Pov. Jazmyn

A lua de mel havia oficialmente começado. Tínhamos acabado de aterrissar no aeroporto de Paris, e alguns empregados estavam pegando nossas malas. O voo inteiro eu e meu marido havíamos sentado um ao lado do outro em silêncio. Eu tenho quase certeza que o resto de minha vida será assim. Assim que saímos do avião, me dirijo ao banheiro para tentar me acalmar. Sim, me acalmar porque eu estou na minha LUA DE MEL. Qual é a primeira coisa que lhe ocorre quando você pensa sobre isso? Sim, exatamente o que você está pensando. Eu definitivamente não estava pronta para isso.
Sabendo que não poderia ficar escondida no banheiro para sempre, saio e me dirijo à saída; porém, antes vejo uma duty free* e resolvo entrar. Meia hora depois saio com 15 sacolas diferentes e um sorriso no rosto. Havia comprado maquiagens lindas, entre outras coisas; eu realmente precisava de um rímel novo. Assim que cheguei à saída, vejo James e os empregados olhando para os lados com feições preocupadas. Meu sorriso se apaga. Paro em frente a eles, que me olham confusos, e então olham para as sacolas e dão um pequeno sorriso.
Entramos no carro e sinto que deveria falar algo para James, que está ao meu lado.
– Desculpe-me pela demora, eu achei que levaria cinco minutos para comprar algo. - falo em uma voz baixa e envergonhada.
Minha atuação foi tão boa que eu gostaria de bater palmas para mim mesma. Se eu não me conhecesse, diria que sou uma princesa delicada.
– Não se preocupe. - ele responde sorrindo e me olhando.
Consigo fingir uma vermelhidão em minhas bochechas e olho para a janela. Sempre havia sonhado com Paris. Era uma cidade magnífica, de fato. Uma das poucas cidades que eu nunca havia ido. Logo que chegamos ao hotel, os funcionários colocaram nossas malas naqueles carrinhos divertidos e James me guia até o balcão. Eu me lembro de quando vim a um hotel com Abby e Ally e fiquei presa naquelas portas giratórias malignas, e depois nós subimos no carrinho e fugimos de nossos pais. Foi um ato inadmissível segundo minha mãe.
Quando alguém finalmente veio nos atender, James começa conversar com essa pessoa. Eu não me importei muito e comecei a olhar o local, porém de repente noto que não entendo exatamente nada do que eles estão falando, até notar que o idioma não é inglês, e sim francês. James sabia falar francês? Sério mesmo? Okay então.
Seguimos então para o quarto, com pessoas levando nossas malas junto. James estava sempre de mãos dadas comigo, o porquê eu não tinha certeza, mas que minha mão estava começando a ficar suada, estava. James abriu a porta e os funcionários deixaram nossas malas lá. O quarto era grande, porém menor do que qualquer quarto que eu já havia dormido. Tinha uma cama grande no meio e uma janela que dava para ver a torre Eiffel. James andava desconfortavelmente pelo quarto, sem saber ao certo o que falar.
– Já está tarde. - falo calmamente olhando para lua. - Acho que irei me banhar e em seguida, deitar.
– Claro, eu irei depois. - ele responde ainda meio nervoso.
Eu não sei quanto tempo irei aguentar falar certinho e com educação. As únicas pessoas a quem eu falo assim são meus pais e pessoas da realeza. Sinto saudades das gírias. Dirijo-me à minha mala e pego o pijama menos provocante que encontro: um short e uma regata azul. Por fim vou ao banheiro, que por sinal é enorme, e tomo um banho não muito demorado. Penteio meus cabelos e tiro a maquiagem excessiva de meu rosto. No avião, eu havia tirado a maquiagem do casamento e trocado por uma mais neutra, e também mudado de roupa, obviamente. Assim, saio do banheiro e vou em direção à cama. James abre um pequeno sorriso e vejo seus olhos encarando minhas pernas expostas. Me deito na cama e cubro-me com seu macio cobertor. Meu marido vai para o banheiro. É estranho ter esse tipo de pensamento: meu marido. Não acho que vou, alguma vez em minha vida, considerar ele meu marido.
Resolvo mandar uma mensagem à Ally, avisando-a que estou bem. Logo nós já estávamos nos falando por mensagem em meu celular, o que era estranho porque eu realmente nunca o utilizei. Enquanto digitava para ela sobre minhas compras, a porta do banheiro se abriu. Nem olhei direito, sabendo que dela sairia James com seu pijama, porém quando ele está na metade do quarto, caminhando em direção à sua mala, eu resolvo erguer a cabeça; fico feliz que fiz isso. Digamos que de certinho ele só tinha o rosto mesmo. Seus braços eram fechados de tatuagens por todos os lados, algumas até em seu abdômen, que por sinal eu estava certa: tremendamente definido. Ele estava só de calça de moletom e absolutamente mais nada. O fato de ele ter um corpo perfeito quase me fez ficar triste com o meu que de definido não tinha nada. Apaguei tudo que havia escrito para Ally e descrevi meu marido, que ainda procurava algo em sua mala. Ela gritou que era para eu tirar uma foto dele, mas nesse momento o mesmo se vira e me olha.
– Eu não consigo dormir de camiseta, pois sinto muito calor. - ele responde sorrindo maroto.
Safado, ele sabe que é gostoso.
– Não tem problema. - eu respondo sorrindo timidamente e digitando uma explicação breve para Ally do porque teria que desligar. Por mim ele poderia dormir sem nada. Em cima de mim, de preferencia.
Eu havia me deitado do lado esquerdo da cama sem nem notar, mas ele não se incomodou com isso, apenas deitou-se ao meu lado.
– Posso apagar a luz? - ele pergunta me olhando enquanto eu guardava o celular.
– Sim. - respondo e cubro-me novamente, me virando na direção oposta do mesmo.
– Boa noite. - ele sussurra e da um singelo beijo em minha bochecha.
Cara, que lábios macios.
– Boa noite. sussurro de volta.
Quanto tempo eu duraria ao lado desse deus grego? Ally estava certa quando falou que definitivamente daria mais certo sobreviver ao lado dele se ele fosse bonito e gostoso. Acho que observar esse corpo todos os dias não será assim tão ruim. E além do mais, nós estamos em Paris! Amanhã iriamos conhecer a cidade! Sempre foi meu sonho desde pequena vir para cá, então por hora, não irei me preocupar.