Assim que chegamos Oliver me deixa em frente ao prédio e nos despedimos, sinto uma tristeza vinda dele, mas decido conversar mais tarde, precisava descobrir o que estava acontecendo na empresa.

Subo até a sala de Ray e vejo ele correndo de um lado para o outro loucamente e digitando em todos os computadores possíveis.

–Ray? O que esta acontecendo aqui?! – ele não parece me ouvir, continua virado de costas para mim digitando loucamente.

–RAY PALMER! O QUE ESTA HAVENDO AQUI?! – grito dessa vez, e ele vira completamente assustado na minha direção, ok, acho justo depois do grito.

–FELICITY! Graças a Deus, eu não sei como parar isso! Parece algum tipo de vírus, mas nunca vi algo assim, estou quase perdendo todos os meus arquivos! TODOS FELICITY! – Certo, ele parecia a ponto de colapsar, então deixo minhas coisas na cadeira mais próxima e corro para ver o que estava acontecendo.

– Hum.. certamente um vírus poderoso...oh não... – prendo a respiração ao ver que o vírus era o mesmo do Rei Relógio.

–Não pode ser, esse homem esta em todos os lugares?! – digo revoltada, e vejo Ray me olhar interrogativo .

–Você sabe quem fez isso?

– Bem, digamos que sim, é uma longa história.. – digo minha desculpa usual. Ele parece ponderar e depois assente .

–Claro, sempre é, mas você pode parar isso? – pergunta meio nervoso novamente.

–Vou precisar entrar na rede central dos computadores, e precisarei que você faça tudo que eu disser, certo? – ele me olha e concorda, então depois disso desço até a sala onde ficavam todos os fios imagináveis e inimagináveis da rede, assim que encontro o computador central começo a digitar o decodificador que tinha feito para o vírus, pego o celular e ligo para Ray.

–Certo, Ray, estou te enviando as informações necessárias para conter tudo isso, ok? Faça do computador que tem o modem principal... – continuo dando ordens até escutar passos atrás de mim, me arrepio com a sensação desagradável que me toma.

–Olá de novo loirinha – aquela voz, céus, de novo aquela voz horrível, me virei e vi o homem que tinha batido em mim na noite anterior, escuto Ray me chamando e perguntando o que estava acontecendo, mas o homem arranca o celular da minha mão e joga no meio de alguns fios.

– Parece que foi desobediente de novo, loirinha, terei que terminar o serviço agora...- ele da um suspiro forçado e segura uma mexa de meu cabelo e enrola nos dedos.

– O que é uma pena, já que você é muito bonita..- não deixo ele terminar a frase e chuto bem no meio de suas pernas e saio correndo como se minha vida dependesse disso, o que é um eufemismo já que ela REALMENTE dependia disso. Vejo ele gritar de dor e correr atrás de mim, porém a adrenalina em meu corpo permite que eu seja mais rápida.

–FIQUE LONGE DELA! – Escuto Ray gritar na entrada da sala e se jogar contra o homem, que por sua vez revida e os dois começam uma briga corpo a corpo em que eu podia ver que Ray estava perdendo , o que não era nada legal. Corro procurando meu celular, precisava de Oliver e precisava AGORA! Vejo que Ray desmaia com uma pancada na cabeça e sinto o homem sorrindo e vindo em minha direção.

Por sorte Oliver estava na discagem rápida e ele atende ao segundo toque.

–Felicity? Está tudo bem? – ele pergunta preocupado.

–NÃO! ELE ESTÁ AQUI, VENHA RÁPIDO! – Grito de volta e decido não falar o nome dele, porque eu sabia que quem viria seria o Arqueiro e não Oliver, talvez o homem pudesse notar isso.

Ele consegue me alcançar, o que não ia demorar já que o lugar não era assim tão grande, segura meu pulso e lança o celular longe novamente, e fala.

– Ora loirinha, te disse que tenho que terminar o serviço, quanto mais rápido melhor ,você não acha? – ele diz de maneira fria.

–O que eu acho é que você vai pagar por isso, e é melhor você transmitir isso para seu chefe imundo! Vocês vão se arrepender!! - exclamo e apesar de apavorada sinto minha raiva me dar forças para gritar com ele, e no momento em que suas mãos iam para a faca uma flecha atravessa o local e penetra bem no meio de sua mão, o homem urra de dor e me solta, corro para onde a flecha tinha vindo e vejo Oliver em minha direção com um olhar de raiva e preocupação.

–Você está bem? – ele sussurra.

– Sim, foi quase, vá antes que ele fuja. – digo e ele assente e começa a andar, mas eu seguro seu braço e ele vira para me olhar.

– Tenha cuidado, não sei se ele está sozinho. – falo preocupada e ele da um meio sorriso.

–Tomarei, fique salva, Dig está quase aqui e Arsenal está do lado de fora. – ele acrescenta.

–Tudo bem.

Vou na direção de Ray que ainda estava desacordado, tento estacar o sangue em sua testa com o meu casaco e penso em um jeito de acorda-lo, porque nunca que eu iria conseguir tirar ele de lá sem ajuda. Escuto barulho de luta e olho pra trás e posso ver um Oliver bem bravo lutando contra aquele bandido, e então tenho a brilhante ideia de estapear Ray com força no rosto, o que segundo Caitlin ajudava nestas situações.

No momento em que o estapeio ele abre os olhos e solta um grunhido que eu tapo com a minha mão.

–Certo Ray, não é hora pra isso, precisamos sair daqui, mas você tem que colaborar. – digo e ele apesar de parecer atordoado faz o que eu mando, vamos meio que arrastados para cima e o deixo sentado em uma cadeira.

–Felicity...o que está acontecendo, o que é tudo isso? Não me parece alguma tentativa de roubo. – claro que ele pediria respostas, mas não sabia como dá-las ainda, nem se deveria.

– Nesse caso, realmente acho que o quanto menos você souber, melhor, mas tente não se preocupar, tudo será resolvido...eventualmente... – falo mais para mim mesma do que para ele, e o mesmo percebe, mas acho que devido a dor do ferimento ele resolve não discutir.

Vou atrás de um kit de primeiros socorros e começo a cuidar de seu ferimento, escuto passos vindo em nossa direção e o olhar de surpresa de Ray.

–Ai caramba..esse não é o Arqueiro? – pergunta Ray meio chocado, meio admirado o que me faz querer rir, mas não teria pior hora para tal coisa.

–É eu acho que sim – digo e me viro a tempo de ver uma careta de Oliver ao me ver cuidando de Ray.

–Já demos um jeito no bandido, ele não irá sair da prisão tão cedo, não precisa se preocupar Sr. Palmer. – O modulador de voz deixa tudo ainda mais tenso e Ray apenas assente sem saber muito o que fazer e então Oliver me envia um olhar significativo e sai do local. Invento uma desculpa qualquer e saio da sala um pouco depois e o encontro encostado perto de uma janela.

–Ok, o que realmente aconteceu? – digo morrendo de curiosidade

– Ele está preso Felicity, não irá mais te incomodar – ele fala de uma maneira lenta e coloca a mão em meu rosto e sorri.

–Você está salva, por enquanto. – ele suspira e tira a mão de meu rosto e fica sério novamente.

–Ainda não sabemos onde o chefe dele está, não é? E aquele bandido é totalmente substituível para o trabalho sujo. – falo completando seus pensamentos.

–Exatamente, e até tudo acabar, realmente acho melhor você não ficar sozinha. – ele termina.

–O que quer dizer com isso? - digo nervosa com a situação.

–Quero dizer que creio que seja melhor você ficar esta noite em minha casa, comigo...e com Thea, é claro. – ele fala tentando deixar a situação menos estranha, mas tudo que escuto é meu coração saltando do peito só de pensar em dormir no mesmo ambiente que ele.

–Eu...eu realmente acho que não é necessário, quer dizer... – começo a me enrolar com as palavras, como sempre, e ele apenas balança a cabeça e continua firme.

–Já está decidido, não deixarei você a mercê deste louco novamente e ponto final. – decido não questionar, até porque grande parte de mim queria muito que isso acontecesse.

Me despeço de um Ray confuso, porém melhor e vou em direção da van onde Dig me esperava, ele me deixa na porta do prédio de Oliver e me deseja boa sorte, realmente não entendo o porque de me fazer passar esses constrangimentos, enfim, amigos são pra essas coisas, não é? E os melhores então...