"Ficar sem você me fez entender que sem você eu posso ser tudo, menos feliz."

Subi as escadas sorrindo ironicamente para Diana que ainda me fuzilava com os olhos, eu odiava aquela mulher de uma forma desumana.

Peter abriu a porta de seu, quer dizer, nosso quarto e eu respirei aliviada, ali com a porta trancada eu não possuía medo algum de Diana ou de Lauren.

Me joguei na cama e afundei, aquilo era maravilhoso, aquele quarto me trazia proteção, Peter me olhou e sorriu debochado e eu levantei o dedo do meio para ele que em seguida pulou sobre mim.

— Me esmagou! — Reclamei e ele me olhou ainda de forma engraçada, eu estava certa, ele era realmente um bom consolo.

— Está me chamando de gordo? — Ele disse saindo de cima de mim e levantando sua blusa.

— Sempre me achei tão sarado... — Ele falou alisando sua barriga e eu revirei os olhos, ele é realmente gostoso.

— E eu sempre te achei tão gostoso... — Eu falei e o puxei para mim novamente.

Ele sorriu e me beijou, eu estava com vontade de beijá-lo, mas não queria passar disso, não me sentia bem para isso, quando eu comecei a puxar a blusa de Peter, ouvi batidas na porta e automaticamente me afastei dele.

— Quem será o idiota? — Peter reclamou e em seguida tentou arrumar o cabelo e abriu a porta.

Maria se encontrava na porta, agora vestia uma camisola azul claro e tinha os cabelos loiros amarrados em um rabo de cavalo, possuía uma expressão serena e sorria de lado.

Assim que ela me viu deitada na cama, ela ficou vermelha como um tomate, deve ter imaginado o que estávamos fazendo e eu corei também.

— É eu posso voltar outra hora... — Falou saindo, mas Peter abriu ainda mais a porta.

— Pode entrar, eu vou ir... hã... beber um copo de leite! — Ele disse dando uma desculpa para nos deixar sozinhas.

Maria entrou devagar, e ela ainda não havia olhado em meus olhos, eu sorri amistosa e me levantei, sentando na beirada da cama.

— Sente aqui. — Pedi e ela se sentou ao meu lado ainda sem graça.

— Eu vim aqui pra dizer... que quero a sua amizade de volta... — Ela começou a falar e eu a abracei.

— Não sabe o quanto esperei para ouvir isso. — Sussurrei em seu ouvido e lágrimas brotaram em meus olhos, ultimamente eu estava chorando muito.

— Eu fui uma... vadia com você, a Kelly colocou um monte de coisas na minha cabeça e eu estava agindo como ela. — Ela continuou e eu senti uma pontada na cabeça ao ouvi-la pronunciar o nome de Kelly, aquela garota com toda certeza era louca.

— A Kelly não é uma boa influência. — Eu disse parecendo a minha mãe e ela assentiu.

— Não é mesmo, ela me disse que você bateu nela e também disse que você era louca, então eu perguntei porque ela odiava tanto você e então ela confessou, confessou que hã... É apaixonada por mim desde a quinta série. — Ela falou e eu arregalei os olhos, então ela se assumiu.

— Eu te avisei sobre isso não avisei? — Eu disse mais uma vez parecendo a minha mãe e ela sorriu.

— Sim, avisou, e eu deveria ter escutado, mas sabe? Eu tenho pena dela, coitada... — Maria falou pondo a mão na testa, ela sempre teve esse hábito de ter pena de todos.

— E como chegou a conclusão de que eu merecia o seu perdão? — Perguntei e ela abaixou a cabeça.

— O Jeremy me procurou e me contou sobre muitas coisas e quando eu soube que você estava grávida e quis assumir essa responsabilidade, eu me senti idiota por não ser corajosa como você e ainda mais idiota por ter perdido uma amiga como você, é difícil entender que a sua melhor amiga virou a sua madrasta de repente, mas eu não tinha direito de ter feito aquelas coisas com você... — Ela falou e mais uma vez lágrimas brotaram em meus olhos, ficar sem Maria doeu muito e agora saber que voltaríamos a ser amigas me deixava muito feliz.

— Muito obrigada por me dizer isso. — Disse limpando as minhas lágrimas.

Maria já ia se levantando da cama, quando eu me lembrei de uma coisa, eu deveria perguntá-la sobre Jeremy.

— Mas e aí? Você e o Jeremy estão... namorando? — Perguntei curiosa e ela corou mais uma vez.

— Não, só estamos passando um tempo juntos... ele ama demais a Alice, não teria olhos pra mim... — Ela disse cabisbaixa e eu senti muita vontade de dizer que era óbvio que ele tinha olhos pra ela, mas não, eu não disse porque Peter chegou no quarto.

Maria percebeu a presença do pai e me deu um adeus tímido, Peter a abraçou e beijou sua bochecha e depois fechou a porta.

— Fizeram as pazes? — Ele perguntou se sentando na cama.

— Sim, eu acho. — Respondi pensando em um jeito de juntar Maria e Jeremy de verdade.

Foi ai que eu parei pra pensar em uma coisa, qual seria o motivo da separação de Peter e Diana?

— Posso perguntar uma coisa? — Perguntei e ele assentiu.

— Claro, pergunte o que quiser... — Ele respondeu e eu fiquei feliz porque iria tirar aquela dúvida.

— Porque você e Diana se separaram? — Perguntei e ele pareceu realmente supreso.

— É uma longa história... ela sempre foi muito ambiciosa e sempre fez de tudo para conseguir realizar seu sonho de ser estilista, inclusive seduzir sua chefe para subir de cargo... — Ele falou e essa me pegou de supresa, Diana seduziu uma mulher?

— O que!? — Perguntei completamente confusa.

— Isso mesmo! Ela seduziu a sua chefe, quando eu descobri me senti o pior dos homens e simplesmente pedi o divórcio, ela jura que isso é tudo mentira, mas os fatos comprovam, e quando ela tentou te matar fazendo aquela loucura que até hoje é difícil de acreditar, eu contei para a chefe dela que ela veio correr atrás de mim, elas terminaram e ela não é mais sócia da empresa. — Ele continuou contando e eu não conseguia acreditar, aquela mulher era mesmo capaz de tudo.

— Não entendo como se casou com essa mulher! — Exclamei com raiva.

— Nem eu. — Ele concordou e em seguida se deitou, eu fiz o mesmo, tivemos um grande dia e precisavamos de descanso, sobretudo descanso de Diana.