Aparece a imagem de Banguela e quem pretende ser Soluço em uma armadura e um capacete. Os dois fazem manobras pelo céu felizes:

–O que acha amigão? Quer tentar mais uma vez? - Soluço pergunta a Banguela que não aprova. - Banguela, vai dar tudo certo. - Então ele se prepara. - Pronto? – Banguela assenti e Soluço cai fora de seu dragão.

–O que você está fazendo?! - Exclamou Stoico e Astrid ao mesmo tempo. Soluço sorri sem jeito.

Os dois se aproximam da agua então Soluço puxa suas “asas” para fora e os dois planam pelo ar.

–Viram? Deu tudo certo! – Disse Soluço com orgulho.

De repente surge uma montanha na frente e Soluço grita:

–Banguela! - Banguela tenta o mais rápido que pode mas não consegue alcançar e solta uma bola de plasma na montanha abrindo passagem então ele enrola Soluço em suas assas e os dois rolam montanha abaixo.

Silêncio é tomado no grande salão.

–O que você tinha dito? –Cutucou Astrid. Soluço ficou quieto.

Eles param, Banguela abra as assas para Soluço sair que ajeita sua perna:

–Ufa. Aquele negócio surgiu do nada. - Eles escutam um estrondo e assistem aquela montanha desmoronar. Soluço guardo suas “asas” de volta no lugar e diz:

–Nós precisamos treinar aquela manobra amigão. Aquele seu giro de cauda fez uma manobra de resgate bem ruinzinha não é verdade? - Então Soluço tira seu capacete e olha para o horizonte.

–Uou! Aquele é o Soluço? - Perguntou Cabe-Dura. Todos olharam espantados para a tela.

–Ele não olha nada mal. – Comentou Cabeça-Quente. – Deve ser por isso que Astrid está com ele. – Tanto Astrid e Soluço coraram evitando olhar para o outro.

–É, parece que encontramos mais uma, amigo. - Banguela o olha irritado e joga uma pedra na cabeça dele.- Ahh, O que foi? Você quer que eu me desculpe? É por isso que você está com esse biquinho bebezão? - Diz ele brincando com o Banguela que ignora. - É? Então segura essa! - Soluço tenta provocar Banguela. - Tá sentindo? Tá vendo o meu remorso profundo? - Soluço gruda em seu pescoço.

–Vocês parecem duas crianças. - Comentou Astrid rindo. Soluço revirou os olhos. Banguela olhou animado para a tela.

Banguela caminha até o penhasco com Soluço. - Pera aí. Você não é capaz de machucar um... ah! - Ele grita quando olha para baixo. - Tá! Você vence! Você venceu. - Banguela cai para trás e prende Soluço no chão dando risada. - Haha, morri. Dragões e vikings, inimigos de novo. – Eles se cutucam fingindo uma batalha. - Lutando até a morte... ahhhh. - Banguela apoia sua cabeça deixando-o imóvel e lambe seu rosto. - Para, para! Você sabe que isso não sai. - Soluço se livra dele limpando a baba. Banguela dá risada mais para quando Soluço joga baba nele.

Os vikings riram. Banguela bateu sua cauda na cabeça de Soluço.

–O que?! – Exclamou Soluço a seu dragão que grunhiu em resposta.

Soluço tira seu caderno da armadura e abre no chão:

–Então? Batizamos de que? – Pergunta a Banguela que coça a axila. - Axila cosquenta, beleza. - Ele anota no mapa.

–Quem iria nomear uma ilha assim? – Perguntou Melequento rindo de Soluço que o ignorou. Banguela bateu novamente na cabeça de seu piloto que bufou.

–Já chega não é? – Exclamou Soluço.

– E o que você acha? Que vamos encontrar uns Marcha d’água na floresta? Talvez algum Morte murmurante nas rochas? Quem sabe. Talvez a gente finalmente encontre outro Fúria da noite. Isso ia ser demais. - Ele suspira. - O que você acha? Continuamos? - Banguela rugi ‘Nãooooooo’.

–Acho que ele quer ficar mais um pouco. – Disse Melequento.

Os dois escutam um rugido atrás deles, se viram e veem Tempestade pousando.

–Boa tarde senhora. - Diz Soluço. – Por onde andou?

Astrid corou pelo apelido que Soluço a chamou.

–Que lindo! Eles se deram apelidos! – Brincou Cabeça-Quente, fazendo os dois corarem.

Astrid desce da Tempestade e acaricia Banguela que vai brincar com Tempestade:

–Ah... ganhando corridas, que mais? - Diz ela em um tom brincalhão. - A pergunta verdadeira é, por onde você andou? - Ela se senta ao seu lado.

–Evitando o meu pai.

Stoico e Soluço olharam confusos para a tela. ‘O que será que elas haviam conversado?’

–Oh não, o que foi agora? - Pergunta com um pouco de preocupação:

–Há, ouve só, você vai adorar essa. Eu acordei, estava um dia lindo, um terror terrível estava cantando no meu telhado, eu desci pra tomar café achando que estava tudo tranquilo no mundo e ouvi...- Soluço imita o seu pai se levantando. - Filho precisamos conversar...

Os vikings riram da imitação de Soluço. O lado bom foi que Stoico também riu que foi um alívio para Soluço.

–Isso foi igualzinho a você Stoico. – Riu Bocão.

Astrid o interrompe imitando Soluço:

–Agora não pai, eu tenho um dia inteiro de bobeiras pra fazer.

Todos riram alto. Soluço se vira para Astrid com uma cara de ´É assim que você pensa de mim?´ Astrid apenas ri como se dissesse ‘Sim’.

Os dois riram:

–Primeiro, eu não falo desse jeito eu não sei quem você está imitando. E segundo, desde quando eu faço assim com os ombros? Tá quer saber? Eu achei até a imitação bem bacaninha mas enfim continuando. - Ele volta a imitar seu pai. - Você é o orgulho de Berk filho, não poderia estar mais orgulhoso. - Astrid interrompe de novo:

–Obrigado pai, eu também estou bem orgulhoso de mim. - Eles riem de novo.

–Eles parecem próximos. – Riu uma viking.

–Para com isso. Eu não faço assim com as mãos.

–Acabou de fazer! – Exclamou Melequento.

–Aí, acabou de fazer! - Ela ri mais:

–Parece que estão se divertindo - Comentou os gêmeos.

–Ah! Ta legal. – Ele segura seus braços. - Mas agora preste atenção, ouça. – Agora ele segura suas mãos. - O assunto é sério.

Ninguém deixou de notar a proximidade dos dois.

–Sinto um clima no ar. – Sussurrou Bocão.

Ela finalmente para de rir, ele levanta e continua imitar o seu pai. - Você já está crescido filho, como nenhum líder podia pedir um sucessor melhor eu...- Dessa vez Astrid o cortou entusiasmada:

–Nomear você líder? Meus deuses! Soluço isso é demais! - Ela se empolgou e deu em soco nele fazendo erguer a coisa de voo (desculpe, mais eu não sei o nome) ela riu:

Todos riram de sua reação. Soluço franziu a testa. ‘Ele? Líder?’. Stoico olhou para seu filho ‘O que há em ser líder?’

–Ai! Não faz isso que você vai estragar a mola, essa calibragem é muito sensível. - Ela assentiu tentando não rir. De repente os dragões passaram correndo e derrubaram os dois.

–Até os dragões querem eles juntos! – Um viking disse no meio de todos. Soluço e Astrid ignoraram porém envergonhados.

– Ai. Então... é com isso que eu tenho que lhe dar. - Disse enquanto Astrid o ajudava a se levantar.

–Tá e o que você disse? - Ela perguntou:

–Eu não disse nada, quando ele se virou eu já tinha sumido. - Astrid pegou o mapa do chão:

O salão ficou em silencio. Stoico não entendia por que seu filho ficava tão nervoso sobre esse assunto.

–Tá, é muita responsabilidade, mas, o mapa com certeza vai ter que esperar e é claro, -Ela empurrou o mapa nele sem olhar e continuou andando ficando de costas para ele. - eu vou ter que voar com o Banguela porque você vai ficar ocupado mas...- Ela se virou para encara-lo:

–Não tem nada há ver comigo Astrid. Todos os discursos, planejamentos e assuntos da aldeia isso é coisa dele.

–Você não tá entendendo. Olha só, líder, isso é uma honra. Eu ficaria super feliz. - Soluço guardou o mapa na sua armadura:

–Olha, eu não sou igual a você. Você sabe exatamente o que você é, você sempre soube, só que eu... eu estou descobrindo. Eu tenho certeza que eu não sou que nem o meu pai e eu não conheci a minha mãe, então...- Ele se sentou. - Como é que eu fico?

Stoico franziu a testa. ‘Se ao menos Soluço houvesse conhecido sua mãe...’

Astrid caminhou até ele, se sentou ao seu lado e começou a fazer uma trança:

–Espera. Soluço tem tranças no cabelo? - Perguntou Cabeça-dura. Foi só agora que todos haviam percebido isso, e já sabiam quem era o responsável delas.

–Qual é?! – Exclamou Soluço olhando para Astrid que riu.

–O que você está buscando. Não tá por aí Soluço...- Ela colocou sua mão sobre o coração dele.- Tá aqui.

Soluço sorriu para Astrid agradecendo o apoio e ela sorriu de volta.

–Você sabe o que isso significa Stoico? – Perguntou Bocão ao seu amigo. Stoico assentiu.

–Netos! – Respondeu entusiasmado. Os adolescentes e alguns vikings olharam maliciosamente para Soluço e Astrid que coraram tanto que parecia que iam ficar roxos.

–Talvez ainda não tenha visto. - Ela deu um beijo na bochecha dele e logo percebeu a baba do Banguela ela limpou com a mão:

No salão ouviram risadinhas abafadas das crianças. Astrid fez uma careta.

–Talvez...- Ele se ajoelhou não tirando o olhar de algo a sua frente. - Mas sabe... tem mesmo, alguma coisa por aí.

–Soluço...- Ele pegou o queixo dela e a fez olhar para onde ele estava olhando e ela estreitou os olhos.

–Se fosse outra pessoa teria morrido ali. – Comentou Cabeça-Dura.

–É, só o Soluço está autorizado a fazer isso. – Riu Cabeça-Quente. Soluço e Astrid já estavam cansados de corar tanto em poucos minutos.

–Calem a boca. – Murmurou os dois.