A vida seguia de forma tranqüila, com Darcy se adaptando ao novo emprego e Hannah tentando criar coragem para provocá-lo.

Alguns dias depois durante o café da manhã, Hannah fez o convite.

—É... Darcy?

—Sim?

—Bem... É que haverá uma festa de confraternização na empresa em que trabalho... E eu gostaria que você fosse comigo... Eu acho que vai ser bom para você e...

—Você quer que eu vá? – Darcy perguntou contundente.

—Eu... Quero! – respondeu soltando a respiração que nem percebeu que prendia.

—Então está decidido. Eu irei! – disse dando um daqueles sorrisos de matar a “la Darcy”.

—Certo. É... Obrigada!

—Só não esqueça de me passar o dia e a hora por favor... Ah... Que tipo de festa é? Um evento informal? Algo mais sofisticado?

—Bem... Será um coquetel. Nada muito formal... Mas as mulheres usam vestido... Ah... E será no próximo sábado às 20h00min.

—Está combinado então minha querida amiga.

Amiga... Urgh! Nunca pensou que pudesse detestar tanto essa palavra como neste exato momento. Tudo bem Darcy querido, você me deu o incentivo que faltava para começar os jogos... Me aguarde!

Nos dias que antecederam o evento Hannah dividiu seu tempo em trabalhar, conviver com Darcy e encontrar um vestido arrasador. Tudo estava indo bem, exceto a parte do vestido. Não estava conseguindo encontrar nada que fosse elegante e sexy ao mesmo tempo. E a festa estava chegando!

Na sexta feira antes da festa ao andar pelo Centro durante seu almoço parou em frente a uma loja simples, mas com roupas de bom gosto expostas na vitrine. Resolveu entrar.

Ao olhar entre as araras encontrou. O vestido era perfeito. Era todo de paetês que variavam do ouro velho ao preto, possuía um decote canoa discreto com manguinhas forrado com uma renda preta de bom gosto, que também fazia a barra do vestido, com comprimento um pouco acima do joelho. O vestido tinha sido feito para ela.

Ao experimentá-lo no provador gostou do efeito. Ele acentuava todas suas curvas, era um pouco mais justo do que as roupas que costuma usar. Porém o bom gosto da peça e o tecido mais encorpado não deixavam que fosse vulgar. O comprimento discreto também ajudava a formar uma imagem bonita, elegante e sexy. Pelo menos era o que ela esperava.

No sábado de manhã Hannah acordou, cuidou do Boruto e começou sua maratona para se arrumar. Fez as unhas, uma hidratação no cabelo e esfoliou a pele. Darcy estaria trabalhando até as quatro da tarde no café. Usou o restante do tempo para brincar com Boruto e descansar.

Quando Darcy chegou em casa encontrou Hannah com um moletom velho rolando no tapete com Boruto.

—Gostei da sua roupa para a festa.

—O quê? – Hannah assustou-se com ele.

—Sua roupa para a festa... – ele lhe sorria zombeteiro – É moderna e conservadora ao mesmo tempo...

Hannah olhou para a roupa pavorosa que vestia. Pois é Hannah, pensou. Parabéns... Com certeza Darcy a achou muito sexy nessa roupa horrorosa.

—Não enche Darcy! – disse olhando zangada para ele.

—É brincadeira baixinha... – disse com seu sorriso maravilhoso.

—Baixinha? Desde quando você me chama assim? Tenho minhas dúvidas se trabalhar no café está lhe fazendo bem...

Darcy gargalhou.

—Vem cá. – disse a ela.

Quando Hannah se aproximou ele a puxou num abraço e beijou-lhe o topo da cabeça.

—Você é a minha baixinha...

Hannah estava em algum lugar do espaço perdida entre a lua e Vulcano.

—Georgie também fica zangada quando eu lhe chamo de baixinha...

Georgie... Irmã... Nada como despencar da torre Eiffel.

—Eu preciso terminar de me arrumar Darcy. Com licença. – disse desvencilhando-se dele.

Darcy assentiu e foi para seu quarto também.

Darcy vestiu-se com esmero. Trajava uma calça jeans escura, camisa cinza e um blazer preto. Ao terminar de se arrumar resolveu ir até a floricultura que havia próximo ao apartamento.

Enquanto isso Hannah terminava sua maquiagem. Ela tinha tentando algo mais básico. Sombra marrom, bastante rímel, lápis e um batom cor de boca. Seu cabelo caia liso e brilhante pelas costas. As pontas louras fazendo um belo contraste com a renda preta da gola e mangas. Estava bonita. Calçou uma sandália de salto alto preta, vestiu o casaco preto, pegou sua bolsa e foi para a sala.

Darcy a esperava esplendidamente maravilhoso, com um buque de rosas cor de rosa na mão.

—São para você! – lhe estendeu as flores.

—São lindas Darcy, obrigada! – estava emocionada com o gesto – Vou colocá-las na água.

Ao voltar a sala Darcy lhe estendeu o braço.

—Não tão lindas como você. – ele lhe disse sorrindo.

—O quê? – franziu a testa confusa.

—Você disse que as flores eram lindas... Mas não competem com a sua beleza.

Hannah ficou trêmula e sem palavras. Então apenas apertou seu braço enquanto sorria envergonhada.