Steve P.O.V.

Permaneço olhando pra frente, sabendo que Natasha me olhava pelo canto do olho. Suspiro e dou uma expressão mais séria, o que a faz olhar para frente.

Caminhamos até a Sala de Reunião em um silencio constrangedor. Fico reto e coloco meus braços para trás.

– Não vai apertar o botão, não? – Natasha fala de repente, com um olhar irônico e a voz macia.

Droga, Steve. Suspiro novamente e posiciono meu dedo no número de andar.

Natasha tinha se distanciado de mim, e eu não entendia por que. A cena mais cedo na cozinha revelou um pouco disso. Ela não queria papo comigo. Ela, que sempre fora uma grande amiga, não queria nem olhar em meus olhos. Tudo está confuso. O que fizemos a nós mesmos?

Chegamos à Sala de Reunião e logo vimos uma Wanda nervosa.

– Ainda bem que chegaram. – sussurra para mim e logo depois se vira para Natasha. Wanda a puxa para sua cadeira e logo em seguida vou para frente, onde encontro Tony Stark bem sério. Estranho.

– Tony? O que faz aqui? – pergunto sério, olhando para todos os lados e dou de cara com Maria Hill. – Srta. Hill? O que está acontecendo?

Stark olha para porta enquanto Sam e Visão passam por ela. Bufa e coloca seus olhos em mim.

– Um probleminha. – Maria Hill fala.

– Disso eu sei. – faço uma pausa – Por que vocês estão aqui?

– Veja você mesmo. – Tony fala e aperta em um controle.

Um vídeo em uma espécie de TV aparece, revelando um repórter falar sobre alguma coisa, depois vemos pessoas gritando e correndo de um lado para o outro. Mas não era tudo. Elas estavam sendo congeladas. Completamente congeladas. Chego para mais perto da TV e ouço passos vindos até a mim. Natasha.

– O que é isso? – pergunta e olho para ela. Natasha parece assustada com sua boca quase aberta. – O que está acontecendo? Essas pessoas estão sendo congeladas?

– Parece que sim. – Wanda fala dessa vez.

– Cara, que loucura é essa? Isso é possível? – Sam pergunta.

– Alguém quer responder as merdas de nossas perguntas? Ou vão ficar só nos olhando? – Natasha esbraveja e olha para Maria e Tony.

– Isso é Maine. Mais especificamente em Bath. Uma cidadezinha de 9266 habitantes. – Tony fala preocupado. – Nos últimos dias tem acontecido essas cenas com grande frequência. Não sabemos o que é. Mas temos uma dúvida que pode ser...

– Pode ser o que? – falo alto, escutando atentamente.

– Uma pessoa. – Natasha fala com um olhar vago.

– Exatamente. – Maria diz e senta em uma cadeira.

– Mas isso quer dizer o que? – Wanda passa por mim. – Uma pessoa que solta poderes de congelar outras pessoas?

– Eu não sei! Isso está me matando, porque eu não sei! – Stark grita e Wanda se afasta. Natasha olha para ele e coloca seus braços na cintura. – Foi mal, fadinha.

– Temos que descobrir. – cerrei os punhos.

– Oh. Sério, Capitão Óbvio? – Natasha fala e revira os olhos.

– Qual o seu problema? – agarro seus braços.

– Meu problema? O meu problema é... – antes que ela pudesse continuar, Maria Hill nos interrompe.

– Chega! Vocês parecem duas crianças. – suspira e continua – Capitão Rogers e Agente Romanoff. Pessoas foram lá e consequentemente foram congeladas. Bem, já que você, Capitão, já está acostumado com o frio... acho bom você ir lá.

– Tudo bem.

– E você vai junto, Agente Romanoff. – Maria olha para Natasha.

– Espere! O que? – falo.

Não que eu não tivesse aprovado a ideia. Mas quando eu e Natasha nos falamos, é só para brigar, e isso acaba nos distanciando ainda mais.

– Você só pode estar de brincadeira. – Natasha sussurra e fecha os olhos.

– É, isso aí. Você, ruivinha, vai com o Capitão. – Tony diz com um sorriso travesso.

– E quanto a nós? – Wanda diz, apontando para Sam e Visão.

– Devemos ficar aqui. É melhor assim, Feiticeira. Pelo menos até descobrir o que aquilo é. – Visão dá um sorriso para Wanda. Ela cora.

– Que seja. Quando partirmos? – Natasha fala.

– Você vai mesmo? – pergunto.

– Claro. É uma missão. A companhia não importa. Sabe, sou profissional. - ela ri vendo minha expressão.

– A resposta para sua pergunta, Agente Romanoff, é agora. Vocês devem partir nesse momento. – Maria Hill nos olha e balança a cabeça.

– Oba. – Natasha sussurra e dá um sorrisinho torto. Vira para o lado e começa a andar em passos largos.

Vou atrás dela, pensando que, se pessoas fossem chuva, eu seria uma garoa e ela, um furacão.

[...]

Estávamos no avião.

Eu estava sentado mexendo meus dedos e Natasha olhava para o nada com seus cabelos vermelhos até o ombro. Bufo irritado por ela. Por mim. Por nós. Se é que existe um nós.

– Já estou sentindo um pouco de frio. Já chegamos? – Natasha fala de repente, e penso que ela se dirige a mim, mas não.

– Estamos quase lá, Srta. Romanoff. – o piloto fala e ela se senta inquieta.

Começo a observa-la e lembro-me de nossa missão com o Soldado Invernal, o meu amigo Bucky. Trabalhamos em dupla e foi bom. Mas agora acabou, nem amigos nós somos mais.

– Chegamos. – o piloto fala depois de 5 minutos.

Natasha sorri e pega seu paraquedas. Eu pego o meu e a grande porta se abre, trazendo consigo um ar bem frio.

– Boa sorte!

– Obrigado, Senhor. – falo e em seguida Natasha pula.

Suspiro e pulo, sem mais delongas.

[...]

Natasha P.O.V.

Frio e escuridão. É o que pode descrever aquele lugar. A cidade está com neves no chão e pessoas com suas caras apavoradas, mas completamente imóveis. Congeladas. Olho para Steve, ele parece atento e assustado. Ele trava o maxilar e olha pra mim, mas depois desvia. Continuo olhando para os lados e não vejo nada.

– Você vai pela direita e eu, pela esquerda. – Steve sussurra e olha de soslaio para mim. Apenas faço que sim e vou para a direita.

Esse lugar está um caos dos grandes, penso. Pego minha arma e bem devagar vou andando, olhando por todos os cantos. Ouço um choramingo. Viro e não encontro ninguém. Vou até onde ouvi o som e quase caio. Ajeitando-me, vejo um vulto passar na minha frente. Olho e me assusto com a figura parada.

– Steve? – sussurro e pego meu transmissor – Eu encontrei o dono da confusão.

– O que? Onde você está?

– O problema é maior do que imaginamos... – engulo seco – é uma criança.