Garota Valente escrita por Menthal Vellasco


Capítulo 5
O impossível e inesperado era real


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo será mais longo. Os antigos tem sido muito curtos. Estou melhorando. E esse vai ser o último da primeira parte: descoberta.



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Eu não queria ficar parada no lugar vendo uma guerra lá fora.

Fui para o meu quarto. Eu decidi tomar um banho, já que tinha cavalgado com Clint e estava soada. Antes de começar a tirar a o meu vestido, vi uma cicatriz no meu peito. Imagino que tenha sido uma das garras de Nor'Du. A cicatriz era pequena e se alinhava ao meu coração. Eu quase morri. Eu me defendi, eu ajudei, eu sobrevivi, eu não me arrependi de ter ajudado (até porque, a culpa era minha e só eu sabia exatamente o que fazer). Peguei meu arco, minhas flechas e fui.

Eu não vou ficar parada no lugar vendo uma guerra lá fora.

Os soldados vestiam o mesmo uniforme daquela noite. Dessa vez, eu não teria medo. Apenas minha mãe não lutava. Meu pai empunhava a espada e vários outros de nós também. Talvez os únicos arqueiros ali sejam eu e... onde estava Clint? Não encontrei nenhum dos dois quando cheguei.

Foi quando vi uma flecha preta com algo brilhante na ponta que piscava. A flecha, ao acertar um homem, explodiu, o que achei estranho. Olhei pra trás e vi Clint com roupas tão e armas tão estranhas quanto a dos soldados. Era muito estranho.

– Você é um deles?! - gritei com raiva.

– Não deveria estar em casa?! - ele perguntou.

– Merida, o que faz aqui? - ouvi a voz de Natasha.

Me virei e ela também estava diferente. Uma roupa preta e colada com o corpo que me assustou. A perguntei assustada:

– O que está acontecendo aqui?

– Volte pro castelo. Aqui não é seguro. - seu tom era preocupado e autoritário.

Eles não eram os vilões. O símbolo que usavam era diferente do que os soldados usavam. Enquanto os vilões usavam a caveira com tentáculos que meu subconsciente teimava em chamar de "Hidra", Clint e Natasha usavam um que parecia uma águia prateada.

"Shield".

A palavra foi sussurrada em minha mente. O que era Shield? Isso não era importante no momento. Ciente de quem são os mocinhos e os vilões, lutei ao lado de meu pai, Clint, Natasha e os guerreiros de Donbroch. Em um momento inesperado, um soldado inimigo me jogou no chão e começou a me dar socos no rosto. Tento me defender, mas não consigo. Ele se ergue e aponta sua arma para minha cabeça, mas estou fraca e não posso fazer muita coisa. Ouvi um grito e Natasha correndo em minha direção. Ela atira na cintura do homem, que gritou.

– Sai de cima dela! - pulou em cima dele e fez o mesmo que ele fez comigo. Mas ela gritava - Não ouse tocar um dedo na minha filha!

– Filha? - era pra ser apenas um pensamento distante.

O que ela queria dizer com isso? Não fazia o menor sentido! Eu? A filha dela? A que ela disse que havia morrido? O que estava acontecendo ali?! Clint me pegou pelo braço enquanto a guerra ao nosso redor chegava ao fim:

– O que você tem na cabeça?!

– Ela me chamou de filha! - falei à ele. Talvez ele soubesse porque.

– Vou te tirar daqui. - ele ignorou o que eu disse.

Os poucos soldados inimigos que estavam vivos estavam fugindo e Natasha se levantou e correu em minha direção, me abraçando:

– Você não devia ter vindo, Meri. Não intendeu que você era o alvo deles? - a voz dela era um tanto chorosa.

– Você disse que sou sua filha. - falei. Era só nisso que eu conseguia pensar.

Ela me encara e diz: - Eu não queria que fosse tão rápido. Há tanta coisa que você precisa saber...

– Mentiram pra mim a minha vida inteira. - disse chocada.

Em choque. Não sabia o que dizer, pensar, nem fazer. Pensei que iria acordar em minha cama naquele momento. Eu sabia que não estava morrendo, mas tive a sensação de que eu não teria um futuro. Não é a sensação natural de quando se descobre algo grande? De que o futuro não vai mais acontecer? Foi como me senti.

– Me perdoe. - ouvi ela dizer.

Senti os dedos de Clint sobre meu cabelo. Retiro sua mão e corro pro castelo com destino ao meu quarto. Passei por minha mãe (Elinor), que estava na cozinha e me viu revoltada e machucada. Ela correu, me abraçou e começou a me analisar, perguntando:

– Não acredito que você foi! Estão todos bem? Encontrou os Barton? Aconteceu algo lá?

– Sim. Para todas as perguntas. - a empurrei com força e disse - Eu descobri a verdade, Elinor.

Ela cobre o rosto em choque e diz: - Me desculpe, filha. Você sabe que eu sempre quis seu bem...

– Você mentiu! - gritei e continuei meu caminho.

Eu estava tentando digerir os fatos. Meus pais não são Fergus e Elinor. São um casal de guerreiros de um mundo futurista e estou jurada de morte, mesmo sem saber porque exatamente. Minha vida estava uma bagunça. Então, alguém bate na porta.

– Merida. Podemos explicar? - perguntou a voz de Clint do outro lado da porta do quarto.

Não sei responder. Uma explicação podia ser útil e até amenizar a raiva. Mas eu tinha que parecer mais furiosa, para mostrar que eu não gostei de terem escondido isso de mim. Abri a porta irritada e disse:

– Ela entra, você fica.

Meu supostamente pai saiu e ela entrou. Nos sentamos na cama e ela começou a falar:

– Por onde quer que eu comece?

– O que é verdade e o que é mentira.

– Eu menti em quase tudo o que rodeava nós e seus pais. Mas o que contei sobre eu e Clint, sobre como nos conhecemos, os heróis... guerreiros que lhe falei, essas são verdades mascaradas.

– Então tire as máscaras.

– Não é tão fácil falar.

– A filha de vocês que morreu...

– ... era você. Eu queria poder te mostrar tudo, mas eu teria que ir devagar.

– Conte tudo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Ainda estou um pouco chateada por receber poucos comentários e comentários quenos. Mas, é uma coisa bizarra! Se fosse um romance Stasha, já tinham até recomendado...

Alguma palavra de conforto para nossa garota valente?