ele não é de falar muito, só com Zeke ou Jack ele conversa mais. Se eu não tivesse visto ele com algumas garotas eu diria que ele não conhece nenhuma diversão – Jensen me dá um olhar sugestivo e ri para si mesmo enquanto bebe. Eu fico encarando ele, tentando entender se ele disse o que eu acho que ele disse.

—E você, não namora? – Pergunto. De repente esse papo me incomoda, mas eu quero ver se ele tem teto de vidro.

No entanto, Jensen não parece incomodado com minha pergunta. Ele sorri e olha para mim através da garrafa que ainda está em seus lábios. Depois de beber ele se inclina para sussurrar no meu ouvido.

—Olha, eu não sou do tipo virgem – ele ri e eu reviro os olhos -, mas nunca namorei a sério – dá de ombros e eu espero ele continuar. – Acho que eu nunca conheci ninguém que me fizesse ter vontade de namorar. – Agora ele está sério e está alternando seu olhar entre meus olhos e minha boca. Ohh não!

—Olha se não é o medrosão! – Grita Zeke e eu salto no lugar.

—Vá se ferrar Zeke – a voz grossa e mal-humorada de Tobias preenche o lugar, e antes que eu possa pensar, minha cabeça já está girando na direção a sua voz. E eu encontro seus olhos no mesmo instante. Ele está sério e seus olhos estão cravados em mim.

Merrda! É agora que todos nós seremos punidos por estarmos aqui?

—Relaxa aí cara – diz Jack. – Você não precisa pular, mas não estrague a diversão deles – o olhar de Jack passa por mim e os outros iniciados.

—Eles não deviam estar aqui, e vocês sabem disso – reclama Tobias. – Durante a iniciação, eles são minha responsabilidade, se algo acontecer, algum acidente estúpido, eu tenho que dar conta disso – ele aponta para Zeke, que bufa e dá as costas a ele.

—Você é muito careta às vezes – Zeke joga, mas depois parece arrependido com a escolha de palavras, pois seu rosto suaviza quando ele se vira e vê o olhar ainda mais irritado no rosto do Tobias. – Só deixe que eu tomo conta deles, se algo acontecer, a responsabilidade é minha.

Tobias bufa e me olha de novo. Jensen ainda está ao meu lado e bebe sua cerveja tranquilamente. O olhar de Tobias vai de mim a Jensen e ele parece muito irritado. Ao lado dele, porém um pouco mais atrás, vejo Maria. Ela está encostada em uma rocha e também me olha. O que será que tem em mim?

Desvio o olhar dos dois e me levanto.

Jack anda até ele e entrega uma cerveja a Tobias.

—Bom, já esta feito cara – Jack diz. – E já que está aqui e quer cuidar dos seus filhotes, tome uma com a gente, relaxe um pouco. – Tobias olha para ele e depois para mim. Mas pega a garrafa e se senta num canto distante. Maria faz o mesmo, mas sem deixar de me encarar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Comentem!!! :*