Epifania // Hiatus escrita por boredkav


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Se houver qualquer erro por favor avisem o//



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Sempre soubemos que não estávamos sozinhos no universo, seria muito egoísmo achar que sim. Achar que um universo dessa magnitude seria exclusivo para nós. No dia 22 de agosto de 2001 vimos o quanto estávamos errados.

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Segunda feira. Mais um dia normal. Levanto cedo me arrumo, faço o desjejum e vou para a faculdade. Tenho todas as aulas chatas e volto para casa, tomo um banho vou para o trabalho, volto para casa, janto e vou dormir. Terça feira. Levanto cedo me arrumo, faço o desjejum e vou para a faculdade. Tenho todas as aulas chatas e volto para casa, tomo um banho vou para o trabalho, volto para casa, janto e vou dormir.

Quantas vezes já repeti esse ciclo? Eu não saberia dizer. Apenas aconteceu e quando me dei conta não tinha mais nada pra fazer. Gosto muito de historias, filmes de fantasia, de ficção cientifica e tudo. Sabe por quê? Porque a vida deles é tão incrível e eles não percebem isso.

O mundo é tão normal que me dá tédio de viver. Queria ter poderes, poderia acontecer um apocalipse, poderia ter uma chuva de meteoros, poderia acontecer um acidente em um experimento e criar mutantes. Poderia acontecer tanta coisa, mas não. O mundo ficou tão monótono que até as guerras acabaram. Será que essas pessoas não entendem o que é viver de verdade? Será que nunca vão encontrar algo que as faça levar seu corpo e mente ao limite?

Quarta feira. Quando me levantei senti que algo estava estranho. Eram umas oito da manha, eu estava atrasado para a primeira aula, e o sol ainda não tinha nascido. Poderia estar chovendo se não fosse pelo fato de estarmos em pleno verão. Mas poderia acontecer, poderia não é? Bem como todo dia fui para a faculdade e do nada começou a nevar. Nevar em pleno verão? Quando foi o que o mundo ficou tão louco? Acho que estamos recebendo o fruto de nossas ações. Finalmente eles vão parar de destruir o mundo aos poucos.

Quando cheguei à escola avistei meu amigo não tão amigo Nicolas.

– Davi! – Ouvi meu nome ser gritado. Ele poderia falar um pouco mais baixo. Pra que chamar atenção? – Cara, você viu isso lá fora? Minha mãe quase não me deixou sair de casa hoje. Que loucura. Haha, neve em pleno verão. O mundo tá acabando. O nosso apocalipse finalmente ta chegandooo.

Nicolas era a única pessoa que eu conheço que vive esperando um apocalipse. Ele tem o que vocês chamam de albinismo. Os cabelos até o ombro e olhos pratas e ele vive criando teorias sobre como o mundo vai acabar. Não é a toa que ele faz física. Ele sempre diz que vai criar algo que vai mudar o destino da humanidade. Sim, eu também acho exagerado, mas não posso destruir os sonhos dele. Só porque não tenho nada que gosto não posso leva-lo comigo para o buraco. Então dei a única resposta para aquele momento.

– Olha Nik, você já tem sobre o que escrever para aquela nova tese que ta marcada para semana que vem. “O mundo entrando em colapso. Primeira parte: Desequilíbrio climático”. Vai te dar uma boa nota no fim do semestre. – Ele parou de se mexer e pareceu em choque. Olhou-me como se eu tivesse dito a coisa mais obvia do mundo. Depois de alguns minutos parado ele voltou a se mexer e saiu correndo pelo corredor me deixando para trás. Aposto que ele teve uma grande ideia e não pode esperar para colocar no papel. Tenho que lembra-lo de me contar.

Após as aulas, me dirigi ao restaurante de sempre. Não estava com vontade de voltar para casa e encarar minha mãe. Sim, eu tenho 25 anos e ainda moro com meus pais. Ela esta grávida e nada pior do que uma mulher grávida cheia de desejos. Sentei-me no lado de fora e fiz meu pedido. Estou no meu ultimo semestre de medicina. Consegui um estágio em um dos melhores hospitais da área. Resultado de contatos. Lembrei que li um diagnostico estranho que apareceu ontem. Do nada a pele do paciente começou a ficar alaranjada. Ele disse que a sensação de queimação era muito forte, mas que não estava queimando de verdade. Nunca vi esses sintomas antes. Será que é uma doença rara? Ou ate uma desconhecida? Meu chefe vai querer que eu descobrisse isso sozinho. Dei um grande suspiro. Não acredito que eu vá achar a resposta.

Quando a garçonete chegou com meu pedido aconteceu algo que eu nunca poderei esquecer na minha vida. De repente parou de nevar. Senti a temperatura ficar mais alta. A neve que se encontrava no chão começou a derreter, e quando olhei para o céu as nuvens tinhas se dissipado. Mas eu ainda não podia ver o sol. Era como se ele nunca tivesse existido. As ruas ficaram escuras. A situação era aterrorizante. Nik deve ta dando pulos de alegria nesse momento. Ainda sentado olhei para o céu. Isso não pode tá acontecendo, até perdi a fome.

Em voz baixa eu disse para a garçonete que olhava o céu com uma expressão assustada – Até que não é tão ruim, poderia ficar pior. – foi dito e feito.

Ouvi um ensurdecedor som de eletricidade, da estática. E o céu começou a ficar mais e mais claro. O Sol voltou, mas ele não era mais amarelo, ele era vermelho. E a “chuva” que começou a cair não era de água. A primeira vista parecia sangue, mas era muito mais grosso que liquido. Era uma gosma vermelha. Ao tocar nas pessoas que passavam pela rua elas começaram a gritar.

E a rua se tornou um inferno. Pessoas correndo em todas as direções. Gritando pelos pais e pelas pessoas amadas. Olhando a direita eu vi uma mulher grávida e na hora pensei em minha mãe. Será que ela tá bem? Será que um dia chegarei a conhecer meu irmão? Mas essa mulher não estava se movendo. Ela recebia a gosma estranha como se não fosse nada.

Depois de alguns minutos no meio dessa cena toda a gosma que estava no chão começou a evaporar. E com isso quem tava protegido em lojas, restaurantes, padarias, mercados e qualquer abrigo disponível foram afetados. Ao sentir aquele cheiro foi como se aquele gás tivesse invadido minhas veias e ele tivesse circulando ao invés do sangue. Minhas forças estavam sendo drenada. Cai de joelho e coloquei minha mão no peito. A dor era insuportável. A sensação de ser destruído e dentro para fora era horrível. Nem tinha palavras para descrever o quanto era irritante se sentir impotente naquela situação estranha.

Aos poucos minha visão estava ficando embaçada. Poucos segundos depois cai de frente no chão e com isso comecei a ver tudo em câmera lenta. As ruas estavam vermelhas, tanto pela gosma quanto pela luz estranha que o sol vermelho transmitia. Eu via pessoas correndo para todos os lados, outras que já perderam a esperança estavam esperando tudo isso acabar e aquelas que não tinham mais forças para se levantas como eu.

Eu queria ter tido alguém para amar. Gritar o nome dela enquanto tentava me levantar, mas a única imagem que aparecia na minha mente era a do Nik. A imagem de nós dois sentados na sua sala de aula e ele todo feliz me contando suas estranhas teorias.

E aos poucos fui perdendo a consciência.


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Notas finais do capítulo

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