Sim, Ele é Um Mistério escrita por gi_wentz


Capítulo 9
09- Evie Blake go crazy


Notas iniciais do capítulo

o que nao aconteceu ontem, acontece hoje.



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Passei a tarde toda em casa repassando aquelas cenas na minha cabeça, repetidas vezes, mais tantas vezes que não sei a hora que apaguei e comecei a fantasiar com aquelas cenas, acontecendo e acontecendo sem parar, algumas coisas mudaram, mais éramos sempre eu e Gabriel, nos dois andando pelo museu, e coisas aconteciam, muitas coisas, muitas cenas, as cenas que invadiam minha cabeça a cada segundo, me deixando zonza, me fazendo andar pela casa vazia e escura, me fazendo tomar mais e mais água, me fazendo lavar o rosto, chacoalhar a cabeça.

- CHEGA! Já estou ficando louca com isso, maldito seja você Gabriel. – falei alto em quanto estava parada no meio do meu quarto. – Chega, já tirou demais o meu sono. Eu já sei o que eu preciso, de um emprego, assim fico com a minha cabeça idiota ocupada, de manhã escola e a tarde trabalho. É isso que eu preciso. Um emprego.

Sentei na frente do meu computador e esperei ele ligar. Já eram 1:00 da manhã. Ninguém merece. Ainda bem que não estava calor. O computador ligou e eu comecei a escrever meu currículo, eu já tinha trabalhado antes, um mês como professora de web designer, então não deve ser difícil de arranjar um emprego, mais qual emprego? Qualquer coisa menos professora. Posso ser vendedora em uma loja, de roupas de preferência, ai eu posso comprar mais roupas com meu salário, com um desconto que dão para empregados, ainda dão certo? Bom tomara que sim.

Escrevi meu currículo, acho que o reli umas mil vezes pra ver se tinha algum erro ortográfico. Não tinha, ótimo. Liguei minha impressora que fez um barulho engraçado e coloquei para imprimir uns 25 currículos. Eu poderia passar também naquelas escolas de idiomas, tem aquelas duas que a Kat estuda uma pra francês e uma pra supletivo em inglês. Boa.

Esperei os currículos serem impressos. Acho que uns 5 minutos. Peguei-os e coloquei dentro de uma pasta, depois coloquei a mesma dentro da minha mochila escolar.

Também tenho que separar uma roupa para amanhã e deixá-la na minha mochila, ai eu me troco na hora da saída. Se vou vender roupas vou vender imagem, certo? Tenho que estar bem.

Coloquei uma música animadinha nos meus alto-falantes do Mikey Mouse e fui para o meu armário recém arrumado. Acho que fiquei ali uma hora inteira e consegui decidir uma roupa bem fofa, pelo menos na minha opinião. Um jeans claro, uma blusa cinza com uns desenhos em preto e um laço, e uma sapatilha da Viviane Westwood azul meio prateada com um laço, super fofa.

Eu posso pegar uma bolsa preta e deixar dentro do carro, então eu a uso em vez dessa mala enorme, mil vezes melhor.

Tenho que tirar aquelas fotinhos também, tem o povo que pede currículo com foto, que frescura.

Desliguei meu computador e me deitei, tinha que dormir, não posso ficar com aquelas olheiras enorme. Ok, estou ficando paranóica.

Meia hora depois.

- Dorme Evie – falei em voz alta, rolei um pouco na cama, tipo frango no rolete.

Mais meia hora depois.

- AAAAHHH dorme. – bati minha cabeça no travesseiro. – já são quase 4 horas da manhã e você acorda as 6.

Mais uma hora depois.

- GOD, eu não vou dormir hoje não? – falei em voz alta m quanto ligava o abajur e olhava meu pôster do Tokio Hotel preso no teto.

Mais uma hora se passe e Evie Blake ainda está olhando o pôster.

- Ok, chega, vou dormir agora. – despertador toca – AAAHH, infeliz. – peguei o despertador e arranquei as pilhas dele. Que susto.

Suspirei, levantei e me arrumei para a escola, peguei o café bem quente da cafeteira e coloquei na minha xícara roxa com mini notas musicais. Bebi todo o café. Mais ainda estava com sono. Peguei as chaves do carro e entrei nele. Joguei minha mala no banco do carona, junto com a bolsa preta, liguei meu celular, coloquei-o no bolso do casaco, liguei o som do carro, coloquei meu pen drive e aumentei a música, acho que Green Day consegue me acordar. Fui dirigindo para a escola com um pequeno desvio a uma Starbucks, comprei um café preto médio, bem forte, bem quente, com bem pouco açúcar, o bebi em 5 minutos, acho que queimei minha garganta, mais não tem problema.

Entrei na escola e joguei o copinho de café no lixo fui direto para a sala e me sentei, nem liguei que Gabriel estava sentado atrás de mim.

PERA, atrás de mim?

- Kat... – a chamei aos sussurros.

- Oi... – ela respondeu do mesmo jeito. Dei uma olhadinha para trás e vi Gabriel conversando com May.

- O que aquele menino ta fazendo sentado atrás de mim?

- Ele disse que vai pedir pra professora mudar ele de lugar de novo.

- Mas o que?

- A Evi, ele gosta de você, não é muito fofo?

- Fofo?

- É Evi, fofo, vocês dois juntos. Casal mistério. – um mega-sorriso-radiante-cega-Evie veio da Kat.

- Kat. Não alucina. Sério. – falei me jogando na cadeira, respirando fundo e massageando minhas temporas.

- Só relaxa e curte. – ela deu outro sorriso e se virou para frente vendo a professora entrar.

Alguém tirou meus fones de ouvido.

- Sabe amorzinho, os professores não gostam que os alunos escutem música durante as aulas deles. – ele falou baixo e perto da minha orelha.

- O que o professor não vê o professor não sente. – falei em quanto abria meu caderno e pegava uma caneta.

- Hm... – ele falou se levantando e indo até a professora e falando com ela todo animadinho. Parecia uma formiga quando vê um chocolate.

A professora anotou alguma coisa no caderno dela e ele voltou todo sorridente, sentou-se no seu lugar e voltou a falar no meu ouvido.

- Vou te atualizar amorzinho. Pedi para a professora me mudar de lugar e me colocar de novo aqui, agora não tem como você fugir de mim. – ele falava em quanto mexia no meu cabelo.

- Bom pra você, eu acho. – falei começando a escrever.

- Umhum... – ele afirmou.

Bom, ele não falou mais nada durante as aulas, então o recreio chegou, devo dizer que achei muito, mais muito fofo ele se mudar para a carteira atrás de mim? Ele era um amorzinho.

O sinal do intervalo tocou alto, me fazendo tomar um pequeno susto.

Espreguicei-me calmamente, bocejei e me levantei indo com Kat e Chels até a porta, Gabe já tinha ido fazer o que ele faz no intervalo.

- Evi, e você e o Gabriel? – Chels perguntou em quanto saímos.

- Eu e o Gabriel o que? – perguntei

- Sei lá vocês não estão ficando? – Chels.

Parei para pensar, me veio à cabeça o dia de ontem, novamente, nós dois naquela salinha escura, empoeirada, as estátuas velhas, nossos corpos juntos, colados, nossas respirações misturadas, seu hálito de tuti-fruti, sua respiração desregulada, igual a minha, nossas mão juntas, quentes, apertadas, seu calor me esquentando, a chuva do lado de fora, seus lábios perto dos meus, seus olhos se fechando, seu cabelo caindo pra frente conforme ele se abaixava, tão perto, tão macio, tão meu.

- Não, não estamos ficando. – falei descendo as escadas com elas.

- Tem certeza? – Kat perguntou com um cara de: Evi-você-ta-mentindo-pra-gente.

- Tenho. – falei com uma cara de: não-to-não

- Hm, sabe por quê? – Chels perguntou.

- Por quê? – perguntei parando junto com elas, na parte que a escada virava.

- Bom... – Kat falou dando uns passinhos para trás.

- Bom...? – incentivei.

- Fala você Chels. – Kat falou respirando fundo. Chels olhou pra ela, depois para mim.

- Fala logo. – falei cruzando os braços.

- Ok... É que ontem o Gabe foi falar com agente, já que você tinha fugido da escola. – Chels.

- O que aquele bastardinho falou? – perguntei já começando a ficar irritada.

- Ele disse que tinha rolado uma coisa entre vocês lá no museu. – Chels.

- U-uma coisa? –falei meio incrédula.

- É, uma coisa. Mais ele só comentou com agente, ninguém mais sabe. – Kat.

- Certo, o que ele disse. – falei com a maior calma do mundo.

- Ele falou que vocês se beijaram. – Chels.

- O-O QUE? – ok, minha calma acabou de ir ao banheiro o ódio tomou conta do meu corpo.

- Evie, calma! – Kat.

- CALMA?! Eu vou soca a cara daquele menino. – falei tentando controlar a altura da minha voz, sai de lá com a menor raiva possível.

Andei pela escola inteira, que inferno de escola grande. Achei aquele menino sentado sozinho em baixo de uma maldita árvore, sob o maldito sol, lendo um maldito livro, maldito bastardinho. Andei até ele naquela maldita grama nojenta.

- O que você PENSA que você é menino? – falei dando ênfase em algumas partes.

- Amorzinho...

- Amorzinho o inferno congelado meu bem, no que você tava pensando ontem quando cometeu aquele enorme erro?

- O beijo?

- Beijo? Que beijo? Aquele que NUNCA aconteceu? No que você tava pensando pra sair por ai falando isso?

- Eu só falei pra Kat, pra Chels e pro May.

- SÓ? Não e o pior é que você mentiu pra eles, e quando a Kat e a Chels me perguntaram hoje pareceu que EU é que estava mentindo. E não um menino LUNÁTICO que acha que pode alguma coisa.

- Evi, se acalma.

- SE ACALMA, você quer morrer? VOCÊ QUER?

Ele riu.

- Calma, sério, você ta descontrolada.

- Descontrolada tava você ontem sua bicha loca do inferno. No que você tava pensando em me levar pra uma salinha escura, com universos de pó, estatuas velhas e animais mortos e tentar me beijar, o tal beijo que nunca aconteceu? Você tem noção do que você fez? Além de mentir para as minhas amigas, me fazendo ficar com cara de mentirosa quando eu to falando a verdade, fazer minha rinite, alergia, SEI LÁ O QUE FICAR ATACADA, e fazer meu nariz coçar e eu parecer aquela rena que eu não lembro o nome que tem a droga no focinho redondo e vermelho que brilha no escuro.

- Evi, eu falo com elas e falo que exagerei um pouco. – ele falou se aproximando e pegando nos meus pulsos. Ótimo assim ele me impede de socá-lo.

- Há, um pouco? Certo, você tinha que falar que você é um louco que esta me perseguindo desde o dia que pisou nessa escola, não para de falar, de me seguir, de me encher, de me... – seus lábios tocaram os meus.

- Calma.

-... - eu congelei.

Suas mãos subiram pelos meus braços, uma delas parou na minha cintura e a outra parou na minha nuca, fazendo um carinho, bem de leve. Ele foi se aproximando de novo e eu não conseguia me mover, só consegui fechar os olhos, podia sentir seus lábios quentes e macios tocando os meus, com um movimento tímido, suave. Ele colou seu corpo quente no meu, suas mãos me apertavam de forma gentil, eu estava presa ali. Sua língua úmida contornou meu lábio tirando todo gloss de morango, pedindo passagem, eu lhe concedi, nossas línguas dançavam juntas em uma musica muda, ele explorava cada cantinho da minha boca e eu acho que fazia o mesmo, não tenho certeza, estava confusa, meio zonza, só ele me deixava assim, só sabia do gosto bom que sua boca tinha. Não sei por quanto tempo ficamos assim, mais ficamos até não termos mais ar em nossos pulmões.

Sua boca se afastou da minha, mas sua testa se encostou a minha, nossas respirações estavam aceleradas, o ar entrava e saia com rapidez, seu nariz encostava de leve no meu e deu hálito de tuti-fruti estava impregnado nos meus pulmões. Sua mão ainda estava na minha nuca, fazendo um carinho que eu não queria que acabasse sua outra mão subiu ao meu rosto e arrumou minha franja. Eu não me importei que ele mexesse na minha franja. Ainda estava parada, congelada, com os baços caídos, meio assustada. Ele estava sorrindo, ainda mexendo na minha franja.

- Evi... – eu olhei para ele. – ta mais calma?

- Acho... Que sim... – falei meio pausadamente.

Ele continuou com pequenos carinhos na minha nuca e na minha mão até o sinal que indicava o termino do intervalo tocar e eu ainda estava meio congelada.

- Vamos... – ele disse pegando minha mão e me conduzindo ate a porta da sala. – quando você estiver pronta para contar para eles sobre agente, agente conta, até lá... – ele disse dando um selinho nos meus lábios e entrando na sala.

- God... – falei baixo respirando bem fundo e entrando na sala com uma cara de paisagem, me sentei na minha cadeira e fiquei lá, quase que em um sleep mode. Ele não falou nada durante as últimas três aulas, apenas brincava com meu cabelo de vez em quando.


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Notas finais do capítulo

Bjs.
Gi W.



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