O dia na casa dos Darling é sempre do mesmo jeito todos os dias, Naná a babá é a primeira a acordar, ela acorda a Liza a empregada, que acorda George e Mary os pais, que acordam os filhos Wendy, Jonh e Michael todos ficam com preguiça de acordar, mas quando todos percebem que estão atrasados, menos Naná ela é sempre pontual, começa uma correria doida para todos os lados.

Tudo só se acalma quando George vai trabalhar e as crianças vão para escola, mas este dia trará uma coisa diferente.

Quando chega ao seu trabalho George é chamado pelo senhor Chapman que está a sua espera, George percebe que está atrasado um minuto e se preocupa imaginando se vai ser despedido, mas ao entrar na sala ele é bem recebido pelo chefe com um aperto de mão e uma boa xícara de café.

– Como está senhor Darling?

– Bem senhor Chapman queria me ver?

– Sim George, eu posso chama-lo assim?

– Claro senhor.

– Esqueça o senhor George, me chame de William, quando estivermos a sós está bem?

– Muito bem senh...quer dizer William.

O senhor Chapman se senta em sua cadeira e passa encarar George de maneira séria, enquanto o pai de Wendy vai tomando alguns goles do café até que William toma coragem e fala. - Bem George gostaria de pedir permissão para cortejar a sua filha.

George se engasga com o último gole e diz. - Perdão?

– Eu disse que gostaria de pedir permissão para cortejar a sua filha.

– Senh...quer dizer William, eu não entendo? Quer cortejar a minha filha Wendy?

– Sim George, eu estou apaixonado por ela e tenho intenções de casar com ela.

– Senhor, isso é alguma brincadeira interna? Acho que está brincando comigo e eu não...

– George é sério, não é uma brincadeira.

– Mas somos de família humilde e o senhor é de família muito nobre e é rico, muito rico, poderia se casar com qualquer mulher dessa cidade de qualquer família.

– Eu sei, mas não me importo com isso, desde que vi a Wendy naquele parque, sabia que era ela a mulher com quem gostaria de dividir minha vida e tudo que tenho.

– Meu Deus! Por essa eu não esperava senhor William.

– Me chame apenas de Wlliam George, afinal se Wendy me aceitar podemos nos tornar parentes.

– Claro, Claro William.

– E então George?

– O que William?

– Sobre eu cortejar a Wendy

– Oh sim, sim, eu permito...senhor..William...William

– Maravilha George, maravilha o nosso jantar será marcado para daqui a dois dias apenas para nossas famílias, espero que se sintam a vontade na casa de minha família.

– Obrigado William estaremos lá.

Ao fim do dia George eufórico conta para a esposa Mary sobre o pedido do senhor Chapman e Mary fica encantada.

– Meu Deus George isso é maravilhoso, ele é um homem tão bom ela vai adorar saber.

– Acho que melhor você contar, eu não saberia qual melhor forma de falar aonde ela está?

– Com a Naná hoje é terça feira e é folga da Naná e a Wendy e os meninos foram ao parque com ela passear.

– Bom então amanhã vamos comprar roupas novas e ficar apresentáveis afinal a Wendy tem um pretendente.

Tudo parece estar perfeito para os pais de Wendy e quando ela chegou do passeio com Naná e os irmãos eles falaram tudo de uma vez, o pai dela falou sobre o jantar na casa do senhor Chapman que eles iram daqui a dois dias e que irá comprar até roupas novas e a sua mãe falou sobre o pedido dele do senhor Chapman de corteja-la e do seu desejo de casar com ela. Para Wendy absorver tudo foi impactante, ela não ficou triste, mas ficou com medo tudo de acontecendo tão rápido a mãe de Wendy percebeu algo errado com ela e perguntou.

– Algum problema filha não gostou das noticias?

– Sim, quer dizer não, não é isso é claro que são boas notícias mãe, só que eu... - Wendy não completa a frase e olha para o lado ela não sabe o que dizer ainda não sabe o que sentir sobre tudo que ouviu.

– Filha eu sei que é muita coisa, mas é uma grande oportunidade em alguns meses você fará dezessete anos e quem sabe poderia se casar com a mesma idade que casei com o seu pai e com um homem de respeito como o senhor Chapman.

– Wendy. - George pega na mão da filha, respira um pouco profundamente e diz. - Olhe para você querida, já tem a mesma altura que a sua mãe e você cresceu bastante de uns tempos pra cá e já é quase uma mulher adulta, então está na hora de pensar no seu futuro e eu adoraria vê-la bem casada com um bom homem como o senhor Chapman.

Wendy sabia que os pais não estavam obrigando ela a fazer nada estavam apenas pensando no seu futuro algo que Wendy não pensava muito, pois ela estava sempre ocupada costurando roupas para ela e sua bonecas ou brincando com seus irmãos imaginando viver grandes aventuras em lugares distantes e selvagens.

A mãe de Wendy percebendo o desconforto dela tenta tranquiliza-la. - Fique tranquila filha não é tão mau quanto parece esse medo é normal e vai passar.

– Verdade mãe?

– Sim é verdade e estaremos contigo como família, você gostou do senhor Chapman não foi?

– Acho que sim, mas não saberia dizer ainda como.

– Então um passo de cada vez...

Mais tarde antes de dormir Wendy pensa em todas as mudanças de sua vida, há um mês atrás tudo era diferente e agora até o seu quarto parecia menor a cama dela, as suas roupas, tudo literalmente tinha encolhido e ela se sentia perdida e comentou isso com a mãe que riu e disse:

– Acho que não percebeu ainda filha que foi você que cresceu esses últimos tempos o seu corpo mudou tão rápido parece até mágica, foi tão súbito que você não percebeu que agora tudo em você está maior e que já tem o porte de uma mulher e que agora deve pensar como uma.

– Mas eu não queria crescer ainda, queria ter mais tempo para viver como vivi até hoje.

– Infelizmente filha é o que todos queremos, mais tempo, mas o tempo é implacável e devora tudo sem piedade o tic tac não para nunca é como um grande crocodilo incansável e cheio de fome sempre, entende?

– Queria vencer o tempo mãe e ser uma criança para sempre ser livre do tempo.

– Boa noite Wendy durma bem e amanhã conversamos mais.

– Boa noite mamãe eu te amo.

– Eu também. - Mary vai até a janela e confere se ela está bem fechada e depois vai dormir Wendy fecha os olhos e deseja ter o seu sonho realizado.

Todos já estão em suas camas, menos Naná ela está na cozinha pensando e Mary a encontra lá tomando um copo de leite.

– Oi Naná pensei que estivesse dormindo?

– Ainda não senhora Darling.

– Mary Naná me chame de Mary.

Naná rir e se senta a mesa em uma das cadeiras da mesa da cozinha e começa a falar. - Estou com aquele pressentimento outra vez.

– Igual aquele dia que o tal Peter apareceu?

– Sim acho que logo, logo ele virá buscar a sombra dele.

– Mas estou mantendo as janelas bem fechadas Naná como você falou, ele não irá mais entrar no quarto das crianças pelo menos não pela janela.

– Acredite minha querida quando Peter quer alguma coisa até as estrelas faram de tudo pra ajuda-lo a conseguir.

– Quem é ele Naná?

– Uma força da natureza, um espírito da liberdade, um herói para os solitários e perdidos ele é Peter Pan.

– Como você sabe de tantas coisa sobre ele Naná?

Naná termina de tomar o copo de leite se levanta e o coloca na pia ela sairia sem dizer nada, mas não queria deixar Mary sem respostas e acaba falando algo surpreendente.

– Eu não posso falar muito, mas eu o conheço desde que era um bebezinho por que eu fui a babá dele... Vou me retirar senhora Darling boa noite.

– Boa noite Naná.