Invisível escrita por Dama do Caos


Capítulo 12
Cor de Marte




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Tem gente que acha que eu me acho. Mal sabem eles que eu só me perco.

Alec deitou com a cabeça no colo de Clary ainda com um bico nos lábios.

— Estou dizendo princesa. Depois que você conheceu as amiguinhas da Isabela, esqueceu que eu existo. – Clary sorriu levemente voltando a fazer um cafuné nos cabelos negros de Alec.

— Não vai me dizer nada? Sério isso? – ele insistiu após alguns instantes. Clary se inclinou e depositou um beijo estalado no top da cabeça de Alec como resposta. Ele riu ainda de olhos fechados e puxou a coberta pra cima dele se aconchegando melhor. Clary achou a imagem linda e tirou uma foto rapidamente sem ele perceber.

— Eu jamais trocaria você Alexis. – Ele ficou em silêncio durante alguns instantes antes de sussurrar para Clary – Por que não? – A Fairchild sentiu a seriedade daquelas palavras, a intensidade delas. E se perguntou também “por quê?” Por que não trocaria? Ela não sabia dizer só sentia com toda força do mundo que não queria se separar de Alec nunca. Mas ela disse tudo isso só na sua cabeça e ninguém ouviu.

— Não sei Ale... Acho que porque você me vê mesmo quando eu mesma me sinto invisível.. – E cada um ficou perdido em seus pensamentos.

Alguns instantes depois o ambiente foi tirado da sua inércia por um loiro enérgico que invadiu o lugar.

— Como assim a Clary decide dar colo e ninguém me avisa? Sai pra lá Alec, me dá espaço. – E o Lightwood ainda reclamando cedeu um pouco do espaço sob o olhar incrédulo da pequena garota. Jace riu levemente antes de se deitar também, do lado oposto de Alec ainda com a cabeça nas pernas da ruiva.

— Anda, faz cafuné em mim também. Tava fazendo no Alec e ele nem te levou pra tomar sorvete. Eu levei. – Ele terminou a sentença como se estivesse muito satisfeito consigo mesmo. Como Clary parecia atônita demais para dizer algo ele mesmo achou a mão dela e levou até seus desalinhados fios cor de ouro.

— Aqui. – Ele informou calmo, como um professor tentando convencer uma criança a pintar dentro dos contornos. O silêncio só foi quebrado pela voz horrorizada de Alec que se levantava. – Como assim ele te levou pra tomar sorvete?! Deus, quando foi que eu te perdi pra eles Clary? – Ele dizia com uma espécie de mágoa que Clary logo soube, era um pouco fingida.

— Não para com o cafuné não boneca, já to quase dormindo. – Jace pôs a mão dela em seu cabelo novamente, alheio a discussão ao seu redor. – Ora, esse, esse cretino! Tira ele daqui Clary! – Alec bradou um pouco irritado e se emburrou de novo.

— Você quer tomar sorvete então? – ela perguntou suavemente depois de alguns instantes. – Quero. – Ele disse num resmungo. – Quer ir agora? – Ele meneou a cabeça afirmativamente ainda sem olhá-la. – Então vamos. – Alec finalmente virou-se pra ela com os olhos azuis animados e deu-lhe um beijo estalado na bochecha enquanto seguia para o banheiro rindo à toa.

Um fato sobre Alec: ele adorava passeios.

Um fato sobre Clary: não.

Mas Clary adorava Alec, então dava quase na mesma coisa.

Por um momento ela ficou tão distraída com o desenrolar das coisas que demorou para se dar conta da situação. Jace ainda se encontrava em seu colo, agora usando uma das mãos dela para fazer nele mesmo um cafuné. E analisando a outra mão minuciosamente, como se fosse a primeira vez que visse algo do tipo. – Você tem dedos charmosos. – Ele comentou casualmente. Clary engasgou embaraçada.

Me fita

Que eu gosto de me enxergar

Por dentro do teu olho

É tão bonito de lá

Depois que as meninas foram embora Izzy checou o celular. Oito mensagens de Simon. E Izzy percebeu que estava sorrindo. O coração se aquecendo devagarzinho dentro do peito, aquele sentimento bom de “dia completo”. Algo dentro de sua mente alarmava implorando sua atenção, mas por aqueles instantes Izzy decidiu ignorar.

Me prova, me enxerga, me sinta, me cheira

E se deixa em mim

Me escuta no pé do ouvido

Todos teus sentidos

Que afetam os meus

Que querem te ter

Que tu me escreveu

E mais uma vez

A sorveteria parecia tumultuada e demorou alguns minutos até acharem um lugar para se sentarem. Jace cochichou no ouvido de Alec alguma coisa que Clary não se deu ao trabalho de ouvir, e saiu rapidamente virando-se no último instante para dizer apenas movendo os lábios em silêncio já volto boneca.

Instintivamente Clary franziu o cenho desacostumada com apelidos. Sorriu de alguma bobagem que Alec disse, mas sem ouvi-lo realmente. Sua atenção só foi captada quando ouviu dos lábios do lightwood

— Sinceramente não sei o que ele vê nela. – Clary levantou os olhos, confusa.

— Oi? – Alec indicou com a cabeça.

— Camille Belcourt. – E Clary sentiu seu peito apertado ao vê-la ali tão majestosa. Os cabelos loiros emoldurando o rosto fino, os olhos cintilando enquanto conversava com ele. Jace Herondale sentado do seu lado.

Jace Herondale dispensando-lhe toda a atenção.


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