Garota Valente escrita por Menthal Vellasco


Capítulo 13
Tudo o que eu menos queria… ou quase


Notas iniciais do capítulo

Quer saber? Vou parar de citar as fases da história. O que importa é que tem capitulo novo e estou conseguindo fazer o que Elinor não conseguiu. Quer saber o que? Leia!

Ps: já estou até imaginando uma recomendação (não é um pedido)!



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Dois meses e as coisas já mudam.

Descobri que me sinto mais livre quando estou com roupas escuras e um tanto pesadas, digamos assim. Mudei muito o meu estilo e minha mãe se sente orgulhosa de mim. Estou pensando até em fazer uma tatuagem! Nas costas, meu arco apontando uma flecha na direção do arco do meu pai, que também apontava uma flecha na direção do meu. Desenhei e mostrei para a minha mãe (Nat), que gostou. Só não sei se a outra mãe, Elinor, vai gostar. Eu achei a ideia bem Audácia! Ah, é! Terminei A Esperança e estou viciada em Divergente. É, como diz a música Disney: “Sua mãe sabe mais!”. Não que esteja melhor que Jogos Vorazes, mas é incrível.

Cheguei na escola bem-humorada e, só pra melhorar, a cadeira entre Lion e Krys estava vaga. Cheguei e logo comentei com a amiga:

– Sabe aquela sensação de que o dia vai ser o melhor?

– Ui! Merida toda animada! O que foi? – ela sorri.

– Estava pensando em nós três irmos em um lugar que meus pais me levaram um dia depois de ter chegado.

– Onde? – ela perguntou.

– Surpresa.

– Okay, só me prometa que eu não vou ficar de vela.

– KRYS! – reclamei.

– Foi mal! – ela riu.

Voltei pra casa depois da aula tentando intender o que o professor de filosofia disse sobre o amor não ser real. Achei absurdo! Eu amo minha família, tanto a adotiva quanto a de verdade! Amo meus amigos, tanto os da escola quanto os Vingadores! Conversei com meus pais, que disseram que eu podia ir com meus amigos sair, mas o Happy me levaria e traria de volta, e ficaria por lá, na porta, me acompanhando como se fosse uma sombra! Ser ameaçada de morte é horrível! Você não tem liberdade nenhuma!

Saudades de Dunbroch! Era um lugar mágico e seguro. Bom, não mais tão seguro. Não precisava de um guarda-costas atrás de mim o tempo inteiro. Me surpreendo por não ter na minha escola. Isto é, talvez tenha e eu não tenha achado… bom, quem liga? Se não o encontrei, não me incomoda tanto assim. Happy e eu fomos para a casa de Lion, onde ele disse que nós três iriamos nos encontrar. Saí do carro e apertei a campainha da porta. Lion mesmo atendeu, e ele estava… como as garotas dizem? Um gato.

Merida, uau! – ele me encara dos pés à cabeça.

– Sério? – perguntei, rindo – Uau pra você também, Lion.

– Gostei das luvas!

– Obrigada. Onde está Krystal?

– Não pôde vir. Está cuidando de uma prima doente, eu acho.

– Que pena então. Vamos?

Fomos à uma lanchonete. Não era uma lanchonete qualquer. Ela tinha valor sentimental, não só pra mim, mas para todos os Vingadores. Lion não intendeu muito quando chegamos. Me encarou surpreso e perguntou:

– Uma lanchonete?

– Não é só uma lanchonete.

– Eu esperava mais.

– Imagine isso tudo destruído! Apenas duas mulheres trabalhando e…

Eu parei, me lembrando de como meu pai descreveu a cena na primeira vez que fui lá. Todo o senário mudou diante dos meus olhos para algo que pareceu uma zona de guerra. Meus olhos brilharam com os de uma criança enquanto observo tudo ao redor e vejo que a mesa que eu queria estava vaga. Lion me tira dos meus devaneios e faz o senário voltar ao normal:

– E…?

– Meus pais me trouxeram aqui, porque foi onde os Vingadores fizeram um lanche depois da grande batalha de Nova York.

– Bom, eu reparei que você dá valor sentimental às coisas. Mas devo admitir que ficou um pouco mais interessante.

Sorri de lado e fui me sentar na mesma mesa que na última vez que estive naquele lugar. Não podíamos pedir qualquer coisa, então pedi dois shwarmas e a bebida, ele decidia. Ele pediu dois sucos de uva. Não sei como ele acertou em cheio. Eu podia ver do lado de fora o carro e Happy dançando como um maluco. Ri dele. Minha mãe disse que, quando o conheceu, lhe deu uma chave de perna. Hoje ele está velho. Não sei dizer se aguentaria outra.

– Você nunca usa tranças. – ele comentou – Por que usou hoje?

– Quis varear.

– Você nunca tira essa pulseira. É de Dunbroch?

– Não. Minha mãe me deu quando cheguei. Ah, minha mãe Natasha.

– Intendi. É lindo. Reparei que é apaixonada por arco e flecha. E falando em Dunbroch… - eu o interrompi por impulso.

– É um lugar mágico.

– Sente saudades?

– Demais. Não sei como sobrevivi até hoje sem Harris, Hubert e Hamish.

– Os trigêmeos?

– Sim. Meus outros pais, Maudie… Angus mais ainda! Era meu melhor amigo.

– Como ele era?

– Ele é um cavalo. Não se preocupe com a concorrência.

Lion riu e disse: - Não me preocupei. Você é uma garota legal.

– Você também é. – uma garçonete trouxe para nós o que pedimos e comentei com ele: - Acho que a única coisa na qual eu não sinto falta é dos filhos dos lordes tentando me conquistar.

– Ninguém gosta de gente encima. Tinha uma garota na escola, a Laura, ela dava encima de mim todos os dias. Um dia eu reclamei e pedi que ela me respeitasse na frente de muitos alunos e ela nunca mais falou comigo. Eu a perdoei, mas nunca tive a chance de pedir o perdão.

– Você não precisava. – não sei porque segurei a mão dele.

– Eu pedi respeito, mas eu a humilhei!

– Ela mereceu.

– Vamos mudar de assunto. Amei seu vestido.

– Por favor, não fale igual a Krystal.

– Seu lenço…

– Pare de falar de cada detalhe da minha roupa!

Mas ele me ignorou - … seus olhos, seu sorriso, seu cabelo rebelde e maluco, seu jeito audacioso e otimista de ver as coisas…

– Lion, está me assustando…

– … você. Tudo em você.

– Amizade é um tipo de amor.

Ele encarou o lanche, intocado, e suspirou. Gostava de vê-lo pensando. Ele parecia inteligente. Um cara inteligente e divertido, que está sempre tentando ajudar as pessoas.

– Jesus disse para amar ao próximo. – ele sorriu e, só então, me encarou. – Então, eu te amo! – e socou meu ombro.

Revidei o soco e respondi sorrindo: - Também te amo, amigo.

Conversamos enquanto comíamos. Contei muitas coisas sobre como é conviver sob o mesmo teto que heróis. Era incomum e eles eram todos tão imprevisíveis que chega a ser difícil a convivência. A maior parte das coisas que falei sobre o Tony eram negativas. Falei muito de Dunbroch. Contei quando ganhei uma batalha pela minha própria mão! Ele me contava sobre as mil e uma coisas que ele aprontou com os irmãos. Tanto Jen como Endy. Ele contou histórias engraçadas de amigos da igreja, falou sobre seu batismo, o momento em que aceitou a Jesus, a história de como conheceu Krystal, em um congresso de música gospel no Central Park… mas o que mais me chamou a atenção foi quando falou que…:

– Minha bisavó era da H.I.D.R.A., e esse é um fato na qual não me orgulhamos nem um pouco. Alguns parentes nossos a defendem, outros não.

– O que você acha? – perguntei preocupada comigo mesma.

– Apenas acho que algumas pessoas têm convicções erradas sobre o mundo, e não são necessariamente más.

– Eu também. Mas a H.I.D.R.A. é má e ponto. Eles querem me matar!

– Por que não o fizeram de uma vez?

– Têm tentado, mas não conseguindo.

– E que não consigam. – ele sorri. Devolvo o gesto.

Fui para casa pensando nele, sem pensar em mais nada a não ser nele e louca pra voltar para a encola amanhã só para ver ele. “Lion”. Esse nome ecoava na minha cabeça. Isso só pode ser alguma doença. Assim que cheguei em casa, corri procurando minha mãe. Perguntei ao J.A.R.V.I.S. e ele respondeu que ela estava na sala de treinamento. Fui correndo e entrei perguntando:

– Mamãe! Mamãe! – ela deu um último chute em Tony, que despencou no chão, e perguntou.

– Meri, o que aconteceu?

– Acho que estou doente.

– Como assim?! – ela pergunta assustada, pondo as mãos no meu rosto.

– Meu amigo, Lion, ele disse que eu estava linda há dois meses e isso mexeu um pouco comigo. Hoje, Krystal cancelou e eu fiquei conversando com Lion a tarde inteira. E eu já sabia que ele era divertido, inteligente, educado, humilde e, okay eu admito, lindo. Mas eu nunca tinha visto isso de tal forma como hoje e ele até disse que me amava! Como amigo, mas… ora, por que eu comentei isso?! – ela riu alto.

– Mais alguma coisa?

– Sim. Ele me encheu de elogios e comentou de cada detalhe da minha roupa!

– Ele repara! Esse é pra casar. – ela disse mais pra si mesma do que pra mim.

– Oi?! – perguntei com raiva.

– Nada não, filha! – ela ri.

– O que deu em mim?

– Quer mesmo que eu diga?

– Uhum. – assenti.

– Você pode não gostar.

– Anda! Fala logo! – pedi desesperada.

– Não sou médica como o Dt. Banner, mas tenho quase certeza de que você, minha filha, Merida Romanoff Barton… - ela põe a mão no meu ombro sorrindo de lado.

– Fala logo, mãe. Está me assustando. – e ela estava!

– Está apaixonada.

– O que?! – perguntei indignada. – Nunca! Eu? Apaixonada por um garoto? E ainda pelo meu amigo Lion Mason?! Não mesmo!

– Então tá! Mas eu tenho certeza de que, não apenas você está apaixonada por ele, mas pela forma que ele falava e olhava pra você durante a festa, é reciproco.

– Vai. Sonhando. – falei pausadamente, me virei e saí.

Me tranquei no quarto com raiva e gritei. Gritei de raiva por ter a pequena suspeita de que ela estava certa. Quero ficar nesse quarto pra sempre! Não! Minto. Quero sair daqui e ir para um lugar onde eu possa voltar a ser a garota que eu era! Quero uma vida com mais adrenalina! Eu achei que isso iria mudar, mas não me deixam fazer nada aqui! E agora, com esse garoto, minha cabeça está maluca!

Leitores, alguma dica?


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Notas finais do capítulo

Viu que ela pediu a ajuda de vocês? Legal, não é? Isso se chama “Quebra da Quarta Parede” e eu amo! Andem! Merida pediu ajuda! Vão ajudar?! É só comentar! Assim essa garota para de encher os meus ouvidos…