Mr. Darcy em minha vida escrita por hatake


Capítulo 14
Camiseta




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Sem que se dessem conta seis meses já havia passado desde a festa da empresa. Nesse tempo nenhum dos dois falou sobre a dança... Foi como se aquele momento pós-festa jamais houvesse existido. Darcy fazia questão de tratá-la como amiga ou irmã a cada oportunidade e Hannah decidiu não se preocupar mais, deixaria acontecer.

Tom foi conquistado por Darcy e em pouco tempo de serviço o rapaz já era gerente do café e tinha planos de expandi-lo, abrindo-o durante a noite para happy hour.

Nos últimos meses a postura de Darcy mudou radicalmente. Na essência e com Hannah ele ainda era o mesmo. Mas o trabalho direto com o público no café o tinha transformado em alguém mais extrovertido. Ele não tinha problemas em lidar com as mulheres que lhe assediavam no café e tinha até sua própria rede de amigos, independente de Hannah.

—Hannah? Já acordou? – Darcy entrava no apartamento após sua corrida matinal. Como agora era o gerente podia se dar ao luxo de tomar café com Hannah antes de ir trabalhar. O homem vestia calça de moletom e camiseta e tinha uma toalha enrolada no pescoço e um pacote nas mãos.

—Bom dia! – Hannah apareceu na porta da cozinha trajando uma camiseta até as coxas cinza e meias - Hummm... São croassaints? – perguntou investigando o pacote.

Darcy estava estupefato.

—É minha camiseta?

Durante esses meses Darcy havia conseguido colocar sua cabeça no lugar e esquecer os pensamentos inapropriados em relação à Hannah. O trabalho no café foi um bálsamo. Mas aquela camiseta complicava tudo... Tinha que ser a sua camiseta?

—É sim... Meus pijamas estavam todos sujos, vi essa camiseta nas roupas para passar e peguei emprestada. Você se importa?

—Não... Sim... Ora Hannah... Não me incomodo pela camiseta, mas devemos respeitar alguns limites básicos... Não é porque moramos juntos que devemos partilhar nossas roupas.

—Se isto incomoda tanto você... – disse indo para o quarto.

Vestiu shorts e uma camiseta de malha, calçou o tênis e colocou a camiseta de Darcy no cesto de roupas sujas.

—Onde você vai? – Darcy indagou – Não íamos tomar café?

—Não é porque moramos juntos que devemos partilhar nossas refeições. – disse simplesmente antes de sair deixando um Darcy com cara de tonto.

Vinte minutos depois Hannah tinha feito uma excelente caminhada que lhe espaireceu a cabeça. Aproveitou que estava próxima e tomou seu café da manhã no café do Tom. Darcy ainda não havia chegado e a garota pode desfrutar a refeição tranquilamente.

Algum tempo depois chegou em casa. Estranhou não ter encontrado Darcy em casa ou no caminho do café, deviam ter se desencontrado por alguns minutos.

Hannah sabia que deveria se desculpar com ele, apesar de resolver deixar seus sentimentos de lado, as coisas não estavam tão fáceis e isso lhe atiçava os nervos.

Por que Darcy tinha que complicar tudo? Ela não era idiota... Será que ele achava que conseguia disfarçar as breves olhadas em suas pernas? Ou seu olhar desejoso lhe percorrendo o corpo quando colocava uma roupa mais justa? Homens... Hannah tinha certeza de que Darcy não era imune a ela, não como ele gostaria que ela pensasse. Ele se interessava por ela, por seu corpo, tinham muitas coisas em comum e nunca faltava assunto para conversarem Então qual seria o problema de deixar rolar? Depois as mulheres que eram complicadas...

Enquanto isso Darcy chegava para mais um dia de trabalho.

—Bom dia Darcy!

—Bom dia Pedro. Como está tudo?

Pedro era um dos garçons do café. Era alto, bronzeado e forte. Chamava a atenção da clientela feminina do café.

—Está tudo certo. Aquela sua amiga veio aqui hoje.

—Que amiga?

—Aquela engenheira bonita.

—A Hannah esteve aqui hoje?

—Sim. Veio tomar café.

—Hum. – Darcy começou a olhar uns papéis desinteressado.

—Cara...

Darcy olhou Pedro, que estava com uma expressão sonhadora.

—Vou te falar... Não entendo como você consegue ser apenas amigo dela.

—Qual o problema?

—Ela é uma gata. Eu não conseguiria. Ainda mais morar na mesma casa que ela... Você tem gelo nas veias, homem. Imagina... Acordar todos os dias e ver aquela delícia de pijama...

—Pedro. – a voz de Darcy soou cortante. Seu rosto estava impassível, mas era possível ver uma tempestade em seu olhar.

—Ohh... Desculpa chefe... Vou checar algumas coisas no estoque.

Darcy estava possesso. Primeiro com a liberdade de Pedro ao dizer essas coisas de Hannah. Não era ciúme, não. Era cuidado. Pedro não tinha o direito de falar assim dela. E depois as palavras do maldito acabaram revivendo a cena de manhã. Uma Hannah despenteada, com cara de sono, vestindo apenas sua camiseta e meias... Imaginava que acordaria da mesma forma após passarem a noite juntos... Eles fariam amor apaixonadamente e depois Hannah vestiria sua camiseta e dormiria em seus braços... e... Não. Chega Darcy.

Quanto mais pensava nesse assunto mais se convencia de que precisava arrumar uma namorada. Quase já não tinha esperança de voltar ao seu mundo e não podia viver para sempre a espera disso acontecer. Precisava viver a sua vida. Uma namorada seria a solução. Não seria mais tão dependente de Hannah e ajudaria a esquecer estes pensamentos inapropriados.

Como se o destino estivesse concordando com seus pensamentos uma jovem mulher entra no café. Era Anne. Darcy já a conhecia. Era uma jornalista. Inteligente, alta, loira e olhos azuis. Linda e culta. O rapaz pensa que não há momento mais propicio para agir.

—Bom dia Anne. Tudo bem?

Anne avaliava o homem a sua frente. Era um belo espécime sem dúvida. Já tinha demonstrado certo interesse nele, mas ele educadamente se afastou. Chegou a pensar que era casado. Mas o sorriso que ele lhe dava agora jogava para o espaço a idéia de compromisso. Ele era charmoso sem querer, quando queria, era fatal.


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