A Queda {Nova Versão} escrita por A Shy Girl


Capítulo 4
Capítulo 3. Determinada


Notas iniciais do capítulo

Ja disse que amo a Ari? ♡



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Arsênico. Eu tenho certeza que foi isso que matou papai. E os outros. Se passaram uma semana desde da minha discussão com Audrey, e mais três pessoas já tinham morrido.
Minha irmã ignorava isso, mas ela sabia. E, a não ser que estejamos em um surto de cólera, nada explica essas mortes a não ser arsênico.
Mas eu não tinha certeza. Eu precisava consultar alguém. Alguém que entenda do assunto... Um especialista em venenos! Era isso que eu precisava fazer.
— Com licença, senhora. – Falou Hélène, abrindo a porta do meu quarto, fazendo uma breve reverência. – A rainha solicita a sua presença no gabinete dela.
Eu estava folheando o livro sobre venenos, e anotando o que achava interessante. Não queria sair daqui agora.
— Obrigada, Hélène. Eu já vou. – Respondi sem tirar os olhos do livro.
— É... Ela pediu imediatamente, senhora.
Suspirei e deixei meus estudos de lado. Saí do quarto, pedindo a Hélène que me preparasse um vestido para tarde. Ia sair hoje mesmo em busca do especialista em veneno. Só deveria conseguir dobrar Audrey.
Algo praticamente impossível, mas que eu tentaria fazer agora.
— Mandou me chamar? – Perguntei, abrindo a porta do escritório de Audrey.
Ela não estava sozinha. O médico, três conselheiros – incluindo Pierre e Vittorio – e Jacobs, o capitão da guarda.
— Ah, aí está você! – Falou minha irmã, enquanto puxava algum papel da sua mesa. – Pronto, agora podemos começar.
Eu e Audrey ainda não falamos da briga, e sinceramente o clima estava tão pesado naquela sala, que eu só queria fugir. Todos nos sentamos, ainda em silêncio.
— Bem, Majestade, gostaria de pedir a palavra. – Pediu o médico, ganhando a permissão da minha irmã. – Acredito que todos estejam cientes do surto de cólera na cidade. Então, eu sugiro que avaliemos a qualidade da água, e medique com remédios mais... Fortes, a população doente.
Revirei os olhos.
— Eles não estão doentes. Eles foram envenenados. – Falei, baixo. Mas foi alto o suficiente para todos me ouvirem.
As cabeças viraram na minha direção, me olhando céticos. Vi a raiva assumir o rosto de Audrey, mas ela se controlou. Por enquanto.
— Desculpe, Alteza...? – Falou Vittorio, sem esconder o ceticismo na voz.
Quer saber? Já que estou na chuva, eu vou me molhar.
— Doutor. – Me virei para o médico, que estava com uma cara embasbacada me olhando. – O que o senhor sabe sobre “arsênico”?
Vi uma gota de suor escorrer pelo rosto do médico.
— Arícia – a voz de Audrey chegou, fria e rígida aos meus ouvidos. – estamos tratando de algo sério aqui. Não temos tempo para as suas teorias.
— Não espere, Majestade. – Disse o médico, com a mão na testa. – Acho que a princesa pode estar certa.
— O quê?! – Pierre gritou, chocado.
Vittorio também se pronunciou. Se benzeu, e falou.
— Santo Deus. Como uma barbaridade dessas foi acontecer?!
O burburinho começou na sala. Jacobs tinha o olhar horrorizado, e cochichava com Pierre, que por sua vez, cochichava com Vittorio, o médico e o terceiro conselheiro.
— Silêncio! – Exclamou Audrey. – Doutor, me explique o que dizer com “ela pode estar certa?”
— Arsênico é um veneno pouco conhecido. Ele tem sintomas parecidos com a da cólera, então é facilmente confundida com a mesma. Escute bem, não estou dando certeza de nada. Mas é uma possibilidade sim.
Audrey levantou, mas depois logo se sentou de novo.
— Eu não notei nada de estranho. – Confessou Jacobs, falando com sua voz grave. Ele era um homem muito alto, negro e forte. Foi o melhor na época da academia.
— Todos estavam comovidos com a morte de papai. É explicável que ninguém tenha notado nada de estranho. – Respondeu Audrey, distante.
— Pois eu notei. – Falei sincera. – E antes de você me chamar aqui, eu estava indo atrás de um especialista em venenos.
Audrey me encarou, e ergueu uma sobrancelha. Ela parecia tão velha naquele momento. Ela me lembrou tanto a vovó. Não só pela cor do cabelo, mas pela rigidez. A rainha Serena Noelle era bem reta e fria. Como Audrey.
— Arícia, você não vai a lugar algum. Se existe realmente alguém por aí matado pessoas, eu vou investigar. Mandarei Jacobs ir à vila, e ele vai descobrir o que precisar.
— Audrey, para de me tratar como se eu fosse criança! – Pedi. – Sou adulta, não vou quebrar. Essa sua superproteção me sufoca, me deixa louca. Eu estou surtando presa neste lugar.
Os cinco homens se calaram, e a tensão entre mim e Audrey crescia.
— Arícia, vá para seu quarto. Mais tarde conversaremos.
Levantei e bati com força, na mesa dela. Todos se assustaram.
— Não grite comigo! Eu sou sua irmã, não sua boneca que pode se quebrar na primeira queda!
Audrey arregalou os olhos. Eu estava disposta a tudo para ajudar o meu povo, e punir quem machucou meu pai.
— Como você ousa?! Me obedeça, Arícia! Já pro seu quarto!
— Se eu sair dessa sala, eu vou atrás do especialista em veneno. E nem você, e nem ninguém vai me impedir!
— Mas, gente... – Eu ouvi o terceiro conselheiro sussurrar.
Audrey ergueu o dedo.
— Não ouse me desobedecer.
Meu rosto já estava tremendo, e meus olhos estavam cheio de lágrimas.
— Pois muito bem. Você quis assim.
Saí da sala, determinada. Ouvi Audrey me gritar, mas a ignorei. Eu ia descobrir quem estava machucando meu povo. E quem tirou meu pai de mim.


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Notas finais do capítulo

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