Afire Love - Cobrina escrita por Mandy


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Pessoal,
Estou um pouco desanimada com a fanfic e adoraria saber a opinião de vocês. O que estão achando? O que acham que está ruim e que poderia ser melhorado? Ficaria muito feliz em ler um feedback.
Esse capítulo, em especial, não me agradou muito. O reli muitas vezes e tentei melhorá-lo. Espero ler a opinião de vocês.



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P.O.V. Karina

Continuação do Flashback

Merda!

Tinha esquecido que estava falando com o Pedro. Como é que eu pude esquecer do meu próprio namorado? Não sei o que está acontecendo comigo. Se eu tivesse sorte, talvez ele não perguntasse nada.

– Qual foi Karina? Tá com ciúme do Cobra ou o que? – perguntou ele, visivelmente irritado.

É, eu nunca me considerei uma garota de sorte mesmo. Mas o Pedro tá surtando se acha que eu sentiria ciúme do Cobra. Preciso de uma boa "desculpa".

– Não é nada disso Pê, eu vi a Jade sair de lá rápido e acho que eles brigaram, só queria saber se o Cobra não tava quebrando a loja do meu pai uma hora dessas. Você sabe que ele não consegue controlar o humor dele, e meu pai não ficaria nada feliz de ver o QG destruído.

Isso, eu tava preocupada com a loja e não com o Cobra! Sou um gênio! Tentei soar o mais inocente possível, quem sabe ele acreditava. Pedro lembrava muito bem o quanto Cobra conseguia ser medonho quando queria, vi quando ele estremeceu e pareceu considerar o que eu disse, mas a raiva continuava sendo o sentimento principal em sua face.

– Você acha que eu sou burro? Desde que você olhou pro QG e viu Cobra com Jade lá dentro que não para de bufar e ficar irritada! Karina, você é MINHA namorada! Tinha que ter ciúme de MIM e não daquela coisa rastejante! Você jamais vai poder ficar com alguém como ele! Mas eu é que não vou ser idiota, e ficar sendo substituto daquela coisa lá! Você sabe que ele não presta! E a única coisa que iria querer com você é te levar pra cama dele. Só te usaria por uma noite e descartaria. Fora que o seu pai ia fazer picadinho de minhoca pro jantar! O que não seria tão ruim assim. Só que eu não aguento mais, Karina! Não posso virar as costas por um minuto que vocês dois já estão de "papinho". Chega! Eu não quero mais essa "amizade" de vocês – esbravejou ele pra cima de mim, fazendo sinal de aspas com as mãos ao se referir a minha amizade com o Cobra.

Tudo estaria muito bem se eu tivesse resolvido beijá-lo e dizer que eu o amo, que ele estava exagerando e entendendo tudo errado. Só que eu sou Karina Duarte e quem ele pensa que é pra ficar gritando comigo no meio da rua? Meu sangue já estava fervendo e eu tentava me controlar pra não matar o Pedro.

– Cala a boca! Você não sabe do que está falando! O Cobra é uma boa pessoa, pelo menos ele não mentiu para mim e não foi pago pra ficar comigo. Ao contrário, foi o único que ficou do meu lado quando o mundo inteiro desabava na minha cabeça. Pedro, eu não aguento mais as suas crises de ciúmes! Eu quero um tempo! Não dá mais pra aguentar você controlando cada movimento que eu faço! O Cobra é só meu amigo! Aceite isso! E já que você não consegue, então pra mim também é impossível! Acabou!

Dito isso, fiz exatamente como nos filmes e mereceria até um prêmio por atuação dramática. Acho que a Bianca estava começando a me influenciar. Lhe dei as costas e saí pisando firme em direção ao QG, deixando um Pedro estupefato atrás de mim. Eu realmente precisava bater em alguma coisa, e contarei os segundos para aquele idiota vir me pedir desculpas. Agora sim que eu vou dar motivo pra ele ficar com ciúme mesmo, já que dentro do QG um lutador moreno, com o sorriso canalha mais lindo que já vi, e musculoso, me aguarda.

Fim do Flashback

Droga! Não era ciúme que eu estava sentindo do Cobra! Era só preocupação! Eu cuidava dele e ele de mim. Não é isso que amigos fazem? E daí que eu não gostava de ver a Jade junto com ele? Eu só acho muito feio ele ficar se "esfregando" no meio da rua com qualquer uma. É só que eu não a suporto e ele merece alguém muito melhor do que ela. A culpa não era minha se o Pedro não conseguia entender que esse sentimento é só consideração pelo bem estar do meu amigo.

Saí de meu devaneio quando percebi que Cobra estava se deitando ao meu lado e nós permanecemos em silencio por mais algum tempo.

– Você tem certeza da decisão que tomou Karina? Eu sei que você é marrenta e que, provavelmente, você e o “desafinado” vão voltar a namorar. Tenho certeza até que você veio aqui mais para provocá-lo do que qualquer outra coisa – ele disse isso em um tom de voz calmo, mas a forma frenética com que ele estralava os dedos, deduravam seu nervosismo.

Ele tinha razão e apesar de tudo eu ainda amava o Pedro para terminar com ele só por causa de um ciúme infantil. O que eu sentia pelo Cobra era só um sentimento forte de amizade. Não era? Claro que sim! Nós não poderíamos ficar juntos, ele amava a Jade, por razões desconhecidas por mim. Como alguém pode amar aquela garota?

– Eu sei Cobra, só que eu não vou me sujeitar a todas as vontades do Pedro e me recuso a voltar atrás – respondi em um tom de voz decidido - Ele tem que pensar melhor na forma com que quer que seja nosso relacionamento, e eu já perdoei coisa demais vindo dele. Não tem motivo pra ele querer me afastar de você - finalizei, em uma voz que demonstrava todo o meu cansaço sobre aquele assunto.

Aguardei que ele se manifestasse, mas ele permaneceu quieto.

– Eu o amo – falei por fim.

Senti um aperto no peito e em seguida meu coração disparou, como se confessar o que eu sentia ao Cobra fosse uma “arte” praticada por uma criança que sabe que os pais vão ficar bravos, mas faz mesmo assim, só pra chamar a atenção deles. Eu queria ver a reação dele, saber se aquilo o afetaria, nem que fosse um pouco. Eu não sabia nem a quem eu me referia naquele momento, provavelmente ao Pedro, não sei.

E com isso em mente eu virei minha cabeça para o lado e o observei, tentando discernir o que a minha “confissão” significava para ele. Seus músculos estavam tensionados e ele parecia nem respirar, seus olhos estavam fechados e ele mordia com tanta força o lábio inferior que eu poderia jurar que deveria estar sentindo gosto de sangue. Parecia que ele havia levado um soco e tentava não demonstrar o quanto estava sofrendo.

Eu não sei como ele fazia isso, tentar se controlar daquele jeito. Eu já estaria toda atrapalhada e com a cara parecendo um pimentão de tão vermelha, caso a situação fosse inversa. Fazia um certo tempo que eu tinha “desvendado” o Cobra, os seus olhos era o que mais entregava seus sentimentos. Talvez por isso ele os mantivesse fechados agora, para que eu não pudesse ver a resposta que eu queria. Eu estava apavorada com a possibilidade de, não intencionalmente, haver ultrapassado aquela fina linha que separa a amizade do amor.

Cada pessoa tem um limite diferente para essa linha, entre eu e Cobra havia dois limites e eles se chamavam Pedro e Jade. Toda vez que o assunto era esses dois, nossas conversas ficavam estranhas e tentávamos terminá-las o mais rápido possível. Era como se evitássemos citá-los para que assim eles não existissem em nossas vidas. Era estranho. Nós dois éramos estranhos. E eu não sabia direito o que eu sentia pelo Cobra, só que ter ele por perto me fazia bem.

– O Pedro? – ele questionou, com incerteza na voz.

– Claro! – eu respondi o mais rápido que pude – Quem mais deveria ser? Você? – disse, dando um risinho sem graça para tentar quebrar a tensão que havia pairado entre nós.

Aquilo pareceu não ser suficiente e ficamos naquele silêncio constrangedor por um tempo, até que então eu resolvi lhe informar a decisão a qual eu havia chego a pouco.

Eu só fui realmente entender o que precisava ser feito minutos atrás, quando percebi que eu me importava mais com o Cobra do que com o Pedro. Não era pra ser assim e isso ainda iria destruir nossa amizade. Eu não estava cedendo ao Pedro, na verdade, eu precisava tentar fazer dar certo com ele. O Cobra tinha a Jade agora e ela deve ser só o que lhe importa.

Pela última vez, eu tentaria tudo o que estivesse ao meu alcance para que o relacionamento que eu viva com Pedro, funcionasse. A única coisa que eu me recusava a perder era o Cobra então, para que isso não acontecesse, precisava afastá-lo por um tempo, até que eu me entendesse melhor.

Antes que eu fizesse outra bobagem, como pedir para ele me beijar de novo. Me lembro muito bem dele dizendo que 'foi como beijar uma irmã'. Era isso que eu era para ele.

Eu não queria que ele me odiasse e nem que se sentisse abandonado por mim, só que eu no lugar dele teria exatamente esses sentimentos dentro de mim. Ele não havia feito nada errado e mesmo assim eu o estava afastando, eu realmente não era uma boa amiga. Tinha sentimentos bem mais fortes dentro de mim, que chegaram ao nível em que não consigo mais controlá-los. Agora eu entendia que precisava colocar minha mente em ordem, eu não podia vê-lo mais do que como um amigo. Ele me rejeitaria e me abandonaria.

– Cobra, eu acho melhor não vir mais ao QG por um tempo – minha voz saiu quase que inaudível, como um sussurro, não tive nem certeza se ele ouviu.

Eu me virei em sua direção, mas ele não se moveu e continuou em silêncio, como se estivesse prendendo a respiração novamente. Então toda a minha coragem foi embora, não conseguiria dizer aquilo o olhando diretamente, e assim me sentei, mantendo as costas para ele.

– A gente ainda pode treinar junto na academia do meu p... – tentei dizer, desesperadamente não querendo o deixar, mas ele não permitiu que eu terminasse.

– Tá tudo bem Karina, em lugares públicos a gente se cumprimenta, quando o seu namoradinho estiver junto. Vai atrás do seu guitarrista e resolve isso – Ele disse tudo de forma muito rápida e seca, menos a palavra ‘namoradinho’, que foi enfaticamente proferida com enorme desgosto.

Ele achava que a razão era o Pedro. Melhor assim. Pelo menos quando eu acalmasse meus sentimentos a nossa amizade continuaria a mesma, se ele me perdoasse, claro.

Eu me levantei e ele apenas se sentou. Olhei para ele por um tempo e ele sustentou meu olhar. Eu via a raiva e angustia que ele aparentava tentar controlar e doeu, muito. Queria abraçá-lo e dizer para esquecer tudo, que o mundo não importava desde que ele permanecesse comigo. Eu tinha que aceitar que Cobra era meu amigo, que ele amava a Jade e era ela quem ele queria ao seu lado.

– Eu realmente sinto muito – falei em um tom baixo e tentei ao máximo transparecer a sinceridade que existia naquelas palavras.

– Tchau, Karina. Vai embora que eu tenho que me arrumar pra almoçar na casa da “dama”. – Ele disse em tom um pouco ameaçador, e seu olhar me indicava a frieza e o desprezo que ele sentia por mim no momento.

– Tchau, Cobra.

Eu me virei, abri a porta do QG e não tive nem coragem de olhar para trás, fui direto para a minha casa. Entrei e me fechei no meu quarto, sentando em minha cama e abraçando o Flux. Eu estava desolada e já sentia as lágrimas escorrendo em meu rosto descontroladamente, queimando o local por onde passavam. Eu realmente devia ser a pior pessoa do mundo. Quem faz isso com o próprio melhor amigo?

Eu tinha ódio do Pedro por ter feito com que eu percebesse o que eu sentia e assim “me obrigado” a escolher entre eles. A ignorância realmente é uma dádiva. Queria tanto poder voltar algumas horas atrás, onde a minha maior preocupação era o que eu comeria naquele piquenique. Só que ódio maior eu sentia de mim mesma, não deveria me deixar envolver pelo Cobra. Eu sabia que ele não sentia o mesmo por mim, mas eu nem percebi como foi que tudo começou.

Droga de vida! Por que isso tinha que acontecer justo agora que as coisas estavam voltando a normalidade? Alguém lá em cima deve me odiar muito.


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