Wendy estava triste havia perdido a confiança que tinha em William ele lhe roubou um beijo, o seu primeiro beijo, ela tentava entender por que ele teria feito aquilo sem sua permissão, ela não queria que o seu primeiro beijo tivesse sido daquele jeito roubado. As lágrimas de Wendy já haviam secado e a sua mãe que estava ali o tempo todo lhe abraçando, acariciando o rosto e seu cabelo percebeu que a filha estava mais calma e perguntou.

– Como está querida?

– Decepcionada com o senhor Chapman. - Wendy foi direto ao ponto.

– Eu entendo querida foi muito rude o que ele lhe fez.

– Mas eu não quero prejudicar o papai, então não conta nada pra ele.

A mãe de Wendy pensou em não concordar, mas vendo como a filha estava passando por uma coisa difícil decidiu aceitar. - Tudo bem querida eu farei o que me pediu.

– Obrigado mãe e onde está o papai?

– O seu pai saiu para encontrar um amigo de infância que agora está morando aqui perto no número vinte sete, o tio Napoleão, lembra-se dele?

– Sim aquele que disputou com o papai para saber quem chegaria primeiro para lhe pedir em casamento?

Mary rir com as lembranças daquele dia e responde. - Sim, sim, mas lembre-se de não falar disso com o seu pai.

– Tudo bem, mas mãe?

– O que foi?

– Você gostava do tio Napoleão?

– Por que a pergunta?

– Bem o papai se incomoda tanto com essa história e isso me fez pensar.

Wendy estava deitada no colo da mãe ela se levanta e se senta ao lado Mary percebe que é a primeira vez que conversa com Wendy sobre relacionamentos entre um homem e uma mulher e decide falar.

– Napoleão não era só amigo de seu pai, era meu amigo também, nós três crescemos juntos, eu também gostava de Napoleão, mas me apaixonei por seu pai, por que ele movia céus e terra para me encontrar e foi isso que me fez o escolher.

– Mas sentia algo por Napoleão? - Wendy pergunta quase que obrigando a mãe a afirmar aquela questão.

– Eu amo seu pai querida e essa história com Napoleão já terminou há muitos anos. Bem agora vamos, está na hora do jantar e você sabe como o seu pai é, ele gosta de ter toda a família sentada na mesa.

Meia hora depois George chegou da casa de seu amigo Napoleão toda a família estava reunida a mesa até Liza a empregada foi convidada a para jantar sentada a mesa com todos, era mais uma boa noite agradável para os Darling, mas eles nem imaginavam que na parte de cima da casa no quarto das crianças dois desconhecidos procuram algo especial que foi tirado de um deles.

– Onde ela está? Cadê ela? Onde ela está Sininho? Peter é um garoto, de cabelos castanhos, olhos claros e está vestido com uma roupa feita de remendos de muitas outras roupas, ele está aflito revirando todas as gavetas e jogando todas as roupas das crianças para todo lado.

– Peter não faça bagunça no quarto deles, se deixarmos tudo assim eles vão pensar que foram roubados. - Sininho é uma fada ela é a guardiã de Peter, Sininho consegue assumir duas formas a primeira é uma bem diminuta ela fica tão pequena que caberia nas mãos de uma pessoa e a outra forma a qual ela está agora é de uma mulher adulta. Peter não gosta de adultos e nem se aproxima muito deles, mas ele não se importa com o tamanho de Sininho e nem com o fato dela ser uma fada adulta.

Ele olha para ela e não se importa com o que ela falou. - E você olhou nas coisas dessa Wendy? Olhe direito se não eu mesmo vou procurar.

– Você não vai mexer nas coisas dela em nada está ouvindo? Um garoto não pode mexer nas coisas mais intimas de uma garota. Lembre-se das aulas de etiqueta com rainha das fadas.

– Nossa as vezes você é tão chata quando fica grande, por que não fica sempre pequena.

– Então tá. - Sininho joga algo no rosto dele e assumi sua forma diminuta.

– Minha sombra eu achei! - Peter começa a dar cambalhotas no ar de felicidade depois ele se senta no chão e para pensar em como vai por ela de volta.

– Sininho como vou por ela? Sininho? - Peter a procura pelo quarto, mas ela se esconde dentro de uma das gavetas na cômoda próximo a cama de Wendy. – Tá legal sua chata eu a coloco sozinho.

Peter passa mais de meia hora tentando colocar a sombra de volta nele tenta vesti-la, colar com cuspe, sabão, amarrar, mas nada dá certo então ele se cansa e a joga pra longe em direção a porta e começa a chorar.

Sininho que estava escondida, observava as tentativas inúteis de Peter em colar a sombra pelo buraco da fechadura de uma das gavetas da cômoda ao lado da cama de Wendy fica comovida e decidi ajudá-lo, mas então ela percebe que estava presa. - Droga a gaveta não abre, será que se eu mudar de tamanho aqui dentro consigo me libertar. - Mas estranhamente Sininho não mudou de tamanho Peter estava sentado no chão e não ouviu a fada chama-lo.

Então a porta do quarto se abre e revela Mary ela fica surpresa ao ver Peter mais uma vez ela pensa em chamar o marido, mas ao perceber que o menino ali sentado no chão a sua frente está chorando faz o que qualquer mãe faria. Ela se senta ao seu lado devagar e o abraça, ele apenas corresponde e diz com tristeza na voz.

– Minha sombra se descolou de mim.

– Onde ela está?

Peter aponta para sombra e ela se levanta e o tomando pelas mãos o levanta também Mary pega a sombra e os dois se sentam na cama de Wendy e ela serenamente diz pra ele.

– Quer ajuda para colocar ela de volta?

– Como?

– Costurando. - Mary limpa o rosto dele com um pequeno lenço que pega na cômoda ao lado da cama de Wendy, ele a olha maravilhado e sorrir como se tivesse ganhando a melhor coisa do mundo. - Deite-se e descanse vou chamar a Wendy ela vai me ajudar. Vai ficar aqui e me esperar?

Peter olha para a janela e sente algo o chamar, mas Mary o deita na cama de maneira como toda mãe faz quando quer convencer o filho a se deitar ele a olha como se uma força não o deixasse fazer o que quer como sempre faz e quando ele se deita Mary lhe dá um beijo, não qualquer beijo, mas um beijo de boa noite de uma mãe amorosa e atenciosa, uma mãe que qualquer filho ou filha sempre vai amar.

– Eu vou ficar... ahhhh... fico só um pouco e depois...ahhhhh eu vou em..bo... - Peter adormece e cai em sono profundo, Mary lhe dá outro beijo e põe outro cobertor sobre ele na esperança de que Peter não acorde até ela voltar.

Mary pega a sombra de Peter e a guarda dentro da cômoda de Wendy, Sininho que está presa em uma das gavetas da cômoda próxima da cama onde ele está deitado observa tudo pelo buraco da fechadura e pensa.

– E agora? Fomos capturados!