Filha da Noite e do céu escrita por LayL


Capítulo 7
Conversa com Nico Di Angelo


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora!!!



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Capitulo 7

Bati na porta antes de entrar. Dava para perceber que o chalé de Hades tinha passado por uma reforma á uns meses atrás.

– Olá? – chamei.

Nico apareceu na minha frente, viajando pelas sombras.

– Sabia que isso custa muita energia? Até em mim cansa! – digo levantando uma sobrancelha pra ele.

– Como sabe? E como assim até em você cansa? – perguntou o filho de Hades.

– Não se engane. Sei que sentiu escuridão em mim. – digo, cruzando os braços.

O garoto pareceu assustado.

– Confesso que senti, sim. Muita escuridão em você.

Dou um soco de leve no braço dele, e me sento em sua cama.

– Quem deixou você sentar aí? – indagou. – Tem muitas cadeiras por aqui.

– Eu sou a deusa aqui, e você quer me dar ordens? – perguntei, sorrindo maleficamente pra ele.

– Como... Assim?

– Você sabe não se faça de bobo e desentendido. Você sabe que sou filha de Zeus, e sente escuridão em mim. Diga-me, pequeno semideus, como isso seria possível?

– Zeus é gay? – o menino pareceu assustado.

Comecei a rir loucamente, até ouvir um trovão. E isso foi bastante para saber que papai não gostou do comentário.

– Vou lhe explicar, mas só estou te contando isso por que confio em Ártemis e sei que foi por isso que ela mandou que eu e as caçadoras víssemos para cá. Porque sabia que você poderia me ajudar.

– Entendo. – disse o garoto. – agora comece do começo, para que eu possa entender como é possível, se Zeus não é gay.

Então eu expliquei tudo desde que eu nasci até ali. Bem ocultando a parte de Apolo e a espada.

– Me deixa ver se entendi você é filha de Nix a primordial da Noite com Zeus o rei dos deuses, e vivia no Tártaro, até Hermes descer até lá e te levar em nome de Zeus. Você vivia no Olimpo, e por isso sabe muitas coisas sobre os deuses. Então tecnicamente é uma deusa menor da noite e da lua cheia.

– Sim – digo sorrindo.

– Essas mechas em seus cabelos, por que você as tem se antes não tinha?

– Não sei, acho que elas vão aparecendo do nada. – me fiz desentendida

– Hum... - o garoto colocou a mão no queixo, parecia estar pensando. – seus olhos eram meio prateados antes?

– Não - balanço a cabeça negativamente.

O garoto ficou perdido em pensamentos que eu acabei me concentrando em um ponto muito interessante na parede onde faltava um pingo de tinta cinza.

– É isso! – Nico gritou do nada.

Levei um susto tão grande que cai da cama.

– Ai! É isso você quer me matar! – digo rindo e esfregando a cabeça.

– Ops! Desculpa, segure minha mão.

– Acho que prefiro ficar deitada aqui, o chão frio não me faz tão mal. – dou de ombros e estralando os dedos fiz aparecer uma almofada preta em baixo da minha cabeça, pra ficar confortável.

– Como quiser... Ei como fez isso?

Dou de ombros outra vez.

– Alguém perdeu no rio Estige ou esqueceu nas sombras então eu pego pra mim.

– Legal, nunca tentei pegar alguma coisa das sombras.

– Bom, agora me diz o que “É isso!” – fiz aspas imaginárias no ar.

– Ah claro, “é isso!” – Nico repetiu minhas aspas – Significa que você está se transformando, talvez deva aparecer mais mechas prateadas em seus cabelo, ou ele ficará totalmente prateado. A questão é que: Você irá se transformar, seu poder, sua forma divina está presa neste corpo humano, e então quando você se transformar por completo, ninguém saberá o que vai acontecer.

– Acho que entendi, e se eu me transformar, vou ser má ou ruim? – pergunto, preucupada.

Nico sorriu, e depois fez uma careta como se não fizesse muito isso.

– Isso depende de você.

Pensei por um instante. E se eu me transformar como ele falou e ir pro lado da minha mãe? Nunca mais veria os deuses, ou Apolo? Pior e se eu for boa, e não poder sair do Olimpo? Todas essas questões faziam minha cabeça doer. Preferi pensar com mais calma sobre o assunto depois. Estava tentando me concentrar quando meu anel formigou, tive que tira-lo.

– O que é isso? – perguntou Nico, voltando sua atenção para o anel.

– Não é nada.

– Claro que é, posso sentir a escuridão nele.

Engoli em seco.

– Bom... Acho que não te contei tudo.

– O que não contou, então?

– Esse anel, eu ganhei da minha mãe, e esses dias sai para treinar com arco e flecha e acabei tendo uma idéia, girei o anel no sentido ante horário e disse a primeira palavra que veio a minha mente. Ele se transformou em uma cópia de Sombra, a espada mágica de Nix. Mas eu só o tirei agora porque estava formigando.

– Uou, é muita coisa. Posso ver a espada?

– Sim, mas espere primeiro.

Já estava me levantando, e indo em direção a janela.

– O que você vai fazer?

– Veja, pequeno semideus.

Fechei a janela de vidro e me concentrando no poder de minha mãe, das sombras da noite, desejei que tampassem aquela enorme janela. Senti a noite me obedecendo e nos cobrindo.

– Tem mais janelas neste chalé Nico?

– Tem mais duas. Uma perto da mesinha e outra no banheiro.

Vou até estas janelas e faço a mesma coisa. O chalé ficou completamente escuro. Senti Nico apertar minha mão.

– Como fez isso?

– Deusa da noite e da lua cheia lembra? Apesar de não estarmos na época de lua cheia, ainda sou filha de Nix e herdei poderes dela.

– E pra que fez isso?

– Os deuses não podem saber dessa espada Nico, e aqui sinto a presença deles em todo lugar, por isso as sombras e poderes de Nix encobriram este lugar.

– Entendo. – disse o garoto.

Minha visão noturna era completamente perfeita, eu via tudo como se estivéssemos com a luz acesa. Mas sabia que Nico não. Puxei o garoto comigo. E fui até o interruptor de luz, a liguei.

– Eles não verão, mesmo com a luz acesa?

– Não, as sombras colaboram bastante.

Nico olhou pra mim. E arregalou os olhos.

– O que foi? - pergunto pra ele.

Nico parecia encantado.

– Você ganhou mais mechas.

Vou correndo para o banheiro. Era verdade tinha mais três mechas médias, não muito pequenas no meu cabelo. Indo do topo da cabeça até as pontas, como as outras.

– Isso acontece todas as vezes que eu uso os poderes de minha mãe... – murmuro.

Volto para o quarto, e Nico está me esperando, sentado na cama.

– Agora posso te mostrar a espada. – girei meu anel no sentido ante horário e disse a a palavra de comando: - Sombra.

A espada tomou forma em minha mão, negra como as trevas. Agitei-a no ar. Definitivamente ela se misturava com as sombras que ainda tinham no quarto, e parecia cortar a noite. Entreguei a espada a Nico.

– Ela é pesada demais! – grita Nico.

Eu rapidamente tiro a espada antes que ele derrube no chão.

– Pra mim não pesa nada.

– Talvez por que foi feita especialmente para você. – sugeriu o garoto ainda esfregando a mão.

Concordo com a cabeça. E guardo a espada, a transformando de volta em anel.

– Nico, você entende como isso é importante, sim?

– Sim – concorda o garoto.

– Eu confio em você, por isso esse vai ser nosso segredo. – digo, levantando a mão para ele apertar. Nico assim fez.

– Como quiser minha deusa. Será nosso segredo.

Eu não resisti e ri. Soltei a mão de Nico, e liberei as sombras para que parecem de nos esconder. Desejei boa noite e fui para o chalé de Zeus, também escondida pelas sombras, pois já tinha passado do toque de recolher e eu não queria ser jantar de harpia.


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