Cheguei no Acampamento andando, sem pressa. Mas paralisei assim que cheguei na entrada.

Monstros.

Milhares de monstros. Todos atacando a barreira ao mesmo tempo! Assim a barreira não ia aguentar! Eu conhecia seus limites. Era de pelo menos cem monstros ao mesmo tempo. Não milhares!

Eles viraram pra mim. Uma dracaenae fez uma reverência. Alguns que conseguiam imitaram, depois voltaram a atacar. Apareci ao lado de Quirón, dentro do Acampamento.

– Desde quando eles estão ai? – perguntei.

– Começaram agora, Srta. N. – ele falou.

– Mas que droga! Nyx e seus joguinhos! – gritei pra ninguémaparente.

– Você se encontrou com Nyx? – Ele perguntou.

– Sim. – falei.

Quirón não comentou. Tirei Sombra do dedo já em forma de espada, ainda estava de noite.

Observei os semideuses de armadura, espadas e escudos. Dionísio apareceu do meu lado, com cara de preocupado.

– Semideuses! Atenção! – gritou Quirón. – Não se preocupem! Nossa barreira irá nos proteger!

Eles se acalmaram, mas os filhos de Ares ainda estavam preparados para ir para luta. Resolvi que era hora de falar.

– Onde está John? – gritei.

– Você quase me mata depois me chama? – gritou ele de volta, dando um passo a frente.

Apontei e controlei os ventos fazendo que ele saia voando até ficar na minha frente. Encarei aqueles olhos negros e dourados.

– Você é a causa disso, garoto. Nyx me falou. Você está do lado errado. – falei.

– Você está do lado errado. – ele corrigiu, sussurrando.

– Porque sege seu pai? – sussurrei de volta.

– Por que você sege seu pai? Por que eles são nossos pais. – ele sussurrou.

– Fique do meu lado. Estou de olho em você. – falei e empurrei ele.

As pessoas nos observavam, imaginando sobre o que estávamos conversando. Olhei para Quirón que também observava.

– A barreira não v... – não consegui terminar a frase.

Os monstros entraram no Acampamento, atacando os semideuses. Visualizei uma sombra negra matando monstros. Nico. Ele parou numa Quimera e começou a lutar. Fiquei preocupada. A Quimera jogou ele longe com o rabo e ele bateu a cabeça numa pedra.

– PAREM! – gritei de repente.

A Quimera parou, e os monstros em volta dela também. Os restos (milhares) continuaram. Apareci na frente de Nico. A preocupação evidente e o coração a mil. Toquei sua testa, ele estava desmaiado.

Todos estavam enfrentando dificuldade, pois eram milhares. Percy e Annabeth lutavam juntos.

Jason tacava raios, Piper atacava e usava o charme. Filhos de Hermes lutavam lado a lado com os de Ares. Avistei Nick lutando com Connor Stol, e vi Will ajudando os feridos.

– Will! Will! – gritei, desesperada.

Ele não conseguia ouvir. Passei a mão no cabelo de Nico e minha mão ficou cheia de sangue. Me virei para a Quimera parada esperando minha próxima ordem.

Esperando minha próxima ordem

– Chame Will Solace, filho de Apolo. E não é pra comê-lo somente chama-lo. – gritei para a Quimera que saiu correndo.

Levantei a mão e raios mataram o resto dos monstros que estavam esperando minha ordem.

A Quimera voltou correndo com aparelhos médicos na boca, e jogou do meu lado. Will apareceu correndo atrás dela. A Quimera sentou do meu lado e rosnou pra ele quando chegou perto.

– Will! Por favor ajude ele! – chorei.

Ele estava assustado, afinal eu era uma deusa chorando e com uma Quimera domesticada do lado. Ele olhou em volta, e percebeu que nenhum chegava perto da gente.

– Como...? – ele perguntou.

– Eles me obedecem. – falei.

– Ah, claro. Pode fazê-los pararem? – ele perguntou. – Muitos semideuses já morreram.

Olhei em volta, era verdade o Acampamento estava caindo aos pedaços.

– Vou tentar. Qui, cuide para que ninguém chegue perto deles. E não coma eles. – falei para a Quimera que rosnou.

Aceitei isso como sim, e sai correndo para perto de Jason, que atacava dez dracaenae com seu gládio. Decapitei todas de uma vez.

– Uou. Deixa um pouco pra mim Night! – ele riu.

– Posso fazê-los pararem. – gritei e sai correndo, Jason atrás de mim.

Eu decapitava e enfiava a espada em todos os monstros que via pela frente, assim como Jason.

Avistei o ponto mais alto do Acampamento, uma torre com vários monstros em volta. Apontei pra lá e fiz um gesto para cima com a mão. Jason assentiu, controlando o vento nós dois levantamos voo e fomos parar lá em cima.

– Como pretende fazer isso? – ele gritou por cima do som da batalha.

– Os monstros me obedecem. – falei.

– Tem certeza? – ele perguntou.

Apontei para a Quimera, que estava do lado de Will enquanto ele cuidava de Nico, um monstro chegou perto deles e ela o matou com a garra.

– Nossa... – ele falou.

Fui para a ponta e uma harpia estava passando. Assoviei.

– Chame o monstro que manda neste ataque. – ordenei.

Ele saiu voando e foi para... Campe. Meu queixo caiu. Campe estava ali, abriu suas enormes asas e voou até ficar de frente pra mim.

– O que quer jovem deusa? – ele perguntou a voz afiada.

– Que pare este ataque! – ordenei.

Ela pensou, e sorriu de maneira malévola.

– Se você ficar do nosso lado da batalha. – ele falou.

John escolheu aquele momento para aparecer do meu lado. Ele apontou a espada para Campe.

– Faça o que ela manda.

– Vejo que caiu no papo dela... – sibilou Campe.

Ele ficou quieto. E abaixou a espada.

– John...? – perguntei. Ele balançou a cabeça.

– Esqueça... Faça-os pararem Campe, já deu por hoje. - ele ordenou.

Ela rosnou e saiu voando, soltou veneno em alguns semideuses e foi embora voando, os monstros a seguiram. Somente a Quimera ficou do lado de Will. Ele passou a mão na cabeça dela que olhou desconfiada e ronronou.

Olhei para John, que estava com um rosto sem expressão. Toquei seu ombro, ele virou o rosto para olhar pra mim, e vi dor nos olhos dele.