A Queda {Nova Versão} escrita por A Shy Girl


Capítulo 2
Capítulo 1. A Coroação


Notas iniciais do capítulo

O reino ganha uma nova rainha. Mas será que a jovem Audrey está pronta para ser rainha?



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O enterro de papai foi marcado por uma comoção popular. Audrey e eu, fomos abraçadas por todos os tipos de pessoas. Até mesmo crianças.
— Não se preocupe, princesa Arícia. – Me disse uma menina loira e muito gordinha, com sua voz doce. – A mamãe disse que o rei, agora é uma estrela e ele brilha lá no céu, junto com a rainha Cristal.
Ela apontou para o alto, e mesmo em um momento tão difícil, que é o luto, eu consegui sorri.
— Obrigada, meu anjo. – Minha voz estava embargada, eu nem a reconheci. – Eu sei que ele está em lugar melhor agora.
A abracei e voltei para o lado da minha irmã. Depois do funeral, os dias passaram rápidos. Audrey foi obrigada a ser coroada dois dias depois do enterro de papai. Os conselheiros achavam que seria mais prudente que nova rainha assumisse logo.
— Eu não quero festas, pelo amor de Deus. – Pediu Audrey, enquanto organizávamos os últimos detalhes da coroação. – Acabei de enterrar meu pai, não posso ficar fazendo festa.
— Concordo. – Afirmou Pierre, o conselheiro alto e magricela, que insistia em usar óculos maiores do que o seu rosto. – É prudente. Podemos fazer algo só com a presença do Conselho e da sua irmã.
— Perfeito. – Falou Vittorio, o segundo representante dos conselheiros. Ele era baixo, rechonchudo, e tinha um furo na bochecha. – Ficamos combinados para o próximo sábado.
E assim foi feito. Sábado, todos levantamos cedo e fomos para a igreja. Os bancos estavam todos ocupados pelos homens de uniforme padronizado do Conselho. A frente, estavam Pierre e Vittorio.
A coroa estava no centro, chamando a atenção de todos. A cerimônia começou, e eu me pus ao lado do altar. O bispo fez algumas considerações iniciais, e fez uma breve homenagem a meu pai.
Depois, a cerimônia seguiu.
— Princesa Audrey, você promete honrar seu reino, seus súditos e sua coroa?
Com mão sobre o peito, ela falou.
— Eu prometo.
— Promete honrar seu posto como rainha, pondo os interesses do seu povo acima dos seus?
— Eu prometo.
O bispo pegou o cetro e o entregou a minha irmã. Depois abençoou a coroa, fez Audrey se ajoelhar e pôs a coroa sobre a sua cabeça, sem ainda colocá-la de fato.
— * Per potentiam invested in me meae locutus sum quia Regina Audrey Serena Josephine Marie de Regnum— Ele pôs coroa na minha irmã. – Deus abençoe a rainha!
— Deus abençoe a rainha! – Todos gritaram em uníssono, se unindo a uma salva de palmas.
Vittorio e Pierre se levantaram, e caminharam na direção da minha irmã.
— Parabéns, princesa Audrey... Digo, Rainha Audrey. Tenho certeza que a senhora será uma rainha muito próspera. – Falou Vittorio.
— Concordo plenamente com ele, Vossa Majestade. – Pierre apertou a mão da minha irmã. – A propósito, temos um assunto delicado para tratar com a senhora. Depois da coroação, teremos uma reunião.
Minha irmã deu um sorriso frio para ele.
— Claro, estarei na sala de reunião assim que possível.
Eles são fizeram uma reverência e saíram, enquanto Audrey permaneceu de pé no meio da igreja. Ela se virou para cumprimentar o bispo, mas eu me adiantei.
— Parabéns, Audrey. Eu tenho fé, na verdade eu sei que você será uma grande rainha.
Ela deu um sorriso sincero, e me abraçou. A minha irmã era tão linda, e hoje, brilhava. Ela usava as cores de nossa bandeira, roxo, verde e dourado. Seu vestido era rodado.
A vestimenta combinou perfeitamente com sua nova coroa. A peça adornava seus cabelos ruivos sedosos – herdados de nossa avó, Serena. – E fazia ela parecer uma verdadeira rainha.
— Obrigada, Ari. Eu sei que você é a única que está aqui realmente por mim.
Ela se afastou, e apertou as mãos do bispo. Como a cerimônia foi curta e já tinha acabado, eu decidi sair da igreja. Audrey iria para a reunião, e depois apareceria na sacada do castelo, acenando para o povo que esperava vê-la.
Eu provavelmente iria subir para meu quarto, ler algum livro e ficaria lá até o resto da tarde. Talvez, da noite. Juntei todo o meu tédio e entrei no castelo.
No corredor, encontrei Julliette Reynolds, uma tia distante de minha mãe. Uma mulher muito vulgar e insuportavelmente intrometida. Ela gritava com um guarda, apontando o dedo para ele. O pobre coitado argumentava. Ou pelo menos, tentava.
— ... Mas, senhora, foram recomendações da própria rainha. É uma cerimônia privativa.
— Não quero saber! Eu sou tia da rainha!
Eu tinha que pará-la.
— O que está acontecendo aqui? – Perguntei, baixinho.
Julliette parou de gritar e abriu um sorriso enorme.
— Sobrinha!
Me abraçou com força e eu me senti desconfortável. Como uma pessoa como mamãe: Linda, culta, inteligente, fina e majestosa, podia ter uma tia tão... Sem noção.
— Sobrinha, diga a este homem – Ela apontou por guarda – que eu sou tia da rainha, e sua tia, posso participar da coroação.
Eu não a considerava como tia, mas eu estava tão tensa perto dela, que faria qualquer coisa para tê-la longe.
— É, tia... A cerimônia já acabou. E não teremos festa... Mas quem sabe não fazemos um jantar só de família, tia-sobrinhas mais tarde?
Julliette fez uma careta, e torceu o lábio em decepção.
— Bom, é realmente uma pena. Adoraria ver a doce Audrey.
— Mais tarde, titia. Agora, a senhora não quer caminhar um pouco comigo?
Eu sabia que era uma péssima ideia, e me arrependi. Ficamos em um silêncio reconfortante, até que Julliette resolveu iniciar assunto aleatório.
— Não sei se já comentei com você, mas, o Margareth em seu nome é da nossa família. – Sim, tia, a senhora já me contou essa história. – Sua mãe queria colocar o nome dela em você, mas achou que Cristal não combinava com você. Aí, ela optou por colocar o segundo nome dela, como seu terceiro nome. E assim, você foi batizada: Arícia Gabrielle Charlotte Margareth.
Eu já conhecia essa história. Julliette me contou ela mais de cinco vezes, e sempre fez questão de dizer que o Margareth veio da família de mamãe, e que, inclusive compartilhávamos esse nome.
— Eu conhecia essa história. – Falei, tentando não parecer grossa. – Sinto saudades de mamãe, assim como sinto de papai.
Essa última parte era verdade. A visão loura e angelical de mamãe era viva em minha mente, e eu sentia tanta saudade dela. Assim como eu sei que Audrey também sente.
— Ah, pobre Cristal. Doce garota. – Julliette balançou a cabeça, lamentando. – Morreu tão jovem... E cheia de segredos.
Parei abruptamente.
— O que quer dizer?
Julliette parou, e me encarou com seriedade.
— Ora, Arícia. Certas coisas não devem ser ditas. – Ela sussurrou. – E algumas coisas foram enterradas junto com sua mãe. E assim deve permanecer.
Ela se afastou, me deixando com uma pulga atrás da orelha. O que acabou de acontecer nesse corredor?

 

*Pelo poder investido em mim, a declaro rainha Audrey Serena Josephine Marie de Regnum.


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Notas finais do capítulo

Eu estou tão feliz. A nova versão da história tá tão linda! E bem melhor escrita do que antes, hahaha. Até a próxima galera.



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