Potter escrita por Alyssa


Capítulo 2
II - Albus


Notas iniciais do capítulo

Oii amores! Juro que não acredito que atualizei tão rapidamente o.o isto, vindo de mim, é quase um milagre mas vamos ver se consigo manter o ritmo o/ e gostava de agradecer a Daniely Astoria Potter Malfoy por ter favoritado, muito obrigada linda *-* e bem, espero que gostem!



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Albus evitou levantar os olhos do grande livro poeirento para observar o movimento crescente e cada vez mais barulhento que se desenvolvia no seu salão comunal; já fazia quase uma hora desde que a notícia de que James voltaria para Hogwarts como professor se espalhara, mas, com o tempo, a excitação parecia apenas aumentar.

Não que ele os pudesse culpar, de qualquer modo. Afinal, por quanto tempo haviam idealizado o momento em que os três irmãos voltariam a se reunir? Os eternos três mosqueteiros. Não fosse o facto, o inadvertidamente grande pormenor, que eles insistiam em não perceber apenas pelo bem do devaneio deles, sedento de ficção: os irmãos nunca se separaram. Nem por único momento.

Porque no final, amaldiçoados com o mesmo sobrenome que os perseguia a cada segundo do dia, eles só se tinham uns aos outros. E, por certo, não era algo tão miseramente insignificante como a distância que seria capaz de destruir aquela ligação, de os despedaçar em cacos. Eles mantinham-se unidos pois ninguém mais seria capaz de entender.

Albus o sabia demasiado bem. Mas então porque dava por si a desejar o contrário quando, através da euforia que se abatia sobre o salão, os seus ouvidos perfeitamente treinados eram capazes de distinguir os passos desengonçados e hesitantes dela, tão diferentes do caminhar aveludado de Lily?

E Merlin, como ele era detestável. Como ele era repulsivo. Tão diferente do honrado Harry Potter que lhe parecia irracional que estivessem constantemente a compará-los, esperando de si feitos idênticos ao do pai quando na verdade partilhavam pouco mais do que a aparência.

Suspirou. O pai decerto nunca se apaixonara pela prima. Mas ele sim. Pela sua pura e ingénua Rose. Obrigou-se a segurar um ofego na garganta ao sentir o aroma doce de flores campestres e morangos maduros que sempre a precediam e que se lhe adaptavam com uma precisão que ela nunca entenderia.

— Albus? — ele forçou-se a levantar o rosto, olhando-a diretamente nos olhos azuis, sem sentir a necessidade de percorrer o corpo dela com o olhar. Não era pois, de todo, algo carnal. Era amor na sua forma mais pura, todavia, oh porquê, lhe parecia tão errado e doentio?

Rose rapidamente quebrou o contacto visual, uma maravilhosa camada avermelhada a cobrir-lhe as maças de rosto sardentas. Ao invés, fixou o olhar nas mãos de dedos alongados enquanto se balançava ligeiramente nos calcanhares.

— É verdade o que estão dizendo? — murmurou ela, ainda envergonhada. Albus, por outro lado, viu-se impossibilitado de desviar o olhar, apreciando o modo como o cabelo encaracolado e cheio lhe emoldurava perfeitamente o rosto e a extrema graciosidade do seu arco do pescoço.

— Sim.

— Oh. — Rose deixou escapar um som de surpresa, talvez pela rudeza contida naquela simples afirmação, mas não, não poderia ser isso. Mesmo quando Albus queria ser mau com ela, simplesmente para a manter à distância pelo bem dela, ele nunca o conseguia ser. Não com ela, nunca com ela. — Porque será que ele não nos disse nada?

Sentiu vontade de sorrir, contudo não o fez. James era um encanto para todos, indubitavelmente cordial e bem-disposto, mas não ousava confiar algo, fosse o que fosse, para alguém que não fosse Albus ou a irmã. Eles eram, mesmo que as pessoas nunca ficassem com esta impressão de James (mas, pelo contrário, com especial destaque para a Lily), inalcançáveis.

— Ele só enviou uma carta a mim e à Lils — respondeu-lhe Al.

— É claro.

Rose ofereceu-lhe um sorriso constrangido e fez menção de voltar para os amigos: um grupo de garotas e garotos esparramados num círculo malfeito e com olhos atentos sobre eles.

— Rose? — praguejou mentalmente assim que a palavra lhe saiu. Ele ia arder no inferno.

— Sim?

— O James vai chegar antes do jantar onde a McGonagoll vai fazer o comunicado oficial, então deve estar prestes a chegar. Achei que devias saber.

— Obrigada — agradeceu, com um sorriso subitamente mais brilhante.

Ele acenou e voltou a fixar-se no livro que decididamente não lia, os ombros tensos durante o próximo par de segundos em que ela permaneceu ali parada antes de partir. O seu cheiro, porém foi deixado para trás, rapidamente impregnando tudo ao seu redor e deixando-o num estado de dormência tal que se sentia como se estivesse drogado.

Levantou-se do cadeirão vermelho quando se tornou demasiado insuportável e, com o livro debaixo do braço, saiu pelo Retrato da Mulher Gorda em direção à escadaria. Achou piada ao modo como todos os alunos estavam agrupados, sem um sequer a caminhar solitário, e todos partilhando as mais recentes informações e rumores sobre o Potter mais velho. Não era de espantar; eles eram a sua melhor e — favorita — fonte de entretenimento.

Al estava na biblioteca, o local mais sossegado de momento, quando este foi finalmente atingido pela excitação e os alunos começaram a correr, deixando os livros abertos caírem no chão e os tinteiros partidos mancharem as cadeiras sob os gritos potentes da Madame Prince. E ele soube, imediatamente, que James chegara.

— Grande entrada, James — murmurou para si, com um sorriso a cobrir-lhe a face. Seguiu o movimento que se concentrava no pátio, com os alunos a circundarem a uma distância considerável a carruagem por onde o irmão chegara, não atrevendo-se chegar mais perto e tentando obter apenas um lampejo dele.

Albus avançou com um sorriso ainda maior e com as vestes a esvoaçar atrás de si.

— Professor Potter.

Foi Lily quem o chamou. James virou-se rapidamente, os lábios esticados num sorriso.

— Lils.

Eles riram-se felizes, acompanhados por Albus, e a mais nova atirou-se para James envolvendo-o num abraço, que a rodou pelo ar.

— Tive saudades — admitiu ela.

— Gostava que a Lily fosse assim comigo mais vezes — brincou o do meio, falando pela primeira vez. O primogénito largou Lily, puxando Albus para um abraço e dando-lhe tapinhas nas costas enquanto ria.

— Ambos sabemos que é porque não nos vemos há muito tempo — afirmou James, com um sorriso torto. Depois acrescentou: — Não tardará e ela volta a ser a pedra de gelo de sempre.

— Não me tentes, Potter.

Porque eles eram os eternos três mosqueteiros e não interessava que o cabelo negro de James estivesse uns centímetros mais longos ou um pouco mais desgrenhado, que Albus houvesse crescido mais um pouco e que Lily usa-se salto, eles ainda conheciam-se por dentro e por fora, e ainda guardavam todos os segredos dos outros. Afinal, como poderiam confiar a mais alguém algo que era só deles? Eles não podiam.


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Notas finais do capítulo

Não se esquecem comentar o que acham da história e críticas construtivas são sempre bem-vindas! Na verdade, aceito qualquer coisa :) não sejam leitorzinhos fantasmas e comentem porque eu estou super orgulhosa de ter atualizado tão rapidamente.
Beijo :3