Monarquia escrita por Thaís Romes


Capítulo 18
A Avó.


Notas iniciais do capítulo

Oi amores!
Quero agradecer a todos os comentários, vocês são com toda certeza os melhores leitores que eu poderia querer ter. E a galerinha que favoritou, obrigada mesmo de coração.
Espero que gostem do capítulo de hoje.



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FELICITY

Quando era uma garotinha, costumava sonhar que estava caindo, chegava a sentir o frio na barriga e o coração acelerado. Minha mãe justificava isso como “coisas do crescimento”, hoje sei que não tem nada relacionado com crescimento, mas apesar disso, os sonhos pararam de acontecer. Acho que por que a sensação passou a ser real.

Escuto meu celular tocando freneticamente na escrivaninha de madeira polida ao lado da cama enorme, com os lençóis mais macios em que minha pele já encostou, confesso que estou aceitando melhor essa ideia de quarto ao lado, do que imaginava. Me estico preguiçosamente para pegar o aparelho e vejo a foto de Thea no visor.

—Oi! –digo animada, me jogando novamente na cama.

—Felicity, se veste. –diz enérgica. -Precisa vir para o hospital, já mandei Roy te buscar, estamos todos aqui.

—O que aconteceu? –questiono apreensiva já indo em direção a uma das minhas muitas malas que não me dei ao trabalho de desfazer, e não deixei que nenhuma criada tivesse o mesmo trabalho.

—Clair, ela passou por uma cirurgia... Bom, é melhor explicar tudo quando você chegar. –sua voz estava repleta de cansaço.

—Thea, ela está bem? Está viva? –coloco o celular no viva voz, e puxo da mala o primeiro vestido que encontro.

—Oliver precisa de você. –sussurra, e sinto meu coração se apertar. –Roy estará ai em minutos, esteja pronta.

Não conhecia Roy, claro que já o vi andando pelos corredores do castelo, mas o garoto começou seu treinamento anos depois que parti de Starlling, ele parecia ser um bom rapaz, gostaria de o ter conhecido em outras circunstancias. Acabo de perceber que ultimamente tenho desejado conhecer muita gente dentro de outras circunstâncias. A caminho do hospital ele me colocou a par de tudo que aconteceu em minha ausência, as duas cirurgias pelas quais Clair foi submetida, o estado de coma em que ela se encontra.

—Felicity! –escuto a voz de Thea, que anda apressada em minha direção. A abraço apertado, e sinto seu corpo estremecer.

—Vai ficar tudo bem, prometo. –sussurro baixinho em seu ouvido.

Os irmãos eram assim desde sempre, Oliver se abalava mais com os problemas de Thea do que com seus próprios e o mesmo acontecia com ela. Abraço minha amiga com cuidado, e vejo o olhar preocupado do segurança dela, o que me intriga de verdade. A guio, ainda com meus braços em volta de seu corpo para um local mais afastado.

—Você está bem? –pergunto, afastando o cabelo de sua face. Roy parece ansiar tanto pela resposta quanto eu, o vejo se inclinar inconsciente em direção a garota, quando nos afastamos o deixando para trás.

—Sim, eu estou, não é como se ela fosse minha amiga e eu a conhecesse a muito tempo. –responde se recompondo.

—Clair tem esse dom, de nos encantar à primeira vista. –comento, na esperança de que ela se sinta melhor. –Mas não foi isso que perguntei. Como você está?

—Tirando minha mãe dissimulada e meu pai assassino? –tenta fazer piada, falhando categoricamente ao soltar um suspiro sentido.

—Exatamente. –finjo não perceber sua falha, o que a faz esboçar um pequeno sorriso.

—Não tenho respostas para isso. –dá de ombros com tristeza.

—Pode me contar o que existe entre você e o Sr. Harper, por exemplo... –sugiro, apenas para distraí-la, e funciona, pois seu rosto cora imediatamente, seus olhos quase saltam da orbita e seu rosto assume um semblante culpado. –Não! –exclamo com um sorriso sacana. –Você brincou de Whitney Houston com seu guarda costas? –me contenho para não gritar.

—O que? Não! –continua a encarando. –Um... Pouquinho... Mas não é como está pensando!

—Não estou pensando, estou vendo! –precisava mesmo disso. Thea e eu nos encaramos em silencio por um tempo, antes de darmos risada juntas, chega a surgir lágrimas em meus olhos, e a puxo para um abraço. –Obrigada por isso. –sussurro em seu ouvido.

—Pelo o que? –questiona intrigada quando nos afastamos.

—Precisava de um motivo para sorrir. –falo em meio a um suspiro. –Agora, me leve até o Oliver, por favor. –encaixo meu braço no seu, e saímos andando pelos corredores, sendo seguidas por Roy a certa distância. –Beijou ele? –não me contenho, recebendo um olhar furioso de Thea.

—Não! –sussurra de volta desviando seus olhos dos meus.

—Por que não? –ela me olha mais uma vez, mas não tem tempo para responder, pois chegamos ao leito de Clair.

Ela estava ligada a aparelhos que controlavam seus batimentos, medicamentos sendo injetados em seu corpo, e um cateter que foi inserido em seu nariz e a auxiliava em sua respiração, era estranho olhar para uma pessoa cheia de vida como ela, naquelas condições. Sua pele estava pálida e de um tom quase esverdeado, não gosto de pensar no que isso significa. Oliver estava sentado em uma cadeira a seu lado, olhando fixamente para o rosto da mulher, segurando sua mão esquerda, aquilo fez com que meu peito se apertasse, meus olhos se encontram com os de Thea, e vejo a mesma expressão em sua face, ela assente, tirando seu braço do meu, me encorajando a entrar. Caminho em direção a Oliver, que com certeza sabia que estava ali, pois quando toco seu ombro, sua mão livre segura a minha no local.

—Segundo os médicos, ela tem um aneurisma na aorta que pode se romper a qualquer momento, e parar o coração dela, mesmo com o tratamento, ela tem dias de vida. –ele começa a dizer em voz baixa, depois de muito tempo em silencio. –Quando demonstrei não entender, uma médica simpática disse que era o mesmo de ter uma granada no peito dela, e se tirasse o pino, que aliás, seria uma metáfora para cirurgia, ela poderia morrer instantaneamente. –havia ironia em sua voz.

—Péssima escolha de palavras. –comento condescendente acariciando sua mão.

—Concordo, disseram não existir ângulo para ressecá-lo. –responde com a voz embargada. –Agora estão a mantendo em coma induzido, até que eu chegasse, qualquer susto pode fazer com que o aneurisma se rompa.

—Clair tem alguma família Oliver? –puxo uma cadeira, colocando em seu lado, para que pudesse o ver. Seu rosto era pura dor, ele não tirava os olhos de Clair, era como se tivesse envelhecido anos, em poucas horas.

—Ela e Jorge tiveram uma filha, Madison. Morreu a um ano, em um acidente de carro com o marido, foi quando a saúde de Clair começou a afundar. Estavam casados a cinco anos, Clair contou que a filha vivia em função dos pais antes disso, o que a fez se casar já aos quarenta anos, e não pode ter filhos.

—Você a conheceu? –falar de Clair e de seu passado, trouxe um pequeno brilho aos olhos de Oliver, e eu manteria esse brilho ali.

—A vi uma vez quando ela veio visitar a mãe, havia se mudado com o marido para a cidade, mas nós nunca íamos no mesmo dia a ver. –dá de ombros. –Parecia ser uma mulher boa, muito bonita, o que não é surpresa considerando quem é a mãe dela. –sorrio ao ver sua admiração.

—Alteza. –escutamos uma voz masculina e nos viramos em direção a ela, vendo um médico parado na porta, que entra com alguns papeis nas mãos. –Está pronto? –Oliver trava por um segundo e seu aperto em minha mão se torna mais forte.

—Pode nos dar um segundo? –peço ao doutor que assente saindo em silencio. –Oliver. –chamo fazendo com que olhe em minha direção, seus olhos estão marejados e vejo como não está preparado para isso.

—Ela vai morrer Felicity, em minutos, horas ou na melhor das hipóteses, poucos dias! –sussurra me encarando. –Não é seguro acordá-la.

—Clair teve uma vida plena Oliver, ela amou, foi amada, teve uma filha que também foi amada e quando pensou ter perdido tudo, você se tornou mais um filho para ela. Não é justo com Clair, ou com você a manter dessa forma, não quando essa é a mulher mais fascinante que já existiu. –uso suas palavras e Oliver concorda, acaricio seu rosto. –Se forem dias, serão dias que terá ao lado dela, e se for horas a mesma coisa, independente do que aconteça eu estou aqui por você. –ele fecha os olhos, respirando fundo por alguns segundos, e quando volta a abri-los, eu me levanto, dando um beijo no canto de seus lábios, antes de ir chamar o médico.

THEA

Era bom estar em casa e ao mesmo tempo queria não estar aqui. Oliver precisava de espaço e agora que Felicity chegou, acho melhor o deixar com ela sozinho, vou estar aqui por ele, assim que for necessária. Após um banho demorado me deito em minha cama, que depois de dois dias em um hospital, dormindo em um sofá, parecia macia demais para mim. E havia todos esses pensamentos, a escuridão e o fato de não ter ninguém ao meu lado, muitos fantasmas para assombrar meu sono.

Me levanto, torcendo para que exista alguém nos corredores, qualquer um que me acompanhe até a suíte do rei. Não ando mais sozinha pelo castelo, desde que fui induzida a ter uma overdose por meus amados pais. Coloco apenas o rosto para fora, e para minha surpresa Roy está sentado em uma cadeira em frente à minha porta, ele parecia estar ressonando, pois se levanta apressado assim que a porta se abre.

—Alteza, precisa de algo?

—Desde quando dorme em minha porta? –pergunto olhando sua roupa amassada e seu semblante cansado.

—Desde que descobri o que fizeram com você. –sussurra em resposta esfregando os olhos. –O que quer dizer tecnicamente, que hoje é o primeiro dia, já que estávamos dormindo no hospital.

—Entra. –abro mais a porta para que ele passe por ela, Roy não se move me encarando incomodado. –O que é? Eu tenho um sofá enorme em meu quarto, e medo de ficar sozinha. –confesso a última parte em um fio de voz, e parece ser o bastante para o convencer a entrar.

—Aonde você estava indo? –ele se joga no sofá se deitando em seguida, vou até o armário e pego uma coberta quentinha e um travesseiro para ele.

—Atrás do meu pai. –Roy se senta espantado. –O rei, eu quero dizer. –corrijo e ele solta o ar aliviado voltando a se deitar.

—O rei é seu pai Thea.

—Hum hum...

—É sério, ele te ama e protege, e isso é a função de um pai de verdade. –o vejo fechar os olhos, Roy parecia estar exausto. –Isso é bom, nem sei qual foi a última vez que me deitei nesses últimos dias.

Não resisto em me aproximar e acariciar seus cabelos, Roy pega minha mão e a leva a seus lábios, depositando um beijo em minha palma, o gesto me pega de surpresa, mas sorrio contente por ele. Não queria me afastar, poderia ficar ali por toda à noite, mas meu corpo dolorido pedia outra coisa. Contrariada, tiro minha mão da sua e me abaixo, dando um beijo em seu rosto em resposta, sendo recompensada por seu sorriso de lado que mais gosto.

—Gosto que esteja aqui Harper. –digo me afastando.

—Boa noite, princesa. –diz sonolento.

—Boa noite, Guarda! –respondo me jogando em minha cama, consigo fechar meus olhos e me sentir segura, em segundos sou levada a inconsciência.

OLIVER

Seis anos atrás...

—Oliver, é apenas uma instituição, vai ser o rei um dia, você precisa aprender a se responsabilizar. –meu pai andava de um lado a outro em seu escritório, o que já estava me deixando zonzo. –Crianças com câncer, órfãos, ou um asilo talvez. Apenas escolha uma!

—Crianças com câncer morrem e não me parece justo. –pondero lendo as opções na lista que ele me entregou, e já risco várias delas.

—Órfãos...

—Você responsável por duas dessas pai, não quero ser comparado ao rei. –corto as opções de orfanatos e o escuto bufar em resposta.

—Sobraram os asilos, e antes que comece dizendo que eles estão prestes a morrer, eu te dei a opção de escolher os órfãos! –me esforço para não sorri, pois sei que isso o deixaria furioso.

Existia um que me chamou a atenção, Bele Have, ele era próximo ao centro, e com uma boa movimentação ao redor. –Esse! –aponto para meu pai, já me levantando, sem dar chances de protestos. - Posso sair hoje, as sete!

O dia passa arrastado, quando mais me aprofundo nas coisas do reino, maior é minha vontade de ser algo como um lutador de MMA, na melhor das hipóteses. Sinto falta de Alfred nessas horas, ele me distraia, quando estava prestes a explodir em meio a tantas relatórios, mas Smith e nada é a mesma coisa. E o sucessor do de Alfred ainda não estava pronto a assumir minha segurança, segundo meu pai.

Como previsto chego ao asilo com uma tropa de guardas, um tanto exagerado demais para meu gosto, mas como é meu primeiro projeto social teria que arcar com isso, com direito a discurso e coletiva de imprensa. Me posiciono no pequeno palco armado, atrás de um pedestal com microfone.

—Alteza! –os repórteres gritavam de todos os lados.

—Você. –aponto para uma jovem morena, em seus vinte e poucos anos, com certeza, a mais jovem dentre todos.

—Linda Parker, Cidadão. –se anuncia. -Aos dezessete anos, não parece um tanto tarde para assumir um projeto social em sua cidade, tendo em vista que sua irmã desde a infância trabalha com desabrigados?

—Não poderia assumir antes Srta. Parker. Trabalho com crianças na África há anos, mas tenho certeza que tem essa informação. Como príncipe herdeiro tenho cronogramas a cumprir, mais rígido do que o da minha irmã. Entre treinamento militar e viagens diplomáticas, me esforço para me dedicar a filantropia, e nada me alegra mais do que assumir algo desse tipo. –cada palavra sai calma, e meu tom é simpático. –Então a resposta é não, não acho que foi tarde. Acredito que Bele Have, surgiu no momento certo. –sorrio para os flashes.

—Obrigada. –diz um tanto constrangida.

Sou bombardeado por mais uma dúzia de perguntas até que o diretor do asilo assuma, o discurso dele chega a me embrulhar o estomago, quando começa a dizer o quão honrado está em ter o príncipe herdeiro como membro do conselho administrativo do asilo, e sobre a alegria que isso proporcionaria em seus paciente. Entediado, era pouco para descrever meu estado de espírito.

Ao entrar no asilo, uma hora depois, vejo pessoas velhas por todos os lados, seus rostos enrugados se alegram a me ver, e me contenho para não estremecer com a visão. Paro um pouco em cada mesa, converso com eles e sinto cheiros que nem sabia que existiam. Mas quando estou quase convencido de que deveria ter escolhido as crianças com câncer, algo me atrai a atenção no fundo da sala.

Uma senhora, em roupas elegantes, de um rosa claro, ela estava sentada em uma poltrona de pernas cruzadas e os olhos fechados, cantarolando baixinho uma música antiga. Completamente alheia a minha presença, ou aos burburinhos ao redor, era como se vivesse em um mundo só dela. Deveria ser bonita em sua juventude, acima da média na verdade, mesmo em sua idade avançada, seus traços eram delicados, o tipo de beleza que o tempo não é capaz de apagar.

—Quem é aquela? –pergunto a enfermeira ao meu lado.

—Clair Thompson. –sorri ao dizer o nome da senhora.

—Ela é linda. –as palavras escapam de meus lábios e a enfermeira sorri, como quem entende minha reação.

—Clair provoca esse efeito em todos!

Agora...

Me sentia gelado, não do jeito que se fica quando está com frio, mas como se dentro de mim, tudo estivesse congelando. O médico volta segundos depois que Felicity sai, ele me explica que deveria manter a calma, a sobrevida de Clair era baixa, mas ela ainda poderia durar dias. Tudo dependia do quão calma ela permanecesse, nenhuma forte emoção ajudaria nesse momento. Confirmo após entender tudo, e ele administra o medicamento que a despertaria, o que levou minutos para acontecer.

—Lady Thompson. –digo galante, ignorando minha garganta embargada. Seguro sua mão com cuidado, enquanto ela abre os olhos e olha ao redor confusa, dou a ela meu melhor sorriso assim que nossos olhos se encontram.

—Meu príncipe. –sua voz sai áspera, tão diferente do som lindo que é seu habitual, e só aquilo me machuca, mas permaneço com o mesmo sorriso nos lábios. –Por que estou em um hospital? E por que não está mais viajando com sua garota de lindo nome?

—Está tudo bem, eu já voltei, e você desmaiou no asilo, te trouxeram para o hospital, vim assim que cheguei na cidade. –conto calmamente. Clair parece pensar por um momento e seus olhos perdem o foco, se tornando assustados quando conclui o que aconteceu. –Hey! –chamo tentando de forma sobre humana manter a calma. –Você está bem, está tudo bem.

—Eu me lembro! –constata, e o gelo sobe por minha espinha. –Estava com sua irmã quando aconteceu. –os batimentos dela aceleram um pouco, e me levanto, tocando seu rosto, sua pele gélida e frágil.

—Hey, Clair. –chamo com a voz mais calma que posso, e meu peito se aperta quando tento sorrir. –Precisa se acalmar, por mim, okay? –ela balança a cabeça concordando. –Tenho novidades para você! –sussurro em tom de segredo.

—Finalmente disse que a ama! –conclui e não posso evitar de sorrir, como viveria sem isso?

—Como adivinhou?

—Tudo em você diz isso meu garoto. –era tanto carinho em sua voz que uma lágrima escorre por minha face. –Ou, não... –estende sua mão pequena e seca minha face. –Não quero que sofra por mim como sofreu por Alfred. –diz me olhando nos olhos. –Eu não fui tirada de ninguém, tive uma vida linda, com um homem que me amou mais do que tudo até o fim dos seus dias, uma filha da qual sinto falta a cada segundo, e um neto de sangue real. –ela acaricia meu rosto, e agora não controlo mais meu choro. –Suportei todas essas perdas, por que você me amou alteza, quando eu pensei não ter mais nada, a vida me deu um neto.

—Não imaginaria uma avó melhor. –sussurro.

—Obrigada. –diz após um longo suspiro fechando seus olhos. –Não imaginaria um neto mais honrado, agora pare de sacrificar tudo por todos, e seja feliz. –quando volta a me olhar ela parecia cansada. –Prometa que não vai deixar essa garota escapar.

—Não é assim tão simples...

—Para tudo na vida se dá um jeito alteza, e se não for inteligente o suficiente para encontrar um, peça ajuda a ela, Felicity parece ser mais do que apenas inteligente, ela tem a sabedoria que você precisa. Encontrem um caminho juntos.

—Eu te amo, Clair. –sussurro grato.

—Fiquei feliz por ter faltado essa sexta... –a olho confuso. –Significa que ela é a garota certa!

—Ela é. –confirmo antes de beijar sua mão.

—Nesse caso, quero te dar algo. –Clair tira a aliança de sua mão esquerda. –Madison não a usou, pois recebeu um anel de família do seu esposo, mas apesar de não ser uma rainha, é um belo anel, digno de uma, se você aceitar.

Ela me entrega a aliança com um grande diamante no centro, incrustada de outros menores ao redor, era uma bela joia e deveria mesmo valer muito, estava certa, era digna de uma rainha. –Obrigado, será uma honra dar isso a Felicity.

—Assim vai saber que uma pessoa que te amou muito vai estar sempre olhando por você, e por quem ama!

Clair não partiu nesse dia, nós ainda conversamos muito, dividimos histórias, dissemos o quanto o outro era especial. Ela dormia mais a cada dia, parecia estar mais cansada, então passamos a contar histórias para ela. Felicity, Thea e eu, contamos histórias de nossas infâncias, juntos, o que tornava aquilo quase divertido, e conseguia ver a felicidade em seus olhos. Uma vez em um gesto automático, como de rotina, dei um beijo nos lábios de Felicity quando cheguei, e pude ver uma lágrima escorrer dos olhos de Clair, acompanhada por um sorriso enorme.

Mas nada na vida dura para sempre, Clair Thompson foi um anjo, meu anjo. E partiu, dormindo em uma noite de sexta, tudo começou em uma sexta, e acabou igualmente em uma, esse era o nosso dia.


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Notas finais do capítulo

:(
Então aconteceu, e nem posso dizer o quanto foi dificil para mim escrever isso. Clair foi inspirada em minha pessoa preferida no mundo, que infelizmente também perdi, sei que vocês irão sentir falta dela, e eu também vou, mas Clair, ainda pode aparecer em flashbacks do Oliver. Sinto muito galera, de verdade.
Espero que tenham gostado, então me contem o que acharam okay?
Bjnhos