Once Upon a Time escrita por Lucy G Salvatore


Capítulo 9
O que devo fazer?


Notas iniciais do capítulo

Vou agradecer aos lindos comentários e as críticas que vocês deixaram: MUITO OBRIGADA! Esse é o incentivo que tenho para escrever cada vez mais. Não vou falar muito ;) Até lá embaixo. Boa leitura!



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POV OLIVER

Eu não sei como minha vida pode ser tão instável. Que dia! Eu não queria ter contado para Felicity dessa forma. Queria ter conversado com ela em outro lugar mais calmo, sem priva-la desse acontecimento, mas ela não me deixou muita opção. Descontei minha frustração nela e ainda a magoei. Eu sei que ela não me faria escolher, por isso que a amo tanto. Me precipitei ao falar e agora ela está sumida. Ainda bem que Jonh foi atrás dela. Está tarde e não é seguro ela ficar andando por ai sozinha.

Ouço o barulho da tranca e me surpreendo ao ver Diggle carregando o corpo de Felicity.

– O que aconteceu? – Me desespero. Jonh a põe sobre a maca e meU coração aperta ao ver a loira desse jeito. Ela se mexe devagar e abre os olhos. – Felicity. – A chamo e ela se senta ainda atordoada. – Diggle. – Peço uma explicação.

– Eu a encontrei no beco aqui atrás caída. – Travo o maxilar. – Tinha um pouco de sangue no chão, mas acredito não ser dela. - Percorro meus olhos sobre seu corpo e paro em seus olhos.

– Você está bem? – Ela não me responde. Provavelmente está em choque. – Fe.li.ci.ty! – Digo em tom de aviso, esperando uma resposta. Ela nega com a cabeça e uma batida de meu coração falha. Me aproximo com objetivo de conforta-la, mas ela estremece ao ver minhas mãos tocarem sua coxa. Percebo sua bochecha inchada e sua saia rasgada brutalmente. Fervo ao pensar que alguém a tocou. – O que houve? – Pergunto entre os dentes. Ela permanece em silêncio. Pego uma de minhas camisetas e a ajudo a vesti-la. – Por favor fala comigo. – Imploro.

– Eu... – Começa com a voz fraca. – Um homem me atacou. – Diz entre soluços, enquanto desaba em lágrimas. Travo o maxilar e cerro os punhos.

– Ele fez alguma coisa com você? – Ponho as mãos sobre a cabeça desesperado. A imagem do homem sobre ela, me vem à mente. Se ele ousou toca-la, não sei se ele sairá vivo dessa. Ela nega com a cabeça e solto todo o ar dos pulmões.

– Um homem me salvou. – Diz encarando um ponto fixo no chão. Franzo o cenho. – Ele chegou pouco antes de... – Hesita. – Oliver. – Me chama com a voz fraca e enfim traz seu olhar ao meu. – Ele ia... – Engole seco e deixa algumas lágrimas rolarem sobre seu rosto. Meu coração aperta ao ver o quanto ela está vulnerável. Isso tudo é minha culpa. Se eu não tivesse discutido com ela sobre Connor, ela não teria saído. Eu não deveria tê-la deixado ir. Volto meu olhar ao seu e me amaldiçoo por ter deixado isso acontecer. - Eu estou com medo de ser tocada. Sei que não tem nada a ver, mas... – Hesita entre soluços. – Não quero aquelas mãos em mim de novo. – Eu assinto e me aproximo devagar.

– Felicity... – Digo em tom carinhoso. – Olhe para mim. – Ela obedece. – Sou eu, Oliver, seu namorado. Enquanto eu estiver aqui, ninguém irá toca-la. Nem mesmo eu... Só se você permitir. – Ela assente devagar. Levo minha mão a seu rosto e com o toque ela relaxa. Seco suas lágrimas com o polegar. – Você quer que te leve para casa? – Assente e a ajudo a descer da maca. Jonh pega sua bolsa e me entrega. Deixamos a caverna em meio a lágrimas silenciosas de Felicity.

[...]

– Quer tomar um banho e tentar dormir? – Pergunto quando chegamos em casa. Ela parece refletir e depois assente. Levo-a até o banheiro e a ajudo com o banho, evitando ao máximo toca-la. Vê-la assim, tão vulnerável me parte o coração. Depois de seca e vestida, a guio até a cama. Ela deita e me junto a ela. Rapidamente sua cabeça repousa sobre meu peito. – Me desculpe por não estar lá por você. – Sussurro para ela, que já dormia. Passo a mão por seus cabelos até pegar no sono também.

[...]

Dois dias passaram desde o incidente com Felicity. O clima entre nós não está o melhor. Ela ainda está abalada com a notícia e a agressão física que sofreu. Não posso culpa-la, afinal eu estou confuso. Eu não sei o que vou fazer. Não posso simplesmente abandonar meu filho doente. Quero me aproximar dele, conhece-lo. Entretanto, com a vida que eu levo não posso colocá-lo em risco. A Felicity não merece correr risco assim como ele. Eu escolhi ficar com ela, contando que perdesse minha identidade. Ra’s me tirou o Arqueiro, mas agora eu estou de volta. Me tornei outra pessoa, uma pessoa melhor graças a ela. Ela não merece passar por tudo isso. Ainda mais agora com o surgimento dessa criança. Não posso faze-la sofrer novamente.

– Quer dizer que eu sou tia. – Acordo de meus devaneios com a voz de Thea. Lanço lhe um sorriso fraco. – Que notícia. - Suspira e se joga no sofá ao meu lado. – Já sabe o que vai fazer? – Acaricia meu braço.

– Vou ajudar meu filho. Vou deixa-lo escolher se me quer em sua vida. – Solto e fico feliz com minha convicção. Thea sorri.

– É claro que ele também vai te querer na vida dele, Ollie. – Me conforta e suspiro. – Ollie. – Me chama novamente. – Como a Felicity reagiu a isso tudo?

– Ela está abalada com a notícia. – Thea maneia a cabeça. – Todos estamos. Mas não quero deixa-la presa a uma situação que não diz respeito a sua vida comigo. – Thea franze o cenho.

– Você vai terminar com ela?! – Pergunta incrédula.

– O que posso fazer Thea? – Fecha a cara. – Não posso fazer isso com ela. Não sei se ela quer ficar comigo depois disso tudo.

– Converse com ela então. Não tome essa decisão sozinho. – Dá um tapinha na minha perna e sai da sala. Deus, o que eu vou fazer?

[...]

Já é noite e resolvo ir até a casa de Felicity ter essa tal conversa. Desço do carro e antes de tocar a campainha começo a lembrar de todos os momentos que passei ao lado dela.

‘- Felicity Smoak? – Chamo a loira distraída de frente para os computadores. Ela se exalta com a minha voz e se vira na minha direção com uma caneca vermelha na boca. Em toda minha vida, nunca havia visto um ser tão angelical e intocável. – Oi, sou Oliver Queen. – Anuncio depois de lembrar que não havia dito mais nada.

– Claro! Eu sei quem é você. Você é o Senhor Queen. – Diz extremamente nervosa e procura outro ponto para olhar para disfarçar seu constrangimento. Sorrio com sua formosura e penso no quanto ficarei feliz em pedir sua ajuda.’

Penso em todos os momentos que Felicity me fez sorrir. Não tem como não amar quando ela se enrola com as palavras ou quando começa a balbuciar. Ela tem uma língua solta que a faz corar constantemente. Lembro-me da primeira vez que a vi, da primeira vez que ela disse que confiava em mim, a primeira vez que desesperei por ela estar em perigo. Lembro-me de quando ela disse que acreditava em mim e estava sempre comigo. Lembro-me da nossa primeira noite de amor juntos. Das carícias e provocações trocadas em momentos íntimos. Não quero perder isso, mas seria egoísmo ignorar sua opinião devido as circunstâncias. Enfim toco a campainha. Ouço seus passos apressados no apartamento até a porta se abrir, revelando essa linda loira. Analiso seu corpo. Ela usa um pijama simples, como de costume, seus cabelos estão bagunçados e seus olhos estreitos de sono.

– Oliver? – Diz coçando os olhos. – Aconteceu alguma coisa? – Pergunta me dando passagem para entrar. Nego com a cabeça e paro no meio de sua sala.

– Precisamos conversar. – Passo a mão pelos cabelos tentando achar uma forma de começar o assunto. Ela assente e se aproxima. Desvio o olhar do seu e me afasto discretamente. – Eu não estou preparado, Felicity. – Ela parece não entender. – Eu sei que mudei e agora tenho outras prioridades na vida, mas essa ainda não é minha realidade. – Pela cara que ela faz, parece começar a processar o que estava dizendo. – Não posso obriga-la a assumir uma responsabilidade que não é sua.

– O que está dizendo, Oliver?

– Você não precisa assumir a responsabilidade de viver na minha vida conturbada, agora que descobri que sou pai. – Se surpreende. – Eu sei que estamos juntos, mas não é justo com você. Não posso te pedir para assumir tudo isso comigo.

– Você está fazendo de novo. – Não digo nada. – É a sua nova identidade que te preocupa? Porque se for isso, Oliver nós podemos... – Seus olhos agora estão marejados.

– Eu não sei se estou disposto a tentar algo. - Interrompo e ela para de se aproximar. – Uma coisa é eu assumir uma nova identidade e me preocupar com você. – Ela se assusta. – Não pense que me acostumei com a ideia de estar segura. Não posso ignorar o que aconteceu há dois dias. – Ela revira os olhos.

– Aquilo não foi culpa sua, Oliver! – Se irrita. – Eu me descuidei e fui agredida. Poderia ter sido com qualquer mulher que estivesse passando por ali.

– Ai que está o problema, Felicity, você não pode se descuidar. Ontem foi um bêbado, mas poderia ter sido qualquer outro buscando vingança. – Elevo o tom de voz. – Você não pode mais se descuidar. – Enfatizo. – Eu fiz você sair sozinha e não fui atrás de você, porque estava ocupado demais resolvendo o que vou fazer da vida. Eu me descuidei. Agora tem o Connor que também precisa de proteção. Não posso deixa-lo desprotegido. – Levo o olhar ao seu. – Você sabe como minha vida é, Felicity. Não posso colocar em risco quem mais amo.

– E agora vai voltar a me afastar? – Pergunta baixo.

– Eu estou te libertando, Felicity. – As lágrimas agora descem livremente por seu rosto. Meu coração se aperta e sinto uma vontade imensa de abraça-la, mas saio acreditando ser a última vez que entrarei nesse apartamento.

[...]

Entro na caverna, esperando encontrar paz no lugar. Me surpreendo ao encontrar Diggle de pé em frente ao meu novo traje.

– Diggle. – Chamo sua atenção. Olho para o relógio e vejo que é tarde. – O que faz aqui? – Ele suspira e desencosta da mesa.

– Thea me ligou. – Fecho os olhos momentaneamente. – Me contou suas intenções. – Suspiro e esfrego as têmporas.

– Você não entende. – Tento.

– Oliver. – Sei que ele está prestes a dar seu típico sermão.

– Não, Jonh. Você não entende. – Elevo o tom. - Eu descobri há menos de dois dias que sou pai de um menino de nove anos. Descobri que minha mãe sabotou minha vida, mais uma vez. Vida essa que não é estável para constituir uma família. – Respiro. – Achei que pudesse ficar com Felicity, mas as coisas mudaram. Não posso protege-los, enquanto não tiver foco. Não posso pedir que ela assume essa responsabilidade que não diz respeito a sua vida. Não posso priva-la de viver por egoísmo meu! – Desabafo. – Eu a amo muito e graças a ela mudei muito, mas tenho uma nova identidade e não posso pôr em risco quem mais amo por conta disso. – Jonh parece me entender e me lança um olhar de conforto, enquanto se aproxima e põe a mão sobre meu ombro. Deixo uma única lágrima escorrer de meus olhos, pensando em como abri mão do amor por Felicity.


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Notas finais do capítulo

Gente, antes de me xingarem por ter feito isso com nosso casal, gostaria de explicar o motivo do que me levou a separa-los. Nós sabemos que quando essa criança aparecer na série, vai sacudir por completo o mundo de Olicity. Além disso, eu acho que a fanfic precisa de um drama mínimo. Talvez o novo Oliver não faça isso, mas acho válido escrever dessa forma, porque é exatamente o que o velho Oliver faria. Não acho que isso vá acontecer na série, mas a fanfic é justamente para isso: Criar momentos alternativos. Além disso, precisamos do Oliver tomando decisões precipitadas para ouvirmos o tipico e emocionante discurso de vida que a loira faz. Não fiquem bravas por favor! Prometo que é apenas por um tempinho ;) Beijinhos e até breve!