O dia estava sendo ótimo, Rin estava deitada esparramada no chão da sala olhando para o teto em quanto a Srª Higurashi estava sentada no sofá assistindo a alguma novela, Rin não gostava muito de novelas, mas quando ela era adolescente adorava se deitar no chão da sala e simplesmente fazer companhia a  Srª Higurashi em quanto a mais velha assistia suas novelas

— Hum...Rin??

Rin levantou o tronco e se apoio nos cotovelos para observar a mais velha

— Sim?

— Queria saber se você pode me ajudar em uma coisa hoje?

Rin a olhou de forma interrogativa, a senhora Higurashi estava estranha, parecia um pouco nervosa e seu rosto...ela estava corando?

—...bom...sim

Ela viu a Senhora Higurashi olhar para baixo, para as mãos em cima do colo em quanto mexia a barrada da blusa de forma nervosa, Rin se sentou direito no chão estranhando a situação, nunca a tinha visto daquela forma

— Você poderia me ajudar a me arrumar hoje?

Rin franziu a testa tentando entender, A Srª higurashi levantou o rosto e olhou em seus olhos

—Eu vou sair hoje, e gostaria de estar elegante e bonita...poderia me ajudar?

Sim, as bochechas dela estavam coradas, mas o que estava acontecendo ali???Foi quando veio um estalo na cabeça de Rin e ela abriu mais os olhos surpresa, será??...Achou melhor ser discreta!

— Claro! Eu adoraria, seria um grande prazer – Rin se levantou rapidamente do chão e a Srª Higurashi fez o mesmo

— Tudo bem, eu tenho uma hora e meia, vou tomar um banho, pode me esperar no quarto?pode olhar no meu guarda roupa e ir procurando algo adequado

Rin colocou a mão na boca para disfarçar o sorriso ao ver a Srª Higurashi andar rapidamente um tanto atrapalhada até o banheiro


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Rin terminava a maquiagem na mais velha,  uma maquiagem leve  apenas para realçar sua beleza, como os cabelos dela eram curtos , Rin só os penteou para trás,brincos dourados pequenos, a Senhora Higurashi usava um elegante vestido vermelho estilo chinês com botões na lateral do ombro e um ótimo comprimento até o joelho, o vestido era um presente de Rin que ela havia levado para entregar no aniversario da mais velha que seria dali a uma semana, porem diante dos acontecimentos ela resolveu se antecipar e entregar naquela noite mesmo

— Prontinho , o que achou?

A senhora Higurashe abriu os olhos e se levantou da cama caminhando ate um espelho de corpo inteira, Rin viu os olhos dela brilharem de emoção

— Oh, Rin, querida, esta perfeito, muito obrigada, me deixou linda e mais jovem!

Rin se aproximou da mais velha com um sorriso cúmplice

—Não precisa agradecer, nem deu trabalho, a modelo já é linda!

Ela viu  a Senhora Higurashi corar mais ainda e procurar  um sapato adequado para o vestido que usava

— Então...ele vai vir busca-la aqui? –perguntou Rin na lata

A jovem se sentou na cama em quanto olhava a mais velha indecisa sobre dois pares de sapatos, depois da pergunta ela se virou para RIn com um sorriso envergonhado

— Não precisa me falar sobre ele se não quiser

A senhora Higurashe suspirou olhando para a parede

— Eu não sabia como vocês iriam reagir sobre isso...quer dizer....uma senhora da minha idade apaixonada?e namorando?quão bobo isso parece?

Rin viu a Srª Higurashe abaixar os olhos insegura, a jovem tentou mandar o espanto para longe, obviamente percebeu que ela estava indo sair com um homem, mas essas informações, apaixonada?namorando?ual, isso era algo grande afinal de contas, ela se levantou da cama e abraçou a Srª higurashi

— Não parece nada bobo, parece lindo!Quero sua felicidade, essa família me acolheu quando eu não tinha nada, vocês me amaram e cuidaram de mim, tudo que eu quero é que todos vocês sejam felizes, não diga novamente que isso é bobo, esse amor te deixou mais radiante do que já tinha te visto antes na minha vida
 
Assim que Rin a soltou viu que  a mais velha derramava lagrimas com um sorriso bobo no rosto

— Ei ei ei, nada disso, vai borrar sua maquiagem – Rin se apressou atrás de um lenço de papel, ela torcia para Souta não fazer nenhum escândalo, conhecia ele e sabia que tinha uma pequena possibilidade dele ficar com ciúmes da mãe





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Rin trocava mensagens no celular com Andrew e se revirava no sofá, estava sozinha em casa, a Srª Higurashe estava em seu encontro e Souta saiu ainda de manhã para a casa de seus amigos de infância e ainda não tinha dado as caras, ao contrario dela , ela não tinha muitos amigos, na verdade ela só tinha uma amiga no Japão , Arisu.

 Quando morava ali passou por maus bocados, sofreu por muito tempo com seu coração partido, e não queria conhecer pessoas e fazer amizades, só queria ficar enterrada em sua dor, mas acabou conhecendo Arisu em um cursinho preparatório , elas tinham a mesma idade, e se lembrava de tentar se manter afastada de todos mas Arisu gostou dela e não a deixava em paz, Rin tinha muitas dificuldades escolares no inicio, na verdade ela se admirava por não ter ficado louca no inicio, com tanta coisa junto acontecendo, um mundo totalmente novo com coisas desconhecidas, vivendo com pessoas que para ela eram estranhas, tanta coisa para aprender, e alem do mais um coração partido para cuidar, aquela dor que não a deixava em paz , sentia como se tivesse uma adaga cravada no coração, e mesmo com a ferida aberta e sangrando ela era obrigada a continuar vivendo.
A escola era outro grande desafio, sempre agradecia mentalmente a Kagome que tinha dado aulas básicas a ela quando morava na vila, sem isso era certo que Rin ficaria mais perdida que cedo em tiroteio dentro da escola, alem disso a vontade de pensar em outras coisas e não NELE, fazia Rin enterrar a cara nos estudos , Souta também sempre a ajudava, mas mesmo assim era muito para aprender e Arisu percebeu sua dificuldade e sempre se prontificava a ajuda-la


Rin nunca entendeu o que Arisu viu nela, afinal, ela foi uma péssima companhia nos primeiros anos na era atual, sempre triste, introspectiva, com os olhos inchados e molhados pelos cantos evitando as pessoas, mas lá estava Arisu, de forma ate um tanto intrometida, atrás dela, fazendo perguntas , fazendo piadas, rodopiando e puxando conversa, com o tempo ela conseguiu quebrar as barreiras de Rin e se tornaram melhores amigas depois que Arisu a "salvou" de alguns babacas do colegio que a assediaram na rua.

Mas Rin não conseguiu falar com ela desde de que chegou no Japão, ela tentou ligar pro celular da menina mas estava desligado, tentou ligar para a casa da mãe dela, já que elas ainda moravam juntas, mas a mãe tinha avisado que Arisu havia saído cedo e ainda não havia retornado.
Rin parou para pensar, já havia 2 horas que tinha ligado, teria a possibilidade de Arisu ter voltado pra casa naquele tempo, resolveu ligar de novo quando ouviu a companhia tocar
Assim que abriu a porta Rin caiu pra trás literalmente de bunda no chão em quanto tentava enxergar algo por trás da enorme cabeleira negra a sua frente

— ESTAVA MORRENDO DE SAUDADE DE VOCÊ RINNNN

Rin ria alto em quanto abraçava a amiga que a esmagava entre seus braços


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As duas estavam jogadas no sofá fofocando a mais de 1 horas sobre todos os acontecimentos possíveis.

— VOCÊ SIMPLESMENTE PRECISA TRAZER ESSE ANDREW, PRECISO SABER SE APROVO OU NÃO!!

Como sempre Arisu estava muito animada, alias, até de mais, parecia uma adolescente, não havia mudado em nada,

— OK OK, mas não precisa falar tão alto não é???

Arisu se levantou como uma mola

— Anda, se arruma, vamos sair, vamos beber, precisamos comemorar sua chegada em grande estilo!!

Rin se animou e correu para o quarto, 30 minutos depois elas já estavam em um bar com suas primeiras doses

— Olha pra você, continua linda!!

A amiga virava uma dose de saque fazendo careta, Rin usava um top preto e curto mostrando a barriga, uma saia preta arrastando nos pés estilo Hippie de sempre com uma fenda lateral que começava na coxa, um all star vermelho de cano médio que não combinava nada com o resto da roupa mas que Rin colocou mesmo assim pouco se importando pois não queria usar sandália, seu cabelão jogado pro lado, na orelha usava um brinco dourado enorme que chegava a arrastar no ombro, o brinco de estilo indiano, Rin adorava a India, adorava usar elementos de lá para se vestir

— Amei as novas tatuagens alias!

Rin tinha feito uma nova tatuagem no pulso, parecido com as tatuagens de henna que as indianas usavam no casamento, ela tatuou um dos pulsos e a tatuagem ia subindo  até os dedos
Rin ainda tinha mais duas tatuagens, uma flor de lótus nas costas e  uma Mandala no ombro esquerdo.

Elas conversaram, e beberam como se não houvesse amanha, Rin riu com sua amiga o quanto pode matando a saudade , mas quando deu 3 da manhã acharam que já estava na hora de voltar.

Arisu e Rin caminhavam ate o taxi se segurando uma na outra pois as duas estavam mais tontas do que deveriam, deram o endereço da casa de Rin primeiro pois era a que ficava mais próxima

— Ai, o carro ta sacudindo muito – Ariso gemeu colocando a mão na barriga e Rin respirava fundo tentando não passar mau no carro

— Rin, dorme lá em casa hoje, onegai

Rin fez uma careta em quanto olhava para a amiga

—  NÃO, NÃO NÃO FAÇA ESSA CARA!! – Arisu deu um pulo no assento quase batendo a cabeça no teto e falando muito alto, Rin viu o taxista olhar feio para elas do retrovisor

— Calma!fala baixo!

— Tudo bem, falo baixo, mas vocÊ vai dormir lá em casa, não te vejo a muito tempo quero ficar mais com você por favorrrrr, amanhã podemos acordar cedo e passiar, por favorrrrrr Rinnnn

Arisu puxava a saia de Rin em quanto pedia feito uma criança o que fez Rin soltou algumas gargalhadas por conta do efeito da bebida ao ver sua amiga agindo feito criança, o taxista ainda olhava feio para as duas pelo retrovisor mas Rin ignorou aquilo.

— Ta, mas amanhã a noite tenho que ir pra casa

Arisu soltou um gritinho e pulou no colo de Rin bem a tempo do taxista parar em frente a casa dela

— Vou pegar algumas roupas, senhor, pode deixar rodando o taximetro eu não demoro.

O taxista resmungou alguma coisa Rin mau conseguia sair do taxi sem tropeçar, tinha exagerado nas doses, na companhia de Arisu isso acontecia as vezes, as duas sempre ultrapassam um pouco seus limites,  Rin tentou subir as escadas devagar em quanto via tudo girar, precisava chegar em seu quarto rápido , ou pelo menos chegar ao banheiro e vomitar, sua mente estava embaralhada e ela estava tentando focar em algo, pensar direito.
Respirou fundo e foi o mais rápido possível, chegou primeiro ao banheiro e vomitou, assim que vomitou se sentiu instantaneamente um pouco melhor, lavou a boca e foi para o quarto, pegou as primeiras peças que viu pela frente colocando dentro da sua bolsa que usava passando de lado pelo corpo já que odiava carregar bolsa no ombro, elas sempre escorregavam.

Ia escrever um recado para a família, mas achou melhor enviar uma mensagem de dentro do taxi, estava tão bêbada que nem pensou em verificar se todos já estavam em casa e saiu.

 caminhou em direção a escadaria e olhou para o lado, lá, lá estava o poço, o poço que sempre a atraia, estava ali atraindo ela novamente, a jovem respirou fundo e mudou seu rumo e seguiu para o quartinho, estava muito escuro lá dentro, mas a lua cheia entrava pela porta aberta e ajudava a iluminar o lugar, tentava se segurar na madeira e se apoiar para não cair em quanto descia as escadas, parou de frente ao Poço

— Pra que diabos sempre quero vir aqui???VOCE É UM POÇO IDIOTA, EU NÃO QUERO VOLTAR SABIA??PUTA QUE PARIU!!

Irritada Rin de um chute com força no poço, mas não foi uma atitude muito inteligente, ela gritou em seguida com muita dor e se sentou na lateral do poço tentando levantar o pé, como se pudesse olhar através do tênis

— Mas que bosta

Seu pé doía, mas seu dedo doía MUITO, ela precisava sair dali e ver se estava tudo bem ou se tinha quebrado o dedo do pé, mas foi quando veio, um enjoo forte e a fez jogar a cabeça pra frente e vomitar novamente, vomitou forte, como não havia comido só vomitou bebida e ela agradeceu mentalmente por isso, odiava vomitar comida, ela ficou ali por quase 5 minutos, sentada no poço e curvada vomitando, quando acabou levantou o rosto e respirando mais profundamente que podia, jogou a cabeça para traz aproveitando uma brisa fresca da noite que entrava pela porta aberta, mas algo fez a testa de Rin franzir , ela ajeitou a cabeça e abriu os olhos olhando pra porta, a brisa batia suavemente em suas costas, e jogava seus cabelos para frente, mas ...a porta estava na frente dela,então porque aquele vento batia nas suas costas?
Rin levou apenas alguns segundos para entender, ainda sentada ela se virou de lado no poço e aproximou o rosto e uma das mãos, arregalando os olhos de leve, aquele vento...aquela brisa...vinha do poço?como?como isso era possível, Rin tentava fazer sua mente trabalhar o mais rápido possível naquelas circunstancia, ela tentava entender o que aquilo queria dizer, em alguns momentos de desespero na sua adolescência a saudade que sentia era tão grande que ela esquecia tudo e se jogava no  poço na esperança de o ver , mas o poço nunca mais havia funcionado, depois se arrependia de tentar, afinal ela não tinha nada o que fazer lá do outro lado, era só desespero que a fazia tomar tais atitudes, mas assim que o acesso de choro e a dor no coração diminuíam ela colocava a cabeça no lugar

Com essas lembranças na cabeça ela não percebeu que se aproximava mais pra dentro do poço sentindo o leve vento , foi quando aconteceu olhando lá dentro aonde parecia um buraco negro aquela hora da noite, bateu uma tonteira por conta da bebida e ela simplesmente se desequilibrou e caiu,  caiu e caiu para a inconsciência