Let Me Go escrita por Rosalie Potter


Capítulo 17
Capítulo Dezessete


Notas iniciais do capítulo

Antes de mais nada: Desculpas gente ;----; Tudo culpa das provas.
MAS ADIVINHA QUEM ESTÁ DE FÉRIAS?
ENTÃO EU VOLTEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEI.

E eu queria agradecer de coração á recomendação da Mingau.
SUA LINDA, PERFEITA, Eu consegui chorar lendo. Eu sempre choro lendo recomendações porque pra mim é o maior prêmio de um escritor.
Sem palavras.



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A porta se abriu umas quatro horas da manhã. Eu e Felipe ajeitamos a mesa pra dormir em cima da mesma. Ele me abraçou e eu fiquei completamente encolhida e aninhada á seu corpo para não sentir frio. Quando ouvi a porta se abrindo levei um pulo pensando no quanto seria estranho se alguém visse a gente daquele jeito, mas Felipe não deixou que eu saísse do abraço dele de jeito nenhum:

–Deu certo! –Bia gritou e eu arregalei os olhos a ouvir a voz dela. Gabriel estava a seu lado com um sorriso culpado no rosto e eu olhei para os dois sem entender nada. Mas quando vi olhar de Felipe a ficha caiu completamente.

–Vocês armaram isso? –Quase gritei.

–É... Você não ia falar com ele de outro jeito. –Beatrice coçou a nuca com um sorrisinho de desculpas. –Ele procurou á mim, Gabe e Nelly pedindo socorro. Eu fiquei pasma em saber que você tinha um caso com o príncipe e não tinha me contado, principalmente quando a Sky... Enfim, e ele me contou do que você tinha escutado. Pra mim e pra Nelly. E implorou ajuda, explicou toda a situação. E eu vi que ele te amava e eu entendi tudo e soube que você o amava também.

–O mesmo comigo. Ele veio conversar logo após aquela sua visita. Foi difícil ele me convencer, mas no fim eu soube que não tinha como negar. O príncipe estava apaixonado por você e o jeito é aceitar. E ajudar vocês dois.

Eu estava pasma ainda. Levantei e sentei na mesa com os dedos entre os cabelos ruivos que tinham se soltado durante a noite de sono. Quero dizer, minha chefe, meu irmão, minha amiga e o homem que eu amo tinham se juntado para fazer uma reconciliação e eu não tinha notado. Parabéns Atena, você é sonsa.

–Nelly relutou um pouco em concordar. Tanto por ser arriscado quanto por estar me odiando assim como Gabe. –Felipe explicou. –Mas eu a convenci que te amava com a minha vida. E ela permitiu tudo isso. Por isso Gabriel não foi te visitar noite passada e nem veio te salvar, por isso a porta foi trancada, por isso Beatrice não ficou.

–Não acredito. Como eu não percebi isso?

–Nós disfarçamos bem. –Beatrice disse olhando de forma cúmplice para Gabriel. –Que bom que vocês se acertaram. Quer dizer, não entendo como você não me contou antes, mas entendo. E fico extremamente feliz de estarem juntos novamente.

Felipe abraçou minha cintura por trás, passou os braços com delicadeza por ali, de forma protetora:

–Você me perdoa por ter armado? –Ele murmurou ao meu ouvido, de forma sensual e doce. –Foi tudo pra ter você de volta. Foi porque amo você.

–Repita essa última frase umas três vezes mais e eu começo á pensar no seu caso. –Murmurei e ele beijou meu rosto.

Gabriel pigarreou como se quisesse dizer “eu ainda estou aqui”. Senti aquele rubor subindo pela minha face e quase podia ver o tom escarlate dominando meu rosto por completo. Bia riu daquilo, assim como Felipe e Gabe. Mas logo voltamos ao tom sério porque o príncipe começou á falar:

–Eu quero me casar com a sua irmã. –Ele simplesmente jogou para o colo de Gabriel a informação e Bia me olhou de olhos arregalados como se não acreditasse no que estava acontecendo e eu mais uma vez ruborizei. Até agora eu também não acreditava naquele pedido maluco de Felipe e a parte mais assustadora é que eu aceitei aquilo.

–Finalmente você disse. –Gabriel deu de ombros e de repente abriu um sorriso. –É bom mesmo você se casar com ela. A pergunta é: Nunca vão permitir que isso aconteça. Qual é o seu plano?

–Ele é esperto. –O loiro sorriu de um jeito cúmplice para o moreno. –Temos que dar um jeito de passar esses nobres pra trás, de deixar eles num beco sem saída em que a única opção seja aceitar a minha escolha. Não vamos conseguir pensar nisso sozinhos. Então eu proponho um conselho, de pessoas confiáveis pra pensarmos em conjunto. Eu, Atena, Beatrice, Gabriel e Theodore. Vamos nos reunir hoje á noite, no jardim, na parte do balanço. Procurem e vão achar, eu falo com o Theo. E vamos pensar juntos. Não temos muito tempo.

–Pode deixar!

–E agora é melhor nós irmos. –Beatrice falou preocupada. –Podemos dormir um pouco antes de começar as atividades do dia.

~X~

Nelly me olhou daquele jeito quando eu entrei na cozinha. Abri um sorriso de agradecimento e que queria dizer “sim, a gente se acertou. Obrigada por isso”. Sabia que não era fácil pra ela se envolver em algo que poderia ferrar com tudo que ela já havia conquistado na vida, mas saber que o fizera por mim, me deixava muito honrada.

Comecei á arrumar os preparativos para o café da manhã dos nobres enquanto a minha chefe fiscalizava tudo. Quando fui terminar uma das bandejas, ela se aproximou e murmurou:

–Tudo certo?

–Não tenho palavras pra agradecer. –Sussurrei como resposta e ela me olhou de um jeito extremamente maternal. O que fez com que eu a abraçasse. No meio da cozinha, eu não estava me importando e pelo visto não ela, já que fez o mesmo. Claro que logo nos soltamos antes que ficasse realmente estranho.

–Agradeça chutando a bunda daquela exibida. –Nelly murmurou e eu sabia que se referia á Sky. A nossa “futura rainha” tinha conseguido o ódio generalizado de praticamente todos os empregados. Eu pessoalmente ainda não tinha sido diretamente atingida por ela, mas obviamente não era a maior fã dela.

–Pode deixar. –Bati uma continência desajeitada enquanto saía da cozinha.

~X~

–E foi assim que aconteceu. Nós nos odiávamos, passamos a nos gostar até virar amor. –Expliquei para Bia enquanto dobrávamos roupa. Claro que antes trancamos as portas e ficávamos o tempo todo vendo se não tinha ninguém perto. As paredes daquele castelo costumavam ter ouvidos e eu não queria correr o risco.

–Por que você não me contou? Foi por segurança?

–Também. Muita gente já sabia e aquilo estava me preocupando. E eu nem sabia se tinha algum futuro o que nós tínhamos, apostava que não teria nenhum. Além disso, você é irmã da Sky. Tive medo que pensasse que eu estava traindo a família real e traindo você porque estou tentando pegar o lugar da sua irmã...

–Eu entendo seus temores, mas saiba que eu apoio completamente, tanto que ajudei. Sinceramente Tena, eu amo a minha irmã. Não sei se ela me ama também, mas eu a amo. E a conheço. Por isso sei que ela não merece aquele trono, que ela não merece esse reino e que ela não merece o Felipe. Você o ama, ela não. Estou do seu lado amiga. –Beatrice colocou a mão no meu ombro e então eu percebi como aquela garota era uma aliada e uma amiga improvável. Nobre, irmã mais nova da minha “rival”. E ela ainda estava ali.

De repente parei para pensar, em alguns segundos, em como as coisas que tinham acontecido tinham sido improváveis. Como eu imaginaria que um dia eu me apaixonaria pelo Felipe? Primeiramente ele era um príncipe distante. Depois que eu me enfiei no castelo, ele era um garoto mimado. Nelly também era uma aliada improvável que arriscou a pele pelo meu amor e já citei Beatrice. Era estranho, de verdade, mas muito bom.

–Obrigada Bia. Você tem sido a amiga que eu pedi a Deus. Realmente não consigo encontrar voz para te agradecer por tudo que tem feito e por ter estado ao meu lado.

–Amigos são pra essas coisas.

~X~

Assim que deu o momento, eu peguei minha capa e segui para o jardim. Era extremamente automático e comum. Mas fazia algum tempo que eu não fazia aquele caminho devido á nossa recente crise, então foi muito reconfortante fazer aquele caminho de novo. Naquele tempo sem o meu príncipe foi como se algo fosse dolorosamente arrancado de mim, como se um pedaço de mim fosse tirado sem piedade. E agora estava completa novamente.

Quando cheguei ao balanço, Felipe estava ali com o primo. Eu pessoalmente gostava de Theodore. Porque além dele parecer uma pessoa maravilhosa, fora ele quem me salvara da última vez que me meti em apuros feios envolvendo nobres.

Cheguei perto e sorri. Theodore tinha um sorriso de canto:

–Tinha que ser a que eu estava de olho. –Foi à primeira coisa que o loiro falou quando me viu. –Olá Atena. Você então é a garota que virou a cabeça do meu primo.

–Por algum motivo, sou eu mesma.

–Então temos aqui a minha futura prima. –Ele sorriu bagunçando meus cabelos e eu acabei rindo, tentando arrumar de novo. –Felipe sabe escolher.

–É lógico que eu sei. –Felipe se pronunciou, me puxando e me dando um selinho de cumprimento, logo passando os braços pelo meu pescoço com cuidado enquanto eu segurava suas mãos.

–Segunda e terceira vela se apresentando. –A voz de Beatrice soou. Ela estava chegando com Gabriel e eu acabei corando com a frase, o que fez os quatro rirem, mas logo o clima de seriedade voltou.

–Bem, estamos aqui por um motivo. –Felipe começou. –Eu quero me casar com a Atena. Quero que ela seja minha rainha, não a Skylar, sem ofensas Beatrice. –Bia fez que “tudo bem” com o olhar. –Eu amo essa mulher. E por isso estou disposto á tudo. E vocês são as pessoas de confiança para pedirmos ajuda sem medo.

–Alguém já tem um plano em mente? –Theodore perguntou e Felipe levantou a mão, logo a voltando para segurar a minha.

–Bem... –O príncipe começou. –Meu pai tem sempre insistido comigo para que eu me case aos vinte e um anos, que é quando eu pegarei a coroa. Eu faço vinte e um daqui á exatamente duas semanas. Então eu pensei eu sugerir para o meu pai um baile de máscaras, onde eu escolherei minha noiva e me casarei com ela ali mesmo. O baile será somente para nobres, assim não correrá o risco de eu me casar com uma plebéia. Então poderemos infiltrar a Atena. O baile será de máscaras, ninguém saberá quem é quem. Então nos casaremos, meu pai pensará que é uma nobre. Quando tirarmos as máscaras, estaremos casados. Ninguém vai poder fazer nada.

–É um bom plano. –Beatrice fala. –Mas como vai reconhecer a Atena? Além disso, quando ouvirem a voz dela alguém pode reconhecer.

–Eu vou dar um colar á ela. Minha mãe, em segredo do meu pai, me deu um colar. Estava um colar que dizia “entregue á quem você realmente amar”. Nelly foi quem me deu, minha mãe confiou á ela. Parece que a nossa antiga rainha sabia que seu filho seria um menino. O colar era uma herança de família que ela passaria pra sua filha, mas de alguma forma ela sabia que nunca teria uma menina.

Pisquei estupefata olhando por cima dos meus ombros. Ele realmente me daria algo tão precioso? Algo que fora da rainha? Eu não tinha palavras para definir o quanto aquilo era lindo e vi que os outros também estavam admirados. Felipe acariciou minha mão e continuou:

–Eu vou reconhecer e então iremos dançar. Você não vai poder falar Teninha, nem uma palavra. Como a Bia disse, podem te reconhecer pela voz, que é bem marcante. Então, eu saberei quem você é pelo colar.

–Como vamos infiltrar ela? Porque obviamente terão guardas nas entradas dos salões, exigindo identificação. –Theodore foi quem levantou a questão.

–Tem uma passagem secreta que leva direto ao salão de bailes. Dá pra ela entrar pela passagem sem problemas. –Mais uma vez meu príncipe tinha a solução. –Meu problema são a roupa, a máscara e as jóias. O colar eu posso dar porque meu pai nem sabe da existência, mas eu encomendar toda a vestimenta feminina seria suspeito.

–As jóias e a máscara eu consigo pra ela sem problemas. –Beatrice sorriu meigamente. –Agora o vestido...

–Esse vocês podem deixar comigo. –Gabriel deu um sorriso também. –Só preciso ir pra casa um pouco.

–Eu faço Ian sair com vocês. –Felipe falou. –Amanhã eu vou levantar a ideia para o meu pai. Estamos juntos nessa?

–Com certeza.


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