Um Belo Errado escrita por Mila Karenina


Capítulo 25
Pisando na cobra.


Notas iniciais do capítulo

Vejo vocês nas notas finais.



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As bochechas do bebê eram enormes e seus olhos castanhos como os meus, suas sobrancelhas eram grossas e seus lábios rosados, o bebê era mesmo lindo.

Ele vestia uma roupinha branca com um enorme laço azul e tinha os olhos em algo, ou melhor, em alguém, havia também naquele local uma mulher, uma mulher completamente vestida de preto, ela pegou o pequeno bebê que chorou e gritou, e correu com ele no colo.

Eu tentei identificar a mulher, mas era em vão ela corria e corria, corri atrás dela pois eu queria o meu bebê, mas ela foi mais rápida, ela parecia desumana e sua vantagem sobre mim parecia enorme.

Continuei correndo e agora eu me encontrava em uma enorme floresta com árvores enormes e verdes, eu parecia estar em uma floresta equatorial, olhei para o lado e havia uma enorme cachoeira, aquilo parecia surreal, completamente surreal.

A mulher virou para trás rapidamente, verificando se eu ainda corria, eu já havia corrido cerca de um quilometro e eu não parecia me cansar, a única coisa que eu queria e precisava era do meu bebê.

O grito do bebê ainda era estridente, mas eu não conseguia mais enxergar a mulher, de repente eu parei, e quando percebi, eu estava a passos de um enorme precipício, a mulher finalmente apareceu.

Ela não segurava mais a minha criança e seu choro havia cessado, ela me empurrou tentando fazer que eu caísse na água que se encontrava abaixo de nós, mas me mantive forte e a empurrei, ela tombou, mas se levantou.

Ela se aproximou vagarasomente e então abaixou seu capuz preto, a mulher era Diana, ela havia matado o meu filho.

Meus olhos ainda estavam arregalados e eu tremia com medo dela me matar como havia feito com meu filho, as lágrimas desceram de meus olhos e ela em um rápido movimento me empurrou.

Caí do precipício e fui caindo, caindo, a água nunca parecia chegar e eu soltei um grito que ecoou por todo o local.

— Nããão! — Gritei abrindo os olhos e percebendo que aquilo tudo não havia passado de um pesadelo.

— O que foi meu amor? — Peter perguntou confuso e eu não pude responder.

— Tire ela daqui! Ela matou meu filho! Ela quer me matar! — Eu continuei gritando e ele parecia um misto de confusão e choque.

— Você só teve um pesadelo... volte a dormir. — Peter pediu alisando meu rosto, mas eu não conseguia dormir, não com Diana nessa casa.

— Por favor... Só tire ela daqui... — Eu falei gaguejando engasgada pelo choro que eu tentava segurar.

— Tirar quem daqui? — Peter perguntou ainda confuso e com os habituais cabelos desgrenhados, hoje de uma maneira ainda mais bagunçada.

— Diana. — Respondi pondo a mão na cabeça e lembrando do choro do bebê, do meu bebê.

— Nós já conversamos sobre isso, o que eu vou dizer pra Maria? Sua mãe é uma louca e por isso estou a expulsando? — Peter perguntou.

— Pode ser, mas se quiser, eu mesma a expulso e eu posso fazer isso agora! — Eu disse me levantando e ignorando que eu estava de camisola e uma camisola não tão comportada.

Bati no quarto que eu sabia que Diana estava, ela não veio abrir, então chutei a porta.

— Peter vai me perdoar, mas vou quebrar essa porta! — Disse pra mim mesma e continuei batendo na porta com força.

O barulho era enorme, e logo Maria se levantou e veio até o corredor, em seguida Lauren apareceu com um pijama de zebra que eu nem tive tempo de rir.

Maria se aproximou confusa e eu a afastei com uma mão enquanto batia na porta com a outra.

Peter veio até mim e me tirou da porta, me segurando entre seus braços, tentei me soltar de todas as formas, pisei em seu pé e continuei gritando, mas ele não me soltou.

Ele me pôs em suas costas e tentou me tirar dali, eu estava fazendo uma tremenda cena, mas não estava me importando, a única coisa que eu queria era Diana fora de minha casa.

— Me solte! Tire essa mulher daqui ou eu vou machucá-la e muito! — Eu exclamei ainda socando Peter para que ele me soltasse, mas ele parecia não sentir.

Ele abriu a porta do nosso quarto e me deixou na cama, se sentou do meu lado e eu pensei que ele estaria com raiva, mas ele simplesmente parecia confuso demais para dizer algo.

— Escute bem o que eu estou dizendo, essa mulher não fica aqui nem mais um dia, me ouviu bem? Ou ela ou eu! — Eu gritei e Peter ainda continuava com sua expressão serena.

— Ela só vai ficar aqui até amanhã. — Ele falou calmamente e eu bufei de raiva.

— Ela vai embora hoje! — Eu gritei e me levantei da cama novamente e fui correndo em direção á porta, dessa vez ele não conseguiu me segurar.

Passei como um furacão pelo corredor e estava de frente para a porta daquele quarto novamente, não perdi tempo, chutei a porta com toda força, ela não saiu do lugar, mas eu ouvi a fechadura se mexer e logo Diana apareceu na porta com um sorriso no rosto.

Sem falar nada entrei no quarto e tranquei a porta, eu não estava com medo dela, pelo contrário eu tinha vontade de bater nela até ela desmaiar ou parar de respirar, eu queria matá-la como ela fez com o meu bebê.

— Quem você pagou para que me atropelasse? Ou foi você mesma? Sua víbora desgraçada! — Gritei e ela gargalhou se aproximando de mim lentamente, dessa vez eu daria as cartas.

— Como você é inteligente... pensei que nunca fosse se tocar! — Ela falou e eu senti uma enorme necessidade de lhe dar um tapa, mas me conti.

— Como você pode ser tão má assim? — Perguntei ainda não acreditando que ela tinha confessado aquilo com a maior naturalidade do mundo.

— Ah! Não se faça de coitadinha! Você sabe muito bem que aquele bebê era indesejado, pergunte a sua mãe como ele era indesejado! — Diana falou e eu gelei, a minha mãe estava envolvida naquilo?

— A minha mãe foi sua cúmplice nisso!? — Perguntei completamente tonta.

— Não seja ridícula! Ela apenas comentou comigo que você estava grávida e que estava arrasada com isso, como boa amiga que sou, resolvi o problema pra ela! — Ela falou ainda risonha e eu não consegui mais segurar.

Minha mão bateu com toda força em seu rosto e eu ia bater nela novamente, mas ela segurou meu braço, chutei suas pernas e ela caiu no chão.

Subi em cima dela enquanto a estapeava, puxei seus cabelos com força e um punhado de cabelo loiro ficou em minhas mãos, continuei a estapeando até que a porta foi aberta e Peter me tirou de cima da mulher.

A olhei e seu rosto estava coberto de sangue, seu nariz sangrava muito e seu cabelo estava completamente bagunçado, sua camisola estava intacta, me soltei de Peter e pulei na mulher novamente, agarrei sua camisola e a rasguei, eu precisava destruí-la por inteiro.

— Jade! Se acalme Jade! — Peter pediu e eu não pude escutar uma palavra, desmaiei ainda com o som do choro do bebê em meus ouvidos.


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Notas finais do capítulo

Responda nos comentários: Surra merecida?