Garota Valente escrita por Menthal Vellasco


Capítulo 27
Um velório em um dia de sol


Notas iniciais do capítulo

Eu postei há bem pouco tempo, eu sei, mas é que eu estou tão empolgada e (CARAMBA!) eu recebi uma recomendação! Essa é a coisa mais incrível! Amo vocês, pessoal! Bre principalmente! Espero que gostem e eu consiga sair do clima alegre e entrar no clima triste do capitulo de hoje. Bim... talvez não tão triste.



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Já estava amanhecendo e eu não dormi.

Não queria estar dormindo enquanto Lion morria ou acordava, sabe se lá o que poderia acontecer. Eu observava o amanhecer pela janela perto da enfermaria da Torre. Minha testa estava encostada no vidro e meus olhos molhados. Fechei os olhos e respirei fundo. Ainda usava meu uniforme. Senti uma mão no meu ombro e, pelo tamanho e formato (isso e o assessório no pulso), eu já sabia quem era.

— Você ficou bem nesse uniforme.

Abro os olhos e vejo o senário de Nova York se fundir ao reflexo de minha mãe.

— Fui eu quem desenhei, não foi?

— É, foi. Você disse que capuz dá um ar misterioso e dramático. - ela sorri de lado.

Me permiti soltar uma risada, mas me viro e recebo um abraço, voltando a estar preocupada. Perder Lion era tudo o que eu menos queria. Tento engolir o choro, mas acabo começando a soluçar. Ela acaricia minha cabeça e começa a pedir que eu fique calma:

— Shhh, fique calma, vai ficar tudo bem.

— Eu o amo. - sussurrei.

— Eu sei. - ela respondeu.

— Fiquei muito tempo reprimindo isso. Deveria ter dito antes.

Ela se afastou um pouco e olhou nos meus olhos: - Você é como eu. Determinada, durona... pode parecer, mas não é um elogio. As vezes você precisa botar para fora o que você está sentindo e se lembrar de que você é humana.

— "A dor precisa ser sentida" e tal. - falou Krystal se aproximando com o pai dela e uma asiática.

— Detesto esse filme. - falei.

— Sabe, eu até gosto. - ela respondeu.

— Merida. - falou o Capitão - Esta é a doutora Helen Cho. A chamamos recentemente para trabalhar aqui. Ela é quem está cuidando de Lion.

— É um prazer conhecê-la. - ela falou.

Apertei sua mão e perguntei: - Como ele está.

— Melhor. Acordará logo. O tiro não acertou nenhum órgão vital. O Sr. Mason vai ficar bem. - ela respondeu.

Soltei um suspiro aliviado. Assenti e perguntei: - Quando vou poder vê-lo?

— Se quiser ir agora... o único problema é que ele está dormindo e é melhor que ele fique de repouso por um tempo.

— Mas agora eu preciso dela. Vai ser rápido. - falou Steve.

Fui com ele. De que adiantaria ir vê-lo se estava dormindo? E como seria rápido, logo eu poderia me retirar. Eu o segui até a sala. Lá perto, meu pai me abraçou e depois beijou minha mãe. Continuamos a caminhar, então vimos todos os Vingadores de pé, nos esperando. Eu sorri. Aquela, podia não parecer, mas era uma boa parte da minha família. Fiquei surpresa ao ver também meus pais (Fergus e Elinor) juntos com meus irmãos ao fundo da sala, e usando roupas normais! Aquela era, sim, a minha família grande e louca. Happy, Hill e Pepper também estavam lá.

Corri na direção de meus pais adotivos e os abracei. Eles retribuem o abraço e ficamos nós seis juntinhos. Minha mãe usava calça jeans e uma blusa verde de alças, e isso era estranho vindo de uma rainha como ela. Meus irmãos e meu pai também. Meus pais biológicos, assim como eu, estavam de uniforme ainda. Minha mãe (Elinor) beija minha cabeça com força e diz:

— Minha garotinha valente. Você cresceu tanto!

— Ainda sou eu, mãe. Ainda sou sua filha. - falei.

— Tenho tanto orgulho de você! - falou meu pai (Fergus), me tirando do chão em um abraço.

— Hey! Um pouco de atenção, por favor! - pediu Steve, e todos se viraram para ele – Eu lhes apresento Valente, a nova Vingadora. - falou apontando pra mim.

Todos aplaudem. Meus pais (os quatro) sorriam orgulhosos. Stark caminha em minha direção e diz: - Bem vinda ao clube, princesa.

— Valeu, tio Tony.

Eu queria sair dali, então me afastei dos meus pais e comecei a me retirar da sala, mas ao me aproximar dos meus outros pais, Tony diz:

— Então... vamos brindar a isso?

— Não estou em clima para comemorações. Tenho algo a fazer.

— Pode ir, depois volta. - falou minha mãe.

— Valeu. - mal falei e já começo a me retirar da sala.

Eu não corria, apenas andava de pressa. Queria que Lion acordasse. Não conseguiria comemorar nada com ele lá daquele jeito. Meus pais estavam lá, os quatro, eles e meus irmãos, mas eu não conseguia ficar feliz com aquilo. Minha preocupação com Lion não me deixou assimilar a novidade: agora sou mesmo uma vingadora. Ainda não tinha caído a ficha. Quando cheguei na enfermaria, vi uma mulher (não identifiquei se era médica mesmo ou enfermeira) de pé conversando com ele. Deveria ter acabado de acordar.

— Meri. - ele sorriu ao olhar pra mim.

— Oi, Leãozinho. - respondi.

Caminhei até ele e a mossa nos deu mais privacidade. Arrastei uma cadeira ao meu lado para perto da maca e o observei deitado e sorrindo.

— Belo traje de combate! - ele falou.

— Eu sabia que diria isso. - respondi.

— Quantos dias eu dormi?

— Um ano. - respondi.

— É mentira. - ele falou.

— Não é mentira, é brincadeira. - ele riu – Você nunca vai me perdoar, não é?

— Pelo que? - perguntou confuso.

— Eu matei a sua irmã.

— Matou a assassina que tentou matar você! E ela nos traiu. - ele responde.

— Eu te amo. - finalmente me declarei.

— Eu ia dizer isso. Também te amo, minha Princesa Vingadora.

Me aproximei de Lion e ele sorriu e acariciou meu rosto. Seus dedos deslizam até meus cachos ruivos e me inclino um pouco mais em sua direção lentamente. A gravidade (o que mais, não é?) faz meus cabelos caírem para o lado e ele tenta se levantar de maca, mas ainda sentia a dor do tiro que levou da própria irmã.

— A doutora pediu que ficasse de repouso então não tente se levantar.

— Merida... - ele sussurrou.

— O que foi? - perguntei no mesmo tom.

— Lindo nome. - ele sorri.

— O que meu falta para você elogiar, Leãozinho?

Fechei os olhos e esperei seus lábios doces e refrescantes cobrirem os meus como um cobertor em uma noite fria. Não sei porque me surpreendi ao senti-los. Apertei um pouco mais nossos lábios e os dele se afastam um do outro, dando passagem, pela primeira vez, à sua língua. Fasso o mesmo e ficamos um tempo nos mesmos movimentos, como se nossas bocas dançassem uma linda e romântica valsa. Não queria que acabace nunca. Ouvimos alguém pigarrear e encaramos a pessoa assustados.

— Pai! - reclamei.

— Sr. Barton, me... me desculpe! Eu não tinha más intenções com... - meu pai o interrompeu.

— Por favor, filha. É cedo pra isso. - ele falou sério.

— Concordo plenamente! - Lion diz antes que eu fale qualquer coisa – Fui educado a esperar até a hora certa, e essa hora não é agora. Me desculpe, Sr. Barton, isso não vai...

— Pode me chamar de Clint. - ele respondeu sorrindo, assustando a nós dois.

— Uau. - falei.

— Ganhei pontos com ele! - falou Lion rindo.

— É... seu discurso me comoveu. - meu pai brincou.

— Algum sinal de meus pais e Andy? - perguntou Lion.

— Dois agentes da S.H.I.E.L.D. entraram em contato. - ele explicou – Foram reconhecer o corpo da sua irmã e os agentes contaram a verdade a eles. O velório e o enterro ficaram marcados para amanhã. Acabei de ficar sabendo.

— Não sei o que deve ser pior. - falei – Descobrir que sua filha foi assassinada ou descobrir o porque.

— Não parece, gente, mas eu estou sofrendo com isso. - Lion falou.

— Fique tranquilo, cara. - falou meu pai dando um passo para trás - Já passei por coisa pior, não subestimando a sua dor. - suspirou e falou - Vou indo. Espero que melhore logo. De olho nele, Valente.

Quando ele saiu, ficha caiu: Capitão América me apresentou naquele dia como a nova Vingadora. Não conseguia descrever o que eu sentia, e contei tudo a ele, que ouvia com um sorriso enorme. Apesar de tudo, foi um final feliz. Bom, no dia seguinte seria um velório, e isso já cortava o clima alegre. No meio dessa conversa, finalmente tive sono... e dormi na maca ao lado dele. Fui salva por Banner, que me aconselhou a ir para o meu quarto antes que alguém suspeitasse de alguma coisa.

No dia seguinte, ou melhor, no mesmo dia, porém mais tarde, os pais de Lion chegaram com Andy para ver o filho baleado. Eles chegaram e correram para

abraça-lo e chorar a morte de Jenipher Mason. Chorar a morte da assassina da H.I.D.R.A. Lady Blood. Eles tiveram que mentir para todos. Foram quase obrigados a isso. Para todos, menos a família dela e nós, Jen sofreu um acidente de carro e não resistiu.

O velório foi no dia seguinte e, adivinhe, não estava chovendo. Sabe aquelas cenas triviais de filmes em que os velórios e enterros acontecem em dias chuvosos e frios? Não foi o caso. Foi um dia lindo, porém triste. Eu estava com calor causa das luvas e do sobretudo, mas não reclamei. Krystal não saia de perto de seu pai. Estavam distantes. Ela não usava muito preto, mas o branco em sua roupa não escandalizava. Odiava mentir. Me lembro de Steve já ter me dito a mesma coisa.

O pastor deu as palavras finais e todos foram para o enterro, mas eu, Lion e Krystal ficamos mais próximos. Encarei o anel de , que era de ouro branco, com pedras azuis e uma flor vermelha. Seu pai havia lhe dado. Logo depois, fomos para a casa dos Mason's eu, Krys, Steve e meus pais juntos com a família. Logo que entrei, retirei o sobretudo e as luvas. Enquanto os adultos conversavam na sala, os adolescentes ficavam próximos à piscina. Lion me abraçava e Krys apenas olhava para o nada. Suspirou e falou:

— É bom não me esconder mais.

— Vai contar pra todos que é filha do Capitão América? - perguntou Lion, ainda um tanto desacreditado com a novidade.

— Vão ficar sabendo de qualquer jeito.

— Acho que as coisas mudaram entre nós. - falei.

— Nem tanto. Ainda sou sua melhor amiga. - falou Krys.

— Só que filha do meu líder.

— E eu ainda sou seu namorado. - falou Lion.

— Mas agora também é o irmão da minha falecida arque inimiga.

— Quem liga?! - falou Krys. - Ainda somos aqueles dois cristãos que você conheceu na escola.

Fiquei feliz em ouvir isso, mesmo já sabendo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e sido trolados pelo nome do capitulo! Bjs!