A Queda {Nova Versão} escrita por A Shy Girl


Capítulo 5
Capítulo 4. Uma fuga




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Uma fuga planejada em vinte minutos. Sim, foi isso que eu fiz. Irresponsável? Com toda a certeza. Mas justo? Com toda a certeza também.
Posso estar sendo um tanto egoísta? Talvez... Mas Audrey não me dá escolha. Ela me trata como criança, mesmo eu não sendo mais uma.
Tinha que agir. As coisas não aconteceriam, se eu não agisse.
— Hélène, avise a Audrey que eu estou indisposta. – Falei, me enrolando da cabeça aos pés. Coloquei um termômetro na água quente, e, bem...
39° graus de febre é algo grande. A pobre Hélène ficou preocupadíssima.
— A senhorita tem certeza que não é necessário eu chamar o médico? – Ela perguntou, enquanto deixava uma bandeja sobre a minha mesa.
Neguei com a cabeça.
— Não é necessário. Apenas avise a rainha que eu não jantarei com ela. No mais, ficarei aqui quietinha descansando.
— A rainha ficará preocupada. – Tentou argumentar a garota. – Eu definitivamente acho que a senhorita deve ver o médico.
— Hélène, apenas faça o que digo. – Eu disse, muito calma. – Deixe que eu cuido da rainha.
A moça, mesmo contrariada, fez uma reverência.
— Como a senhorita quiser.
E saiu do quarto. Esperei cerca de dois minutos, e quando eu vi que ela não voltaria mais, puxei uma bolsa de meu guarda-roupas. Tinha cerca de treze minutos para me preparar.
Coloquei um casaco preto sobre a minha camisola, e dentro da bolsa coloquei algumas peças a mais. Uma bússola e um mapa, que estavam dentro de uma caixa debaixo da minha cama.
Dentro da mesma caixa, tinha um colar que papai me deu no meu último aniversário. Dentro dele, tinha uma foto do meu batizado. Audrey com seus cachos ruivos, sorria radiante para a foto. Eu, uma bebê rechonchuda e cheia de cabelos negros, estava vestida em um mandrião com uma touca na cabeça. Mamãe sorria feliz, seus cachos loiros adornando seu rosto, enquanto papai – que estava abraçado a Audrey – sorria de maneira mais discreta.
Uma família. A época em que fomos realmente felizes juntos. A época que papai e mamãe pensavam em ter mais filhos, nos dar muitos irmãos. Tudo isto, antes de mamãe morrer tragicamente. Aí, tudo ruiu. Uma família sem um dos seus principais membros, não é uma família.
Coloquei o colar, joguei algumas cartas importantes na bolsa e pronto. Peguei um chapéu e me preparei. Antes de sair, tranquei a porta.
No meu quarto, tinha uma grande janela, que dava para o jardim lateral, que tinha as violetas de Audrey. Não era muito alto, e seria tranquilo se eu não olhasse para baixo. Coloquei a bolsa no ombro e me preparei.
Antes de pular, eu ouvi batidas na porta, e a voz de Audrey do outro lado.
— Arícia! Abra já esta porta!
— Sinto muito, Audrey. – Eu respondi, enquanto abria a janela. – Mas você não me deu escolha.
— O que você quer dizer, Arícia?!
Fechei os olhos, rezei, e pulei. O jardim lateral estava vazio, o que facilitou a saída silenciosa. Mas eu cortei a testa. Droga.
Ignorei o sangramento e saí correndo pelo jardim. As pessoas me olhavam abismadas, e eu a as ignorava. No caminho – por um milagre de Cristo – encontrei o senhor Campbell, o homem que cuidava de nossos cavalos. Ele estava com um lindo e marrom. E principalmente, forte.
— Eu preciso deste cavalo. – Eu falei, apressada.
. Campbell me olhou de cima a baixo.
— Alteza, a senhora está bem? Se não estiver com muita pressa, eu posso pegar o seu próprio cavalo.
Neguei com a cabeça, e puxei as rédeas da mão dele e saí.
— Ei!
Subi no cavalo afobada, enquanto as portas principais do castelo se abriam, uma Audrey em fúria surgia do lado de fora.
— Mas o que é isso? – Ela gritou. Pelo tom de voz dela, eu sabia que estava encrencada. – Pular a janela?! Você passou dos limites, Arícia!
— Desculpa, Audrey. Mas eu preciso fazer isso.
Bati no cavalo, e segui. Ouvi Audrey falar algo, mas já era tarde demais. Eu já estava dentro de floresta. O dia não parecia nada promissor, e meu cavalo era rápido.
Logo, o castelo foi ficando menor, e os guardas se afastaram. Estava tudo claro quando eu saí, mas logo o tempo fechou. Uma chuva forte caiu.
Eu estava dentro da floresta, sozinha, e com um cavalo grande. Não tinha onde me esconder. Tentei me escorar debaixo de uma árvore, nada bom.
— Ah! Cristo, como eu sou burra! – Falei olhando para o céu nublado. – Isso nunca daria certo. Nunca!
A chuva ficou ainda mais forte. Olhei para o meu cavalo, e comecei a chorar.
— Ah, querido. Você tem um nome?
Nele, estava um adesivo escrito novo. Ou seja, o pobrezinho acabou de chegar, e já passa por uma dessas.
— Já que você não tem nome, eu vou te chamar de... Avalanche! – O acariciei e relinchou – Nossa, que frio.
Minha roupas estavam encharcadas, e as da bolsa também. Eu estava exausta. Física e psicologicamente. Eu e Avalanche não tínhamos onde nos abrigar.
Talvez Audrey esteja certa. Talvez eu devesse ser protegida eternamente, como uma criança. Eu não esteva pronta para o mundo. Mas porque nós somos punidos por tentar ajudar? Eu acho que nunca saberei a resposta. Mas eu não podia desistir agora. Pela minha família.
A chuva não queria passar de jeito nenhum. E eu e Avalanche tínhamos que seguir em frente. Porém, eu não consegui fazer isto.
Como eu estava sentada na raiz de uma árvore, eu nem levantei para – tentar – continuar. Porém, eu ouvi um barulho vindo da floresta e me assustei. Podia ser alguém. O assassino.
Mas, outro estrondo mais alto chamou minha atenção. Vindo de cima. Não era relâmpago. Um galho havia se quebrado. A última coisa que vi foi uma sombra torneada saindo da floresta.


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Notas finais do capítulo

O que wat ao achando da nossa nova versão? Melhor que a outra?



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