Mr. Darcy em minha vida escrita por hatake


Capítulo 36
O que aconteceu?




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— Olhe! – um gritinho surpreso.

— Ele está acordando. – um homem respondeu aliviado.

Darcy ouvia as vozes soando distantes. Tentou erguer o tronco, mas foi paralisado por uma forte pontada na cabeça.

— Ei, não se mexa amigão. Devagar. – ele pode sentir duas mãos o empurrando de leve para a cama.

— O q-quê? – sua voz saiu rouca, arranhada, como se estivesse há muito tempo sem usá-la. – Água – conseguiu pedir com muito esforço.

— Eu o sirvo, pode deixar. – uma voz feminina disse delicada.

Imediatamente Darcy sentiu que uma esponja umedecida era colocada sobre seus lábios. Devagar ele foi abrindo os olhos, cegado pela luz.

— Darcy?

Aos poucos a imagem a sua frente ia clareando.

— Você me reconhece?

Ele olhou diretamente para aquele que perguntava.

— Bingley... – respondeu com dificuldade, sendo saudado por um sorriso e um aceno vigoroso de seu amigo.

— Isso mesmo.

— Água. – pediu novamente, dessa vez com a voz mais firme.

Nesse momento Darcy conseguiu enxergar a outra pessoa no quarto. Georgiana. Ela tinha as feições delicadas franzidas de preocupação. Com cuidado ela se aproximou e o ajudou a beber um pouco de água.

Darcy se engasgou, fazendo com que ela se sobressaltasse.

— Irmão?

— Acho que já está bom, senhorita Georgiana. Por que você não faz companhia a seu irmão enquanto eu vou a cozinha solicitar uma sopa para ele? – Charles disse fazendo menção de se retirar.

— Fique. – Darcy pediu.

Georgiana sentiu que seu irmão gostaria de conversar com seu amigo e respondeu:

— Fique com ele, por favor, senhor Bingley. Eu mesma vou à cozinha.

O homem assentiu e observou a jovem senhorita sair do quarto.

— Ela esteve muito preocupada com você. – disse ao seu amigo.

— O que aconteceu Charles? Por que eu estou aqui? – o tom de Darcy era aflito.

— Você não se lembra de nada?

— Não.

— Bom, tudo que eu sei é que combinamos de nos encontrar em Hampshire, onde eu planejava alugar uma propriedade. Com esse intuito você partiu de Londres com seu criado pessoal. Mas você não chegou e depois de dois dias de atraso eu comecei a me preocupar.

— A última coisa que me lembro é de responder a sua carta, aceitando seu convite.

Bingley assentiu antes de continuar.

— Quando eu já estava quase saindo para lhe procurar um mensageiro chegou com um telegrama. Nele, seu criado de maneira bem precária informava que você havia se acidentado, caindo do cavalo durante uma forte chuva que os pegou no caminho. Ele me pedia que viesse encontrá-los.

— Onde estamos?

— É uma estalagem. Exatamente na metade do caminho.

— O que aconteceu então? Por que Georgiana está aqui? E por que eu não consigo me lembrar de nada?

— Você esteve desacordado por quase quinze dias Darcy. E também bateu a cabeça com muita força. É normal que esteja um pouco confuso.

— Eu não estou confuso Bingley, eu simplesmente não consigo me lembrar.

— Você não se lembra de nada?

De repente a imagem de uma jovem mulher apareceu nos pensamentos de Darcy. Ela tinha os olhos castanhos e os cabelos claros. Não era nenhuma beldade, mas ele sentiu seu peito se aquecer.

— Eu me lembro de uma mulher. Não era Georgiana. Quem é ela? Ela que cuidou de mim esses dias?

— Do que você está falando Darcy? Durante todo esse tempo, apenas eu, sua irmã e seu criado permanecemos ao seu lado. Você teve ter sonhado.

— Mas... – o olhar dele mostrava confusão.

— Espera! – Charles interrompeu. – Enquanto você permanecia desacordado e febril chamava sempre por um mesmo nome.

— Nome? – Darcy assustou-se.

— Sim. O nome de uma mulher.

Ele aguardou em silêncio que seu amigo terminasse de falar.

— Hannah. Era esse o nome que você chamava sem descanso.

Darcy repetiu o nome em voz baixa. Imediatamente associou o nome com a figura da mulher em seus pensamentos.

— Eu preciso encontrá-la. – disse a Charles.

— Sinto desapontá-lo meu amigo. Mas eu acho que essa mulher foi apenas uma alucinação da sua mente febril. Desde que ouvi você chamá-la pela primeira vez tenho procurado sem sucesso por ela. Nem seu criado, os servos da estalagem e mesmo a senhorita Georgiana, nenhum deles reconhece esta mulher.

Um súbito cansaço se abateu sobre Darcy e aos poucos sentiu seus olhos pesarem. Quem seria Hannah?

— Vou deixá-lo descansar. – Bingley disse saindo do quarto.


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